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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

1ª LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

MARILISE IRINI ANTONIOU SIQUEIRA

O PROJETO DE VIDA E A FORMAÇÃO INTEGRAL


DOS SUJEITOS

BRASILIA

2021.2
MARILISE IRINI ANTONIOU SIQUEIRA

O PROJETO DE VIDA E A FORMAÇÃO INTEGRAL


DOS SUJEITOS

Trabalho apresentado à Universidade Norte do


Paraná UNOPAR, como requisito parcial à
aprovação no 5°/6º semestre do curso de
Licenciatura em Pedagogia.

Disciplinas: Adolescência e Juventude no século


XXI; Temas atuais em Educação; Gestão
Educacional; Pedagogia em espaços não
escolares; Relações Interpessoais e Administração
de Conflitos.

Tutora a Distância: Maria Claudete Ferreira da Silva


]

BRASILIA

2021.2
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................4

2 DESENVOLVIMENTO...............................................................................................5

2.1 O PROJETO DE VIDA E A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS SUJEITOS............5

2.2 APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE VIDA .....................................................8

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................10

REFERÊNCIAS...........................................................................................................11
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1. INTRODUÇÃO

Sabe-se que os desafios da adolescência são vários, é uma fase de


desenvolvimento humano caracterizada pela passagem da juventude para a vida
adulta, guiados por sentimentos ambivalentes. Sobre isso, assegura Aberastury
(1981, p. 9) “(...) que a adolescência, mais do que uma etapa estabilizada, é
processo e desenvolvimento”. A fim de contornar isso, a escola precisa assumir sua
função, de integração dos alunos e assim prepará-los desde cedo sobre as
mudanças pelas quais eles passarão.
Pensando nisso, que a atual proposta interdisciplinar tem como
temática principal “O Projeto de Vida e a formação integral dos sujeitos”, trata-se
de um dos pilares do Novo Ensino Médio, componente curricular obrigatório
estabelecido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no qual o estudante
terá de escolher um programa formativo de acordo com seus interesses e aptidões,
sua finalidade e prepará-lo para alcançar seus objetivos acadêmicos e profissionais.
Portanto, é de grande relevância a discussão deste tema, a fim de
que nós estudantes do curso de pedagogia, como futuros profissionais da educação
possamos refletir sobre o Projeto de Vida, além de ser considerado como uma das
premissas para a formação integral dos estudantes, é também uma forma de inovar
no trabalho pedagógico realizado no Ensino Médio, já que o mesmo possibilita a
inserção das metodologias ativas nas práticas realizadas nessa etapa.
Por isso, tendo em vista a necessidade de implementar e trabalhar o
projeto de vida nas escolas, que o referencial teórico utilizado nesta pesquisa
buscou abranger diversos e renomados autores imersos na produção de
conhecimentos sobre a juventude como protagonista de seu conhecimento e o
projeto de vida.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 O PROJETO DE VIDA E A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS SUJEITOS

O periodo da adolescência é conhecido como a fase de


desenvolvimento humano, por ser marcada pela saída da infância a caminho da
vida adulta. É onde se inicia a tão famosa puberdade. De acordo com Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA, em seu art. 2º das disposições preliminares, o
sujeito considerado adolescente é aquele que se encontra na faixa etária entre 12 e
18 anos de idade (Brasil, 1990). A maioria dessas crianças emancipadas para
adolescência, ainda nem passaram pela puberdade, e seu desenvolvimento
geralmente está caracterizado por fatores como: as chamadas crises de identidade
pela transição da infância à maturidade juvenil, onde ocorre à constante busca por
autonomia, que logo ocorre os conflitos familiares, o anseio para o acesso à vida
sexual; o início da escolha profissional e as famosas transformações orgânicas e
hormonais, associadas a uma nova compressão de mundo que se alia à
necessidade da representação de novos papéis e responsabilidades do jovem na
sociedade, como portador de conceitos próprios da realidade e ainda, sobretudo
pela reconstrução e formatação da identidade.
O adolescente não apenas está vulnerável aos efeitos das
transformações biológicas corporais, mas, também as mudanças vividas no mundo
moderno, do progresso científico, da tecnologia, das comunicações, da rápida
evolução social, que se estabelece em seu dia-a-dia e compõem sua construção
como sujeito. Trazendo mais anseios por novos prazeres e sensações e de um
sentimento natural de onipotência, que o faz adotar comportamentos de risco sem
levar em consideração os perigos envolvidos. Em alguns casos esquece até mesmo
da educação que receberam em casa e na escola.

