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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS- UNIFIMES

MEDICINA
Disciplina: IESC

Professoras: Adrielly Ferreira; Camila Lima Martins; Jeovana Romero; Erla Lino; Viviane Cristina,
Samantha Ferreira, Marina Ressiore

Turma: 2º período

MATERIAL TEÓRICO (AULA ASSÍNCRONA)


ORIENTAÇÕES

Conforme recomendação do NUFAPE (Núcleo de Formação e Assessoramento Pedagógico), as


aulas da disciplina IESC, serão parte presencial e parte online. Estaremos usando o espaço do
laboratório de práticas da faculdade como também o espaço que estiver disponível nas unidades
de saúde do município para as aulas práticas. As aulas online acontecerão através da plataforma
teams, onde será passado aos grupos o conteúdo teórico com propostas de atividades reflexivas
necessárias para o aprendizado do aluno. O conteúdo teórico e as propostas de atividades
reflexivas estarão alinhados com as atividades práticas desenvolvidas.

A turma receberá o material teórico referenciado (aula assíncrona) indicado para a aula online
com tempo de antecedência do acontecimento da mesma. Sendo assim, o aluno terá a
oportunidade de realizar o estudo prévio para aprimorar seus conhecimentos e poder participar
e interagir de forma satisfatória com o momento da aula online (síncrona). Cada material teórico
e atividade indicada estarão totalmente ligados com a proposta teórica e prática do plano de
ensino. As datas das aulas práticas e teóricas acontecerão conforme previsto no plano de ensino
apresentado e enviado a turma.

Informamos ainda que a presença e toda a participação, o desempenho e interesse do aluno no


conhecimento teórico, nas discussões online e nas atividades práticas, serão considerados para
a avaliação FORMATIVA.

Os conteúdos teóricos e as abordagens para as atividades serão também direcionados para


avaliar o conhecimento do aluno na avaliação SOMATIVA.

Professoras responsáveis pela proposta: Erla Lino e Marina Ressiore

Data da proposta: 13/09/2021

TEMA:
• Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS);
• Diabetes Mellitus (DM)

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MATERIAL TEÓRICO

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)


1. Conceito:
A hipertensão é definida por níveis pressóricos e, podemos considerar como uma
doença?
A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida
por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ ou
medicamentoso) superam os riscos.
Trata-se de uma condição multifatorial, que depende de fatores genéticos/
epigenéticos, ambientais e sociais, caracterizada por elevação persistente da pressão
arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica
(PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas
ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva.
1.1. Impacto da Hipertensão Arterial nas Doenças Cardiovasculares:
A hipertensão arterial (HA),é uma doença que na maioria das vezes, é assintomática,
costuma evoluir com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como
coração, cérebro, rins e vasos. Ela é o principal fator de risco modificável com associação
independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal
crônica (DRC) e morte prematura.
A hipertensão arterial está associada a fatores de risco metabólicos para as doenças dos
sistemas cardiocirculatório e renal, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância
à glicose, e diabetes melito (DM).
1.2. Determinantes genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais interagem para
elevar a PA em hipertensos e na população em geral. ↑aumentado; ↓diminuído.

Fonte: Carey et al. 2008.

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1.3. Percentual de óbitos por hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio,


acidente vascular encefálico e insuficiência renal crônica (Brasil, 2000).

Fonte: Adaptado de Datasus/MS/SVS/CGIAE 2017.

