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Batismo
por

Rev. Nelson Gonçalves de Abreu

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Antes de prosseguirmos nossa abordagem a respeito do batismo, é


necessário que entendamos o significado do nome. Calvino define
batismo da seguinte forma: “Batismo é uma marca do nosso
cristianismo e o sinal pelo qual somos recebidos na sociedade da
igreja, para que enxertados em Cristo sejamos contados entre seus
filhos”. [1]

O grande teólogo de Princeton, Charles Hodge, por sua vez, define


batismo da seguinte forma: “Batismo é um sacramento no qual o
lavar com água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
significa e sela nossa união com Cristo, a participação das bênçãos
do pacto da graça e a promessa de pertencermos ao Senhor”. [2]

A meu ver essas definições se completam e nos dão um


entendimento mais amplo do conceito de batismo que precisamos ter
tanto como sinal e selo, do nosso ingresso no reino de Deus, como
também de uma vida de testemunho a Cristo que necessitamos
constantemente demonstrar por termos sido alcançados, pelo amor
de Deus.

O Batismo testifica a remissão dos pecados.

O texto de Mc16.16 nos deixa claro esse ensino. O batismo serve de


sinal e documento de nossa purificação, ele testifica que fomos
redimidos pelo poder de Deus. A idéia não é a de que o batismo
salva, mas que todos os que são salvos, são confirmados pelo
batismo. Calvino a respeito disso diz o seguinte: “Porque Deus quer
que todos os que crêem sejam batizados para a remissão de
pecados”. [3]

Essa afirmação nos ajuda a entendermos que devemos receber o


batismo como uma promessa de que todo o que crer e for batizado
será salvo.

Testemunho Bíblico.

Vejamos o que Paulo diz em Ef5.26, e também em Tt3.5 e também o


que Pedro ensina sobre isso em 1Pe3.21. Entendamos o seguinte:

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Paulo não quis dizer que nossa purificação e salvação acontecem


com água e que a água em si mesma tenha capacidade para nos
salvar.

O que Paulo está dizendo é que neste sacramento se recebe o


conhecimento e a certeza do dom da salvação como claramente
demonstram essas palavras. Paulo aqui em efeito une a Palavra de
vida com o batismo da água, como se disse-se que por meio do
Evangelho as boas novas nos são dadas, as boas novas da
purificação e da santificação sendo essa boa nova selada pelo
batismo.

O que Pedro faz, é demonstrar figuradamente que a água no texto


referida, é uma representação do sangue de Cristo, que o efeito
mesmo da purificação é o sangue de Cristo que foi derramado sobre
o seu povo, sendo que o mesmo sangue, serve de juízo de Deus
contra os descrentes que se insubordinaram.

Percebam que quando Pedro usa o acontecimento do dilúvio para


fazer um paralelo com o sangue de Cristo vs18, ele nos deixa claro
que as águas que figuravam ou prefiguravam o juízo de Deus sobre
os homens, foram às mesmas águas que salvaram o seu povo
escolhido.

Calvino esclarece interessantemente isso dizendo: “O batismo não


nos promete mais purificação que se fez pelo derramamento do
sangue de Cristo, o qual está figurado na água, pela semelhança que
ele tem com ela de limpar e lavar”. [4]

O Batismo testifica a remissão dos pecados passados e futuros.

Com essa proposição o que queremos dizer é que em qualquer tempo


em que sejamos batizados, somos lavados e purificados de uma vez
por todas. Portanto precisamos ser confortados pelo seguinte;
quantas vezes cairmos, devemos refrescar de novo a memória com o
batismo, e nos assegurarmos na alma, de que nossos pecados de fato
foram perdoados.

Isso não significa que devemos pecar licenciosamente, não ganhamos


licença para pecar o que seria um terrível atrevimento contra o nosso
Senhor Jesus Cristo. Essa doutrina nos dá segurança nos momentos
de canseira e opressão por causa do peso dos pecados para
levantarmos nossa cabeça e prosseguirmos com Cristo na fé cristã,
mesmo nas situações de confusão. Cristo é a remissão dos pecados
passados também Rm3.25.

O Batismo nos mostra a nossa mortificação e nova vida em


Cristo.

