Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
1
O conceito adotado aqui para a banda sinfônica compreende, em sua instrumentação, a tradicional banda de
música, assim como nomenclaturas utilizadas regionalmente, tais como banda musical e bandas filarmônicas
(CAMPOS, M. J. A música para Orquestra de Sopros de Heitor Villa-Lobos, dissertação de mestrado, Rio de
Janeiro: UFRJ, 2007).
Orquestra de Cordas
Para a orquestra de cordas, a proposta foi a divisão em 6 níveis, com subdivisões nos
três primeiros, o que totaliza 10 níveis. Com isso, em um primeiro momento, basicamente com
escrita modal, e depois gradualmente a utilização das tonalidades e um aumento dos
elementos definidos pelos parâmetros técnicos, tais como dificuldades rítmicas, saltos,
dinâmicas, escalas, ornamentos, orquestração, entre outros. O propósito das subdivisões foi o
de dar especial atenção para o detalhamento da técnica elementar para o aluno, viabilizando
assim a produção de obras para os primeiros passos na música de conjunto e orientar ao
compositor/arranjador as sutilizas da construção do material artístico/pedagógico.
Quadro 1: Estrutura de classificação por níveis técnicos, para orquestra de cordas:
Nível ½ (0,5) Nível 1 Nível 1,5 Nível 2
Elementar | Muito fácil Muito fácil | Fácil Fácil Fácil | Intermediário
Nível 2,5 Nível 3 Nível 3,5
Fácil | Intermediário Intermediário Intermediário
Nível 4 Nível 5 Nível 6
Intermediário | Avançado Avançado Avançado | Profissional
Orquestra Sinfônica
Para a orquestra sinfônica, a proposta foi o de estabelecer 5 níveis de dificuldade,
compreendendo que o nível 1 não deve ser utilizado, não por não ser possível, mas pelas maior
quantidade de restrições (determinadas tonalidades, tessituras, notas evitadas, ritmos evitados
etc.). Assim, ficam os níveis de 2 a 6, sendo que a conciliação com a tabela das cordas se dá a
partir do nível 2, equivalente ao nível 2,5 para as cordas, e com restrições nas tonalidades, em
função dos sopros. Isso dá pelo fato de que no nível 2 das cordas, as tonalidades não são
conciliativas com os sopros, pois podem ser utilizadas armaduras de clave com até 4 sustenidos,
mas mesmo o tom de dó maior teria restrição nas tessituras dos violinos.
No nível 2,5 das cordas, as armaduras de claves podem ir de 4 sustenidos a 2 bemóis,
passando por nenhum acidente, e com isso as tonalidades possíveis são Mi maior (E), Lá maior
(A), Ré maior (D), Sol maior (G), Dó maior (C), Fá maior (F), Si bemol maior (Bb), Dó sustenido
menor (C#m), Fá sustenido menor (F#m), Si menor (Bm), Mi menor (Em), Lá menor (Am), Ré
menor (Dm), Sol menor (Gm), além das possibilidades modais (e eventualmente outras
tonalidades possíveis com as notas indicadas). Já para os sopros, o nível 2 apresenta a
possibilidade de se utilizar até 4 bemóis, ou nenhum, mas ainda não tonalidades com
sustenidos.
Na figura a seguir (fig. 1), podemos observar as armaduras de clave possíveis para
cordas, para sopros, e as elisões entre os grupos, o que concilia as armaduras de clave (e
tonalidades) para a orquestra sinfônica.
Com isso, a conciliação para orquestra sinfônica se dá pelo nível 2,5 para cordas e 2 para
sopros, delimitando as tonalidades em Dó maior, Fá maior, Si bemol maior, Lá menor, Ré
menor, Sol menor, além das possibilidades modais. Situação similar para o nível 3 para a
sinfônica, o qual é equivalente a junção do nível 3 e 3,5 para as cordas, e segue o mesmo padrão
dos sopros, com o nível 3. Nesse caso, a delimitação das tonalidades estabelecem como
possibilidades os tons de Dó maior, Fá maior, Si bemol maior, Mi bemol, Lá menor, Ré menor,
Sol menor, Dó menor, além das possibilidades modais. No nível 3 para orquestra sinfônica ainda
não se recomenda a utilização de tonalidades com sustenidos, e no nível 4, somente 1
sustenido (tonalidade de Sol maior ou Mi menor).
