Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Aula 10
Misturas Simples (cont. – Parte II)
18/10/2021
1
Misturas Simples – Parte II
• Atividades
• A atividade do solvente
• As atividades das soluções regulares
2
Mistura de Líquidos – Soluções ideais
• Energia de Gibbs total antes da mistura dos líquidos: 𝐺𝑖 = 𝑛𝐴 𝜇𝐴∗ + 𝑛𝐵 𝜇𝐵∗
• Energia de Gibbs total após a mistura dos líquidos: 𝐺𝑓 = 𝑛𝐴 {𝜇𝐴∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥𝐴 } + 𝑛𝐵 {𝜇𝐵∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥𝐵 }
• Portanto, a energia de Gibbs da mistura dos líquidos será: ∆𝑚𝑖𝑠 𝐺 = 𝑛𝑅𝑇{𝑥𝐴 𝑙𝑛𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 𝑙𝑛𝑥𝐵 }
onde n = nA + nB
• A entropia da mistura dos líquidos será: ∆𝑚𝑖𝑠 𝑆 = −𝑛𝑅{𝑥𝐴 𝑙𝑛𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 𝑙𝑛𝑥𝐵 }
• A entalpia da mistura ideal é nula: ∆𝑚𝑖𝑠 𝐻 = 0 (G = H - TS)
➢ A força motriz da mistura é o aumento da entropia do sistema provocado pela mistura das
moléculas (e ∆𝑚𝑖𝑠 𝐻 = 0 );
3
Mistura de Líquidos – Soluções ideais
• Soluções reais: são constituídas por partículas cujas interações do tipo A-A, A-B e B-B são todas
diferentes;
• Se a variação de entalpia for grande e positiva, ou se a variação de entropia for desfavorável – pela
reorganização das moléculas, que contribui para mistura ordenada – então, a energia de Gibbs de
mistura pode ser positiva;
➢ A diferença entre uma grandeza termodinâmica observada para a solução e a mesma grandeza
numa solução ideal;
5
Mistura de Líquidos
Grandezas em excesso e soluções regulares
• Solução regular: é uma solução em que HE 0 mas SE = 0;
➢ É uma solução em que os dois tipos de moléculas distribuem-se aleatoriamente (como no caso
de uma solução ideal) mas têm energias de interação diferentes umas das outras;
contrações
6
Mistura de Líquidos
Grandezas em excesso e soluções regulares
• Supondo-se que a entalpia em excesso varia com a composição: 𝑯𝑬 = 𝒏𝜷𝑹𝑻𝒙𝑨 𝒙𝑩
➢ é um parâmetro; = w/RT;
➢ w é uma indicação da energia das interações AB em relação às interações AA e BB;
𝛽
𝐻𝐸
✓ = 𝛽𝑥𝐴 𝑥𝐵 - curva similar à curva experimental apresentada no slide anterior (Figura (a));
𝑛𝑅𝑇
➢ A entropia de mistura tem seu valor ideal para uma solução regular;
➢ Assim, a energia de Gibbs em excesso é igual a entalpia em excesso;
➢ Portanto, a energia de Gibbs de mistura será:
𝐻𝐸
= 𝛽𝑥𝐴 𝑥𝐵
𝑛𝑅𝑇
7
Mistura de Líquidos
Grandezas em excesso e soluções regulares
➢ Portanto, a energia de Gibbs de mistura será:
∆𝑚𝑖𝑠 𝐺
= {𝑥𝐴 𝑙𝑛𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 𝑙𝑛𝑥𝐵 + 𝜷𝒙𝑨 𝒙𝑩 }
𝑛𝑅𝑇
8
Propriedades Coligativas
• Elevação do ponto de ebulição (elevação ebulioscópica); Provocadas pela
• Abaixamento do ponto de congelamento (abaixamento crioscópico); presença de um
soluto no solvente
• Pressão osmótica;
9
Propriedades Coligativas
• Propriedades coligativas: provêm da diminuição do potencial químico do solvente líquido
provocado pela presença do soluto:
𝜇𝐴∗ (solvente líquido puro) → 𝜇𝐴∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥𝐴 (solvente líquido na presença do soluto)
𝑙𝑛𝑥𝐴 < 0; xA < 1
• Não há nenhuma influência do soluto sobre o potencial químico na fase vapor ou do solvente
sólido – não existe soluto no vapor ou no sólido (hipóteses adotadas);
10
Propriedades Coligativas – Elevação Ebulioscópica
• Equilíbrio heterogênio - ebulição: equilíbrio entre o vapor do solvente e o solvente na solução
(a 1 atm de pressão);
• Solvente = A; soluto = B;
• Equilíbrio ocorre em uma temperatura em que 𝜇𝐴∗ (𝑔) = 𝜇𝐴∗ (𝑙) + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥𝐴
