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Distúrbios de linguagem escrita

 Pq algumas crianças apresentam maiores


dificuldades no desenvolvimento e na aquisição
de linguagem com relação às outras

 Pq alguns indivíduos apresentam dificuldades na


aprendizagem de leitura e escrita apesar de não
demonstrarem déficits intelectuais?

 Como avaliar e tratar alterações que variam


tanto de uma pessoa para outra?
variação

 Conhecimento dos aspectos da


normalidade

Produto dos cinco pilares da modernidade


(indivíduo sintonizado com estes pilares é
considerado normal)
Frei Betto, 2000
Dados atuais

nº elevado de cças com dificuldade

estudos mais direcionados ao processo de


“não- aprendizagem”
Criança inserida na escola

Aprendem que as unidades da fala podem


ser representadas por correspondência na
língua escrita

Surge a necessidade da consciência


fonológica
As pesquisas indicam a interação de vários
fatores que produzem os transtornos de
aprendizagem

Genéticos / Neurológicos

 Pedagógicos
 Psicológicos
 Culturais
 Socioeconômicos
Desmotivação

Insucesso escolar  círculo vicioso


Baixo
rendimento

desmotivação Sente-se
incapaz

Evita situações
Baixo desempenho escolar não significa,
necessariamente, uma dificuldade de aprendizagem

Pais e professores atentos a essa característica

Pode ser sinal para detecção precoce e/ou


prevenção
 Distúrbio específico de leitura:

 Processo de desenvolvimento e aprendizagem


comprometido apenas na fase escolar
 Defasagem do desempenho esperado nas
habilidades de leitura e escrita em relação ao
seu nível intelectual
 Distúrbios de aprendizagem:

 Presença de disfunção neurológica como fator


desencadeante
 Atenção aos sinais no desenvolvimento da
linguagem da criança – pré-escolares –
Problemas de comportamento em sala de aula
e
Mudanças no humor em casa

1ºs sinais de problema de aprendizagem

Criança qualificada como: teimosa, preguiçosa,


insensível, irresponsável e não colaborativa.
Basear-se na motivação:
Terapia
Aconselhamento profissional
Intervenção escolar

O aluno deve crer na própria capacidade para


ter sucesso

Ressaltar as qualidades - buscar opções


criativas e motivadoras
Avaliação

Dockrell e McShane (2000)


Processo de avaliação e diagnóstico:

1. Se a dificuldade de aprendizagem existe de


fato
2. Que dificuldade é essa
3. Por que essa dificuldade existe
4. Quais as diferenças entre essa dificuldade e as
demais vividas pelas outras crianças
Hipóteses gerais da escrita

 Pré-silábica:
◦ não estabelece vínculo entre a fala e a escrita;
◦ usa desenhos e rabiscos para escrever;
◦ demonstra intenção de escrever através de traçado
com formas diferentes;
◦ coisas grandes devem ter nomes grandes, coisa
pequenas devem ter nomes pequenos;
◦ letras e números na mesma palavra;
◦ pode conhecer ou não os sons de algumas letras
ou de todas elas; - faz registros diferentes das
palavras modificando a quantidade e a posição e
fazendo variações nos caracteres;
 Silábica:
◦ Já supõe que a escrita representa a fala;
◦ Tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras;
◦ Pode ter adquirido, ou não, a compreensão do valor
sonoro convencional das letras;
◦ Já supõe que a menor unidade da língua seja a sílaba;
◦ Supõe que deve escrever tantos sinais quantas forem
as vezes que mexe a boca, ou seja, para cada sílaba
oral corresponde uma letra ou um sinal;
◦ Em frases, pode escrever uma letra para cada palavra.

Ex: TOMATE  OAE

2º período  esta fase dura poucos meses


 Silábico-alfabético:
◦ Inicia a superação da hipótese silábica;
◦ Compreende que a escrita representa o som da
fala;
◦ Combina só vogais ou só consoantes, fazendo
grafias equivalentes para palavras diferentes.
Ex: TIAO para Tiago;
◦ Pode combinar vogais e consoantes numa
mesma palavra, na tentativa de combinar sons.
Ex: kvao para cavalo;
◦ Passa a fazer uma leitura termo a termo (não
global).
 Alfabética:
◦ Compreende que a escrita tem uma função social: a
comunicação;
◦ Compreende o modo de construção do código da
escrita;
◦ Compreende que cada um dos caracteres da escrita
corresponde a valores menores que a sílaba;
◦ Conhece o valor sonoro de todas as letras ou de
quase todas;
◦ Pode ainda não separar todas as palavras nas
frases; - Omite letras quando mistura as hipóteses
alfabética e silábica;
◦ Não tem problemas de escrita no que se refere a
conceito;
Rotas de leitura

Rota Fonológica :
◦ conversão grafema-fonema, envolvendo
a procura de pronúncias para palavras
não-familiares e pseudopalavras
(formadas por uma combinação de
fonemas ou grafemas que não existem no
léxico de uma língua) de uma forma
serial, traduzindo letras ou grupos de
letras em fonemas, através da aplicação
de regras.
Rota Lexical:
◦ geralmente utilizada por leitores adultos, as
representações de milhares de palavras
familiares são armazenadas em um léxico de
entrada visual, que é ativado pela apresentação
visual de uma palavra. Isto é seguido pela
obtenção do significado a partir do sistema
semântico (depósito de todo o conhecimento
sobre os significados de palavras familiares) e,
então, a palavra pode ser articulada.
◦ Pessoas que utilizam apenas esta rota têm
pouca ou nenhuma dificuldade em pronunciar
palavras familiares, entretanto, encontram muita
dificuldade com palavras relativamente não-
familiares e pseudopalavras.
Ex de rota lexical:
35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4
M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3
F4Z3R
CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O!
NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45
N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O
CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M
PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3
F1C4R
B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3
M3R3C3!
P4R4BÉN5!
Cuidados a serem tomados para avaliação confiável:

