2 Angelo Machado
Neuróporo rostral dará origem ao encéfalo, se divide em três vesículas, ou seja, três
dilatações primeira prosencéfalo (forma elementos anteriores do cérebro como as vesículas
telencéfalo e diencéfalo), mesencéfalo (forma elementos do meio do cérebro não se modifica)
e rombencáfalo (forma elementos posteriores, origina o metencéfalo e o mielencéfalo).
Neuróporo caudal dará origem à medula espinhal. A partir do arquencéfalo (encéfalo
primitivo) são formadas mais 5 dilatações.
ENCÉFALO
O encéfalo compreende:
Diencéfalo: Situa-se na linha mediana, entre os dois hemisférios, se divide em: Epitálamo,
tálamo e hipotálamo.
Subtálamo - formado por substância branca e cinzenta, sendo a mais importante o núcleo
subtálamico, importante na regulação da motricidade somática.
Cerebelo: Localiza-se por trás do tronco cerebral. O cerebelo possui como funções a
organização do movimento, definindo força, velocidade e precisão de como ele vai acontecer.
Outras funções se remetem ao controle postural, equilíbrio e coordenação motora.
Tronco cerebral: É a substância nervosa que vai do cérebro à medula. No centro há uma
formação reticular no controle da consciência, sono e vigília. É responsável também por
muitas funções básicas como o controle da respiração, batimentos cardíacos e o diâmetro dos
vasos sanguíneos. Esta região é também importante para o controle dos movimentos. É
dividido em três partes:
Ponte - Porção média do tronco cerebral, de onde se originam os pares de nervos cranianos V,
VI, VII e VIII, a ponte participa de algumas atividades do bulbo. Interfere no controle da
respiração, equilíbrio, expressão facial, deglutição, é um centro de transmissão de impulsos
para o cerebelo e atua ainda, como passagem para as fibras nervosas que ligam o cérebro à
medula.;
Bulbo - Porção inferior do tronco cerebral, de onde se originam os pares de nervos cranianos
IX, X, XI XII, recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando as funções
autônomas, como: batimentos cardíacos, respiração, pressão do sangue, reflexos de salivação,
tosse, espirro, ato de engolir, propriocepção e tato discriminativo.
Córtex Cerebral
Fina camada de substancia cinzenta que reveste o centro branco medular do cérebro. Do
córtex saem os impulsos nervosos que iniciam e comandam os movimentos voluntários e com
ele estão relacionados os fenômenos psíquicos. O córtex é a parte mais desenvolvida do
cérebro humano é responsável pelo pensamento, raciocínio, funções cognitivas, processos de
percepção sensorial (visão, audição, tato e olfato) e a capacidade de produzir e entender a
linguagem. O córtex é dividido em dois hemisférios (esquerdo e direito) e subdividido em
lobos (frontal, parietal, temporal e occipital).
Área CorticalFunção
Área 43 gustativa
LOBO TEMPORAL
LOBO PARIETO-TEMPORAL
Os lobos temporais estão relacionados à memória, à audição, ao
processamento e percepção de informações sonoras, capacidade
de entender a linguagem e ao processamento visual de ordem
superior.
Por exemplo, o giro temporal inferior está relacionado ao
reconhecimento de faces. Contém centos auditivos, responsável
pela interpretação e associação de informações auditivas
(compreensão da linguagem) e visuais (reconhecimento de
faces)
Áreas 39 e 40 giros angular e supra marginal, área também ligada a percepção espacial.
LOBO OCCIPITAL
Os lobos occipitais são especializados no processamento e
na percepção visual. Os campos oculares occipitais
afetam os movimentos dos olhos, controlando os
movimentos convergentes, constrição e acomodação
pupilares. Principal área responsável pela visão e
coordenação dos movimentos oculares.
Área 45 e 44 auditiva
Área 38 emoções
Área 46 memoria e atenção
Área 5 no córtex sensitivo somático terciário, associativa parietal posterior,Lóbulo parietal
superior, responsável pela estereognosia.
NERVOS CRANIANOS
Vias Eferentes
As estruturas que controlam a motricidade somática são divididas em dois sistemas, piramidal
e extrapiramidal, termos para indicar vias que cruzam e não cruzam na pirâmide bulbar
respectivamente.
Tractos descendentes
Tracto córtico-espinhal
Tracto córtico-espinhal anterior: (Não decussa, cruza na medula) Vai até nível de torácica
media. Controle motor da musculatura axial e proximal dos MMSS. Suas fibras vão até o
nível da metade da medula torácica.
Tracto córtico-espinal lateral: (Decussa) Sai do córtex e vai para medula até T7, ocupa o
funículo lateral em toda a extensão da medula. Controle motor da musculatura apendicular.
Fibras vão até a medula sacral.
A nível de bulbo acontece a decussação das pirâmides onde o trato córtico espinhal se torna
lateral.