A adolescência é um momento crucial da vida de um homem e constitui a


etapa decisiva de um processo de desprendimento que começou com o
nascimento. As modificações psicológicas que produzem nesse período e
que são o correlato de modificações corporais, levam a uma nova relação
com os pais e o mundo. (FREITAS, 2002, p. 37) 
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Por ser um periodo caracterizado como, fase das descobertas,


mediado por excessivos processos de desenvolvimento físico, cognitivo, emocional
e social, que na maioria das vezes é tida como uma fase de difícil compreensão
tanto pelos próprios adolescentes quanto pelas pessoas de seu convívio, por isso é
popularmente associada à fase da rebeldia. Para Outeiral, (1994, p. 5), “a
adolescência é basicamente um fenômeno psicológico e social (...) terá diferentes
peculiaridades conforme o ambiente social, econômico e cultural em que o
adolescente se desenvolve”. Assegura Aberastury (1981, p. 9) “(...) que a
adolescência, mais do que uma etapa estabilizada, é processo e desenvolvimento”.
Portanto, é comum indagações como: Quem sou eu? Do que eu
gosto? O que quero fazer? E para maioria das respostas significam escolhas. Nelas
estão embutidas diversas opções: relacionamento com a família, estudo, trabalho,
amizades, amor, sexo, entre outros.
Embora não haja um marco final para limitar essa fase, é possível
estabelecer como conclusão dessa fase a formação da identidade individual e da
autonomia e o reconhecimento de que há necessidade da maturidade. Logo,
as instituições de ensino possuem um grande desempenho nessa fase da vida, por
ser um lugar acolhedor que processa a formação do caráter e contribui para o
crescimento da personalidade do indivíduo.

A escola é considerada um campo fértil para experimentações sociais de


adolescentes, tendo como desafio primordial estimular a liberdade
responsável e instrumentalizar o aprendiz diante dos desafios impostos
pelos avanços tecnológicos e pela torrente de informações
(BOMBONATTO, 2007 p.15).

Além de que, a escola é o espaço onde o sujeito percorre por toda a


sua vida infantil, juvenil e adulta a procura de informações que reproduz
conhecimento, a fim de adquirir habilidades e competências, ferramentas
necessárias que servirão para superar riscos e desafios que a vida proporciona. E é
nesse emaranhado de descobertas e de desenvolvimento pessoal e social que o
adolescente delineia os primeiros passos de visão do futuro, na elaboração de seu
projeto de vida (SERRÃO,1999, p. 277).
Portanto, projetar a vida para essa fase, compreende-se
entender quem somos, o que desejamos alcançar e como faremos para atingir esse
objetivo. Pensando nisso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Plano
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nacional de educação (PNE), reformulou a grade curricular do Ensino Médio,


propondo mudanças com intuito de corrigir as defasagens do segmento. Pois de
acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), a padronização do modelo atual
do currículo nem sempre atende aos anseios e expectativas de alunos tão diferentes
entre si. Assim, já pensando em garantir o significado do processo de ensino-
aprendizagem, o novo Ensino Médio apresenta uma proposta que levará o aluno a
conhecer a sua identidade e sua vocação, bem como a construir um plano para
atingir os seus sonhos e objetivos futuros.
O projeto de vida é uma competência que será abordada e
desenvolvida em todas as instituições escolares, seu objetivo é favorecer a
autonomia e o protagonismo dos jovens educando em suas escolhas. Focado na
formação integral, o projeto de vida instiga o desenvolvimento de habilidades como
cooperação, compreensão, domínio de tecnologias, defesa de ideias e análise crítica
da realidade. “O projeto de vida envolve as dimensões profissional, afetiva e cívica;
enfim, a definição do seu lugar no mundo e na sociedade” (SILVA, 2008).
É importante ressaltar que as orientações sobre sua elaboração
acontecerá, através de reflexões e atividades sobre o mundo do trabalho e as
possibilidades de atuação profissional, incluindo conversas sobre carreira, emprego,
renda, empreendedorismo e inovação. Para todo esse processo deve haver a
presença constante do professor, o qual atuará como mediador entre os alunos e
suas expectativas, auxiliando na construção das dimensões profissional, cidadã e
pessoal de cada um.
Segundo SERRÃO (1999), é importante que o professor esteja
atento as diversidades de histórias, culturas, sonhos e projetos de seus educandos,
para que assim possa cumprir seu papel de facilitador da trajetória do adolescente
rumo ao encontro de si mesmo. O professor é uma peça de muito prestigio na
construção do projeto de vida dos adolescentes. Em sala de aula ele é motivação
para a formação de identidade, auxilia nas buscas, nas descobertas e, acima de
tudo, ajuda a desenvolver a própria opinião em relação às escolhas compatíveis
entre valores e princípios pessoais, familiares, escolares e sociais.
Assim, vale lembrar que o perfil profissional é o fator mais importante
na hora de eleger o professor que conduzirá as atividades, independente da sua
área de formação.
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2.2 APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE VIDA


