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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

FABIANO FANTINI FILHO


GIOVANA DE ALBACETA GOMES DEMÉTRIO
GIOVANNA EVARISTO LOURENÇO
LEONARDO DA SILVA ARAÚJO
MARIA ISABELLA LIMA GARÇÃO
MAYCON APARECIDO DE MORAIS MEIRA

CALIBRAÇÃO DE MEDIDORES DE VAZÃO


RELATÓRIO DA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA A

APUCARANA
2021
FABIANO FANTINI FILHO
GIOVANA DE ALBACETA GOMES DEMÉTRIO
GIOVANNA EVARISTO LOURENÇO
LEONARDO DA SILVA ARAÚJO
MARIA ISABELLA LIMA GARÇÃO
MAYCON APARECIDO DE MORAIS MEIRA

CALIBRAÇÃO DE MEDIDORES DE VAZÃO

Atividade apresentada como


requisito para obtenção de nota
parcial na disciplina de Laboratório
de Engenharia Química A, do curso
de Engenharia Química da
Universidade Tecnológica Federal
do Paraná - Campus Apucarana.
Prof. Dr. Gylles R. Stroher

APUCARANA
2021
RESUMO

No ambiente industrial, a vazão tem um papel importante no controle dos


processos. O controle desta ocorre por meio de medidores de vazão, que tem como
função regular a quantidade volumétrica ou mássica de um fluido que escoa através
da seção de um tubo por unidade de tempo. A precisão dos dados obtidos por esses
equipamentos é de vital importância, portanto devem estar sempre calibrados,
recebendo uma manutenção regularmente, para o bom funcionamento de todo o
processo industrial. Nesse relatório, utilizou-se de diversos equipamentos, como o
Rotâmetro, Hidrômetro, Placa de Orifício, Venturi e o Tubo de Pitot, afim de se
determinar a vazão d’água que escoava pelo tubo, sendo possível determinar a sua
curva de calibração e verificar o quanto se afasta da idealidade.

Palavras-chave: Água; Calibração; Medidores de Vazão.


Índice de Tabelas

Tabela 1 - Tempo médio necessário para uma volta completa do hidrômetro e


enchimento de 10L do tanque reserva 7
Tabela 2 - Vazão volumétrica e mássica experimental no tanque e no hidrômetro 7
Tabela 3 - Variação do fluido manométrico em metros para a placa de orifício 9
Tabela 4 - Queda de pressão, vazão mássica e volumétrica para a placa de orifício 9
Tabela 5 - Variação do fluido manométrico em metros para o tubo de Venturi 10
Tabela 6 - Queda de pressão, vazão mássica e volumétrica para o tubo de Venturi 10
Tabela 7 - Variação do fluido manométrico em metros para o tubo de Pitot 11
Tabela 8 - Tempos de queda da esfera 12
Tabela 9 - Comparação das vazões mássicas 13
Tabela 10 - Coeficiente de descarga para todos os medidores 13
Índice de Figuras

Figura 1 - Relação entre vazão teórica e experimental do hidrômetro e do tanque 8


Figura 2 - Vazão volumétrica em função da raiz da variação de altura na placa de
orifício 10
Figura 3 - Vazão volumétrica em função da raiz da variação de altura no tubo de
Venturi 11
Figura 4 - Vazão volumétrica em função da raiz da variação de altura no tubo de Pitot
13
Figura 5 - Comparação gráfica das vazões mássicas 14
Sumário

1 1
2 4
3 5
3.1 5
3.2 5
3.2.1 5
3.2.2 5
3.2.3 6
3.2.4 6
4 6
5 16
6 17
7 ANEXOS..............................................................................................................18
7.1 PROPRIEDADES DA ÁGUA SATURADA.............................................18
1 INTRODUÇÃO

A mecânica dos fluidos possui diversas aplicações importantes. Uma delas é a


medição da vazão de um fluido em escoamento interno. Para tal, diversos dispositivos
foram desenvolvidos, cada qual com sua capacidade, tamanho, exatidão, custo e
princípio operacional (ÇENGEL e CIMBALA, 2015).
Uma das maneiras mais simples de aferir a vazão em um tubo é através do
“método direto”. Este consiste, basicamente, em medir a quantidade de um fluido
acumulado em um recipiente durante um determinado período de tempo (FOX et al.,
2018).
Ademais, existem medidores de restrição para a mesma finalidade. Tais
dispositivos funcionam a partir do princípio de que há uma variação de pressão
causada pela alteração da velocidade do fluido que escoa através de um bocal (FOX
et al., 2018).
A pressão que varia pode ser medida através de um manômetro e a vazão é,
então, determinada a partir de uma correlação experimental ou análise teórica (FOX
et al., 2018).
Para considerações de um escoamento permanente e incompressível ao longo de
uma linha corrente, e desprezando-se forças de atrito, é possível obter uma vazão
mássica teórica através da Equação 1 (FOX et al., 2018).