 Ter consciência das variáveis que podem


influenciar o desempenho em determinada tarefa
 Aplicar programas que considerem: as exigências
da tarefa; o comportamento e habilidades
cognitivas; e o contexto no qual a intervenção
ocorrerá
 Verificação da compreensão das atividades e
ordens como pré-requisito.
Avaliar a linguagem em seus níveis:

 Fonológico – lgm oral  lgm escrita


 Morfológico – formação das palavras
 Sintático – formação e organização de
frases
 Semântico – compreensão de frases e
textos
Anamnese

 Informações da história do paciente e sua família

 Experiência educativa – que tipo de exigências e


de auxílio a criança obtém da escola e da família

 Grau de responsabilidade

 Desenvolvimento em geral

 Problemas visuais ou auditivos


Realizada com o próprio paciente
responsável
professor

Importante comparar como a criança é vista e


como o outro caracteriza ela
 Onde há coisas para ler?

 Para que serve saber ler?

 Para que queres aprender a ler e escrever?

 O que é que se pode fazer quando se sabe ler? O


que tu poderás fazer quando souberes ler?
Quando já souberes ler, o que gostarias de ler?
Quanto tempo tu achas que uma pessoa leva para
aprender a ler e escrever?

 O que tem escrito numa carta, bilhete, livros,


cartazes, jornais?
Testes de leitura

Ler : ato de dar sentido ao que está


escrito, não apenas decodificar palavras e
sons

interpretação de sinais gráficos que


uma comunidade convencionou

Tirar conclusões utilizando as


informações fornecidas
 Considerar:
◦ Decodificação de sílabas complexas, palavras
e pseudopalavras
 Bano  Alanare
 Zure  Paresta
 Dapel  Cratilo
 Varpa  Azercico
 Tapi  Sanverca
 Truga  Nefoxosa
 Toxe  Arquistro
 Fetre  Crafissoca
 Mosferata
 Arfa
 Tonchafe
 Cifo
(Salles, 2001; Salles e Parente, 2002)
 Observação das leituras silenciosa e
oral

◦ Reconhecimento de palavras e
compreensão
◦ Velocidade
◦ Tipos de erros
◦ Movimento dos olhos e cabeça
 Conhecimento de letras pelo nome e pelo som:
mostrar caixa com todas as letras e perguntar
quais conhece e que diga o nome e o som
correspondente

 Apresentar fichas separadas e perguntar: O que


está escrito aqui?
 Apresentar desenhos abaixo dos quais
estarão escritas palavras ou frases – leitura
com imagem

 Analisar o realismo nominal- extensão da


palavra- As palavras que vou te dizer têm
muitas ou poucas letras? (formiga, boi, mar,
mosquito, céu) Por quê?
(Démont adaptada por Moojen et al, 2003)

contagem lexical: Dizer frases e a criança diz


quantas palavras.
 A cama.
 A borboleta voa.
 Um buquê de rosas.
 Meus sapatos.
 Sobe na cadeira.
 Preciso comprar muitos pregos.
 Saí depressa daquele lugar.
 Maçã com casca.
 Correu muito.
Julgamento e correção gramatical – A criança
deve dizer se a frase está correta. Se disser que
sim perguntar se não há um jeito melhor de dizer.

 Joana veste sua casaco.


 Pedro saíram de casa.
 Água gelada quero.
 Gosto de comer pêssegos maduros.
 João não gostou do que eu disse.
 A Escola muito longe é.
 Eu fui passear no São Paulo.
 Está o quente leite.
A criança deve corrigir a frase ouvida (agramatical e
assemântica).
 O açúcar é salgada.
 Beti saiu seco da piscina.
 O surdo ouviu uma história engraçado.
 O careca cortou a franja bem curtinho.
 Quando faltou luz o menina foi ver televisão.
 Paulo foram no sapateiro comprar pão.
 O sol iluminou a noite escura naquele inverno.
 O menino e o cachorro calçaram suas sapatos.
 Como chovia muito, Cláudio jogou-se na rio para não
se molhar.
 Joãozinho tem em casa dois gatos, um cachorra e
um leão.
Testes de escrita

Tarefas de ler e escrever  extremamente


interconectadas

O ato de escrever implicar em TER o que


escrever  conhecimento linguístico, de
mundo, das vivências e experiências,
internas e externas.
Escrita memória

requer resgate da memória de


curto e longo prazo

Fornece recursos para os estágios da escrita:


◦ Planejamento, combinação e desenvolvimento
de ideias
◦ Geração de frases, controle da coerência e
coesão
◦ Revisão do texto
Para avaliar a escrita utilizar:

 Ditado balanceado e padronizado com posterior


análise quantitativa e qualitativa dos erros

 Análise da produção textual para avaliar


coerência, coesão, uso de pontuação,
concordâncias nominal e verbal e ortografia

 Pode ser realizada uma análise de cópia do


texto, no máximo de 5 minutos de duração, para
observar distância texto-olhos, velocidade, tipos
de erros, qualidade do grafismo e postura

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