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3. CONCLUSÃO

Conforme observamos, os desafios da adolescência são vários, pois


se constitui em um período de intensas mudanças físicas e emocionais,
considerando ainda que, de acordo com o avanço do aluno na escola, os conteúdos
vão se tornando cada vez mais complexos, logo as exigências também aumentam, e
tudo pode acabar se tornando demais para o jovem educando conseguir administrar.
Por outro lado, podemos conhecer mais sobre os desafios que as
escolas enfrentam, relacionado à garantia da qualidade da educação e de promover
a permanência e a aprendizagem dos alunos. Sendo assim, acredita-se que o
trabalho com Projeto de Vida no ensino médio, se bem delineado, produzido com
clareza e com embasamento, além de promover o autoconhecimento, contribuirá
para a tomada de decisões sobre cada etapa da vida do educando. Contudo,
compreendemos que este não é uma tarefa fácil, pois demanda de muita atenção e
cuidado por parte dos gestores e professores. Sendo assim, é fundamental que a
escola tenha profissionais que se dediquem a essa atividade.
Contudo, é importante cuidar para que o trabalho “Projeto de Vida”
não seja mais uma atividade em uma rotina do dia-a-dia em sala de aula e acabe se
tornando tarefas acumuladas, no entanto, cabe a gestão escolar /coordenação
pedagógica um dialogo sobre esta proposta com o seu corpo docente a fim de
entender se eles se consideram aptos para realização desta atividade. Logo, vale
frisar sempre a importância de um material flexível, já que estamos falando de
jovens/adolescentes que estão prestes a tomar decisões muito importantes para o
seu futuro, e que o papel do professor é orientar os caminhos pelos quais ele pode
seguir.  

“A elaboração de um projeto de vida é fruto de um processo de


aprendizagem, durante o qual o maior desafio é aprender a escolher”
(Juarez Dayrell, 2014)
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REFERÊNCIAS

ABERASTURY, A.; KNOBEL, M. Adolescência normal: um enfoque psicanalítico.


Porto Alegre: Artmed, 1981.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,


2018. Disponível em: https://www.sistemamaxi.com.br/desafios-da-adolescencia-na-
escola/ Acesso em: 18 set. 2021

________. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental. Brasília:


Ministério da Educação e Cultura, 1998 a. Disponível em:
http://www.cfp.ufcg.edu.br/geo/monografias/VANISSE%20ROLIM%20VIEIRA
%20SILVA.pdf . Acesso em: 18 set. 2021

BOMBONATTO, Q. O sentido da escola. Revista Mente e Cérebro – O Olhar


Adolescente: os incríveis anos de transição para a idade adulta, São Paulo, Duetto,
Edição Especial, n. 3, p. 21-29, 2007

Dayrell, Juarez. Carrano, Paulo. Maia, Carla Linhares. Organozadores. Juventude e


ensino médio: sujeitos e currículos em diálogo. Belo Horizonte: Editora UFMG,
2014. Disponível em: http://jornadapedagogica.educacao.ba.gov.br/wp-
content/uploads/2020/01/Projeto-de-Vida-_M%C2%A2dulo-I.pdf Acesso em: 18 set.
2021

ESCOLA DE TEMPO INTREGRAL. Caderno do Aluno, Projeto de Vida. Ed. 1ª-


2014. São Paulo.

FREITAS, Luiz Alberto Pereira de. Adolescência e família: a função paterna e a


questão dos limites. Rio de Janeiro: Muad, 2002. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/es/a/xm7bSyCfyKm64zWGNbdy4Gx/?lang=pt&format=pdf
Acesso em: 18 set. 2021

OUTEIRAL, J. O. Adolescer: estudos sobre adolescência. Porto Alegre: Artes


Médicas Sul, 1994.

SERRÃO, M.; BALEIRO, M. C. Aprendendo a ser e a conviver. São Paulo:


Fundação Odebrecht/ FTD, 1999

SILVA, E. P. Projeto de vida pessoal. Brasília: Cisbrasil-CIB, 2008.

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