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É importante o texto de Rm6.4. Com essas palavras não só nos


exorta a que lhe imitemos, como se dissesse que pelo batismo, somos
admoestados a que seguindo o exemplo de Cristo, morramos para as
concupiscência da nossa carne e a exemplo da justiça de Cristo, de
sua ressurreição, vivamos em justiça e retidão na maneira de
procedermos.

Argumentos parecidos com esse e com a mesma idéia de morte e vida


deve ser visto em Cl2.12, Tt3.5

O Batismo atesta nossa união com Cristo.

O batismo nos dá a garantia e nos certifica de que não somente


somos enxertado na morte e na vida de Cristo, mas também unidos a
Ele de tal forma que nos tornamos participante de todos os seus
benefícios e de todos os seus bens. Deus consagrou e santificou o
batismo no corpo de Cristo Mt3.13, a fim de que nos sejamos comum
com Deus através de um vínculo inquebrantável de união que Ele
estabeleceu conosco por meio de Jesus. Gl3.27.

Calvino colabora conosco dizendo a partir de Gl3.27 o seguinte: “E


assim vemos que o cumprimento do batismo está em Cristo, o qual
por causa disto chamamos objeto do batismo. Não há pois motivo
para estranharmos quando ouvimos que os apóstolos batizavam em
nome Dele At8.16; 19.5, ainda que haviam sido enviados a batizar
em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Porque todos os dons
de Deus que se oferece no batismo se encontram em Cristo
somente”. [5]

Todas as bênçãos da regeneração e o cancelamento dos nossos


pecados e o ingresso na família de Deus são nos dados por
intermédio de Cristo.

O Batismo de João e o Batismo cristão.

Para esclarecer alguma possível dúvida que possa surgir em nós


quanto algumas ambigüidades presentes nesses batismos, quero
afirmar que não há nada de dessemelhante neles. Todos batizam em
nome de Cristo de quem procede a remissão dos pecados. João disse
que Cristo era o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo
Jo1.28-29; através de seu sacrifício, Deus aceitou Sua justiça, ou
melhor a propiciação de justiça sendo Cristo o autor da nossa
salvação.

Não há diferenciação de significado entre o batismo de João e o de


Cristo. Como disse J. Calvino: “Se alguém busca na Palavra de Deus
uma diferença entre o batismo de um e o de outro, a única que
encontrará é que João batizava em nome de alguém que viria, e os

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apóstolos, em alguém que já veio”. [6] Lc3.16; At19.4.

O Batismo não restaura a justiça e a pureza originais.

A importância disso é fundamental para uma melhor compreensão


do que o batismo é, pois o batismo não mexe com a nossa natureza
pecaminosa. Aquilo que herdamos de Adão nosso pai, que é o pecado
original que é perda da justiça original, não pode ser restaurado por
intermédio do batismo.

O pecado original, que é a corrupção e a culpa, estão instalados em


nossa natureza, o que nos faz réus da ira e do juízo de Deus e que
produz em nós aquilo que as Escrituras chamam de obras da carne
Gl5.19. O que devemos reter deste tema, é que somos batizados para
a mortificação de nossa carne; mortificação que começou em nós
desde o batismo, e que temos de prosseguir cada dia; e que será
perfeita somente quando passarmos ao Senhor.

Enquanto vivermos em nosso corpo mortal nossos pecados estarão


conosco mas se tivermos fé na promessa que nos foi dada no
batismo, nossos pecados não serão nossos donos, nem reinarão em
nós.

O apóstolo Paulo falando a respeito disso em Rm6.3, exorta-nos a


permanecermos fieis a Deus e que não deixemos o pecado dominar
sobre nós. Sabendo porém Paulo que somos pecadores e que
podemos fraquejar, o que ele diz é que estamos debaixo da graça e
não da lei 6.14.

Portanto ainda que pequemos não devemos abandonar a fé em


Cristo, em quem fomos batizados e ressuscitamos Ef2.5. E para que
ficássemos consolados definitivamente da grandeza do Senhor e da
não condenação dos que são de Cristo, ele diz e Rm8.1, que para nós
não há condenação.

Rápida abordagem sobre o batismo infantil.

Sei que este assunto é um dos mais polêmicos e mal explicados


assuntos que vemos constantemente surgir dentro da igreja
evangélica de todos os tempo e nações, até mesmo entre os
evangélicos de linha reformada, chamados de evangélicos históricos
há divergências sobre isso.

