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- Górgias, Hípias, Pródico e Trasímaco atuaram como representantes diplomáticos de suas
respectivas cidades.
- Estudaram a persuasão retórica e a gramática. Protágoras foi o primeiro a distinguir os
gêneros a partir dos substantivos e os tempos e modos dos verbos.
- A interpretação do trabalho dos poetas também é característico da educação sofística. Há
uma continuação da tradição mais antiga do poeta como um pensador moral agora na
figura do sofista.
- Conferências públicas, encontros e críticas literárias.
- Eram o equivalente de consultores, advogados, life coaches, lobistas, profissionais de
relações públicas e celebridades.
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- Em seu ‘Grande Discurso’ no diálogo de Platão (320c–328d), Protágoras apresenta uma
explicação do desenvolvimento da civilização humana, com o objetivo de mostrar que a
essência da boa cidadania consistia em justiça e comedimento, que são naturais para seres
humanos na preservação da ordem social.
- A natureza por si só é insuficiente para o florescimento humano e precisamos das leis.
- Mito: violência -> Zeus nos dá comedimento e justiça; essas nos capacitaram a
desenvolver as habilidades de política e relações comunais e virtude.
- As Antilogias: ‘em torno de cada coisa ha dois raciocínios que se contrapõem’.
- Para cada tese é possível fornecer argumentos a favor e contra e, por conseguinte, é
possível, com técnica apropriada, tornar mais forte o argumento mais fraco: nisso
justamente consistia a virtude.
- Relativista: ‘o homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das
coisas que não são, enquanto não são.’
- ‘Tal como cada coisa aparece para mim, tal ela é para mim; tal como aparece para ti, tal é
para ti.’
- Toda aparência sensória é relativa: se o vendo causa uma sensação de frio em mim e calor
em você, então é frio para mim e quente para você (Teeteto, 152a).
- “É igualmente possível afirmar e negar qualquer coisa” (Metafísica, 1007b20–22).
- Dissoi logoi (argumentos para cada lado): os argumentos a favor da identidade dependem
da relatividade da aplicação da propriedade, e.g., o mal é o mesmo que o bom, pois a
doença é má para o paciente, mas boa para o médico (Sexto Empírico, Protágoras 334a–
c.).
- É impossível dizer o que é falso, pois o que é falso não é o caso, e dizer algo envolve dizer
algo que é caso (Eutidemo 284a–c, Teeteto 188d–189a, Sofista 236e–237e).
- Pragmatismo oportunista: não existe um “verdadeiro” ou um “bem” absoluto, mas apenas
algo que é mais útil, mais conveniente e mais oportuno.
- Crátilo: um nome próprio expressa, por meio da sua etimologia, a natureza das coisas em
nomes, e que tem significância somente quando corretamente aplicada, mas é de outro
modo um mero som vazio. Portanto, não pode existir uma aplicação inadequada de um
nome e, consequentemente, uma afirmação falsa (Crátilo, 429d).
- Antístenes: cada coisa tem sua própria definição ou descrição, que não pode ser aplicada a
qualquer outra, a partir da qual novamente a impossibilidade da falsidade se segue
(Aristóteles, Metafísica 1024b32–4).
- Objeção de Demócrito: a tese de que toda aparência é verdadeira, a tese de que não é o
caso que toda aparência é verdadeira, que é ela mesma em acordo com a aparência é
verdade; assim a tese de Protágoras é auto-refutante. (Plutarco, Contra Colotes, 1108F;
Sexto, Contra os Matemáticos, VII.389–90; Laércio, Vidas e doutrinas dos filósofos
ilustres, IX.51, 80B6a)
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- O que quer que seja considerado justo e admirável em qualquer cidade particular é justo e
admirável naquela cidade, desde que a convenção seja mantida (Teeteto 167c).
- O objetivo de fortalecer o mais argumento mais fraco é independente do relativismo. Isso
não é a obrigação de todo advogado?
- Processa Evalto pelo não-pagamento de honorários. Evalto se recusa a pagar por não ter
vencido uma causa. Se Evalto perde ou vence, ele tem de pagar.
- Obras: ‘As Antilogias’, ‘Sobre os Deuses’, ‘Sobre as virtudes’, ‘Sobre a constituição’ e
‘Sobre o Estado das Coisas no Início’.
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- Elas foram preservados através de uma obra chamada Technai, um manual de instrução
retórica, que consistia de modelos a serem memorizados, e demonstrava diversos
princípios da prática retórica.
- Os escritos de Górgias são tanto retóricos quanto performáticos; o autor faz grande esforço
para exibir sua habilidade de fortalecer uma posição argumentativa absurda.
Consequentemente, cada uma de suas obras defende pontos de vista que eram
impopulares, paradoxais e até mesmo absurdos.
