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DIESEL
APRESENTAÇÃO
Há muito tempo os motores a diesel são alvos de estudos e pesquisas, o que
provocou uma melhora em suas características com relação ao gasto e ao de-
sempenho, entretanto o seu princípio de funcionamento ainda é mantido des-
de a sua criação. O objetivo deste material é descrever sobre esse assunto tão
importante na área mecânica: a mecânica diesel. Os motores diesel são motores
de combustão interna. Segundo suas aplicações, podem ser divididas em qua-
tro tipos básicos: estacionários, industriais, veiculares e marítimos. Os motores
Motor a diesel de uma
estacionários são utilizados para o acionamento de máquinas estacionárias,
Cheroke.
como geradores, máquinas de solda, bombas e outras máquinas com rotação de ope-
ração constante. Os motores industriais geralmente são utilizados em máquinas de
construção civil, como tratores, guindastes, compressores de ar, máquinas de mineração,
carregadeiras, acionamento de sistemas hidrostáticos entre outras.
Os motores veiculares são comumente utilizados em veículos de transporte, como ôni-
bus e caminhões. E, por fim, os motores marítimos são destinados à propulsão de barcos
e máquinas de uso naval. Outras classificações dos motores a diesel se devem ao tipo de
refrigeração que usado (ar ou água) e ao número e disposição dos cilindros (em linha ou
em V). Mesmo com essas diferenças, todos os motores diesel seguem um mesmo princí-
pio de funcionamento de acordo as mesmas leis da termodinâmica, porém a razão dessas
diferentes aplicações é alguma mudança nos sistemas presentes nesses motores quando
são projetados. Uma curiosidade sobre os motores diesel é que o torque nos mesmos é
menor do que nos motores a gasolina, o que muitas vezes confunde as pessoas. Isso ocor-
re devido ao fato de apresentarem um queima de combustível mais lenta.
Assim, a rotação desses motores é bem menor do que dos motores a gasolina e, por
essa razão, a sua potência específica é reduzida. Todavia, esse funcionamento em baixas
rotações é vantajoso para a utilização em veículos de transporte de carga, pois Motor de um caminhão.
o torque máximo é alcançado com maior rapidez. Deve-se lembrar que a po-
tência específica e o torque baixo são compensados por uma maior cilindrada
(maior taxa de compressão e uma maior superalimentação). Além disso, os mo-
tores a diesel são caracterizados por um alto rendimento termodinâmico ao se
comparados com outros motores. A principal diferença entre esses motores e
os motores de ignição por centelha é que o combustível é pulverizado após a
compressão do ar.
Com isso, consegue-se um aproveitamento maior do combustível, o qual é in-
jetado no tempo certo e, por isso, é totalmente inflamado pelo ar aquecido. Por
outro lado, no ciclo Otto, a mistura ar-combustível é injetada para ser queimada
sem separação, proporcionando perdas de combustível na combustão. Entre-
tanto, o óleo diesel deve ser operado apenas com altas taxas de compressão,
pois é muito pesado e tem alto poder antidetonante. Essas taxas de compres-
são elevadas, responsáveis pelo alto rendimento térmico, são entre duas e três
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vezes maiores do que nos motores a gasolina. Tudo isso proporciona um melhor aprovei-
tamento do combustível nesses motores que possuem cada vez mais atrativos em relação
aos motores a gasolina, tais como o menor consumo e menor emissão de poluentes.
Os motores a diesel são sempre confiáveis, econômicos e menos poluentes. Geralmen-
te, são usados em veículos pesados, caminhões, ônibus, carros de passeio, máquinas agrí-
colas, barcos e em inúmeras outras aplicações. A grande vantagem desses motores é que
eles são sempre confiáveis, econômicos e menos poluentes. Apesar dessas qualidades,
o motor a diesel não pode ser confundido com um sistema simples. A precisão de en-
genharia e o elevado sentido intuitivo com que trabalham são considerados condições
prévias para o seu funcionamento. No decorrer deste material, serão tratados assuntos
sobre perspectivas profissionais e salariais para os profissionais da área, evolução históri-
ca do motor a diesel, teoria e as técnicas relativas ao seu funcionamento, classificações e
principais componentes, sistemas de alimentação, lubrificação e arrefecimento, sistema
de injeção de combustível, sistema de injeção “Cummins” e “G.M.”, reguladores e varia-
dores de avanço, manutenção dos injetores, manutenção e superalimentação e revisão
dos motores diesel.