Portanto aqui tentarei pela graça de Deus fazer uma abordagem


simples e ao mesmo tempo teológica, para tentar dissipar algumas
dúvidas que porventura surjam ou já tenham se alojado no coração
de vocês.

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É fácil de observar hoje dentro da igreja, muitos pais que não tem
convicções a respeito do por quê deveriam batizar seu filhos, e outros
por sua vez, não o fazem por uma questão de tradição familiar e não
de certeza sobre o que fala a bíblia, o que torna o batismo infantil
algo sem sentido e vazio para ambos posicionamentos.

O sacramento batismal, tem cada dia se tornado algo sem nexo no


meio evangélico porque poucos tem sabido ensinar seu propósito, o
que acarreta numa terrível discussão sem relevância tanto para os
que batizam seus filhos e não sabem explicar porque batizaram,
quanto os que não batizam e também não sabem explicar porque
não batizaram. Longe de ser alguma coisa esgotada nesse sentido,
isso é apenas um ensaio sobre o respectivo tema, com a finalidade de
trazer um pouco mais de clareza e fazer o ato sacramental do
batismo, se tornar relevante e inteligível para nós e para a igreja de
Cristo.

A herança da circuncisão.

Não devemos fechar nossos olhos para o seguinte: Cada doutrina


ensinada no NT, tem suas origens, suas raízes no AT. Se você deseja
conhecer melhor a respeito da doutrina do pecado, é necessário ir até
o Gn3, se quiser entender mais abrangentemente a beleza da cruz,
outro referencial são os livros do Pentateuco e os profetas e da
mesma maneira é necessário conhecermos um pouco sobre a
circuncisão para podermos falar do batismo infantil.

Deus salvou a Abraão e em Rm4, Paulo nos explica ali, que Abraão
foi salvo pela graça, mediante a fé, tanto no AT, quanto no NT,
podemos ler que Abraão foi salvo por que creu e isso lhe foi imputado
como justiça Gn15.6; Rm4.9.

Em Gn17.7, Deus chama esta relação de salvação de pacto eterno.


Um pacto de salvação que se realiza de geração em geração. Nesse
pacto eterno feito através de Deus com Abraão e nunca o contrário,
Deus deu um símbolo que foi a circuncisão como marca nessa
relação de pacto Gn17.11.

O símbolo então da relação de pacto entre Deus e Abraão, foi a


circuncisão. Esse símbolo é um símbolo diferente, se tentarmos
entender isso por esse prisma, podemos ver que esse símbolo é um
tanto estranho, mas absolutamente correspondente com aquilo que
Deus queria ensinar por meio dele que é o significado da limpeza que
ele nos passa. Is52.1 tanto incircunciso quanto imundo são
sinônimos o que nos ajuda a afirmar que Deus utilizou um símbolo
externo de limpeza para poder representar uma limpeza espiritual
interior no homem Dt30.6

A idéia de limpeza, purificação era tão forte, que Deus chega a usar a

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palavra circuncisão ao invés de salvação em alguns lugares da bíblia


e de não salvação aos incircuncisos Ez44.9; 1Sm14.6. O fato de isso
acontecer não significa que a circuncisão é quem salva o indivíduo.
Porém ela era vista como um sinal da salvação de Deus aplicada
corretamente na vida de um filho de crente Gn17.12.

O novo símbolo; O Batismo.

Assim como a circuncisão no AT, o batismo, é o símbolo que Cristo


usa para demonstrar essa marca de mudança e limpeza na vida dos
cristãos em o NT, Mt28.19

John Sartelle, nos dá uma ajuda muito útil para entendermos


porque Deus usou a água como símbolo de limpeza: “Podemos
entender facilmente por que Deus escolheu a água como símbolo.
Porque é um agente universal de limpeza. Ninguém esperaria que o
pó, as folhas, ou o suco de frutas significasse limpeza. Assim, Deus
escolheu este agente de limpeza universal como um símbolo de
pureza espiritual”. [7]

Podemos com toda a certeza dizer que as manchas do pecado foram


removidas do nosso coração interiormente pelo batismo, e que o
batismo com água deixa claro essa certeza. A importância do
batismo é fundamental não somente no seu sentido simbólico, mas
também, em seu sentido realístico. O batismo significa ter sido
separado para viver uma vida santa, da mesma maneira que as
pessoas e os utensílios eram ungidos com água e óleo e separados
para o uso sagrado no AT, assim também a pessoa é ungida e
separada para a santidade Gl3.27.