𝐴2
𝑚̇𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 = √2 𝜌 (𝑝1 − 𝑝2 )
2 (1)
√1 − (𝐴2 )
𝐴 1

Em que A1 é a área de escoamento da entrada do medidor, A 2 é a área da seção


transversal do bocal no local onde ocorre uma constrição no escoamento (ponto de
área mínima), 𝜌 é a massa específica do fluido, p1 é a pressão na entrada do bocal e
p2 é a pressão na região de área mínima de escoamento (FOX et al., 2018).

Apesar de se ter uma fórmula para calcular a vazão mássica teórica, nem sempre
é possível determiná-la com precisão. Há uma limitação quanto às vazões que podem
ser medidas (FOX et al., 2018).

1
Os fatores limitantes podem ser: a dificuldade de calcular a área real do
escoamento na seção de constrição, a aproximação para o escoamento uniforme –
que é válida apenas para números de Reynolds muito altos, a presença de atrito e a
medição da pressão – que varia dependendo do local onde foi tomada (FOX et al.,
2018).

Considerando os motivos anteriormente citados, há um ajuste da equação teórica,


que leva em consideração o número de Reynolds, a razão entre os diâmetros das
seções 1 e 2, e a definição de um coeficiente de descarga empírico (C). A Equação 2
apresenta o ajuste para determinação de uma vazão mássica real (FOX et al., 2018).

𝑚̇𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝐾𝐴𝑡 √2 𝜌 (𝑝1 − 𝑝2 ) (2)

Em que At é a área de escoamento na seção de constrição e K pode ser


determinado através da Equação 3 (FOX et al., 2018).

𝐶
𝐾= (3)
√1 − 𝛽 4

Onde 𝛽 é uma relação entre os diâmetros da seção de constrição (Dt) e da entrada


do bocal (D1), definida na Equação 4, e C tem seu valor determinado
experimentalmente (FOX et al., 2018). Existem gráficos e correlações disponíveis na
literatura para diversos tipos de medidores por obstrução (ÇENGEL e CIMBALA,
2015).

𝐷𝑡 (4)
𝛽= ( )
𝐷1

Como existem diversos motivos que levam à escolha de um medidor de vazão,


que devem fornecer a exatidão necessária da forma mais simples e barata possível,
há variados dispositivos que podem ser comparados quanto ao custo-benefício (FOX
et al., 2018).

Os dispositivos que foram utilizados no experimento realizado, e que serão


abordados a seguir, são os medidores de vazão do tipo Venturi, Placa de Orifício e
Tubo de Pitot.

2
O primeiro dispositivo é usado para líquido incompressível através de variação da
pressão do fluido em escoamento em regiões com áreas transversais diferentes, efeito
explicado pelo princípio de Bernoulli e no princípio da continuidade da massa.

O medidor do tipo Placa de Orifício é uma placa de metal com um orifício no meio
permitindo a passagem do fluido e obrigando a mudar sua velocidade, e em
consequência mudar sua pressão. Já o Tubo de Pitot é empregado para medir
velocidades, principalmente de gases, usando a diferença entre a pressão total e a
estática.

3
2 OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo a calibração e a utilização de diferentes


tipos de medidores de vazão, Venturi, Placa de Orifício e Tubo de Pitot, para o
escoamento da água em temperatura ambiente em fase líquida e em fase gasosa.
Assim, espera-se a curva de calibração e uma discussão sobre a metodologia
empregada juntamente com os resultados experimentais e teóricos.