Tracto córtico-nuclear: (Do córtex para o núcleo da base) transmitem impulsos aos
neurônios motores do tronco encefálico (área 4 de Brodman) englobam os pares cranianos de
número III, IV, V, VI, VII e VIII. Possui fibras que cruzam e tambem homolaterais, inerva
musculo da faringe, laringe, orbicular, frontal, masseter e músculos motores dos olhos.
Importante lembrar que estes tractos possuem cerca de 80% de suas fibras cruzando sobre a
pirâmide bulbar.
Tractos extrapiramidais (movimentos automáticos) não passam nas pirâmides bulbares,
tem origem no tronco encefálico.
Tracto rubro-espinhal: (sai do mesencéfalo até a medula) origem no núcleo rubro e participa
de forma coadjuvante (córtico espinhal lateral) do controle motor da musculatura apendicular,
controla a motricidade voluntaria dos músculos distais dos membros.
Tracto retículo-espinhal: origem na formação reticular e vai até a medula. A esse tracto
chegam informações de setores do SNC como cerebelo e o córtex motor. E exerce função de
controle da musculatura axial e proximal dos membros (determina o grau de contração desses
músculos), refinamento de movimentos e inibição de reflexo, controle da marcha e suporte
postural, modulação do tônus.
Dois grupos:
Tractos ascendentes
Importante lembrar que, a nível medular, apenas os fascículos grácil e cuneiforme não fazem
cruzamento medular.
Pequenos tractos
Córt
ex Dopa
+ + mina
Putamen
e Caudado Córtex
G
PI Tálamo
- +
Via indireta:
Dopami
Córt na
ex
+ +
Putâmen
Córtex
e caudado
- - +
G
G Tálamo
PI
PE -
+
Sub
-tálamo
ATO MOTOR
Quando queremos executar um ato motor a área 6 e 8 pensa como deve mandar
informação para o cerebelo e núcleos da base, para elaborar e planejar a sequência do ato
motor, a informação volta para a área 6 e 8 (dá o gatilho para a execução do ato motor) manda
a informação para a área 4, onde tem-se a execução do movimento.
Com o córtex, eu penso no ato motor e realizo. Mas entre o pensar e reagir, tenho a
ação dos núcleos da base e cerebelo. A cada segundo, há informação da posição do sistema
somático (sistema muscular) para o cerebelo através das vias espino-cerebelares anterior e
posterior.
A partir das áreas 6 e 8 do córtex passam vias eferentes (fibras córtico-cerebelares)
para que o córtex pergunte: “como está o meu músculo para executar o ato motor?” Assim o
cerebelo vai comparar como estão os músculos e corrigir alguns desequilíbrios.
Antes de enviar a informação de volta para o córtex ele compara a execução com o
planejamento. O planejamento ou sequenciamento do ato motor é por conta dos núcleos da
base. Depois que o ato motor foi ajustado pelo cerebelo, e comparado com o dos núcleos
basais, a informação volta para a área 6 e 8, e depois passa para a área 4 e assim tenho a
execução do ato motor.
Sistema que age no ato motor: Córtex cerebral: áreas 4, 6, 8, 3, 1, 2, cerebelo, núcleos basais
motores, tronco medular e tálamo.
LESÕES
Lesões na medula
Compressão da medula por tumor: compressões de fora para dentro ou de dentro para fora
Síndrome de Brown-Séquard. Pode ser causada por arma branca. No quadro clinico
comprometimento da motricidade voluntaria e sensibilidade profunda homolateral,
sensibilidade superficial contralateral. Vias envolvidas córtico espinhal anterior (homolateral),
espinotalâmico anterior e lateral (contralateral), fascículo grácil e cuneiforme (homolateral).
Os sintomas resultantes de secção de tractos que não se cruzam na medula aparecem do
mesmo lado lesado. Já os sintomas resultantes da secção dos tractos que se cruzam na medula
manifestam-se do lado oposto.
Ocasionada por lesão do tipo chicote Fraqueza muscular, perda de sensibilidade abaixo da
lesão, hiperreflexia e Babinski. Comprometimento importante dos MMSS e leve/normal dos
MMII, sem comprometimento sensitivo.
Termo que se utiliza para sintomas neurológicos transitórios com recuperação em minutos ou
horas. Os sintomas ocorrem abaixo do nível do trauma.
Para entender a síndrome da cauda equina, é necessário primeiro compreender o que é a cauda
equina. A medula espinhal passa pelo interior das vértebras e se estende até o nível da
primeira vértebra lombar (L1). Nesse ponto, a medula se prolonga em raízes nervosas finas,
que correspondem aos axônios que saem da medula e coluna vertebral. A cauda equina
corresponde a esse conjunto de raízes nervosas da região lombar e sacral, que está imerso em
líquido cefalorraquidiano, assim como o restante da medula. Lesões de cauda equina fazem
parte das lesões em sistema nervoso periférico.