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MECÂNICA
DIESEL
• “O motor a diesel pode ser alimentado por óleos vegetais e ajudará no desen-
volvimento agrário dos países que vierem a utilizá-lo. O uso de óleos vegetais
como combustível pode parecer insignificante hoje em dia. Mas com o tempo
irá se tornar tão importante quanto o petróleo e o carvão são atualmente.”
Nesse contexto, logo após a morte de Rodolfe Diesel, a indústria do petróleo criou
um novo combustível, um tipo de óleo que foi denominado de "Óleo Diesel" que, devido
a seu preço, ficou sendo bastante utilizado. Assim, o biodiesel caiu no esquecimento,
porém atualmente há uma imensa preocupação ecológica com problemas como o efeito
estufa, o que está levando algumas pessoas a repensarem sobre o uso de combustíveis
que agridem o ambiente de forma moderada. Desde as invenções de Rodolfe Diesel, o
motor a diesel vem sendo algo de muitos estudos, tendo grande importância em países
como o Brasil que já possui grandes investimentos em biodiesel, acompanhando a ten-
dência internacional de utilizar combustíveis renováveis. A evolução aconteceu quando
o engenheiro francês L’Orange projetou o primeiro motor a diesel de injeção em 1912.
A partir de 1940, são realizados grandes progressos nos motores diesel, em termos de
construção e de injeção. Nesse contexto, a grande evolução do motor a diesel em rela-
ção ao motor a gasolina está no campo da injeção direta (os primeiros usavam a injeção
indireta). As novas gerações desta tecnologia são silenciosas, econômicas, limpas, rápi-
das e seguras e serão comentadas em seguida.
• 1. Compressão isentrópica
• 2. Introdução de calor a pressão constante (isobárica)
• 3. Expansão isentrópica
• 4. Perda de calor a volume constante (isócorica)
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Contudo, o ciclo real apenas se aproxima do teórico, pois algumas considerações são
feitas para a realização de cálculos devido à complexidade destes. O entendimento com-
pleto do ciclo teórico para realização de cálculos e análises mais sistemáticas é de res-
ponsabilidade de engenheiros mais especializados. Os estudos nessa área são, em sua
grande maioria, voltados para a redução do consumo e aumento da eficiência desses
motores. Porém, atualmente, estão sendo estudadas também algumas formas que per-
mitam os motores funcionarem da forma desejada com menos agressão ambiental, as-
sim como já foi dito anteriormente. Comentando agora sobre cada estágio desse ciclo, o
mesmo se inicia com o êmbolo no PMS. Com a válvula de admissão aberta, o ar entra no
cilindro e o êmbolo começa a descer até atingir o PMI.
Ao atingir o PMI dá-se início a compressão. Com o aumento da pressão, a temperatura
também é aumentada de forma contínua e atinge elevados valores e, pouco antes de se
atingir o PMS, o combustível é pulverizado na forma de pequenas gotas, permitindo uma
fácil mistura com o ar a alta temperatura. Assim, essas gotas de combustível começar a
se inflamar. O controle da combustão, então, é feito pela injeção de combustível. Com
isso, consegue-se realizar uma perfeita mistura ar-combustível e uma boa combustão,
o que é fundamental para o funcionamento do ciclo diesel. Logo após o PMS, tem-se a
expansão da mistura na proporção certa para o ato da combustão espontânea. Nesse
estágio o combustível continua sendo pulverizado e essa pulverização só é cessado pou-
co antes de se atingir o PMI. Para finalizar o ciclo, os gases de combustão são expulsos
do cilindro, essa fase é denominada escape.
Outro assunto o qual merece uma atenção especial é a detonação nos motores diesel.