1.4. Quais os fatores de risco para Hipertensão arterial?


• Os fatores genéticos podem influenciar os níveis de PA entre 30-50%.
• O envelhecimento, a pressão arterial sistólica (PAS), torna-se um problema mais
significante, resultante do enrijecimento progressivo e da perda de complacência
das grandes artérias; cerca de 65% dos indivíduos acima dos 60 anos apresentam
HÁ e deve-se considerar a transição epidemiológica que o Brasil vem sofrendo.
• As faixas etárias mais jovens, a pressão arterial (PA) é mais elevada entre homens,
mas a elevação pressórica por década se apresenta maior nas mulheres. Na sexta
década de vida, a PA entre as mulheres costuma ser mais elevada e a prevalência
de hipertensão arterial, maior; e na faixa etária de 65 anos ou mais: em homens
(61,5% ) e mulheres (68,0%), respectivamente.
• A etnia é um fator de risco importante para a HA, mas condições socioeconômicas
e de hábitos de vida parecem ser fatores mais relevantes para as diferenças na
prevalência da HA do que a implicação étnica propriamente dita.
• Podemos descrever que o sobrepeso/obesidade parece apresentar uma relação
direta, contínua e quase linear com os níveis de pressão arterial (PA). A
mensuração da circunferência de cintura (CC) fornece informações e permite
utilizar o índice de massa corpórea (IMC) para predizer morbidade e risco de
morte.
• O consumo excessivo de sódio é um dos principais fatores de risco modificáveis
para a prevenção e o controle da hipertensão arterial (HA) e das doenças
cardiovascular (DCV).
• Há uma associação direta entre sedentarismo, elevação da pressão arterial (PA) e
da hipertensão arterial (HA).

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• O impacto da ingestão de álcool foi avaliado em diversos estudos


epidemiológicos. Há maior prevalência de HA ou elevação dos níveis pressóricos
naqueles que ingeriam seis ou mais doses ao dia, o equivalente a 30 g de álcool/dia
= 1 garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 mL); = 2 taças de vinho (12% de álcool,
250 mL); = 1 dose (42% de álcool, 60 mL) de destilados (uísque, vodca,
aguardente).
• Os fatores socioeconômicos, podemos destacar menor escolaridade e condições
de habitação inadequadas, além da baixa renda familiar, como fatores de risco
significativo para HA.
2. Prevenção Primária:
O diagnóstico e seu tratamento são eficazes utilizando-se um arsenal
terapêutico diversificado, bastante eficiente e com poucos efeitos adversos. Mesmo
assim, seu controle em todo o mundo é pífio, porque se trata de doença
frequentemente assintomática, o que dificulta a adesão aos cuidados.
A equação final torna o desafio do tratamento muito elevado, e a prevenção
continua a ser a melhor opção em termos de custo-benefício. A abordagem
adequada dos fatores de risco para o desenvolvimento da HA deve ser o grande
foco do SUS.
• A diminuição do peso promove a diminuição da PA tanto em indivíduos
normotensos quanto em hipertensos;
• As dietas para a prevenção da HA, que também favorecem o controle dos
hipertensos e contribuem para a saúde como um todo (baixa quantidade de
gordura; baixo teor de carboidratos, entre outras, como também, em conjunto a
redução de ingestão de sódio.
• O controle do estresse emocional, por diversas técnicas existentes, pode contribuir
para a prevenção da HÁ (mas carece de mais estudos).
• A orientação contínua e o apoio psicoemocional incondicional ao tabagista, com
a eventual prescrição de medicamentos, têm-se mostrado a abordagem mais
eficaz.
3. Diagnóstico:
3.1. – Medida da pressão arterial no consultório:

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fonte:*Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.

3.2. – Etapas para a realização da medida da pressão arterial

fonte:*Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.

3.3 - – Classificação da pressão arterial de acordo com a medição no consultório a partir


de 18 anos de idade pode ser?

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fonte:*Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.

3.4.Triagem e diagnóstico de hipertensão arterial (PA: pressão arterial; MAPA:


monitorização ambulatorial da pressão arterial; MRPA: monitorização residencial da
pressão arterial; NV: normotensão verdadeira; HAB: hipertensão do avental branco; HM:
hipertensão mascarada; HS: hipertensão sustentada).

fonte:*Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.

4. Tratamento.
4.4. Tratamento não medicamentoso:

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fonte:*Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.


4.2. Tratamento medicamentoso:
A proteção cardiovascular (CV) consiste no objetivo primordial do tratamento
anti-hipertensivo. A redução da pressão arterial (PA) é a primeira meta, com o
objetivo maior de reduzir desfechos CV e mortalidade associados à hipertensão
arterial (HA).
São características desejáveis do fármaco anti-hipertensivo:
• Ter demonstrado a capacidade de reduzir a morbidade e a mortalidade CV;
• Ser eficaz por via oral;
• Ser bem tolerado;
• Ser administrado preferencialmente em dose única diária;
• Poder ser usado em associação;
• Ter controle de qualidade em sua produção.
Além disso, recomenda-se:
• Utilizar por um período mínimo de quatro semanas, antes de modificações,
salvo em situações especiais;
• Não utilizar medicamentos manipulados, pois não são submetidos a
controle da farmacocinética e farmacovigilância;
• O paciente deverá ser orientado sobre a importância do uso contínuo da
medicação anti-hipertensiva, da eventual necessidade de ajuste de doses,
da troca ou da associação de medicamentos e ainda do eventual
aparecimento de efeitos adversos;
• Não há evidências suficientes para a recomendação rotineira da
administração noturna de fármacos anti-hipertensivos, exceto em
condições especiais.
5. Equipe Multiprofissional no controle da Hipertensão Arterial