4
3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS

Os materiais utilizados foram: Reservatório de Água (RA); Bomba Centrífuga


(BC); tubulação de PVC (DN 32 mm e Di 27,5 mm); Válvula para Regulagem de Vazão
(VRV); medidor comercial de vazão tipo Rotâmetro (Rt); medidor comercial de vazão
tipo Hidrômetro (Hd); medidor de vazão tipo Venturi (Vt) com β = (Di/di) = 0,47, ligado
ao seu respectivo Manômetro de Tubo em U (MU Vt) que contém Mercúrio metálico
como fluído manométrico; medidor de vazão tipo Placa de Orifício (PO) com β = (Di/di)
= 0,49, ligado ao seu respectivo Manômetro de Tubo em U (MU PO) que contém
Mercúrio metálico como fluido manométrico; medidor de velocidade tipo Pitot padrão
(Pt), com régua linimétrica, ligado a dois piezômetros; e um Recipiente Graduado (RG)
munido de uma Válvula de Bloqueio (VB) para medidas de vazão com auxílio de um
Cronômetro.

3.2 MÉTODOS

3.2.1 CALIBRAÇÃO DO ROTÂMETRO E DO HIDRÔMETRO

Inicialmente, mediu-se a temperatura da água. Depois, ligou-se a válvula ao


lado da bomba e o módulo, e ajustou-se as vazões para 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45,
50, 55 e 60 L/min.
Para cada uma dessas vazões foi medido o tempo necessário para o ponteiro
do hidrômetro dar 1 volta completa e também o tempo necessário para encher o
tanque reserva.

3.2.2 CALIBRAÇÃO DA PLACA DE ORIFÍCIO

5
Primeiro, verificou-se se a válvula reguladora de vazão foi fechada e abriu-se a
válvula azul do manômetro de mercúrio da placa de orifício. Ajustou-se a vazão do
rotâmetro para 10, 15, 20 e 25 L/min e anotou-se a diferença de cota do fluido
manométrico. Regulou-se a vazão de volta para 25, 20, 15 e 10 L/min e anotou-se
novamente a diferença de cota do fluido manométrico. Por fim, fechou-se a válvula
reguladora de vazão, válvula azul dos manômetros e do piezômetro.

3.2.3 CALIBRAÇÃO DO VENTURI

A calibração do Venturi, deu-se de modo semelhante à calibração da Placa de


Orifício, para vazões de 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40 L/min.

3.2.4 CALIBRAÇÃO DO TUBO DE PITOT

Verificou-se se a válvula reguladora de vazão estava fechada e logo após abriu-


se as duas válvulas azuis de piezômetro conectado ao tubo de Pitot. A calibração do
tubo de Pitot foi obtida de forma semelhante as calibrações ditas nos tópicos
anteriores e para as mesmas vazões de 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40 L/min.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 OPERAÇÕES COM CIRCUITO DE ÁGUA

4.1.1 Calibração do Rotâmetro e do Hidrômetro

A calibração dos equipamentos é necessária para que estes possam


auxiliar nas medições de forma precisa, apresentando bons resultados para os
experimentos. Desta forma, foram calibrados os instrumentos rotâmetro e
hidrômetro.
Utilizando 28ºC como temperatura inicial da água foi criada a Tabela 1,
que relaciona as vazões ajustadas no rotâmetro com o tempo necessário para

6
o ponteiro do hidrômetro realizar uma volta completa e o tempo necessário para
encher o tanque reserva em um volume de 10 L.

Tabela 1 - Tempo médio necessário para uma volta completa do hidrômetro e enchimento de
10L do tanque reserva

Vazão do rotâmetro Intervalo médio de tempo Intervalo médio de tempo


(L/min) do hidrômetro (s) do tanque reserva (s)
10 57,10 59,01
15 39,93 39,84
20 30,00 29,91
25 24,07 24,23
30 20,10 19,89
35 17,10 16,78
40 15,17 14,76
45 12,87 13,29
50 12,00 11,90
55 11,23 10,86
60 10,07 9,89
Fonte: Autoria própria, 2021.

As vazões volumétricas do hidrômetro foram obtidas considerando que


cada revolução do ponteiro equivale a 10L, e como foi realizada apenas 1 volta,
o volume utilizado para os cálculos foi de 10L. Por meio da Equação 5, em que
𝑄 é a vazão volumétrica, 𝑣 é o volume, e 𝑡 o tempo, foram calculadas as vazões
volumétricas em L.min-1. Da mesma forma, foram calculadas as vazões
volumétricas e mássicas do tanque reserva, utilizando a Equação 6, com a
massa específica da água na temperatura média, a 29,5°C, calculada a partir
do anexo 1 e resultando em 996,1 kg/m³. Os resultados estão dispostos na
Tabela 2.
𝑣
𝑄= (5)
𝑡

