Este documento resume os principais resultados de uma revisão sistemática sobre a síndrome de burnout em profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-19. A revisão encontrou altas taxas de burnout entre profissionais, especialmente enfermeiros e mulheres. Trabalhar diretamente com pacientes com Covid-19 e medo de infectar a família aumentaram o risco de burnout.
Este documento resume os principais resultados de uma revisão sistemática sobre a síndrome de burnout em profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-19. A revisão encontrou altas taxas de burnout entre profissionais, especialmente enfermeiros e mulheres. Trabalhar diretamente com pacientes com Covid-19 e medo de infectar a família aumentaram o risco de burnout.
Este documento resume os principais resultados de uma revisão sistemática sobre a síndrome de burnout em profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-19. A revisão encontrou altas taxas de burnout entre profissionais, especialmente enfermeiros e mulheres. Trabalhar diretamente com pacientes com Covid-19 e medo de infectar a família aumentaram o risco de burnout.
Nova síndrome viral, causada pelo vírus SARS-CoV-2, que veio a se
chamar Covid-19. A doença se espalhou rapidamente e em março de 2020, a
OMS declarou a instalação de uma pandemia (KONIG et al., 2021). Suspensão dos serviços de rotina, remanejamento de pessoal para funções diferentes do habitual, demandas crescentes, superlotação, e muitas vezes, recursos limitados (DENNING et al., 2020). Estressores para os profissionais de saúde, como o aumento da carga de trabalho, adaptação ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), remanejamento de função, além das preocupações em relação ao vírus, como sua alta morbimortalidade, ausência de tratamento eficaz e do impacto das medidas de distanciamento e isolamento social (GEMINE et al., 2021; ELGHAZALLY et al., 2021). Ao longo da história, eventos traumáticos e condições adversas durante desastres naturais, conflitos e pandemias, causaram graves sequelas psicológicas nas pessoas (DENNING et al., 2020). Em experiências de outros surtos virais, como a SARS, foi evidente que as circunstâncias caóticas afetaram o bem estar físico e psicológico dos profissionais de saúde, com sequelas que perduraram mesmo após a resolução da situação. A experiência com a Covid-19 vem seguindo o mesmo padrão, inclusive de forma mais acentuada, devido à proporção que tomou a doença em todo o mundo (HAWARI et al., 2020). = Tópico: Experiência com outros surtos virais; A pandemia exacerbou um problema já existente no âmbito dos sistemas de saúde previamente sobrecarregados, que há muito tempo submetem profissionais à más condições de trabalho. Cargas de trabalho pesadas e cansaço físico e emocional são fatores de risco para a síndrome de burnout (SB) (GEMINE et al., 2021). Estudos anteriores já relatavam alta prevalência desta entre profissionais de saúde (ELGHAZALLY et al., 2021). SB - Classificação Internacional de Doenças (CID-11), aprovada pela 72ª Assembleia Mundial da Organização Mundial de Saúde. Esta doença compreende três aspectos básicos: I-exaustão emocional; II- Despersonalização, aumento do distanciamento mental da própria obra ou sentimentos de negativismo e cinismo em relação à própria obra; e III – redução da eficácia profissional (OMS, 2019). Escala - Maslach Burnout Inventory (MBI), criada em 1981, (MASLACH e JACKSON, 1981).
2 Objetivos:
2.1 Objetivo geral
Analisar o comportamento da síndrome de Burnout em profissionais da saúde durante a pandemia de Covid-19.
2.2 Objetivos específicos
Descrever o perfil epidemiológico de maior vulnerabilidade dentre os profissionais de saúde que desenvolveram a síndrome de Burnout. Identificar quais profissões evidenciaram maior acometimento da síndrome de Burnout dentre as da área da saúde. Identificar os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento da doença nos profissionais de saúde.
Além das características que definem a síndrome, encontram-se
manifestações como falta de atenção, impaciência, insônia, fadiga, dores de cabeça, entre outros (PERNICIOTTI et al., 2020). Estudos associam a SB com o aumento do abuso ou dependência de álcool, depressão, ansiedade, elevação do risco de doença cardiovascular e obesidade (GEMINE et al., 2021; SERRÃO et al., 2021). A literatura aponta que a etiologia da SB é multifatorial, pressupondo uma combinação de aspectos individuais atrelados às condições e relações no trabalho. A avaliação da presença da síndrome é feita a partir da escala Maslach Burnout Inventory (MBI), constando de 22 itens, cada um pontuando 0 a 6 com base na frequência autorreferida do sentimento tratado em cada item. Em relação à EE, são nove itens pontuando 0-54. Já DP são cinco itens pontuando 0-30. E RP são oito itens, indo de 0-48. Dessa forma, escores resultando em 27 ou mais de EE, 10 ou mais de DP, e 33 ou menos de RP são fortes indicadores de burnout (WEST, DYRBYE e SHANAFELT, 2018).