Quadro 2: Estrutura de classificação por níveis técnicos, para orquestra sinfônica:
Nível 2 Nível 3
Fácil | Intermediário Intermediário
Equivale ao nível 2,5 para cordas e 2 para banda Equivale ao nível 3 e 3,5 para cordas e 3 para banda
Nível 4 Nível 5 Nível 6
Intermediário | Avançado Avançado Avançado | Profissional
Com isso, podemos definir as tonalidades para a orquestra sinfônica nos níveis iniciais como:
Informações adicionais:
Quadro 3: Estrutura de classificação por níveis técnicos, para banda sinfônica / banda de
música:
Nível 1 Nível 2 Nível 3
Fácil Fácil | Intermediário Intermediário
Nível 4 Nível 5 Nível 6
Intermediário | Avançado Avançado Avançado | Profissional
Outras referências para a escrita para banda sinfônica, de acordo com a Tabela de Nível
Técnico de Repertório, podem ser consultadas no Pequeno Guia Prático para o Regente de
Banda, lançado pela Funarte em 2008, e que pode ser acesso pelo link:
https://www.funarte.gov.br/wp-content/uploads/2015/08/Guia-para-o-Regente-de-
Banda.pdf
O estudo a seguir está em construção e representa a base para a preparação da Tabela
de Parâmetros Técnicos para Instrumentos de Cordas, que se direciona às obras para orquestra
de cordas. As análises e ajustes de informações foram feitas pelas professoras Simone dos
Santos e Carla Rincón, com revisão e consolidação pelo prof. Marcelo Jardim.
NÍVEL 2 – ORQUESTRA SINFÔNICA
Dificuldade: Fácil/Intermediário
Indicação: Segundo e terceiro anos de estudo. Peças musicais para grupos de alunos entre iniciantes e
intermediários, que já demonstram experiência em tocar juntos e estão já familiarizados com a
linguagem da orquestra sinfônica. Ênfase nas habilidades musicais básicas, mas já antevendo
possibilidades técnicas mais desenvolvidas.
Armadura de clave: Armadura de clave possível, com nenhum ou 1 a 2 bemóis, de acordo com as notas
indicadas para cada instrumento.
Tonalidades: maior (C, F, Bb), menor (natural, Am, Dm, Gm), modal e outras tonalidades possíveis com
as notas indicadas.
Métrica: 2/4, 3/4, 4/4, 6/8, 9/8, 12/8, 2/2 (estruturas básicas)
Tempo/andamento: Andante moderato (72 - 100), alteração agógica (accel., rit., rall.) e allegro
moderato (102 a 112), com o devido cuidado com a rítmica. Pode-se utilizar fermata e suspensão.
Figuras de nota e de pausa: variação rítmica com as síncopas, ritmos pontuados e 4 semicolcheias na
mesma nota. Colcheias ligadas em terças e semínima pontuada com colcheia. Atenção à aplicação das
figuras quando não forem notas repetidas ou graus conjuntos (intervalos de difícil digitação).
Ritmo: variações, ritmos pontuados e sincopados, com colcheia e semínimas e colcheia e semicolcheias.
Pode-se utilizar o contratempo, de forma comedida.
Dinâmica: p, mp, mf e f, cresc. e decresc. Inicio da utilização de mudanças súbitas de dinâmica, com
cuidado, e também do fp.
Articulação: Indicação de arco e pizzicatto, com sinais para baixo e para cima, cesura, stacatto, legatto,
tenuto. As indicações de articulação, com acentos e fraseado, podem ser regulares e com variedade.