Esse fenômeno ocorre quando a pressão máxima é atingida antes do êmbolo alcançar o
PMS, devido ao fato da combustão se antecipar. A identificação da detonação acontece
por causa do ruído característico causado por ela. A razão pela qual ocorre a libera-
ção desse som são as grandes pressões geradas no êmbolo e nas paredes do cilindro,
transmitindo, dessa forma, vibrações para todo o sistema. A detonação depende de vá-
rios fatores, como temperatura de ignição do combustível, ponto de injeção, relação de
compressão, temperatura de admissão, temperatura das paredes do cilindro, pressão
de admissão, rotações do motor, dimensões do cilindro, câmara de combustão e injeção
direta. Cada um destes fatores será explicado logo abaixo:
Temperatura de ignição do combustível: deve ser baixa, não exigindo, assim, uma
grande relação de compressão para atingir esses valores de temperatura. Devemos nos
atentar, também, que a relação de compressão está diretamente relacionada com a ge-
ometria do motor.
pois a mesma ocorre de forma antecipada quando o êmbolo ainda se encontra no PMS.
Com o atraso da injeção, a combustão ocorre depois que o êmbolo sai do PMS, durante
a rápida descida do êmbolo.
Motores de câmara aberta ou de injeção direta: nos motores com injeção direta as
características da mistura ar-combustível dependem dos injetores e do fluxo de ar. A
parte superior do êmbolo é a parte inferior da câmara, a qual possui um injetor de com-
bustível e válvula de escape. O que se espera nesses motores é que ocorra uma injeção
de combustível a alta pressão e, com o injetor direcionado contra o êmbolo, são criados
redemoinhos que contribuem para uma boa formação da mistura ar-combustível. Com
uma mistura bem feita e com altas pressões de injeção a combustão é melhorada devido
à sua redução de tempo.
disso, motores com injeção direta podem minimizar esse efeito com altas
pressões de injeção de combustível. Contudo, essas características devem ser
coerentes com todo o sistema, por exemplo, a resistência dos materiais pode
ser reduzida ao ultrapassar determinados valores de temperatura entre ou-
tros fatores os quais devem ser considerados.
COMBUSTÍVEIS
Serão abordadas agora as características dos combustíveis para motores
a diesel e quais os tipos mais utilizados para o funcionamento adequado do
motor. As características necessárias dos combustíveis para um bom funcio-
namento do motor a diesel são: qualidade de ignição, temperatura de com-
bustão, densidade do combustível, volatilidade do combustível, limpeza do
combustível, propriedades de anticorrosão e limpeza do combustível. A quali-
O diesel é um combustível dade de ignição é medida por um índice, chamado índice cetano que relaciona
altamente poluente. O
biodiesel é uma tecnologia a temperatura de ignição com o tempo de ignição. O interessante para um motor a
que promete diminuir a diesel é tempo de ignição curto, porém isso implicaria em alta compressão, o que é
agressão desse combustível contra a resistência a detonação. Por isso, esses fatores devem ser minuciosamente
sob o meio ambiente
calculados e analisados para a realização de um projeto de qualidade.
As propriedades que interferem no funcionamento químico do processo são: den-
sidade do combustível, temperatura de combustão e volatilidade. Esses fatores estão
sempre relacionados entre si de forma direta ou indireta. Já as propriedades que inter-
ferem no funcionamento físico do processo são: limpeza de combustível e anticorrosão.
Todas essas características, quando não conseguidas naturalmente, podem ser obtidas
através de aditivos. Os mais utilizados são os aditivos aceleradores de combustão. Os
combustíveis usados nos motores diesel são, em sua grande parte, provindos do petró-
leo e o mais comum deles é o gasóleo. Entretanto, assim como já foi mencionado, os
combustíveis renováveis estão voltando a ser utilizados, chamando atenção de quem
tem interesse pela preservação ambiental. Nessa parte, foi descrita toda a teoria e as
técnicas relativas ao funcionamento dos motores a diesel. No item seguinte, serão abor-
dados os principais componentes e as classificações desses motores.
O biodiesel pode ser produzido
a partir do óleo vegetal.