Circuncisão e Batismo: Promessas, figuras e fundamento sãos os


mesmos.

A partir desse subtópico, quero poder tentar esclarecer mais


dilatadamente a idéia que trata de dois símbolos que tem o mesmo
significado para tanto é necessário que prestemos a atenção às
diferenças e conveniências existentes entre os dois sinais e o que
podemos aplicar um do outro.

Quando o Senhor ordenou a circuncisão a Abraão Ele disse que seria


o Deus dele e de sua descendência declarando-se o Senhor Todo
Poderoso e mostrando também a abundância de todas as suas
bênçãos procedentes dele e que seriam dadas também aos seus
descendentes Gn17.7-10.

Nas palavras de Deus a Abraão, se contém a promessa da vida


eterna, que deveria ser confirmada pela circuncisão, que marcaria,
selaria a remissão de nossos pecados também com o simbolismo de

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mortificação e início de uma nova caminhada com Deus.

Quando olhamos para o batismo no NT, um símbolo que como vimos


anteriormente é purificador, vemos a promessa de vida eterna, que
deveria ser confirmada pela obediência ao realizar o ato simbólico,
que marcaria e selaria a remissão dos pecados com o simbolismo de
mortificação e início de uma nova caminhada com Deus, e mais com
a explicita verdade de santificação presente nos dois atos Mc16.16.

O Reformador de Genebra nos presta um esclarecimento que


considero de suma importância ao que está sendo dito: “A promessa
no qual temos dito consiste a virtude dos sinais, é a mesma em
ambos: eles falam; da misericórdia de Deus, da remissão dos
pecados e da vida eterna. A coisa significada é sempre a mesma: A
nossa purificação e mortificação. O fundamento em que essas coisas
se apóiam e o cumprimento dessas coisas também são os mesmos.

Por conseguinte, se segue que não há diferença alguma entre o


batismo e a circuncisão em quanto mistério interior, no qual consiste
toda a essência dos sacramentos... A única diferença se refere às
cerimônias externas que é o menos importante nos sacramentos
posto que a consideração principal depende da Palavra e da coisa
significada e representada.

Podemos então concluir que tudo quanto pertence a circuncisão,


pertence ao batismo exceto a cerimônia externa e visível. A esta
dedução nos encaminha toda a Escritura a qual se deve medir e
pesar conforme a analogia e proporção da fé Rm12.3,6”. [8]

Com isso podemos afirmar que a idéia de pacto é a idéia que permeia
toda a Escritura Sagrada, sendo que Deus fez um pacto com Adão e
sua família, pois Adão como representante do povo, agia em nosso
lugar e também no lugar de seus familiares mais próximos. Quando
Adão pecou Deus confirmou seu pacto com Noé, e depois com
Abraão, sendo que com este Deus instituiu a circuncisão como sinal
deste pacto feito com ele e sua família, seus filhos, o que é chamado
de pacto da graça pelos reformadores, esse pacto não muda, o que
muda são os simbolismos dele, mas não ele.

Isso ressalta a profundidade com que Deus trata seus filhos e os


filhos de seus filhos com quem Ele estabelece relações e as ratifica
com o sinal do pacto.

Crianças no Pacto da Graça no AT

Quando Deus instituiu a circuncisão como sinal do pacto da graça


feito com Abraão no AT, eles foram todas circuncidadas, fato que se
não fosse realizado, estaria demonstrando que elas não faziam parte
do povo de Deus.