Duas semínimas em grau conjunto com ligadura, com ou sem articulação. Notas duplas com dedos
apenas em uma das cordas, ou duplas em cordas soltas com semínimas, 2 colcheias ou 4 semicolcheias.
No geral: notas acentuadas, ligadas, staccato.
Ornamentos: Apoggiatura simples (de uma nota), utilização de trinados, pizzicato de mão esquerda com
corda solta.
Orquestração: Escalas e arpejos utilizados de forma mais constante, avanços com mais de uma
possibilidade de posições de dedos, para os violinos. A musicalidade e a percepção auditiva tornam-se
elementos mais importantes aqui. Linhas contrapontísticas independentes, escrita para 2 trompas.
Duração: Peças entre 2 a 5 minutos de duração; em caso de ser suíte, sugestão de 3 a 4 movimentos.
Possibilidade de estruturar outras formas, com abertura com temas contrastantes, fantasia ou rapsódia.
Pode-se utilizar o ritornello.
Extensão/Tessitura: a indicação das notas para cada instrumento apresenta o que é possível ser utilizado
para a composição das obras; isso se soma a todas as informações dispostas nos itens anteriores. É
sempre importante o compositor buscar a compreensão do aluno nesse estágio, e saber para onde esse
aluno precisa ser conduzido. Pequenas variações podem ocorrer, desde que o desafio seja discutido
com o aluno e indicado para o seu nível, e que ele saiba como poderá resolver tal questão.
Considerações: Escrita de nível intermediário, com material musical já com pequenos desafios, em
métricas simples e compostas, tonalidades acessíveis e tempos cômodos e rápidos. A realização técnica
e a musicalidade já precisam ser aspectos importantes nesse nível. Utilizar com parcimônia as síncopas.
Nesse nível pode ser feita a utilização de cromatismo, ainda que cuidadosa. Manter, no geral, os
melhores registros (tessitura) para os instrumentos.
NÍVEL 3 – ORQUESTRA SINFÔNICA
Dificuldade: Intermediário
Indicação: Terceiro e quarto ano de estudos. Como avanço em relação ao nível anterior, as obras
musicais podem apresentar maiores desafios - e devem ser destinadas a alunos com 3 anos de
experiência ou mais. É importante lembrar que o que torna um repertório mais desafiador não é a
complexidade crescente, e sim a forma como os elementos da peça musical se comportam, quando
analisados pelo conjunto dos parâmetros de classificação. Neste nível são apresentados alguns
elementos que, isoladamente, já agregam maiores desafios, sem contudo se distanciar tanto do nível
anterior - que pode apresentar dificuldade igual, caso não haja atenção nas escolhas e nas decisões
composicionais.
Armadura de clave: Armadura de clave possível, com nenhum acidente ou até 3 bemóis, de acordo com
as notas indicadas para cada instrumento.
Tonalidades: maior (C, F, Bb, Eb), menor (natural, Am, Dm, Gm, Cm), modal e outras tonalidades
possíveis com as notas indicadas.
Métrica: 2/4, 3/4, 4/4, 6/8, 9/8, 12/8, 2/2, 5/8, 7/8 (com padrão regular, sem variação)
Tempo/andamento: Lento e adágio (52 a 71), andante moderato (72 - 100), alteração agógica (accel.,
rit., rall.) e allegro (102 a 120), desde que haja cuidado com a rítmica. Pode-se utilizar fermata e
suspensão.
Figuras de nota e de pausa: Todas as figuras de notas anteriores, com acréscimos de combinações e
variações, com síncopas, contratempo, com colcheias e semicolcheias. Cuidado na utilização das figuras
quando não forem notas repetidas ou graus conjuntos (intervalos de difícil digitação).