CLASSIFICAÇÕES E PRINCIPAIS COMPONENTES
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MECÂNICA
DIESEL
Além dessas, outras classificações podem ser feitas para os motores, de acordo com
os sistemas que os compõe, por exemplo:
• Ponto Morto Superior (PMS): é o ponto onde o pistão está quando se tem o
volume máximo dentro do cilindro.
• Ponto Morto Inferior (PMI): é o ponto onde o pistão está quando se tem o vo-
lume mínimo dentro do cilindro.
• Cilindrada: é o volume total deslocado pelo pistão entre o PMI e o PMS multipli-
cado pelo número de cilindros do motor.
• Taxa de compressão: também chamada de relação de compressão, indica quan-
tas vezes o ar (no caso dos motores a diesel) foi com comprimido antes da quei-
ma do combustível. Essa taxa está diretamente relacionada com o rendimento
térmico do motor.
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MECÂNICA
DIESEL
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SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO
SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO
Antes de falar sobre o sistema de lubrificação do motor, vamos definir o que é lubri-
ficação para que seja entendido melhor o que geralmente é conhecido apenas pelo con-
ceito popular. A lubrificação é o processo no qual uma substância específica, denomi-
nada lubrificante, é colocada entre duas superfícies em contato objetivando a redução
do atrito provocado por esse contato. Essa á a função principal da lubrificação, todavia
outras funções também podem ser citadas, como: proteção contra a corrosão originada
pela oxidação, limpeza das peças, vedação de componentes de máquinas e motores,
Bomba rotativa de motor a diesel. controle de temperatura, evitar entrada de impurezas, transmitirem força, movi-
mento. Os lubrificantes geralmente se encontram no estado líquido (minerais,
vegetais, sintéticos e aditivados), entretanto podem no estado sólido (grafi-
te) e no estado gasoso (ar e nitrogênio).
No motor, há várias partes que trabalham em contato umas com as outras,
por isso, as superfícies em contato estarão sujeitas a resistências e atritos en-
tre elas. Esses fatores podem ocasionar a redução da vida útil dos compo-
nentes caso não sejam controlados de forma adequada. Para minimizar esses
efeitos, é colocada uma substância entre as superfícies em contato, permi-
tindo o deslizamento suave entre as mesmas. Essa substância é denominada
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MECÂNICA
DIESEL
lubrificante, o qual já foi definido anteriormente. Assim como foi exposto aci-
ma, os lubrificantes utilizados nos motores também têm outras funções, além
da redução do coeficiente de atrito, como dissolver impurezas e neutralizar
ácidos resultantes da combustão, vedar, refrigerar, proteger contra a corro-
são e amortecer o ruído.
No processo de lubrificação, é utilizada uma bomba que aspira o óleo de-
positado no cárter, enviando-o com pressão aos componentes que serão
lubrificados. Chamada de bomba de circulação forçada, geralmente do tipo
engrenagem, é acionada pela árvore de manivelas do motor. Para o controle
desse processo de lubrificação é comum utilizar um manômetro de óleo, o Exaustor de
freio.
qual indica a pressão com que o óleo está circulando dentro dos tubos após ser expelido
da bomba. Esse controle é importante para se verificar o nível de óleo no cárter. Outro
componente importante no sistema é o filtro de óleo que retém partículas e impurezas
presentes no óleo. Visto isso, pode-se notar que a escolha do tipo do óleo é um fator
determinante para a saúde e durabilidade do motor. Por essa razão, a seleção do óleo
deve ser criteriosa e o correto é utilizar um óleo adequado ao funcionamento do motor
e ao clima da região de utilização do veículo. Atualmente, os óleos usados em motores
diesel são classificados como óleos multiviscosos. E caracterizados por manter a sua
viscosidade praticamente constante durante o seu uso. Além disso, recebem aditivos os
quais permitem um maior tempo de duração.
disso, o pH dessa água deve ser mantido entre 8,0 e 9,5 (levemente alcalina). O trata-
mento químico desse líquido é feito através de agentes químicos que inibem a corrosão.
A quantidade correta desses agentes é determinada pelo fabricante. Porém, a qualidade
dessa água não interfere no desempenho do motor, o que pode ocorrer são danos a
longo prazo que impossibilitarão a utilização do motor. Periodicamente, o sistema de ar-
refecimento deve ser limpo com produtos indicados pelo fabricante do motor, evitando
a ocorrência de possíveis danos que comprometam a sua utilização.