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Fonte: *Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.

Diabetes Mellius
1. Diabetes mellitus – conceito
Diabetes mellitus (DM): é uma doença caracterizada por hiperglicemia originada de
defeitos na secreção e/ou ação da insulina. Trata-se de uma das doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) mais frequente no mundo sendo a quarta causa de morte. Esta
doença juntamente com a doença renal crônica impactam os sistemas de saúde do mundo
e do Brasil.
O DM: pode ser classificado em quatro classes clínicas:
- DM tipo 1 (DMT1) – atualmente foi dividido em duas categorias: 1A ( autoimune)
é resultado da destruição imune das células beta pancreáticas, o que consequentemente
leva a incapacidade do organismo em produzir insulina; é comum ser diagnosticado na
infância ou adolescência , correspondendo 5 10% dos casos. 1B (idiopático) não tem
causa definida e corresponde aos casos em que não há presenças de marcadores imunes.
- DM tipo 2 (DMT2) – neste caso normalmente produzem insulina, mas suas células
não conseguem utilizá-la adequadamente devido à diminuição da sua ação, é um quadro
caracterizado como resistência à insulina.
- DM gestacional (DMG): é definido como a alteração dos níveis de glicose e ocorre
normalmente no segundo ou terceiro trimestre; tem como prevalência de 1 a 14% das
gestações e, um dos fatores de risco é o ganho excessivo de peso neste período,
acarretando problemas para mãe e o feto.
- Outros tipos específicos de DM: são menos comuns, como as situações de
defeitos genéticos nas células beta, na ação da insulina, no pâncreas exócrino, infecções,
DM quimicamente induzido por drogas ou outras síndromes genéticas. Há casos em que
os níveis de glicemia têm níveis intermediários entres os valores normais e de
diagnósticos da doença, esta condição é descrita como pré-diabético, não é considerada
uma condição clínica, mas um fator de risco para as doenças cardiovasculares (DCVs).
O diagnóstico do DM, foi proposto em 2009, a utilização de hemoglobina glicada
(HbAlc), sendo está uma fração da hemoglobina (Hb) produzida na presença de
hiperglicemia e, assim, quanto mais elevada as taxas de glicose livre no sangue, maior a
proporção (HbAlc). O exame de HbA1c tem a vantagem de estimar a média da
concentração de glicose no sangue nos últimos 60 a 90 anos, diferente da glicose de jejum
ou tese de tolerância à glicose, que medem em momentos específicos.
2. Epidemiologia no Brasil e no mundo:

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O DM é uma das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) destacando por