Ritmo: maior utilização das síncopas (com ou sem pausas), com colcheia + semínima e semicolcheia +
colcheia (por graus conjuntos ou com saltos intervalares) - e semínimas ou colcheias ligadas em
síncopas. Quiálteras (notas diferentes em semínimas e, preferencialmente, mesma nota em colcheias)
e ritmos pontuados podem ser mais utilizados também, além de 4 semicolcheias juntas com ligadura,
em notas diferentes (graus conjuntos), mas sem articulação e contratempo com colcheias.
Dinâmica: pp, p súbito, mp , mf, f, ff, cresc. e decresc. Utilização de mudanças súbitas de dinâmica e
também do fp, sfp e sf.
Articulação: Articulações dos níveis anteriores e, simultaneamente, mais de uma articulação, em naipes
diferentes. Ligaduras em grupos de 4 semicolcheias, dispostas em graus conjuntos, mas não simultânea
com stacatto. Na mudança de corda, optar pela nota grave em primeiro lugar, no tempo forte.
Ornamentos: Como acréscimo a todas as possibilidades dos níveis anteriores, pode-se utilizar trinados
em algumas notas, com finalização, mordentes e grupetos superior e inferior, além das apogiaturas
simples (de uma nota). Pode-se utilizar notas duplas gerais, acordes diversos e harmônicos naturais.
Para os sopros, trinados com notas de entrada e saída, apogiaturas de 2 ou 3 notas.
Orquestração: O material melódico e rítmico avança em relação ao nível anterior, com possibilidade de
técnicas contrapontísticas (avaliar o grau de dificuldade do contraponto inserido, caso seja realizado),
além de outras técnicas composicionais. Escalas, arpejos e padrões de dedos são expandidos aqui.
Modulações pode ocorrer com maior frequência, quando necessário, e mesmo a utilização de efeitos.
Possibilidade de se utilizar efeitos vocais como bocca chiusa, palavras faladas, pequenos trechos
cantados ou cantarolados. Cuidado com as tessituras. Para os sopros: instrumentação expandida, alguns
solos para oboé e trompa. Divisão por naipes, com maior independência. Solos com apoio. Percussão
mais exposta. Incluir piano.
Duração: Como no nível anterior, peças curtas de dois a oito minutos. A sugestão de suítes segue as
mesmas orientações dos níveis anteriores, com pequenos movimentos contrastantes. Pode-se ter aqui
obras com maior duração, de até oito minutos, possibilidade de estruturar outras formas e abertura
com temas contrastantes, fantasia ou rapsódia.
Indicação: Aqui temos o nível intermediário, que já permite uma escrita mais desafiadora, e pretende-
se que essa escrita tenha potencial para abranger alunos que já toquem seus instrumentos há mais de
4 anos. De modo geral, tais alunos têm idade acima de 12 anos. As peças musicais são destinadas a
alunos que demonstram ter habilidades rítmicas bem mais desenvolvidas, com vibrato bem realizado,
e que logicamente venceram as dificuldades do nível anterior.
Armadura de clave: Armadura com até 2# ou 3b, de acordo com as notas indicadas.
Tonalidades: maior ([D], G, C, F, Bb, Eb), menor (natural, [Bm], Em, Am, Dm, Gm, Cm), modal e outras
tonalidades possíveis com as notas indicadas.
Métrica: 2/4, 3/4, 4/4, 3/8, 6/8, 7/8, 8/8, 9/8, 12/8, 2/2, 5/8 e 7/8 (com maior variação entre as métricas,
mas manter as mudanças sempre em andamentos cômodos)
Tempo/andamento: Largo (40) a presto (150), com cuidado para conciliar os andamentos com a melhor
rítmica possível. Todas as alterações agógicas (accel., rit., rall.) e todos os descritores de tempo.
Figuras de nota e de pausa: Todas as figuras de notas dos níveis anteriores, com acréscimo de
combinações e variações, com síncopas, contratempo, com colcheias e semicolcheias.
