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MEDICINA
Disciplina: IESC
Professoras: Adrielly Ferreira; Camila Lima Martins; Jeovana Romero; Erla Lino; Viviane Cristina,
Samantha Ferreira, Marina Ressiore
Turma: 2º período
A turma receberá o material teórico referenciado (aula assíncrona) indicado para a aula online
com tempo de antecedência do acontecimento da mesma. Sendo assim, o aluno terá a
oportunidade de realizar o estudo prévio para aprimorar seus conhecimentos e poder participar
e interagir de forma satisfatória com o momento da aula online (síncrona). Cada material teórico
e atividade indicada estarão totalmente ligados com a proposta teórica e prática do plano de
ensino. As datas das aulas práticas e teóricas acontecerão conforme previsto no plano de ensino
apresentado e enviado a turma.
TEMA:
• Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS);
• Diabetes Mellitus (DM)
4. Tratamento.
4.4. Tratamento não medicamentoso:
Diabetes Mellius
1. Diabetes mellitus – conceito
Diabetes mellitus (DM): é uma doença caracterizada por hiperglicemia originada de
defeitos na secreção e/ou ação da insulina. Trata-se de uma das doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) mais frequente no mundo sendo a quarta causa de morte. Esta
doença juntamente com a doença renal crônica impactam os sistemas de saúde do mundo
e do Brasil.
O DM: pode ser classificado em quatro classes clínicas:
- DM tipo 1 (DMT1) – atualmente foi dividido em duas categorias: 1A ( autoimune)
é resultado da destruição imune das células beta pancreáticas, o que consequentemente
leva a incapacidade do organismo em produzir insulina; é comum ser diagnosticado na
infância ou adolescência , correspondendo 5 10% dos casos. 1B (idiopático) não tem
causa definida e corresponde aos casos em que não há presenças de marcadores imunes.
- DM tipo 2 (DMT2) – neste caso normalmente produzem insulina, mas suas células
não conseguem utilizá-la adequadamente devido à diminuição da sua ação, é um quadro
caracterizado como resistência à insulina.
- DM gestacional (DMG): é definido como a alteração dos níveis de glicose e ocorre
normalmente no segundo ou terceiro trimestre; tem como prevalência de 1 a 14% das
gestações e, um dos fatores de risco é o ganho excessivo de peso neste período,
acarretando problemas para mãe e o feto.
- Outros tipos específicos de DM: são menos comuns, como as situações de
defeitos genéticos nas células beta, na ação da insulina, no pâncreas exócrino, infecções,
DM quimicamente induzido por drogas ou outras síndromes genéticas. Há casos em que
os níveis de glicemia têm níveis intermediários entres os valores normais e de
diagnósticos da doença, esta condição é descrita como pré-diabético, não é considerada
uma condição clínica, mas um fator de risco para as doenças cardiovasculares (DCVs).
O diagnóstico do DM, foi proposto em 2009, a utilização de hemoglobina glicada
(HbAlc), sendo está uma fração da hemoglobina (Hb) produzida na presença de
hiperglicemia e, assim, quanto mais elevada as taxas de glicose livre no sangue, maior a
proporção (HbAlc). O exame de HbA1c tem a vantagem de estimar a média da
concentração de glicose no sangue nos últimos 60 a 90 anos, diferente da glicose de jejum
ou tese de tolerância à glicose, que medem em momentos específicos.
2. Epidemiologia no Brasil e no mundo:
*fonte: J. Jimdo de departamentosanitaria. PDF FG 12. FP Sistema Endocrino. Diabetes Mellitus (DM) docx.
Dr. Carlos: Isso é muito bom. Mas preciso avaliar o seu caso com mais cuidado, pois é a
primeira vez que o senhor se consulta comigo. Vamos começar desde o início. O senhor
está sentindo alguma coisa no momento?
Sr. Antônio: Às vezes, as minhas pernas incham um pouco e, quando vou subir o morro
para ir à padaria, sinto um pouco de cansaço, mas é só. No momento não tenho tido dor
no peito, nem aperto, nem nada, mas já tive umas duas vezes.
Dr. Carlos: No último registro de consulta feito em seu prontuário, consta que o senhor
estava tomando enalapril 20mg, duas vezes ao dia, e hidroclorotiazida, 25mg ao dia. Qual
medicação o senhor está usando atualmente? Ainda é a mesma?
Sr. Antônio: A mesma, doutor. Só que, de vez em quando, eu paro de tomar.
Dr. Carlos: Agora que já conversamos sobre o que o senhor sente, podemos fazer um
exame. Afinal, o senhor já tem hipertensão há mais de 10 anos e ganhou bastante peso,
precisamos avaliar bem seu estado. Vamos começar o exame medindo sua pressão.
Os dados antropométricos deste caso:
✓ PA: 130 X 86mmHg
✓ Peso: 97 kg
✓ Altura: 1,78 m
✓ Índice de massa corporal (IMC): 30,61 kg/m2
✓ Circunferência abdominal (CA): 108 cm
✓ Índice cintura/quadril: 1,2 (circunferência quadril=90cm).
Rotina de exame cardiovascular: paciente é hipertenso, portador de dislipidemia e
obesidade. O exame físico do aparelho cardiovascular fornece dados importantes para
diagnóstico clínico e acompanhamento do paciente.