apresenta uma relevância atualmente, com a prevalência crescente nas últimas décadas
em função de vários fatores : sedentarismo, maior taxa de urbanismo, obesidade,
alimentação inadequada, envelhecimento populacional, entre outros. No momento
atual temos 382 milhões de pessoas no mundo com DM e, em 2035 deverão atingir 471
milhões pessoas serão diagnosticadas com essa doença.
Devido à alta incidência e prevalência o DM tem gerado um grande custo ao paciente
e ao sistema de saúde: cerca de 12% dos gastos globais em saúde estão ligados ao DM.
Esta prevalência está associada a complicações como insuficiência renal, amputação de
membros inferiores, cegueira, doenças cardiovasculares entre outras que levam a
prejuízos na capacidade funcional, autonomia e qualidade de vida dos indivíduos.
3. Principais Complicações:
As complicações da DM podem levar a redução na expectativa e qualidade de vida
de seus portadores, e pode causar alterações no organismo, dividindo-se em :
- Complicações agudas: são aquelas que se instalam rapidamente, às vezes em
horas, e apresentam características intensas, as que se destacam - hipoglicemia: os níveis
de glicose estão abaixo de 50mg/dl no sangue, os sintomas variam de pessoa para pessoa,
podendo ser reconhecida por sintoma de fome, fraqueza, sudorese, tremores, perda de
consciência, visão dupla, entre outros. Isso é o resultado de omissão de refeições,
exercícios físicos intensos, vomito sem causa aparente e/ou má administração dos
medicamentos (insulina e hipoglicemiantes); - a cetoacidose diabética (CAD) -
caracteriza por alterações metabólicas como a hiperglicemia (altos níveis de glicose no
sangue), acidose metabólica, desidratação e cetose devido à falta de insulina. Esta
complicação pode apresentar devido a infecções principalmente pulmonares, situações de
estresse agudo, omissão da insulinoterapia e/ou uso de medicamentos, suas principais
causas são polidipsia, poliuria, polifagia, pele seca, fraqueza, confusão mental, perda de
peso e hálito cetônico.
- Complicações crônicas: essas complicações se destacam por ter um alto índice
de morbimortalidade resultando em consequências socioeconômicas, psicológicas e na
qualidade de vida das pessoas e, as mais frequentes são – retinopatia diabética (RD):
são as decorrente de alterações vasculares da retina, devido ao excesso de glicose no
sangue que acumula nos vasos sanguíneos dos olhos, o que pode ocasionar entupimento
ou enfraquecimento destes vasos e levar ao rompimento e/ou danos à retina, é a principal
causa de cegueira em adultos; - nefropatia diabética ( ND): os rins são os principais

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órgão excretores do organismo, eliminam todos os produtos de degradação metabólica do


corpo. O excesso de glicose plasmática no organismo provoca uma inadequação da
filtragem das substâncias, fazendo com que o processo de excreção não atue
adequadamente e moléculas importantes como proteína de baixo peso (albumina e
globulina) são excretadas pela urina. As pessoas com DM têm 20 a 40% de
desenvolverem doenças renal, sendo que a maioria dos casos são indivíduos com DMT2;
- neuropatia diabética (NRD): é um conjunto de síndromes clínicas que afetam o
sistema nervoso periférico e levam à diminuição de oxigênio que vai para os vasos
sanguíneos e à formação de processo inflamatórios, resultando no mau funcionamento
dos nervos e, atinge 50% dos indivíduos tanto com DMT1 e DMT2; temos dois tipos de
manifestações de NDR – periférica: é a mais comum e afeta as extremidades do corpo
com pés, mãos, pernas e braços e, a autonômica: afeta os nervos do coração, bexiga,
pulmões, estômago, intestino e olhos. Seus sintomas são dores, perda de sensibilidade nas
mãos, braços, pernas, pés e atrofia muscular e pode causar deformidade como dedos em
martelo ou em garra. Por fim, as DCVs são as complicações mais frequentes e as
principais causas de morte em indivíduos com DM, sendo responsáveis por até 80% dos
óbitos em pessoas com DMT2 e, as úlceras do pé diabético é caracterizado pelo mau
controle glicêmico e por outras complicações como a NRD e doenças vascular periférica,
destacando como um problema de saúde pública, pois corresponde à quinta causa de
amputações de membros inferiores e internações recorrentes.
4. O tratamento do DM
O tratamento do DM tem como objetivo a manutenção do controle glicêmico e
metabólico, sendo fundamental a fidelidade do paciente a ele para o controle de
complicações associadas. O paciente de DM deve ser orientado a seguir a prescrição de
medicamentos e as mudanças de estilo de vida como: seguir uma dieta específica e prática
de atividade física. No tratamento medicamentoso existem duas opções de tratamento
– os antidiabéticos orais: são medicamentos que têm finalidade de diminuir a glicemia
plasmática e mantê-la em níveis normais. É indicada para indivíduos com DMT2, quando
a dieta e a atividade física não obtêm o controle da doença, e a insulinoterapia pela via
subcutânea, que pode ser prescrita tanto para DMT1 e DMT2, para indivíduo resistente a
insulina ou comprometimento nas células beta. Existem vários tipos de insulina exógena
que são classificadas de acordo com sua origem (bovina, suína, ou mista)e seu tempo de
duração (ultrarrápida, rápida, intermediária e lenta).
Figuras ilustrativas abaixo:

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*fonte: J. Jimdo de departamentosanitaria. PDF FG 12. FP Sistema Endocrino. Diabetes Mellitus (DM) docx.