Ritmo: Ritmos variados com colcheias, semicolcheias, com notas iguais e diferentes (sequencialmente,
em graus conjuntos ou com utilização de intervalos e de ligaduras; 4 semicolcheias juntas com saltos,
semicolcheias com ligaduras até 3 tempos). Síncopas e quiálteras com semicolcheia e colcheia na
mesma nota e em notas diferentes. A escrita rítmica deve ser conciliada com o andamento.
Dinâmica: pp até ff, com variações, cresc. e decresc. (com maior duração), maior utilização das
mudanças súbitas de dinâmica, de fp, sfp, sf, Sffz. Utilização de dinâmicas cruzadas entre os naipes.
Articulação: Todas as articulações dos níveis anteriores. Pode-se usar, de forma simultânea, mais de
uma articulação, em naipes diferentes. Pode-se utilizar ligaduras em grupos de 4 semicolcheias,
dispostas em graus conjuntos. Para os sopros: exigências estilísticas maiores: secco, leggiero, pesante,
portato, frulatto, uso simultâneo de 4 articulações.
Ornamentos: Trinados com apogiatura de entrada em algumas notas e apogiaturas com duas ou mais
notas. Trinado com finalização. Para os sopros: Qualquer uso de apogiaturas, trinados, grupettos e
mordentes, grupettos e mordentes escritos.
Extensão/Tessitura: a indicação das notas extremas para cada instrumento apresenta o que é
possível ser utilizado para a composição das obras; isso se soma a todas as informações
dispostas nos itens anteriores. Utilização de 3 oitavas, com mudança de posição para todos os
instrumentos.
Violoncelo
Duração: Além de obras curtas, pode-se optar também por obras mais longas, de até 15 minutos, com
utilização de formas mais complexas, como aberturas, formas sonatas, fugas, tocatas, rapsódias etc.
Considerações: Escrita de nível intermediário avançado, com maiores possibilidades de utilização dos
principais recursos técnicos. As métricas irregulares e assimétricas podem ser utilizadas mais
livremente, porém mantendo regularidade. As mudanças de tonalidade podem ocorrer de forma mais
constante, e os andamentos podem ser mais rápidos também. Maior utilização das figuras sincopadas.
O cromatismo pode ser utilizado como uma técnica mais constante.
Indicação: O nível Avançado permite uma escrita desafiadora, visto que os alunos apresentam
habilidades musicais sofisticadas e avançadas, com perfeitas condições de execução da grande maioria
do repertório orquestral. A abrangência da escrita para esse nível deve contemplar alunos - e músicos
profissionais - que já toquem seus instrumentos há mais de 6 anos. De modo geral, tais alunos
apresentam idade acima de 15 anos. As habilidades rítmicas também são bem mais desenvolvidas, com
vibrato bem realizado, e que logicamente venceram as dificuldades do nível anterior.
Armadura de clave: Todas as armaduras de clave, com alterações pontuais nas obras, mas com
observância para que armaduras com muitos # e b não estejam em andamentos rápidos, com passagens
virtuosísticas. As dificuldades técnicas para uma obra com muitos # ou b, dependendo dos demais
parâmetros, podem inviabilizar sua preparação em um espaço de tempo padronizado.
Tonalidades: maior (B, E, A, D, G, C, F, Bb, Eb, Ab, Db), menor (natural, G#m, C#m, F#m, Bm, Em, Am,
Dm, Gm, Cm, Fm), modal e outros sistemas (dodecafônico, serial etc.).
Tempo/andamento: Largo (40) a presto (150), com cuidado para conciliar com a melhor rítmica possível,
mas já explorando andamentos rápidos – além de intervalos e passagens mais difíceis. Todas as
alterações agógicas (accel., rit., rall.) e todos os descritores de tempo.
Figuras de nota e de pausa: Todas as figuras de notas, com acréscimos de combinações e variações já
encontradas na grande literatura orquestral mundial, e com todas as possibilidades características da
música brasileira, o que inclui síncopas variadas, com semicolcheias com pausas e notas.