METODOLOGIA
O presente estudo foi elaborado sob a forma de revisão sistemática,
acerca da Síndrome de burnout nos profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-19. O estudo seguiu as etapas definidas pelo “Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses” – PRISMA, instrumento utilizado como guia para elaboração dessa variedade de estudo. A busca foi realizada nas bases de dados Medical Literature Analyses and Retrial System Online (MEDLINE) e Literatura latino-americana e do caribe em ciências da saúde (LILACS), via plataforma da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). A pesquisa foi realizada em 02 de Julho de 2021. A estratégia de pesquisa utilizada foi a combinação dos descritores a partir das ferramentas MESH (Medical Subject Headings) e DeCs (Descritores em ciências da saúde): (Burnout Syndrome) and (Health providers) and (Covid- 19 pandemic). A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada pelo JBI – Critical Appraisal Checklist for Analytical Cross Sectional Studies, ferramenta utilizada em revisões sistemáticas que abarcam estudos observacionais transversais (MA et al., 2020). Fluxograma
RESULTADOS
Os artigos foram publicados entre 22 de junho de 2020 e 18 de maio de
2021, e as amostras variaram de 110 a 1961 participantes, gerando ao todo 3411 indivíduos analisados. A população estudada foi de profissionais de saúde que trabalharam em serviços com ou sem contato direto com os pacientes portadores de Covid-19, durante a pandemia, como detalhado na tabela 1. Os estudos analisados foram desenvolvidos em diferentes centros de várias partes do mundo. Todas as pesquisas foram de caráter observacional transversal, como o proposto por essa revisão
A prevalência da síndrome apresentou variações entre os
diferentes estudos, sendo de 6% em Elghazally et al., 31,4% em Matsuo et al., 43,4% em Torrente et al. e superior a 50% em Orrú et al. Os demais estudos não quantificaram a prevalência da síndrome na população estudada. Na tabela 2, foi realizada a descrição quantitativa em porcentagem de profissionais que pontuaram nas categorias de sintomas da escala MBI nos estudos de Orrú et al., Torrente et al., Lasalvia et al. e Elghazally et al. Os estudos de Matsuo et al. e Zerbini et al. não quantificaram esses valores. O primeiro apenas apresentou a prevalência, enquanto o segundo utilizou a escala MBI para correlacionar a síndrome de Burnout com os fatores de risco e outros transtornos como ansiedade e depressão através de análise estatística de dispersão. ACHO MELHOR COLOCAR A TABELA DAS SUBS. COMO FIZEMOS E COLOCA NO SLIDE OS NÚMEROS DE PREVALÊNCIA DOS QUE TEM, AÍ A GENTE EXPLICA. Torrente et al. trabalhadores da linha de frente (EE 71,4%, DP 69% e RP 61%), outros serviços (EE 28,6%, DP 31% e RP 39%).
Um fator de risco importante de quase unanimidade entre os estudos, foi
o sexo feminino. Orrú et al., Torrente et al., Lasalvia et al. e Matsuo et al. observaram maior prevalência de SB nessa população, enquanto os demais não detectaram diferenças significativas entre os sexos. (Torrente, et al., Lasalvia, et al., Zerbini, et al.) o medo de ser infectado era um fato de provável importância no aumento do estresse no trabalho. Lasalvia et al., 64,9% tinham medo de infectar seus familiares ao voltar para casa. os profissionais de saúde que decidiram se mudar de casa para proteger outros membros da família de um possível contágio apresentaram altos níveis de exaustão (EE 46,5%). Torrente et al., observou que 60% dos profissionais pesquisados tinham medo de se infectar no trabalho, 83% tinham medo de aumentar o risco de infecção para suas famílias. Alguns estudos também observaram a maior prevalência da síndrome em profissionais mais jovens e com menos anos de experiência (Torrente, et al., Matsuo, et al., Orru, et al., Elghazally, et al.). Matsuo et al. também observou como fator de risco a menor quantidade de dias de folga por mês, menos horas de sono em relação ao período pré-pandêmico e necessidade de reduzir a carga de trabalho. Um fator destacado por Orrú, et al., foi que trabalhadores em países com políticas mais rígidas de distanciamento social exibiram maiores taxas de cinismo o e menor realização pessoal. Em quatro dos seis artigos (Torrente et al., Lasalvia et al., Zerbini et al., Matsuo et al.) foi demonstrado uma predominância da SB em enfermeiros que trabalhavam com pacientes com COVID-19. No espaço amostral de Elghazally et al., só houve profissionais médicos, e Orrú et al. não comparou as classes profissionais analisadas. Torrente et al. demostrou que médicos e enfermeiros possuem o dobro de risco de desenvolver síndrome de esgotamento em comparação com demais profissionais. Lasalvia et al. demonstrou maior prevalência em médicos residentes, com predomínio do fator de baixa eficácia profissional e o cinismo, seguido de enfermeiros, predominando o esgotamento emocional. Nesse estudo, enfermeiros demonstraram maior risco de exaustão emocional do que médicos. O risco de alto cinismo foi maior para residentes e enfermeiros. Zerbini et al. observou que enfermeiros que trabalhavam em enfermarias de pacientes com Covid-19 relataram níveis mais elevados de esgotamento emocional e níveis mais baixos de realização em comparação com colegas trabalhando nas enfermarias regulares. No questionário aberto do trabalho, foi constatado que 55% dos enfermeiros na enfermaria Covid-19 queixaram-se de tensão no trabalho, enquanto apenas 12,5% na enfermaria regular. Matsuo et al. demonstrou que a prevalência de burnout foi significativamente maior entre enfermeiros, seguido de biomédicos, técnicos radiologistas e farmacêuticos.
Análise Crítica Reflexiva Das Habilidades e Competências Dos Professores Da Educação Profissional Tecnológica No Que Tange Aos Critérios de Seleção e Formação Continuada