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1. Embriologia, divisões e organização geral do SN Cáp.

2 Angelo Machado

O desenvolvimento dos folhetos embrionários começa com um disco trilaminar. O


ectoderma que está em contado com o meio externo e é deste folheto que se origina o sistema
nervoso. Pelo espessamento do ectoderma situado na notocorda, formasse a placa neural esse
é o primeiro estágio, segundo estágio acontece a invaginação da placa formando o sulco
neural, terceiro estágio o sulco neural se invagina ainda mais transformando-se na goteira
neural (vai tomando forma de gota e deixando as cristas neurais dos lados), quarto estágio as
pregas neurais se fundem fechando o tubo neural (que dará origem aos elementos do SNC isso
ocorre entre a 3° e 4° semana de vida embrionária), deixando as cristas neurais separadas do
tubo, as cristas que darão origem aos elementos do SNP como nervos espinhais e cranianos e
os gânglios espinhais do SNA.

É importante a participação da notocorda e do mesoderma, pois a notocorda induz a


formação do tubo neural, extirpações da notocorda ou do mesoderma em embriões jovens
resultam em grandes anomalias da medula. O fechamento do tubo neural se inicia no meio da
goteira neural, e é mais lento nas suas extremidades, chamados neuróporos sendo o superior
neuróporos rostral e o inferior neuróporos caudal, são as últimas partes do sistema nervoso a
se fecharem.

Neuróporo rostral dará origem ao encéfalo, se divide em três vesículas, ou seja, três
dilatações primeira prosencéfalo (forma elementos anteriores do cérebro como as vesículas
telencéfalo e diencéfalo), mesencéfalo (forma elementos do meio do cérebro não se modifica)
e rombencáfalo (forma elementos posteriores, origina o metencéfalo e o mielencéfalo).
Neuróporo caudal dará origem à medula espinhal. A partir do arquencéfalo (encéfalo
primitivo) são formadas mais 5 dilatações.
ENCÉFALO

No córtex cerebral as superfícies corticais não são uniformes, possuem saliências


(giros) e depressões (sulcos). Todos os órgãos do SNC (cérebro, cerebelo e tronco encefálico)
apresentam substância cinzenta, que é composta pelos corpos celulares dos neurônios e
substância branca, que é composta pelos axônios (ou fibras nervosas) dos neurônios e tem
essa coloração principalmente pela presença da bainha de mielina. Outra nomenclatura que
ouvimos muito quando estudamos o SNC se refere aos NÚCLEOS, que correspondem a
aglomerações de corpos celulares de neurônios (substância cinzenta) no interior de uma
estrutura de substância branca no SNC, como por exemplo os núcleos da base. Não confunda
núcleo com gânglio, pois gânglio é também uma aglomeração de corpos celulares de
neurônios, porém no Sistema Nervoso Periférico (SNP), como por exemplo os gânglios das
raízes nervosas sensitivas.

O encéfalo compreende:

Telencéfalo: Constituído pelos 02 hemisférios cerebrais.

Diencéfalo: Situa-se na linha mediana, entre os dois hemisférios, se divide em: Epitálamo,
tálamo e hipotálamo.

Epitálamo - Forma a glândula pineal (formação endócrina) e a habênula (formação não


endócrina relacionado ao sistema límbico regulação do sistema emocional);

Tálamo - É a estação retransmissora de informações no cérebro, com exceção das


informações olfatórias. O tálamo contém células nervosas que levam a informação de quatro
sentidos (visão, audição, paladar e tato) para o córtex cerebral. Sensações de dor, temperatura
e pressão também são enviadas através do tálamo.

Hipotálamo - Controla o sistema endócrino e interfere nas funções viscerais, o hipotálamo


apresenta importante papel na regulação de hormônios, temperatura corporal, glândulas
adrenais e muitas outras atividades vitais. É o intermediário do cérebro em traduzir as
emoções em resposta física. Sinais físicos de medo ou excitação como aumento de batimentos
cardíacos e respiração ofegante são gerados no hipotálamo. O hipotálamo também é o centro
de controle da fome e da sede.

Subtálamo - formado por substância branca e cinzenta, sendo a mais importante o núcleo
subtálamico, importante na regulação da motricidade somática.
Cerebelo: Localiza-se por trás do tronco cerebral. O cerebelo possui como funções a
organização do movimento, definindo força, velocidade e precisão de como ele vai acontecer.
Outras funções se remetem ao controle postural, equilíbrio e coordenação motora.