Ritmo: Ritmos variados com semicolcheias, fusas com notas iguais e diferentes, saltos, passagens
cromáticas, síncopas e quiálteras sem restrição. Mudanças de estrutura, regionalismos etc. A escrita
rítmica deve ser conciliada com o andamento.
Dinâmica: ppp até fff, com variações, cresc. e decresc. (com maior duração), maior utilização das
mudanças súbitas de dinâmica, de fp, sfp, sffz, sf. Utilização de dinâmicas cruzadas entre os naipes.
Articulação: Todas as articulações dos níveis anteriores e de forma simultânea; mais de uma articulação
em naipes diferentes. Ligaduras em todo tipo de grupos de notas, dispostas em graus conjuntos ou com
saltos, e também simultaneamente com staccato (staccato preso, com utilização de 4 a 8 semicolcheias
ligadas). Para os sopros: mudanças frequentes, golpes múltiplos de língua, várias articulações usadas
simultaneamente.
Ornamentos: Todo tipo de apogiaturas, trinados, grupetos e mordentes, da forma escrita na partitura.
Maior frequência de utilização, com maior complexidade, quando necessário.
Orquestração: O material melódico e rítmico pode conter maiores desafios, com maior utilização de
técnicas contrapontísticas e composicionais. Podem ser mais exploradas as passagens solísticas, com
virtuosidade, além de maior variedade de timbres. Acordes variados podem ser utilizados, com 3 ou 4
cordas. A ampliação da tessitura geral dos instrumentos amplia igualmente as possibilidades. Solos
múltiplos, texturas transparentes, contraponto independente. Maior exposição dos instrumentos solos
ou em passagens solísticas.
Duração: Além de obras curtas, com níveis diferenciados, de acordo com os critérios de parâmetros dos
níveis anteriores, pode-se optar também por obras mais longas, de 3 a 20 minutos, com utilização de
formas mais complexas, como aberturas, formas sonatas, fugas, tocatas, rapsódias etc.
Extensão/Tessitura: a indicação das notas extremas para cada instrumento apresenta o que é possível
ser utilizado para a composição das obras; isso se soma a todas as informações dispostas nos itens
anteriores. Utilização de 3 oitavas, com mudança de posição para todos os instrumentos.
Considerações: A escrita para o nível 5, considerado avançado, oferece maiores possibilidades de utilização
dos principais recursos técnicos e estilísticos. Métricas irregulares e assimétricas, mudanças de compassos,
mudanças de tonalidades, estilos etc. - são recursos que podem ser utilizados livremente. Este nível é,
basicamente, o que antecede uma escrita para um grupo profissional.
Quadro 7: tessituras dos instrumentos para o nível 3 – orquestra sinfônica
Violoncelo
Indicação: O nível Avançado/Profissional é o estágio que compreende todo o repertório executado pelas
orquestras profissionais, todas as grandes obras dos compositores de todos os tempos. Aqui pode-se
encontrar dificuldades no nível musical, como em uma cantata de Bach, ou dificuldade técnica musical,
como em um ballet de Stravinsky. Entende-se que, neste nível, não há uma recomendação determinada,
pois é a obra livre, com todas as questões técnicas e estilísticas presentes. De modo geral, vamos
encontrar jovens músicos com idade acima de 18 anos, e que já contabilizam mais de 6 anos de estudo
contínuo. O nível 6 requer habilidades musicais altamente sofisticadas e avançadas.
Figuras de nota e de pausa: Todas as figuras de notas, com acréscimos de combinações e variações já
encontradas na grande literatura orquestral mundial, e com todas as possibilidades características da
música brasileira.
Dinâmica: ppp até fff, com todas as variações e detalhamento estilístico. Utilização de dinâmicas
cruzadas entre os naipes.
Orquestração: Liberdade total ao compositor para a organização e elaboração das texturas orquestrais.
Duração: Todos os tamanhos utilizados atualmente, de obras curtas a sinfonias, óperas e ballets, com
mais de 1 (uma) hora de duração.