Classificação e diagnóstico do diabetes mellitus:

* fonte: DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019-2020

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Proposta para reflexão – Hipertensão Arterial Sistêmica.

Caso clínico: (Síntese)


Antônio, 57 anos, vem à Unidade Básica de Saúde para consulta de rotina.
Hipertenso, esporadicamente deixa de tomar os anti-hipertensivos prescritos. Embora
sempre estimulado para atividade física, é sedentário, não faz as restrições de sal e
gordura recomendadas na sua dieta, e teve ganho ponderal importante na última década.
Há quatro anos, praticamente abandonou o tratamento para cuidar da esposa, que estava
com câncer e que veio a falecer há três anos. Filho/ sobrinho: (mãe e tia materna) de
diabetes melito 2 (DM2), irmãos obesos e hipertensos e pai falecido aos 66 anos por
infarto agudo do miocárdio.
Após viver um período de luto, conheceu Tereza, com quem pretende se casar. Se
diz “gordo e doente”, mas sente-se motivado para aderir às recomendações médicas,
dizendo estar decidido a fazer atividades físicas para “perder a barriga” e iniciar vida
nova. Deseja ser orientado quanto a dieta, exercícios físicos e uso de medicamentos.
Conversa da Sr. Antônio com o Dr. Carlos:
Sr. Antônio, na Unidade de Saúde
Sr. Antônio: Boa tarde, Doutor. Há um bom tempo não venho aqui, mas agora tenho um
bom motivo: quero me cuidar, perder peso, fazer exercícios físicos, estou decidido
mesmo. Quero me casar novamente, arrumei uma nova companheira, a Tereza. Ela me
disse que preciso cuidar melhor da minha saúde.
Dr. Carlos: Vamos conversar com calma, seu Antônio, vou pegar seu prontuário. Vejo
que o senhor era acompanhado pelo Dr. Freitas, que já se aposentou. O senhor tem pressão
alta há mais de 10 anos e ficou algum tempo sem tomar medicação. Em seu prontuário,
consta que o senhor costuma ter dificuldades em seguir as recomendações, vamos falar
um pouco sobre isso.
Sr. Antônio: É verdade, Doutor. Foi difícil aceitar que eu tinha um problema de saúde e
que a pressão alta podia me afetar, afinal eu não sentia nada! Meu descuido coincidiu com
a fase mais difícil da doença da minha esposa. Infelizmente, logo depois ela morreu e
fiquei sem ânimo de me cuidar. Dr. Carlos, quero estar em forma, vou seguir tudo o que
o senhor mandar, tomar os remédios e fazer uma dieta direitinho. Vim aqui para o senhor
me dizer o que fazer.

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Dr. Carlos: Isso é muito bom. Mas preciso avaliar o seu caso com mais cuidado, pois é a
primeira vez que o senhor se consulta comigo. Vamos começar desde o início. O senhor
está sentindo alguma coisa no momento?
Sr. Antônio: Às vezes, as minhas pernas incham um pouco e, quando vou subir o morro
para ir à padaria, sinto um pouco de cansaço, mas é só. No momento não tenho tido dor
no peito, nem aperto, nem nada, mas já tive umas duas vezes.
Dr. Carlos: No último registro de consulta feito em seu prontuário, consta que o senhor
estava tomando enalapril 20mg, duas vezes ao dia, e hidroclorotiazida, 25mg ao dia. Qual
medicação o senhor está usando atualmente? Ainda é a mesma?
Sr. Antônio: A mesma, doutor. Só que, de vez em quando, eu paro de tomar.
Dr. Carlos: Agora que já conversamos sobre o que o senhor sente, podemos fazer um
exame. Afinal, o senhor já tem hipertensão há mais de 10 anos e ganhou bastante peso,
precisamos avaliar bem seu estado. Vamos começar o exame medindo sua pressão.
Os dados antropométricos deste caso:
✓ PA: 130 X 86mmHg
✓ Peso: 97 kg
✓ Altura: 1,78 m
✓ Índice de massa corporal (IMC): 30,61 kg/m2
✓ Circunferência abdominal (CA): 108 cm
✓ Índice cintura/quadril: 1,2 (circunferência quadril=90cm).
Rotina de exame cardiovascular: paciente é hipertenso, portador de dislipidemia e
obesidade. O exame físico do aparelho cardiovascular fornece dados importantes para
diagnóstico clínico e acompanhamento do paciente.
Fatores de risco cardiovascular na avaliação do risco adicional no hipertenso:
Sexo masculino
Idade
• Homens ≥ 55 anos ou mulheres ≥ 65 anos
História de DCV prematura em parentes de 1º grau
• Homens < 55 anos ou mulheres < 65 anos
Tabagismo
Dislipidemia
• Colesterol total > 190 mg/dL e/ou
• LDL-colesterol > 115 mg/dL e/ou
• HDL-colesterol < 40 mg/dL nos homens ou < 46 mg/dl nas mulheres e/ou
• Triglicerídeos > 150 mg/dL