Fatores de risco cardiovascular na avaliação do risco adicional no hipertenso:
Sexo masculino
Idade
• Homens ≥ 55 anos ou mulheres ≥ 65 anos
História de DCV prematura em parentes de 1º grau
• Homens < 55 anos ou mulheres < 65 anos
Tabagismo
Dislipidemia
• Colesterol total > 190 mg/dL e/ou
• LDL-colesterol > 115 mg/dL e/ou
• HDL-colesterol < 40 mg/dL nos homens ou < 46 mg/dl nas mulheres e/ou
• Triglicerídeos > 150 mg/dL
Resistência à insulina
• Glicemia plasmática em jejum: 100-125 mg/dL
• Teste oral de tolerância à glicose: 140-199 mg/dL em 2 horas
• Hemoglobina glicada: 5,7 – 6,4%
Obesidade
• IMC ≥ 30 kg/m2
• CA ≥ 102 cm nos homens ou ≥88 cm nas mulheres
DCV: doença cardiovascular; LDL: lipoproteína de baixa densidade; HDL: lipoproteína
de alta densidade; IMC: índice de massa corporal; CA: circunferência abdominal.
Fonte: MALACHIAS, 2016.
2. A pressão arterial do Sr. Antonio, mensurada pelo Dr. Carlos nesta consulta, foi
130 X 86 mmHg. No entanto, em consultas anteriores, há medidas de
160/100mmHg. Observe, no quadro a seguir, a classificação da hipertensão
arterial sistêmica de acordo com as diretrizes brasileiras de hipertensão arterial
(2020) apresentada na teoria, determine em qual classe se enquadra o caso do Sr.
Antônio?
Classificação da PA de acordo com a medição casual ou no consultório em
indivíduos a partir de 18 anos de idade
PAS PAD
Classificação (mm (mm
Hg) Hg)
Normal ≤ 120 ≤ 80
121-
Pré-hipertensão 81-89
139
140 –
Hipertensão estágio 1 90 – 99
159
160 – 100 –
Hipertensão estágio 2
179 109
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
PAS: pressão arterial sistêmica; PAD: pressão arterial diastólica.
Caso 1 – Diabetes
Samuel Santos, 48 anos, funcionário público (ganha três salários-mínimos),
vem em consulta do dia, por queixa de inflamação no pé. Dr. Felipe, ao revisar o
prontuário do paciente, percebe que há uma consulta anterior por essa mesma
queixa, sendo está a primeira consulta este ano.
Na consulta é identificado que faz mais de um ano que Seu Samuel não
realiza exames de controle do Diabetes Melito tipo 2, do qual é portador desde os
40 anos, nunca tendo feito tratamento regular. Diz que os remédios estão fazendo
mal. Menciona que no próximo mês faz um ano da morte do filho e que anda muito
nervoso, descontando às vezes na mulher. Dr. Felipe resolve abordar melhor essa
informação.
– Seu Samuel, me fale um pouco de como está a sua relação com a Dona
Darlene – solicita Dr. Felipe. – As coisas não andam bem, doutor — responde Seu
Samuel. — A gente só discute... O guri pequeno chora muito e não me deixa dormir
à noite, me deixando muito nervoso.
Enquanto o examina, percebe mau hálito e pergunta: – Algo, mas o
incomoda? – Para falar a verdade, tenho sentido meus dentes moles e a gengiva
sangra às vezes — responde Seu Samuel. — Quando escovo meus dentes, vejo
que sangra bastante, a gengiva está inchada, alguns dentes estão moles, na frente,
em baixo e no fundo. Fica ruim de mastigar, tenho medo de que caiam. Além da
dor e inchaço, sinto mau gosto e mau cheiro. É muito ruim, doutor — lamenta-se.
O exame físico realizado pelo médico apresentou os seguintes resultados:
Pressão arterial: 130 x 75 mmHg; Peso: 97 kg; Altura: 1,67 m;
Cintura abdominal: 117 cm; Quadril: 98 cm;
Exame dos pés: presença de unha encravada com sinais de infecção
secundária em primeiro dedo do pé esquerdo;
Exame do joelho: crepitação e dor na flexão; Pulsos pediosos presentes,
simétricos e cheios. Pulso tibial posterior e poplíteos à esquerda diminuídos; Boca:
mau estado de higiene e gengiva hiperemiada.
Após a leitura do caso acima descreva:
1. Baseando nas queixas apresentadas, rapidamente escreva uma lista de
doenças/sinais e sintomas deste caso com finalidade de construir um projeto
terapêutico.
2. Quais os principais fatores que nosso paciente apresentou para as
descompensações diabéticas?
3. Baseado no exame dos pés; quais os cuidados que devemos descrever para nosso
paciente?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Barroso et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica:
diabetes mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 160 p.:
il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36)
3. DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019-2020
Copyright © 2019 by SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETE.
4. BERTONHI, L. G.; DIAS, J. C. R. Diabetes mellitus tipo 2: aspectos clínicos,
tratamento e conduta dietoterápica. Revista Ciências Nutricionais Online, v.2,
n.2, p.1-10, 2018.
5. MALTA, Deborah Carvalho et al . Prevalência de diabetes mellitus determinada
pela hemoglobina glicada na população adulta brasileira, Pesquisa Nacional de
Saúde. Rev. bras. epidemiol., Rio de Janeiro , v. 22, supl.
2, E190006.SUPL.2, 2019 .