Extensão/Tessitura: Tessitura indicada nos principais livros de orquestração e ainda efeitos harmônicos
definidos pelo compositor.
Considerações: Aqui encontra-se o padrão de escrita para uma orquestra profissional. A literatura
mundial é o parâmetro a ser seguido.
Referências bibliográficas
ADLER, SAMUEL. The Study of Orchestration. Nova York: Norton & Company, Inc., 3rd. Ed., 2002.
ALLEN, Michael, GILLESPIE, Robert and TELLEJOHN HAYES, Pamela. Essential Elements 2000 for Strings:
Book 1, Violin, Viola, Violoncelo, String Bass. Hal Leonard. 2000.
BAINES, ANTHONY. Brass Instruments Their History and Development, Dover Publications, 1993.
CAMPOS, Marcelo Jardim de. A Obra para Orquestra de Sopros de Heitor Villa-Lobos: Uma Abordagem
a partir da Fantasia em Três Movimentos em Forma de Choros. 2007. Dissertação (Mestrado em
Práticas Interpretativa) – Programa de Pós-Graduação em Música, UFRJ, Rio de Janeiro
COOPER, LYNN G., Teaching Band and Orchestra: Methods and Materials. Chicago, IL: Gia Publications,
2004.
DILLON, Jacquelyn, James KJELLAND, and John O’REILLY. Strictly Strings, A Comprehensive String
Method: Book 1, Violin, Viola, Violincello, String Bass. Alfred Music. 2004.
DVORAK, THOMAS, Best Music for High School Band: a selective repertoire guide for high school bands
& wind ensemble. Brooklyn, NY: Manhattan Beach Music, 1993.
FRUNGILLO, MÁRIO D. Dicionário de Percussão. São Paulo: Editora Unesp – Imprensa Oficial do
Estado, 2003.
GAROFALO, ROBERT J. Improving Intonation in Band and Orchestra Performance. Meredith Music
Publica- tions, 1996.
GORB, ADAM. The Art of Scoring, Journal of the World Association for Symphonic Bands and
Ensembles, 2002.
GAROFALO, ROBERT, BATTISTI FRANK. Guide to Score Study for the Wind Band Conductor. Ft.
Lauderdale, FL: Meredith Music Publications, 1990.
LAUTZENHEISER, TIM, Leadership – Vision, Commitment, Action, Gia Publications, Inc., Chicago, 2006
MILES, Richard, Teaching Music Through Performance in Band. Vol. I. Chicago: Gia Publications, Inc.,
2010.
The Associated Board of the Royal Schools of Music – Qualification, Specification: Music Performance
Grades. Londres: ABRSM, 2020.
The Associated Board of the Royal Schools of Music. Bowed Strings – Syllabus Section 3. Qualification,
Specification: Music Performance Grades. Londres: ABRSM, 2020.
The Associated Board of the Royal Schools of Music. Percussion – Syllabus Section 3. Qualification,
Specification: Music Performance Grades. Londres: ABRSM, 2020.
The Associated Board of the Royal Schools of Music. Woodwinds – Syllabus Section 3. Qualification,
Specification: Music Performance Grades. Londres: ABRSM, 2020.
The Associated Board of the Royal Schools of Music. Brass – Syllabus Section 3. Qualification,
Specification: Music Performance Grades. Londres: ABRSM, 2020.
MCGRATH, Michael. BUDD, Jonathan S. Elementary Strings – Year One to Three Music – Trumbull Public
Schools. Trumbull, Connecticut: 2015.
MCGRATH, Michael. BUDD, Jonathan S. Beginning Strings – Trumbull Public Schools. Trumbull,
Connecticut: 2015.
MCGRATH, Michael. WINSCHEL, Jennifer G., HOLMGREN, Matthew, BUDD, Jonathan S. Intermediate
Strings: Grade 6, 7, 8 – Trumbull Public Schools. Trumbull, Connecticut: 2015.