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Resistência à insulina
• Glicemia plasmática em jejum: 100-125 mg/dL
• Teste oral de tolerância à glicose: 140-199 mg/dL em 2 horas
• Hemoglobina glicada: 5,7 – 6,4%
Obesidade
• IMC ≥ 30 kg/m2
• CA ≥ 102 cm nos homens ou ≥88 cm nas mulheres
DCV: doença cardiovascular; LDL: lipoproteína de baixa densidade; HDL: lipoproteína
de alta densidade; IMC: índice de massa corporal; CA: circunferência abdominal.
Fonte: MALACHIAS, 2016.

Atividade para reflexão em relação a este caso:

1. Descreva abaixo os dados relevante da história clínica do Sr. Antônio durante a


consulta com o Dr. Carlos.
________________________________________________________________

2. A pressão arterial do Sr. Antonio, mensurada pelo Dr. Carlos nesta consulta, foi
130 X 86 mmHg. No entanto, em consultas anteriores, há medidas de
160/100mmHg. Observe, no quadro a seguir, a classificação da hipertensão
arterial sistêmica de acordo com as diretrizes brasileiras de hipertensão arterial
(2020) apresentada na teoria, determine em qual classe se enquadra o caso do Sr.
Antônio?
Classificação da PA de acordo com a medição casual ou no consultório em
indivíduos a partir de 18 anos de idade
PAS PAD
Classificação (mm (mm
Hg) Hg)
Normal ≤ 120 ≤ 80
121-
Pré-hipertensão 81-89
139
140 –
Hipertensão estágio 1 90 – 99
159
160 – 100 –
Hipertensão estágio 2
179 109
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
PAS: pressão arterial sistêmica; PAD: pressão arterial diastólica.

Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser


utilizada para classificação da PA.

Considera-se hipertensão sistólica isolada se PAS ≥ 140 mm Hg e PAD < 90 mm Hg,


devendo à mesmo ser classificada em estágios 1, 2 e 3.
Fonte: MALACHIAS, 2016.

3. Avaliação do risco cardiovascular do Sr. Antônio: Analise os dados antropométricos


e considere as informações clínicas mais relevantes deste caso e, reflita:

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- Como você classificaria, INICIALMENTE, o risco cardiovascular do Sr.


Antônio? Quais as orientações para os fatores dec risco identificados? Considere o
Quadro abaixo, que enumera os fatores de risco cardiovascular:
Fatores de risco cardiovascular na avaliação do risco adicional no hipertenso:
Sexo masculino
Idade
• Homens ≥ 55 anos ou mulheres ≥ 65 anos
História de DCV prematura em parentes de 1º grau
• Homens < 55 anos ou mulheres < 65 anos
Tabagismo
Dislipidemia
• Colesterol total > 190 mg/dL e/ou
• LDL-colesterol > 115 mg/dL e/ou
• HDL-colesterol < 40 mg/dL nos homens ou < 46 mg/dl nas mulheres e/ou
• Triglicerídeos > 150 mg/dL
Resistência à insulina
• Glicemia plasmática em jejum: 100-125 mg/dL
• Teste oral de tolerância à glicose: 140-199 mg/dL em 2 horas
• Hemoglobina glicada: 5,7 – 6,4%
Obesidade
• IMC ≥ 30 kg/m2
• CA ≥ 102 cm nos homens ou ≥88 cm nas mulheres
DCV: doença cardiovascular; LDL: lipoproteína de baixa densidade; HDL:
lipoproteína de alta densidade; IMC: índice de massa corporal; CA: circunferência
abdominal.
Fonte: MALACHIAS, 2016.