- O diálogo de Platão chamado Górgias tenta mostrar que a retórica não satisfaz as
condições necessárias para que seja considerada uma técnica, sendo uma habilidade
perigosa, pois dá a um ignorante o poder de parecer ter mais conhecimento do que alguém
que efetivamente o tem.
Nada existe
- Se algo existir, é eterno ou gerado.
- Se é eterno, não tem início, e assim é sem limite.
- Se é sem limite, não está em lugar algum, e assim não existe.
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- E se a existência é gerada, deve vir de algo, e esse algo é existência, o que é outra
contradição.
- Similarmente, a não-existência não pode produzir algo (B3.71).
- A existência não pode ser ‘um’ ou ‘muitos’, pois se fosse um, seria divisível, e portanto
não um.
- Se fosse muitos, seria um ‘composto de entidades separadas’ (B3.74) e não mais a coisa
conhecida como existência.
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- O primeiro argumento é refutado por Platão em Sofista (o ser abrange tudo o que é
mutável e tudo o que está em mutação)
- O segundo argumento é uma falácia de pensar que “Nem todos A serem B” implica que
“Nenhum B seja um A”. Exep: “Nem todos os nadadores são corredores. Logo, nenhum
corredor é um nadador.”
- O terceiro argumentado foi criticado por Wittgenstein, no séc. XX. Há critérios públicos
para os usos de expressões de estados mentais. Obedecer uma regra é uma prática. E
pensar que está obedecendo uma regra não é uma regra. Assim, não é possível obedecer
uma regra de modo privado: caso contrário, pensar em obedecer uma regra seria o mesmo
que obedecê-la.
Defesa de Palamedes
- Górgias apresenta um método para compor argumentos lógicos, éticos e emocionais a
partir da possibilidade, que são similares a aqueles descritos por Aristóteles na Retórica.
- Como argumentos plausíveis podem colocar verdades convencionais em dúvida.
- Na Defesa, apresenta a argumentação de Palamedes, que na mitologia Grega, é
reconhecido como tendo inventado o alfabeto, as leis escritas, os números, a armadura, as
medidas e os pesos.
- Com firme lógica jurídica, Górgias argumenta que Palamedes não podia ter traído os
gregos e, se pudesse, não teria querido, e que era impossível provar o que não aconteceu.
- Ao participar dos preparativos da guerra de Tróia, Palamedes desmascarou Ulisses, que se
fingia de louco para não participar da expedição. O príncipe grego o encontrou semeando
sal em um campo que arava com uma junta composta por um jumento e um touro.
Palamedes pegou Telêmaco, filho de Ulisses, e o colocou na frente do arado.
- A reação imediata de Ulisses para salvar o filho provou que ele não estava tão louco e,
mesmo renitente, o herói teve de se juntar à frota que zarpou para Tróia. Ulisses nunca lhe
perdoou essa intervenção e dali por diante ficou arquitetando como iria se vingar.
- Ulisses, para se vingar, produziu uma carta supostamente enviada por Príamo, rei dos
troianos, a Palamedes, escrita por coação por um prisioneiro troiano, para fazer crer que
Palamedes era um traidor. Ulisses o acusou então de conivência com o inimigo e, para
reforçar sua denúncia, escondeu ouro, preço da traição, na tenda de Palamedes. Quando o
ouro foi descoberto, Palamedes foi condenado à morte pelo conselho de guerra e
apedrejado injustamente.
- A traição requer: comunicação entre Palamedes e o inimigo, troca em forma de reféns ou
dinheiro, e não ser detectado pelos guardas ou cidadãos.
- Palamedes afirma que uma pequena soma de dinheiro não teria garantido tamanha
maquinação e afirma que uma grande quantidade de dinheiro exigiria a ajuda de muitos
confederados para que fosse transportado.
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- Palamedes raciocina além disso que essa troca nunca poderia ter acontecido de noite, pois
os guardas estariam vigiando, nem de dia, pois todos seriam capazes de vê-la.
- Essa ação exigiria comparsas. Se eles fossem livres, eles se sentiriam livres para apresentar
qualquer informação que tivessem; se fossem escravos, haveria o risco de acusarem
voluntariamente para obter a liberdade, ou acusá-lo por força quando torturado. Por isso,
escravos não são confiáveis.
- Um motivo para a traição exigiria status, riqueza, honra, e segurança, e Palamedes carecia
de qualquer um desses motivos.
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Teoria da religião
- Uma teoria sobre a origem da religião: o culto aos deuses personificado em fenômenos
naturais é um culto àquilo que é importante para a sobrevivência, sobretudo na agricultura
(Laércio, Vidas e Doutrinas, 84B5).
- A religião era a personificação dos objetos naturais que eram necessários ao Homem.