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É preciso entender que esta aliança que Deus fez com Abraão,
chamada de pacto da graça é a implementação histórica de uma
aliança eterna que nunca é destruída e nem desfeita. Obs: A aliança
com Abraão não passou é aliança eterna. Paulo Anglada diz o
seguinte a respeito disso: “As ordenanças, os símbolos dessa aliança,
mudaram: primeiro só a circuncisão; depois foi acrescentada a
páscoa, e depois ambas foram substituídas pelo batismo e pela ceia
do Senhor. Mas a aliança é a mesma”. [9]

A perspectiva de Paulo em Gl3.17,demonstra que a lei de Moisés não


pode invalidar a aliança com Abraão ou seja; uma aliança já
anteriormente confirmada por Deus, a lei que veio quatrocentos e
trinta anos depois não a pode ab-rogar, de forma que venha desfazer
a promessa. A aliança em o NT, não é uma outra aliança
recentemente estabelecida que anulou a aliança feita com Abraão;
mas a mesma aliança renovada por aquele que é o Mediador da
aliança, que é o Senhor Jesus. Gl3.27,29. A palavra usada não é
neuoa, mas kainoua, como em novos céus e nova terra, não outros
céus e outra terra, mas céus e terras renovados.

O fato é que a igreja é a mesma. Somos membros de um mesmo


corpo. Somos a comunidade do pacto, somos os verdadeiros filhos de
Abraão, descendentes dele por fé. A salvação não mudou, a salvação
é pela fé, o mesmo modo da salvação que alcançou os crentes em o
AT.

As promessas também não mudaram, a crença é no Messias desde


os tempos do AT, Rm4.1-17, porque então os filhos dos membros da
nova aliança deveriam ser excluídos da comunidade do pacto, da
igreja visível? Por que lhes negar o selo do pacto, que é o batismo?

Crianças e o pacto da graça no NT.

O NT exclui as crianças da condição de beneficiárias do pacto da


graça? Não, em nenhum lugar do NT os filhos dos que pertenciam à
aliança foram excluídos. Ao contrário, o que há são, afirmações
explicitas de que continuam incluídos.

Vejamos o que o Senhor Jesus fala a esse respeito em Lc18.16. Pedro


também tem opinião clara sobre isso, o apóstolo Paulo reconhece a
posição dos filhos de crentes como Santos quando um dos pais é
crente ao menos 1Co7.14.

Há alguns exemplos implícitos de sua prática em vários lugares de o


NT. AT16.14,15; At16.30-33; 1Co1.16.

Os pais da igreja de um modo geral sempre aceitaram o batismo


infantil como uma prática vinda desde os tempos apostólicos e pelo
menos 9 dentre 12 pais da igreja, o aceitaram foram eles: Justino

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Mártir 130, Irineu 180, Orígenes 230 e posteriormente Agostinho.

A argumentação é muito maior e forte para quem aceita essa prática


do que para aqueles que não a vêem com bons olhos. Se por um lado
os opositores a essa doutrina dizem não haver exemplos explícitos
disso em o NT, também não há a menor referência a batismos de
adultos nascidos e criados em lares cristãos.

Calvino usa o seguinte argumento: “O Senhor disse expressamente


que a circuncisão que se administra às crianças lhe servirá de
confirmação do pacto que temos exposto. Se pois, o pacto permanece
sempre o mesmo, é de todo certo que os filhos dos cristãos não são
menos participantes dele do que foram os judeus do AT. E se
participam da realidade significada, por que não lhes a de ser
comunicado também o sinal”. [10]

Portanto o batismo infantil é bíblico e não podemos negar ou passar


desapercebidos a esse fato que é tão importante para a edificação
dos membros,para o conforto de saber que nossos filhos pertencem
ao pacto e traz sobre nós pais, a responsabilidade de ensinarmos os
nossos filhos no caminho do Senhor.

Quero encerrar este assunto contra argumentando uma pergunta


que parece ser o forte dos que não aceitam o batismo infantil. Eles
dizem o seguinte: As crianças não preenchem as condições
necessárias para serem batizadas que é; o arrependimento e fé.

O terrível desse argumento é que se usado dessa forma, ele não


somente exclui as crianças do batismo, como também do céu.
Observemos o texto de Lc13.3 e também o de Jo3.18. Mas Cristo não
os excluiu e nem mesmo os que fazem essa objeção os excluem.

Sobre isso Paulo Anglada diz o seguinte: “O argumento é valido


apenas para os adultos que podem exercer fé, mas não para
crianças. A bíblia também diz: ‘Quem não trabalha não coma’. E as
crianças? Devemos deixa-las com fome, porque não podem
trabalhar”. [11]

Esse argumento é válido também ao AT, onde as crianças não


podiam nem se arrepender ou exercer fé, mas não foram excluídas de
receberem o sinal do pacto nelas mesmas.

O Modo do Batismo e seu Simbolismo.