➢ Esta equação não faz referência à identidade do soluto, mas somente à fração molar xB – então, a
elevação ebulioscópica é uma propriedade coligativa;
➢ T: depende das propriedades do solvente – maiores elevações ocorrerão com solventes que têm
pontos de ebulição elevados;
➢ Como xB é proporcional à molalidade (b) – soluções diluídas – assim:
∆𝑇 = 𝐾𝑒𝑏 𝑏 𝐾𝑒𝑏 = constante ebulioscópica do solvente
11
Propriedades Coligativas – Abaixamento Crioscópico
• Equilíbrio heterogênio : equilíbrio entre o solvente A puro, o sólido, e a solução com o soluto
presente numa fração molar xB;
• Solvente = A; soluto = B;
• No ponto de congelamento, os potenciais químico de A nas duas fases são iguais:
𝜇𝐴∗ (𝑠) = 𝜇𝐴∗ (𝑙) + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥𝐴
• Na presença de uma fração molar do soluto de xB provoca uma diminuição no ponto de
congelamento normal do solvente de T*, onde T = T* - T, onde T é o abaixamento crioscópico:
′ ′ 𝑅𝑇 ∗2
∆𝑇 = 𝐾 𝑥𝐵 𝐾 =
∆𝑓𝑢𝑠 𝐻
• Solução saturada – o potencial químico do soluto sólido puro, 𝜇𝐵∗ 𝑠 , é igual ao potencial químico
do soluto B em solução, 𝜇𝐵 , podemos escrever: 𝜇𝐵 = 𝜇𝐵∗ (𝑙) + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥𝐵
➢ Queremos determinar a fração molar do soluto B numa solução saturada quando a temperatura é T;
∆𝑓𝑢𝑠 𝐻 1 1
➢ Assim: 𝑙𝑛𝑥𝐵 = −
𝑅 𝑇∗ 𝑇 ∆𝑓𝑢𝑠 𝐻
𝑅𝑇
❑ A solubilidade de B diminui exponencialmente quando a
temperatura diminui em relação à temperatura de fusão;
❑ Solutos com pontos de fusão elevados e entalpias grandes são
pouco solúveis nas temperaturas normais;
❑ O que poderia interferir na aplicação da equação acima? A
idealidade da solução saturada;
❑ Ela não explica o motivo pelo qual a solubilidade de um dado
soluto, em diferentes solventes, ser diferente;
➢ Pressão Osmótica, : É a pressão que deve ser aplicada à solução para impedir a passagem do
solvente através da membrana semipermeável;
❑ Figura (a):
❑ A contrapressão é provocada pela própria carga da coluna de solução gerada pela própria
osmose;
❑ Equilíbrio é atingido quando: pressão hidrostática da coluna de solução = pressão
osmótica;
❑ Problemas desta montagem: diluição da solução provocada pela entrada do solvente;
➢ Figura (b):
❑ Sistema para medida da pressão osmótica;
❑ Equilíbrio envolvido no cálculo da pressão osmótica, ; entro o solvente puro A, numa
pressão p, numa face da membrana semipermeável e o componente A na solução, na
outra face da membrana, onde a pressão é + p; Figura (a) Figura (b) 14
Propriedades Coligativas – Osmose
• Análise termodinâmica da osmose:
➢ Considera a igualdade do potencial químico do solvente nos dois lados da membrana
semipermeável, uma vez que tenha sido atingido o equilíbrio;
➢ Para soluções diluídas a pressão osmótica é dada pela equação de van’t Hoff: 𝛱 = B RT
onde [B] = nB/V, a molaridade do soluto;
➢ As macromoléculas se dissolvem e não formam soluções ideais – pode ser assumido que a
equação de van’t seja somente o primeiro termo de uma expansão do tipo virial:
𝛱 = B RT{1 + B B + ⋯ }
15
Atividades – Atividade do Solvente
• Desvios em relação ao comportamento ideal;
• Conceito de atividade;
• Solução ideal: solvente segue a lei de Raoult em todas as concentrações: 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥𝐴
• O estado padrão do solvente é o líquido puro a 1 bar e é obtido quando xA = 1; assim poderemos
reescrever a equação 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥𝐴 como segue:
𝜇𝐴 = 𝜇𝐴∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑎𝐴
onde aA é a atividade de A; uma espécie de fração molar “eficaz”;
𝑝𝐴
• Podemos então escrever 𝑎𝐴 = ∗
𝑝𝐴
• aA (atividade): é uma grandeza que pode ser determinada experimentalmente pela simples medida da
pressão de vapor do solvente em equilíbrio com a solução;
16
Atividades – Atividade do Solvente
• Quando a concentração do soluto se aproxima de zero, todos os solventes obedecerão a lei de Raoult
(pA/pA* = xA) – a atividade do solvente tende para a fração molar quando xA → 1:
aA → xA quando xA → 1
17
Atividades – Atividade do Soluto (Soluções diluídas ideais)
• Solutos: tendem para o comportamento ideal em soluções diluídas (lei de Henry), quando xB → 0 e
não quando xB → 1 (que corresponde ao soluto puro);
• Um soluto B que segue a lei de Henry tem a pressão de vapor pB = KBxB, onde KB é uma constante
empírica;
𝑝𝐵 𝐾𝐵 𝑥𝐵 𝐾𝐵
• O potencial químico de B é: 𝜇𝐵 = 𝜇𝐵∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛 ∗ = 𝜇𝐵∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛 ∗ = 𝜇𝐵∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛 ∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥𝐵
𝑝𝐵 𝑝𝐵 𝑝𝐵
• Portanto:
𝜇𝐵 = 𝜇𝐵0 + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥𝐵 potencial químico do soluto
18
Atividades – Atividade do Soluto (Solutos reais)
𝑝𝐵
• Para qualquer concentração: 𝑎𝐵 = e 𝑎𝐵 = 𝛾𝐵 𝑥𝐵
𝐾𝐵
➢ Agora, todos os desvios da idealidade estão embutidos no coeficiente de atividade B;
19
Atividades – Atividade das Soluções Regulares
• Para soluções regulares, os coeficientes de atividade são: 𝑙𝑛𝛾𝐴 = 𝛽𝑥𝐵2 e 𝑙𝑛𝛾𝐵 = 𝛽𝑥𝐴2
Equações de Margules
• Pode ser utilizada para escrever a atividade de A (o solvente) e xB=1-xA:
2 2
𝑎𝐴 = 𝛾𝐴 𝑥𝐴 = 𝑥𝐴 𝑒 𝛽𝑥𝐵 = 𝑥𝐴 𝑒 𝛽(1−𝑥𝐴)
2
• A atividade de A, aA = pA/pA*, teremos: 𝑝𝐴 = {𝑥𝐴 𝑒 𝛽 1−𝑥𝐴 }𝑝𝐴∗
2
❑ = 0: solução ideal (uma reta) – lei de Raoult; = 0, 𝑒 𝛽 1−𝑥𝐴 = 1; 𝑝𝐴 = 𝑥𝐴 𝑝𝐴∗ ;
21
Exemplo 1
Solução binária: componente A e componente B;
Composição no vapor: yA=0,314 = pA/(pA+pB), e pA+pB = 1 atm = 760 Torr
Assim: yA=0,314 = pA/(pA+pB) → 0,314 = pA/(pA+pB) → pA = (0,314)x(pA+pB) = (0,314)x(760)
pA = 238,64 Torr
Portanto: pA+pB = 760 Torr = (238,64 Torr + pB) → pB = 760-238,64 = 521,36 Torr
Com base nos dados de atividade de A e de B, poderemos calcular os coeficientes de atividade de A e de B (lei de Raoult):
𝑎𝐴 0,436
𝑎𝐴 = 𝛾𝐴 𝑥𝐴 → 𝛾𝐴 = = = 1,98 → 𝛾𝐴 = 1,98
𝑥𝐴 0,220
𝑎𝐵 0,755 0,755 0,755
𝑎𝐵 = 𝛾𝐵 𝑥𝐵 → 𝛾𝐵 = = = = = 0,968 → 𝛾𝐵 = 0,968
𝑥𝐵 1−𝑥𝐴 1−0,220 0,780
22
Exemplo 2
Tabela 1:
c (g L-1) 1,00 2,00 4,00 7,00 9,00
h (cm) 0,28 0,71 2,01 5,10 8,00
23
Exemplo 2
O processo envolve a medida da pressão osmótica para uma série de concentrações c (g L-1);
Assim, a massa molar do polímero é determinada por meio da análise de um gráfico de 𝛱/c em função de c;
Como 𝛱 = B RT{1 + B B + ⋯ }, onde [B] = c/M, onde c = concentração do polímero (em massa) e M a massa molar do
polímero;
A pressão osmótica é igual à pressão hidrostática, ou seja, 𝛱=gh, e g = 9,81 ms-2;
ℎ 𝑅𝑇 𝐵𝑐 𝑅𝑇 𝑅𝑇𝐵
Portanto: = 1+ +⋯ = + 𝑐 + ⋯,
𝑐 𝜌𝑔𝑀 𝑀 𝜌𝑔𝑀 𝜌𝑔𝑀2
24
Exemplo 2
Portanto, com os dados da Tabela 1 é possível fazer o gráfico de h/c contra c:
0,9
0,8 𝑅𝑇
O valor de é a intersecção da reta com o eixo das ordenadas:
0,7 𝜌𝑔𝑀
0,6
h/c (cm g L)
𝑅𝑇
-1
0,5
= 0,21 (cm g −1 L)
𝜌𝑔𝑀
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0 2 4 6 8 10
-1
c (g L )
25
Exemplo 2
𝑅𝑇 𝑅𝑇
Determinamos o valor de , que é a intersecção da reta com o eixo das ordenadas: = 0,21 (cm g −1 L)
𝜌𝑔𝑀 𝜌𝑔𝑀
𝑅𝑇 1
Portanto, 𝑀 =
𝜌𝑔 0,21 (𝑐𝑚 𝑔−1 𝐿)
Também, 1 J = 1 kg m2 s-2
26