Link ajudar no do cálculo do risco cardiovascular e para fins de conhecimento:

Cardiovascular Disease (10-year risk) | Framingham Heart Study

4. O que procurar, especificamente, no exame físico de um paciente sabidamente


portador de hipertensão arterial sistêmica que você examina pela primeira vez?

Proposta para reflexão – Diabetes Mellitus (DM)

Caso 1 – Diabetes
Samuel Santos, 48 anos, funcionário público (ganha três salários-mínimos),
vem em consulta do dia, por queixa de inflamação no pé. Dr. Felipe, ao revisar o
prontuário do paciente, percebe que há uma consulta anterior por essa mesma
queixa, sendo está a primeira consulta este ano.

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Na consulta é identificado que faz mais de um ano que Seu Samuel não
realiza exames de controle do Diabetes Melito tipo 2, do qual é portador desde os
40 anos, nunca tendo feito tratamento regular. Diz que os remédios estão fazendo
mal. Menciona que no próximo mês faz um ano da morte do filho e que anda muito
nervoso, descontando às vezes na mulher. Dr. Felipe resolve abordar melhor essa
informação.
– Seu Samuel, me fale um pouco de como está a sua relação com a Dona
Darlene – solicita Dr. Felipe. – As coisas não andam bem, doutor — responde Seu
Samuel. — A gente só discute... O guri pequeno chora muito e não me deixa dormir
à noite, me deixando muito nervoso.
Enquanto o examina, percebe mau hálito e pergunta: – Algo, mas o
incomoda? – Para falar a verdade, tenho sentido meus dentes moles e a gengiva
sangra às vezes — responde Seu Samuel. — Quando escovo meus dentes, vejo
que sangra bastante, a gengiva está inchada, alguns dentes estão moles, na frente,
em baixo e no fundo. Fica ruim de mastigar, tenho medo de que caiam. Além da
dor e inchaço, sinto mau gosto e mau cheiro. É muito ruim, doutor — lamenta-se.
O exame físico realizado pelo médico apresentou os seguintes resultados:
Pressão arterial: 130 x 75 mmHg; Peso: 97 kg; Altura: 1,67 m;
Cintura abdominal: 117 cm; Quadril: 98 cm;
Exame dos pés: presença de unha encravada com sinais de infecção
secundária em primeiro dedo do pé esquerdo;
Exame do joelho: crepitação e dor na flexão; Pulsos pediosos presentes,
simétricos e cheios. Pulso tibial posterior e poplíteos à esquerda diminuídos; Boca:
mau estado de higiene e gengiva hiperemiada.
Após a leitura do caso acima descreva:
1. Baseando nas queixas apresentadas, rapidamente escreva uma lista de
doenças/sinais e sintomas deste caso com finalidade de construir um projeto
terapêutico.
2. Quais os principais fatores que nosso paciente apresentou para as
descompensações diabéticas?
3. Baseado no exame dos pés; quais os cuidados que devemos descrever para nosso
paciente?

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4. Descreva importância do papel do enfermeiro e do médico nos cuidados com o


senhor Samuel relacionado com suas queixas e problemas relacionado com a
descompensações e complicações da diabetes.
______________________________________________________________________

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Barroso et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica:
diabetes mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 160 p.:
il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36)
3. DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019-2020
Copyright © 2019 by SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETE.
4. BERTONHI, L. G.; DIAS, J. C. R. Diabetes mellitus tipo 2: aspectos clínicos,
tratamento e conduta dietoterápica. Revista Ciências Nutricionais Online, v.2,
n.2, p.1-10, 2018.
5. MALTA, Deborah Carvalho et al . Prevalência de diabetes mellitus determinada
pela hemoglobina glicada na população adulta brasileira, Pesquisa Nacional de
Saúde. Rev. bras. epidemiol., Rio de Janeiro , v. 22, supl.
2, E190006.SUPL.2, 2019 .

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