De forma resumida, o cerebelo faz a modulação e correções do movimento a ser


exercido. Esta função é realizada a partir de um circuito cerebelar.
O cerebelo possui núcleos, sendo eles:
Núcleo denteado: responsável pela organização do movimento antes de ser ativado.
Núcleo interpósito: responsável pelas correções durante o ato do movimento.
Núcleo fastigial: responsável pelo controle de tônus postural e equilíbrio.
O cerebelo é dividido em 3 porções, caso haja lesão haverá os seguintes
acomentimentos:
Arquicerebelo: resulta em perda do equilíbrio sem alterações de tônus ou
coordenação motora.
Paleocerebelo: resulta em perda do equilíbrio levando à padrões de marcha atáxica.
Neocerebelo: os acometimentos levam a perda de coordenação motora. Os padrões
observados são: dismetria – dificuldade de movimentar o membro visando atingir algum alvo
(teste de index); decomposição – os movimentos produzidos por várias articulações
simultaneamente são efetuados em etapas por cada articulação; disdiadococinesia –
dificuldade de efetuar movimentos rápidos e alternados, como tocar a ponta dos dedos com o
polegar; rechaço – perda do controle de força e coordenação entre agonista e antagonista;
tremor – tremores característicos que se acentuam quando o paciente está próximo de atingir o
objetivo com o movimento promovido.

Tronco cerebral: É a substância nervosa que vai do cérebro à medula. No centro há uma
formação reticular no controle da consciência, sono e vigília. É responsável também por
muitas funções básicas como o controle da respiração, batimentos cardíacos e o diâmetro dos
vasos sanguíneos. Esta região é também importante para o controle dos movimentos. É
dividido em três partes:

Mesencéfalo - Porção superior do tronco cerebral, de onde se originam os pares de nervos


cranianos III e IV, e é responsável por algumas funções como a visão, audição, movimento
dos olhos e movimento do corpo, regulação da temperatura, sono e vigília;

Ponte - Porção média do tronco cerebral, de onde se originam os pares de nervos cranianos V,
VI, VII e VIII, a ponte participa de algumas atividades do bulbo. Interfere no controle da
respiração, equilíbrio, expressão facial, deglutição, é um centro de transmissão de impulsos
para o cerebelo e atua ainda, como passagem para as fibras nervosas que ligam o cérebro à
medula.;
Bulbo - Porção inferior do tronco cerebral, de onde se originam os pares de nervos cranianos
IX, X, XI XII, recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando as funções
autônomas, como: batimentos cardíacos, respiração, pressão do sangue, reflexos de salivação,
tosse, espirro, ato de engolir, propriocepção e tato discriminativo.

Córtex Cerebral
Fina camada de substancia cinzenta que reveste o centro branco medular do cérebro. Do
córtex saem os impulsos nervosos que iniciam e comandam os movimentos voluntários e com
ele estão relacionados os fenômenos psíquicos. O córtex é a parte mais desenvolvida do
cérebro humano é responsável pelo pensamento, raciocínio, funções cognitivas, processos de
percepção sensorial (visão, audição, tato e olfato) e a capacidade de produzir e entender a
linguagem. O córtex é dividido em dois hemisférios (esquerdo e direito) e subdividido em
lobos (frontal, parietal, temporal e occipital).

Áreas de projeção (áreas primárias) recebem ou dão origem a fibras relacionadas


diretamente com a sensibilidade e com a motricidade.

Áreas de associação estão relacionadas a funções psíquicas complexas.

O hipocampo é uma estrutura pertencente ao sistema límbico, importante para a consolidação


da memória recente. O armazenamento da memória de longo prazo está relacionado ao córtex
cerebral.

Substancia cinzenta = contem corpos celulares de neurônio

Substancia branca = contem axônios (fibras nervosas)

Núcleos = corpos celulares de neurônio no SNC

Gânglios que é uma dilatação = acumulo de corpos celulares de neurônios no SN

Área CorticalFunção

Córtex Pré-frontal - Resolução de problemas, emoção, raciocínio.

Córtex de Associação Motora - Coordenação de movimentos complexos

Córtex Motor Primário - Produção de movimentos voluntários

Córtex Sensorial Primário - Recebe informação tátil do corpo


Área de Associação Sensorial - Processa informação dos sentidos

Área de Associação Visual - Processa informação visual complexa

Córtex Visual Detecta estímulos visuais simples

Área de Wernicke - Compreensão de linguagem

Área de Associação Auditiva - Processamento de informação auditiva complexa

Córtex Auditivo - Detecta qualidades básicas do som (tom, intensidade)

Centro da Fala (Área de Broca) - Produção e uso da fala

LOBO FRONTAL/GIRO PRÉ CENTRAL


O lobo frontal abriga a área motora responsável pelo planejamento e execução dos atos
motores voluntários. A faculdade de planejamento, representação mental do mundo externo,
produção da fala, comportamento emocional e personalidade também são atribuídos aos lobos
frontais.