𝑚̇ = 𝑄. 𝜌 (6)
Tabela 2 - Vazão volumétrica e mássica experimental no tanque e no hidrômetro

Vazão Volumétrica (L/min) Vazão mássica (kg/s)


Hidrômetro Tanque Tanque
10,51 10,17 0,169
7
15,03 15,06 0,250
20,00 20,06 0,333
24,93 24,77 0,411
29,85 30,17 0,501
35,09 35,76 0,593
39,56 40,66 0,675
46,63 45,14 0,749
50,00 50,42 0,837
53,41 55,27 0,918
59,60 60,69 1,008
Fonte: Autoria própria, 2021.
A fim de comparar as vazões do tanque reserva e do hidrômetro com as
vazões do rotâmetro, foi elaborado um gráfico apresentado na Figura 1.
Figura 1 - Relação entre vazão teórica e experimental do hidrômetro e do tanque

70
y = 1,0105x - 0,0789
60 R² = 0,9998
Vazão experimental

50

40
y = 0,9857x + 0,465
30 R² = 0,998

20

10

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Vazão teórica
Hidrometro Tanque

Fonte: Autoria própria, 2021.


Analisando a figura e as tabelas anteriores, pôde-se notar que as vazões
obtidas no hidrômetro e no tanque reserva foram próximas da vazão do
rotâmetro, justificando o comportamento linear do gráfico, com um R² próximo
de 1.

4.1.2 Calibração da Placa de Orifício

8
Segundo os dados obtidos no experimento, foi elaborado a Tabela 3,
que apresenta a variação média do fluído manométrico em função da vazão do
rotâmetro.
Tabela 3 - Variação do fluido manométrico em metros para a placa de orifício

Vazão do rotâmetro Ida Volta


Média
(L/min) (m) (m)
10 0,024 0,023 0,024
15 0,040 0,039 0,040
20 0,065 0,064 0,065
25 0,113 0,109 0,111
Fonte: Autoria própria, 2021.

Utilizando os dados no Anexo I, foi determinada a massa específica da


água através da interpolação da Temperatura Inicial e Final, 28ºC e 31ºC,
obtendo-se um valor de 996,1 kg.m-3 para uma temperatura média Tm de
29,5ºC. Buscando na literatura, o valor utilizado para o peso específico do
mercúrio (Hg) foi de 133322,3878 N.m-3, e o peso específico utilizado para a
água foi de 9768,404 N.m-3.
A diferença de pressão foi calculada utilizando-se a Equação 7, que
relaciona peso específico do fluído manométrico com peso específico do fluído
que escoa, bem como a variação média do fluído manométrica calculada
anteriormente.
𝛥𝑝 = (𝛾𝑚 − 𝛾)𝛥ℎ (7)
Através da Equação 1 foram obtidas as vazões mássicas e volumétricas
teóricas utilizando a massa específica da água a 29,1°C. Estes dados estão
demonstrados na Tabela 4. O valor de A1 utilizado na Equação 1 foi obtido
através do diâmetro dado da tubulação de PVC de 27,5 mm e o A2 por meio da
relação disposta na Equação 4, em que β=0,49. Portanto, A1= 5,94.10-4m e A2=
1,43.10-4m.
Tabela 4 - Queda de pressão, vazão mássica e volumétrica para a placa de orifício

Vazão
Vazão mássica
Δp (Pa) volumétrica
(kg/s)
(L/s)
2903,519 0,35332114 21,2823
4880,382 0,45807253 27,5920
7969,232 0,58534991 35,2585
9
13714,49 0,76788677 46,2536
Fonte: Autoria própria, 2021.
Juntamente com os dados de vazões volumétricas teóricas e da
raiz das variações de altura manométrica, foi construída a curva de calibração
para a placa de orifício, disposta na Figura 2.

Figura 2 - Vazão volumétrica em função da raiz da variação de altura na placa de orifício

50,0000
y = 138,83x + 5E-14
45,0000
R² = 1
Vazão volumétrica (L/s)

40,0000
35,0000
30,0000
25,0000
20,0000
15,0000
10,0000
5,0000
0,0000
0,130 0,180 0,230 0,280 0,330 0,380
√Δh

Fonte: Autoria própria, 2021.


O melhor ajuste encontrado foi o linear, com um R²=1. Sendo
assim, a vazão volumétrica na placa de orifício é diretamente proporcional à
variação de altura do fluido manométrico.