No radiador, a água que atravessa canais internos é arrefecida pelo ar. Nele há dois
reservatórios, o superior e o inferior. No reservatório superior entra a água quente do
motor e no reservatório inferior fica a água resfriada, normalmente, na ordem de 5ºC,
que será mandada para o motor novamente. Há também, no radiador um ventilador que
força a passagem de ar, a ventoinha, cujo acionamento se dá eletricamente e depende
da temperatura de refrigeração do sistema. Além disso, o radiador possui alertas que
facilitam a troca de calor e a refrigeração.
O termostato é responsável por controlar uma válvula, chamada de válvula termostá-
tica, a qual é mantida fechada a temperaturas inferiores a mais ou menos 85ºC e se abre
quando a temperatura excede esse valor. Há dois tipos de termostato, o de fole e o de
cera. O primeiro consiste em uma caixa metálica, fechada, de paredes muito finas, e, as-
sim como diz o nome, tem forma de fole. Dentro desse tipo de termostato há um líquido
muito volátil, que, quando está submetido a baixas temperaturas no estado líquido, não
exerce nenhuma pressão na caixa, mas quando a temperatura é aumentada o líquido se
expande, e exerce pressão na parede da caixa e o fole é alargado. Já os termostatos de
cera são pouco utilizados.
A função dos governadores é controlar a velocidade dos motores e são bastante uti-
lizados nos motores diesel desde algum tempo atrás. Mas hoje em dia esses elementos
são controlados eletronicamente, e realizam sua função de forma mais eficaz. A com-
pressão faz com que o ar fique bastante aquecido e, antes de terminar essa fase o com-
bustível é injetado no cilindro através da bomba injetora com pressões muito elevadas
pelo bico dos injetores. Essa injeção de combustível deve ocorrer com uma quantidade
correta de combustível, que é medida de acordo com a carga do motor, e no momento
certo. Outro fator necessário é que essa injeção ocorra em um período de tempo muito
bem definido.
Os responsáveis pela satisfação dessas condições são os governadores e a bomba
injetora. A quantidade de combustível que deve ser injetada pela bomba tem certa pro-
porcionalidade com o binário do motor. Os governadores, quando utilizados em veícu-
los, são controlados pelo pedal do acelerador e pela rotação do motor. Com um gover-
nador eletrônico, um sensor é colocado no pedal e quando há movimentação do pedal
acelerador, acontece uma conversão instantânea para velocidade do motor. Desde mui-
to tempo é necessária a presença de um governador no motor a diesel, pois na ausência
dele não haverá nenhum controlador de fluxo de combustível. Dessa forma, não será
possível manter uma velocidade constante no motor.
Essa impossibilidade de controlar a velocidade ocorreria devido ao fato do motor a
diesel operar com um grande excesso de ar. Desse modo, as oscilações de rotação po-
deriam causar uma autodestruição do motor quando o mesmo estivesse em sua máxima
carga. Todo motor possui uma curva de potência a qual dependerá de sua capacidade
máxima e toda velocidade se associa com uma determinada potência máxima. Caso a
carga do motor esteja afastada de uma determinada velocidade do mesmo, o controle
de combustível não acontecerá de forma adequada. Visto isso, a velocidade do motor
deve estar dentro de uma faixa de valores que são especificados pelos fabricantes. Essa
velocidade é proporcional à carga do motor. Com esses valores é formada a curva de ve-
locidade a qual se refere a uma característica dos governadores. Para que se tenha uma
maior estabilidade no motor, podem-se aumentar essas curvas, aumentando a faixa de
valores permitidos para a velocidade. É sabido que o trabalho básico do governador é
limitar a velocidade do motor, mantendo-a dentro dos valores pré-estabelecidos pelo fa-
bricante. Outras funções adicionais podem ser dadas algumas vezes para o governador
como a manutenção de velocidades fixas, ou manter as velocidades entre baixo inativo
e alto inativo.