- Os deuses são a hipostatização (isto é, a absolutização) do útil e do vantajoso.
- Obras: Epideixeis, As Estações.
Hípias de Elis
- Dava aulas de matemática, astronomia, música, história, literatura e mitologia, assim como
ensinava os talentos práticos de alfaiate e sapateiro.
- Era conhecido por ter conhecimento enciclopédico e por ter ensinado a arte da memória
(mnemotécnica).
- Nos Jogos Olímpicos, Hípias deu discursos em qualquer tópico que foi proposto e
respondeu quaisquer perguntas que lhe foram colocadas (Hípias Menor, 363c),
- Como alguém pode levar o direito a sério quando as mesmas pessoas que inventam as leis
as substituem por outras?
- Hípias é o primeiro a defender a noção de direito natural. O direito natural nunca deve ser
superado, pois é universal. O direito natural era uma entidade habitual da qual seres
humanos fazem parte sem premeditação e é comum em todos os povos.
- Pensava que o conhecimento da natureza fosse indispensável para a boa conduta na vida, a
qual deve seguir justamente as leis da natureza, mais que as leis humanas.
- A natureza une os homens, enquanto a lei frequentemente os divide. Portanto, desvaloriza-
se a lei quando e a medida que se opõe a natureza.
- Ideal cosmopolita: não tem sentido as discriminações das leis positivas que dividem os
cidadãos de uma cidade dos cidadãos de outra, ou que dividem os cidadãos dentro da
mesma cidade.
- Ele considerou a elite em estados como indistinguíveis uns dos outros e assim deveriam
ser considerados como parte de uma sociedade de um estado unânime.
- A auto-suficiência. É importante adquirir conhecimento em vários assuntos de modo a
nunca ser vencido em uma disputa ou ter sua reputação questionada
- Fontes: Hípias Maior (sobre o belo), Hípias Menor (sobre a mentira), Suda (enciclopédia
escrita em Constantinopla, do século X)
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Antifonte, o Sofista (470-411 a.C)
- Tratado “Sobre a Verdade”.
- em público, devemos obedecer as leis convencionais, mas sozinhos devemos obedecer as
leis da natureza;
- a repressão significa dor, enquanto que a natureza (natureza humana) evita a dor.
- as leis convencionais contradizem as leis naturais, o que faz com que “as pessoas sofram
mais dor quando menos é possível, tenha menos prazer quando mais é possível”
- “A maioria das coisas que são legais, apenas são [no entanto] ... inimigas da natureza. Por
lei, ficou estabelecido para os olhos o que eles devem, ou não ver, para os ouvidos o que
eles devem, ou não ouvir, para a língua, o que ela deve, ou não falar, para as mãos o que
devem, ou não fazer ... e para a mente o que deve, ou não desejar.”
- “Aqueles que nasceram de pais ilustres nós respeitamos e honramos, enquanto que aqueles
que vêm de uma casa medíocre nós nem respeitamos nem honramos. Assim nós nos
comportamos como bárbaros uns para com os outros. Por natureza, nós todos somos
iguais, tanto os bárbaros, quanto os gregos, têm uma origem inteiramente semelhante: para
ela é apropriado realizar as satisfações naturais, que são necessárias a todos os homens:
todos têm a capacidade de realizar estas, da mesma forma, e em tudo isto nenhum de nós é
diferente, quer como bárbaros, ou como gregos; já que todos nós respiramos o ar pela boca
e narinas e todos nós comemos com as mãos.”
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- Um jovem aristocrático ateniense, que pode ter sido uma figura histórica real ou uma
criação da imaginação de Platão;
- Os pressupostos da retórica levam ao apelo ao direito natural do mais forte.
- A moralidade convencional foi inventada pelos fracos para se protegerem contra os fortes,
inibindo os últimos de fazer o que pela natureza eles têm o direito de fazer, que é usar os
inferiores por sua conveniência.
- As normas genuínas são aqueles exemplificadas pelas bestas, que se comportam de acordo
com o que a natureza dita.
- Expressa desprezo pelos sofistas, mas expressa ideias em comum;
- Um moralista invertido, que mantém que aquilo que é correto fazer é o que é
convencionalmente errado fazer. As normas legítimas são aquelas que prevalecem na
natureza, como é demonstrado por feras de rapina, aqueles que agem de acordo com essas
normas fazem isso em acordo com a natureza da justiça, a lei da natureza, mas não de
acordo com as nossas leis (Platão, Górgias, 483e).
Eveno, de Paros
Eveno afirma explicitamente ensinar excelência humana e política, sucesso na vida pessoal e
nos negócios públicos. Ele é conhecido primariamente como um poeta, embora tenha feito
contribuições para a teoria retórica, segundo Platão (Fedro, 267a).
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