4.1.3 Calibração do Tubo de Venturi

Análogo à Tabela 3, e com dados relacionados ao tubo de Venturi, foi


elaborada a Tabela 5.

Tabela 5 – Variação do fluido manométrico em metros para o tubo de Venturi

Vazão do rotâmetro Ida Volta


Média
(L/min) (m) (m)
10 0,015 0,014 0,015
15 0,020 0,024 0,022
20 0,034 0,030 0,032
25 0,049 0,051 0,050
30 0,073 0,076 0,075

10
35 0,097 0,093 0,095
40 0,129 0,129 0,129
Fonte: Autoria própria, 2021.
Utilizando-se a mesma Equação 6 para o cálculo da variação de
pressão, densidade do fluído manométrico Hg, temperatura média de 29,5ºC
juntamente com a mesma Equação 1 para obtenção de massa teórica, porém
com A2 diferente devido à relação descrita na Equação 4 ter β=0,47, foram
obtidos dados de vazões mássicas e volumétricas teóricas apresentadas na
Tabela 6. Com os dados de vazões volumétricas teóricas e variações de altura
do fluído manométrico também foi construído a curva de calibração para o tubo
de Venturi, demonstrada na Figura 3.
Tabela 6 - Queda de pressão, vazão mássica e volumétrica para o tubo de Venturi

Vazão Mássica Vazão


Δp (Pa)
(kg/s) Volumétrica (L/s)
1791,533 0,254 15,309
2718,188 0,313 18,857
3953,727 0,378 22,742
6177,699 0,472 28,428
9204,772 0,576 34,700
11737,628 0,651 39,185
15938,464 0,758 45,662
Fonte: Autoria própria, 2021.

Figura 3 - Vazão volumétrica em função da raiz da variação de altura no tubo de Venturi

50,000

45,000
y = 127,13x
40,000 R² = 1
Vazão volumétrica (L/s)

35,000

30,000

25,000

20,000

15,000

10,000
0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0,400
√Δh

11
Fonte: Autoria própria, 2021.

Analogamente à placa de orifício, a vazão volumétrica no tubo de


Venturi também se ajusta linearmente à variação da altura do fluido
manométrico.

4.1.4 Calibração do Tubo de Pitot

A variação da altura do fluído manométrico (água) presente nos dois


piezômetros em função da vazão do rotâmetro estão demonstradas na Tabela
7.
Tabela 7 - Variação do fluido manométrico em metros para o tubo de Pitot

Vazão do
Ida Volta
rotâmetro Média
(m) (m)
(L/min)
10 0,008 0,008 0,008
15 0,020 0,021 0,021
20 0,029 0,025 0,027
25 0,042 0,045 0,044
30 0,067 0,071 0,069
35 0,088 0,085 0,087
40 0,111 0,109 0,110
Fonte: Autoria própria, 2021.

A diferença de pressão no tubo de Pitot foi determinada utilizando a


Equação 8, que relaciona o peso específico do fluído manométrico com as
alturas médias manométricas calculadas anteriormente. Com a diferença de
pressão, foi calculada a vazão mássica utilizando-se a Equação 9. Vale
ressaltar que a At utilizado nessa Equação foi o A1 calculado em passos
anteriores. Com isso, foram obtidos os valores de vazões mássicas e
volumétricas teóricas dispostas na Tabela 8 e construída a curva de calibração
para o tubo de Pitot por meio da Figura 4.
𝛥𝑝 = 𝛾𝑚 . 𝛥ℎ (8)

𝑚̇𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 = 𝐴𝑡 𝜌√2(𝑝1 − 𝑝2 )/𝜌 (9)

12
Tabela 8 - Queda de pressão, vazão mássica e volumétrica para o tubo de Pitot

Vazão Mássica Vazão Volumétrica


Δp (Pa)
(kg/s) (L/s)
78,147 0,234 14,116
200,252 0,375 22,597
263,747 0,431 25,934
424,926 0,546 32,917
674,020 0,688 41,458
844,967 0,771 46,418
1074,524 0,869 52,345
Fonte: Autoria própria, 2021.
Figura 4 - Vazão volumétrica em função da raiz da variação de altura no tubo de Pitot

55,000
50,000
Vazão Volumétrica (L/s)

45,000
40,000 y = 157,83x + 4E-14
35,000 R² = 1

30,000
25,000
20,000
15,000
10,000
0,060 0,110 0,160 0,210 0,260 0,310 0,360
√Δh

Fonte: Autoria própria, 2021.