A cauda equina representa a ligação entre o sistema nervoso central e periférico, sendo
responsável pela inervação, envio e recebimento de mensagens nervosas dos membros
inferiores e órgãos pélvicos. A síndrome da cauda equina (SCE) classicamente caracteriza-se
pela compressão das raízes nervosas lombares, sacrais e coccígeas distais ao término do cone
medular na altura das vértebras L1 e L2. Com relação a fisiopatologia a SCE não há condução
dos estímulos periféricos para a medula espinhal e vice-versa e os reflexos e tônus muscular
ficam diminuídos ou ausentes, isso ocasiona a perda parcial ou total da função urinária,
intestinal e sexual devido a compressão da cauda equina na região lombar.
Dentre as causas de compressão, destacam-se hérnia discal extrusa, lesões tumorais, fraturas
vertebrais, estenoses do canal, infecções, pós manipulação cirúrgica, pós-anestesia espinhal,
espondilite anquilosante e ferimentos por arma de fogo ou crianças com alterações ou defeitos
espinhais congênitos. Trata-se de uma urgência ortopédica e seu tratamento de eleição
continua sendo a descompressão cirúrgica, (a neuroplasticidade funciona melhor na cauda
equina do que na medula) que, se realizada antes de 48 horas do início dos sintomas, reduz os
danos neurológicos e melhora o prognóstico do paciente.
Choque espinhal
Ocorre após uma lesão abrupta da medula, completa ou incompleta. Há paralisia e anestesia
completa e imediata abaixo a lesão, com hipotonia, arreflexia e distúrbios autonômicos com
risco de vida (hipotensão ou bradicardia). O estado de arreflexia e hipotonia é gradualmente
substituído por sinais piramidais, geralmente dentro de 3 ou 4 semanas.
Lesões no Bulbo
Lesões da Ponte
Lesão do tracto córtico nuclear (neurônio motor superior) = Paralisia Central afeta a parte
inferior da face.
Lesão na cauda equina e cone medular: Paralisia flácida, arreflexia, perda da sensibilidade
na área suprimida pelas raízes afetadas, com paralisia da abexiga e do reto.
Descerebração e decorticação
Monoparesia = Raiz nervosa, plexo nervoso, nervo periférico, lesão medular localizada.
Lesões bilaterais no lobo frontal podem ser produzidos por doença ou por lobotomia frontal. Essas
lesões produzem deficiência da atenção, dificuldade para solucionar problemas e comportamento
social inadequado. O comportamento agressivo também fica reduzido e perde-se o componente
motivacional-afetivo da dor, embora a sensação de dor permaneça.
Desequilíbrio entre as influencias inibidoras ou facilitadoras trazidas pelos tractos vestíbulo espinhal
e reticulo espinhal, pode-se ter quadros em que há hipertonia, em determinados grupos musculares
como na chamada rigidez de descerebrarão ou nas hipertonias que se seguem aos acidentes
vasculares cerebrais (espasticidade).
Síndrome do neurônio motor inferior (paralisia infantil) a destruição do neurônio motor inferior
situado na coluna anterior da medula ou em núcleos motores de nervos cranianos = paralisia com
perda dos reflexos e do tônus muscular (paralisia flácida), seguindo depois de algum tempo
hipotrofia.
Síndrome do neurônio motor superior (acidente vascular cerebrais) acomete a capsula interna ou a
área motora do córtex, após um rápido período inicial de paralisia flácida, instala-se uma paralisia
espástica (com hipertonia e hiperreflexia) presença do sinal de Babinsk. Envolve as vias córtico
reticuloespinhal e córtico rubroespinhal. Aumento da excitabilidade de neurônios alfa e gama, pelo
fato de fibras que exercem ação inibidora terem sofrido lesão (fibras reticuloespinhais).
Base do pedúnculo cerebral = Lesões causam paralisias que se manifestam ao lado oposto ao da
lesão.
Uma lesão nessa área piramidal pode ocasionar, paralisia ou plegia, paresia, hipertonia elástica,
hiperreflexia (hiperatividade reflexa medular), sinal de Babinski, clônus, sinal de Hoffman: quando
faço pinçamento do 3º dedo, tenho um pinçamento dos outros dedos
Uma lesão na área extrapiramidal pode ocasionar alteração na regulação do movimento, alteração
no tônus (hipertonia plástica = ParKinson) ou hipotonia, alteração na postura, alteração no gatilho do
ato motor, alteração no controle e cessação de movimentos automáticos. Principais acometimentos:
discinesias (presença de movimentos incoordenados) e ascinesia (lentidão no ato motor).
Hipercinesias + hipotonia, ascinesias + hipertonia plástica.
Síndrome Talâmica: Manifesta dramáticas alterações de sensibilidade ao lado oposto do tálamo
lesado.
Lesões do cerebelo: grave ataxia, ou seja, falta de coordenação dos movimentos voluntários
decorrentes de erros na força, extensão e direção do movimento, hipotonia, sinal de rechaço positivo
NERVOS ESPINHAIS
nervos
são
conjuntos de
axônios motores e
sensitivos.