Enfim, o governador é uma peça essencial para o funcionamento adequado dos moto-
res a fim de que trabalhem em boas condições e com consumo de combustível bem re-
gulado. Outro elemento fundamental no sistema de injeção são os injetores mecânicos
que, depois da bomba de injeção, é considerado o elemento mais importante do circuito
de injeção. Os injetores têm contato com o interior da câmara e agem conjuntamente
com a bomba, pois quando esta aplica uma pressão necessária o combustível é injetado
em forma de jato dentro da câmara. Apesar de parecer simples, os injetores possuem
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MECÂNICA
DIESEL
Um assunto de extrema importância, que foi responsável por uma grande evolução
nos motores se trata da injeção eletrônica, a qual substituiu o carburador trazendo uma
série de vantagens para os motores e o meio ambiente. O uso do carburador, apesar
de ser simples e não necessitar de equipamentos como sensores, para o seu fun- Bomba de um motor a diesel.
cionamento, o seu uso acarreta em uma maior emissão de poluentes para
a atmosfera e, além disso, sempre desperdiça combustível, se comparado
com a injeção eletrônica. Os sistemas eletrônicos de injeção apresentam duas
vantagens com relação aos sistemas puramente mecânicos: tem um grande
número de dispositivos de alta sensibilidade que visam ao fornecimento da
quantidade certa de combustível aos cilindros e não necessitam de um distri-
buidor mecânico de alta precisão.
O sistema de injeção eletrônica realiza a leitura de diversos sensores espa-
lhados em pontos estratégicos do motor, examina as informações e, com base
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em outras informações gravadas em sua memória, envia comandos para diversos atuado-
res espalhados em pontos estratégicos do motor. A sua crescente utilização se deve, en-
tre outros motivos, à atual necessidade das indústrias de automóvel de reduzirem o índice
de emissão de gases poluentes para a atmosfera, devido a regulamentações ambientais.
O sistema de injeção eletrônica possui vários componentes. O principal é a central, onde
ficam gravadas as informações do veículo, os parâmetros estabelecidos pelos fabricantes
e também são realizados os cálculos para gerenciar o motor. Os outros componentes des-
se sistema são divididos em dois grupos: sensores e atuadores.
A unidade de controle central (UCE) comanda os mecanismos de alimentação e injeção
do motor. As funções dessa unidade são: gerenciar a quantidade de combustível, prever o
momento da ignição, controlar a marcha lenta, determinar falhas eventuais e realizar o au-
todiagnóstico de seu funcionamento. Os sensores têm a função de captar as informações
que são transformadas em sinais elétricos e levadas até a central para serem analisadas e,
então, decide-se qual a estratégia correta a ser adotada. Os são os mais utilizados são:
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MECÂNICA
DIESEL
O Common Rail é um sistema de injeção revolucionário, que aumenta a po- Injetor de pick-up.
tência e o torque, reduzindo o consumo. Este sistema cria novas perspectivas
para os motores Diesel, pois é bastante utilizado em veículos ligeiros e pesados. Com
este sistema é possível obter uma injeção bastante controlada e exata de combustível.
Controla-se, então, a quantidade de combustível a injetar, o momento exato da injeção
entre outros fatores controláveis. Isso tudo faz com que esse sistema de injeção seja
bastante flexível. Os seus objetivos são reduzir o consumo de combustível, tornar a con-
dução mais agradável e reduzir as emissões de gases. De acordo com a Robert Bosch do
Brasil:
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Enfim, as funções do Common Rail são: alimentação do motor a diesel com combus-
tível, produção de alta pressão de injeção, distribuição do combustível nos cilindros,
injeção de combustível na quantidade certa e no momento exato. Os componentes
principais desse sistema consistem em um filtro de combustível, um acumulador de
alta pressão e os injetores. Este sistema possui também alguns subsistemas essenciais
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MECÂNICA
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MECÂNICA
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MECÂNICA
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• Compressímetros;
• Controle do “Blow-By”;
• Fumímetros.
O mecânico experiente, certamente, saberá o que analisar caso verifique algum des-
ses problemas no motor. Com isso, é possível a realização da manutenção para que o
motor funcione de acordo como indicado para sua saúde e maior vida útil.
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