O melhor ajuste encontrado foi o linear, com um R²=1, tal como o
tubo de Venturi e a placa de orifício.

4.2 COMPARAÇÃO ENTRE AS VAZÕES MÁSSICAS TEÓRICAS E


EXPERIMENTAIS

Por meio das vazões mássicas obtidas do tanque, da placa de orifício


do tubo de Venturi e do tubo de Pitot, foi elaborada a Tabela 9 e a Figura 5 a
fim de realizar uma análise comparativa desses dados.
Tabela 9 - Comparação das vazões mássicas

Vazão mássica Vazão mássica Vazão mássica


Vazão mássica
na placa de no tubo de no tubo de Pitot
no tanque (kg/s)
orifício (kg/s) Venturi (kg/s) (kg/s)
13
0,169 0,353 0,254 0,234
0,250 0,458 0,313 0,375
0,333 0,585 0,378 0,431
0,411 0,768 0,472 0,546
0,501 0,576 0,688
0,594 0,651 0,771
0,675 0,758 0,869
Fonte: Autoria própria, 2021.
Figura 5 - Comparação gráfica das vazões mássicas

0,800
0,700
0,600
𝑚 ̇𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 (kg/s)

y = 0,9883x - 0,0613 y = 0,7987x - 0,0277


0,500 R² = 0,9936 R² = 0,993
0,400
0,300
0,200
y = 0,5805x - 0,0234
0,100 R² = 0,9809
0,000
0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000
𝑚 ̇teórica (kg/s)

Placa de Orifício Tubo de Venturi Tubo de Pitot

Fonte: Autoria própria, 2021.

Diante dos dados apresentados na Tabela 9 e na Figura 5, é possível


notar que a placa de orifício foi o medidor que apresentou a maior diferença de
pressão e maior vazão volumétrica. Isso ocorre pelo fato de que a placa gera
no tubo uma redução de área consideravelmente maior do que os outros
medidores, ocasionando uma alta perda de carga (diferença de pressão) que
gera uma maior vazão.
Um termo importante que é possível calcular através das linearizações
das vazões mássicas teóricas e experimentais é o coeficiente de descarga (Cd).
Esse coeficiente, representado na Equação 10, é a razão entre os resultados
reais e experimentais da vazão, correspondendo ao coeficiente angular das
linearizações. Ele representa os efeitos de turbulência causada pela redução
abrupta da área. Os resultados estão expostos na Tabela 10.

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𝑚̇𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑑 = 𝑚̇𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 (10)

Tabela 10 - Coeficiente de descarga para todos os medidores

Medidor Cd
Placa de Orifício 0,5805
Tubo de Venturi 0,9883
Tubo de Pitot 0,7987
Fonte: Autoria própria, 2021.

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5 CONCLUSÃO

Com base no presente trabalho, pode-se constatar uma tendência linear entre as
vazões experimentais e teóricas do Hidrômetro e do tanque reserva. Esse
comportamento era o esperado, visto que as vazões obtidas se aproximaram da vazão
aferida no Rotâmetro.
A curva de calibração pode ser utilizada para comparar os dados experimentais
obtidos com a teoria. A eficácia dessas curvas depende da confiabilidade dos dados
coletados. Ao comparar dois experimentos, qual tiver a curva mais inclinada será o
mais sensível. Dessa forma, ao analisar os gráficos, nota-se que o tubo de Pitot
apresenta o maior coeficiente angular, sendo, portanto, o mais sensível.
Comparando, também, os valores de vazão mássica experimentais e teóricos
obtidos, pode-se calcular o coeficiente de descarga. Esse parâmetro pode indicar o
quanto os dados estão próximos da idealidade. Baseando-se nos experimentos, pode-
se afirmar que a vazão mássica experimental obtida para o tubo de Venturi apresenta-
se como a mais próxima da vazão mássica teórica.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÇENGEL, Yunus A.; CIMBALA, John M. Mecânica dos Fluidos: Fundamentos e


Aplicações. 3. ed. Porto Alegre: AMGH Editora LTDA, 2015.

FOX, Robert W.; MCDONALD Alan T.; PRITCHARD, Philip J.; MITCHELL; John W.
Introdução à Mecânica dos Fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

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7 ANEXOS

7.1 Propriedades da água saturada.

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