Os nossos irmãos tanto os batistas quanto os pentecostais, insistem


na imersão como a forma legítima do batismo, tentaremos
rapidamente compreender algumas coisas que nos esclareça melhor
esse posicionamento.

A argumentação deles é baseada em Rm6.3, e também em Cl2.12, no

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entanto esses textos não estão aqui para argumentar favoravelmente


de como devemos realizar o batismo, mas que nós estamos tão
indestrutivelmente unidos a Cristo, que a morte de Cristo pelo
pecado dos homens, deve ser a nossa própria morte para uma vida
de pecados, que o ressuscitar de Cristo para uma vida incorruptível,
deve ser o marco do nosso ressuscitar para uma vida pura e santa
diante de Deus.

Mesmo porque, se assim não fosse e o texto estivesse se referindo a


uma forma batismal, deveríamos para que ela tivesse validade, ficar
3 dias embaixo d’água o que jamais suportaríamos, pois foi esse o
tempo em que Cristo ficou sepultado.

O texto não está falando de modo como se deve batizar, e sim da


simbologia do batismo, que está no lavar, na purificação pela
lavagem de água, na ação purificadora do Espírito Santo, o qual nos
separada da impureza e nos une a Cristo e não no modo como essa
lavagem é efetuada.

Usos da palavra batizar.

Nas quatro vezes em que a palavra batizar, baptiuzis, aparece na


Septuaginta em todas às vezes, o verbo pode ser traduzido por lavar,
mas nem todas pode ser traduzida por imergir. EX: Dn4.33, Lv6.28,
2Rs5.14, e neste último texto onde a imersão parece ser provável, o
propósito é claramente a lavagem como símbolo de purificação como
os vs 10,12,13, indicam.

No AT, freqüentemente os ritos de purificação eram por meio da


aspersão do sangue ou da água e nunca por imersão no sangue e na
água. Textos como Nm19.9, 13 e 20 nos ajudam nessa compreensão.

Observemos agora alguns textos no NT, que poderão nos ajudar a


esclarecer ainda mais essa perspectiva. Mc7.2-5.

E vendo que alguns dos discípulos dele comiam o pão com as mãos
impuras, isto é, por lavar (acsniuptoia) pois os fariseus e todos os
judeus, observando a tradição dos anciãos, não comem sem lavar
(niutsntai) cuidadosamente as mãos; quando voltam da praça não
comem sem se aspergirem (baptiuszntai); e há muitas outras coisa que
observam, como a lavagem (baptsmonua) de copos, jarros e vasos de
metal e camas, interpelaram-no os fariseus e os escribas: Por que
não andam os teus discípulos de conformidade com a tradição dos
anciãos, mas comem com as mãos por lavar (koinaiãã-impuras)?

Em Hb9.10,13,19 e 21 fala de abluções (baptismoiãã) de aspergir


cinzas e sangue com vistas a purificação religiosa. Há muitos outros
textos que serviriam mais para fortalecer a idéia de aspersão pela
bíblia toda do que como querem afirmar os batistas e os pentecostais

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de que seria por imersão. Ver At2.37-41, At8.26-40, At9.17-19,


At16.30-33.

Charles Hodge diz o seguinte a esse respeito: “E assim, no que diz


respeito ao Novo Testamento, não há um só caso em que o batismo
implique necessariamente a imersão; há muitos casos nos quais este
sentido é totalmente inadmissível, e muitos outros nos quais é
improvável no grau máximo”. [12]

NOTAS:
1 - João Calvino, Instituición, Livro IV, cap XV, p1028.

2 - C. Hodge, Teologia Sistemática, ed Hagnos, São Paulo, 1a ed


2001.

3 - João Calvino, Instituición, Livro IV, cap XV, p1028.

4 - Ibidem, p1029.

5 - Ibidem, p1031.

6 - Ibidem, p1032.

7 - John P. Satelle, O Batismo Infantil, ed Puritanos, 1a 2000, p13.

8 - Instituición, Livro VI, capXVI pp1045e1046

9 - Paulo Anglada, O Batismo Infantil, ed puritanos, p43.

10 - Intituición, LivroVI, cap XVI, p1046.

11 - Paulo Anglada, O Batismo Infantil, p46.

12 - Charles Hodge, Teologia Sistemática, p1417.

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