Área 4 (motor primário controle de movimentos voluntários) de Brodmann, da origem aos


tractos. Estímulos elétricos aplicados nessa região provocam o aparecimento de movimentos
em partes específicas da metade oposta do corpo. Somatotopia: homúnculo motor

Área 6 (pré – motora) A motora suplementar-ocupa a parte mais


alta da área 6 -planejamento de sequências complexas de
movimentos dos membros e oculares;

Área 8 (motora visual)

Área 44 e parte da 45 (área da linguagem motora, área de Broca


hemisfério esquerdo região inferior do lobo frontal)

Áreas 9, 10 e 11 (área pré-frontal planejamento, iniciativa, pensamento e elaboração)

LOBO PARIETAL/GIRO PÓS CENTRAL


Esse lobo está envolvido no processamento dos sinais que vêm das
sensações. A informação visual oriunda do lobo occipital atinge o
córtex parietal de associação e também o lobo frontal e ela auxilia
na orientação visual dos movimentos voluntários.
Áreas 1,2 e 3, área somestésica (sensibilidade) trazem impulsos nervosos relacionados à
temperatura, dor, pressão, tato, e propriocepção consciente da metade oposta do corpo.

Área 43 gustativa

LOBO TEMPORAL

Área 41 sensorial auditiva primária


Área 42 de reconhecimento auditivo (equilíbrio)
Área 22 ligada a compreensão da linguagem - Wernicke
Áreas 20,21,37 secundárias da visão

LOBO PARIETO-TEMPORAL
Os lobos temporais estão relacionados à memória, à audição, ao
processamento e percepção de informações sonoras, capacidade
de entender a linguagem e ao processamento visual de ordem
superior.
Por exemplo, o giro temporal inferior está relacionado ao
reconhecimento de faces. Contém centos auditivos, responsável
pela interpretação e associação de informações auditivas
(compreensão da linguagem) e visuais (reconhecimento de
faces)

Áreas 39 e 40 giros angular e supra marginal, área também ligada a percepção espacial.

LOBO OCCIPITAL
Os lobos occipitais são especializados no processamento e
na percepção visual. Os campos oculares occipitais
afetam os movimentos dos olhos, controlando os
movimentos convergentes, constrição e acomodação
pupilares. Principal área responsável pela visão e
coordenação dos movimentos oculares.

Áreas 17 primária da visão, lesão causa cegueira e


estimulação causa alucinações visuais;
Áreas 18 e 19 (secundárias da visão)

ÁREAS DO SISTEMA LÍMBICO

Área 24 (giro do cíngulo –centro das emoções)


Área 34 (no uncus do giro parahipocampal, na face inferior-área olfativa primária) ocupa
pequena área no úncus e giro-parahipocampal;
Área 34 pequena em humanos. Estimulação pode causar alucinações olfatórias

Área 45 e 44 auditiva
Área 38 emoções
Área 46 memoria e atenção
Área 5 no córtex sensitivo somático terciário, associativa parietal posterior,Lóbulo parietal
superior, responsável pela estereognosia.

NERVOS CRANIANOS
Vias Eferentes

As estruturas que controlam a motricidade somática são divididas em dois sistemas, piramidal
e extrapiramidal, termos para indicar vias que cruzam e não cruzam na pirâmide bulbar
respectivamente.

Tractos descendentes

Vias piramidais (via de movimentos voluntarios, tem origem no córtex ou no tronco


encefálico) área 4 de Brodman (Pré central)

Tracto córtico-espinhal

Transmite impulsos aos neurônios motores da medula.

Tracto córtico-espinhal anterior: (Não decussa, cruza na medula) Vai até nível de torácica
media. Controle motor da musculatura axial e proximal dos MMSS. Suas fibras vão até o
nível da metade da medula torácica.

Tracto córtico-espinal lateral: (Decussa) Sai do córtex e vai para medula até T7, ocupa o
funículo lateral em toda a extensão da medula. Controle motor da musculatura apendicular.
Fibras vão até a medula sacral.

A nível de bulbo acontece a decussação das pirâmides onde o trato córtico espinhal se torna
lateral.

Tracto córtico-nuclear: (Do córtex para o núcleo da base) transmitem impulsos aos
neurônios motores do tronco encefálico (área 4 de Brodman) englobam os pares cranianos de
número III, IV, V, VI, VII e VIII. Possui fibras que cruzam e tambem homolaterais, inerva
musculo da faringe, laringe, orbicular, frontal, masseter e músculos motores dos olhos.

Importante lembrar que estes tractos possuem cerca de 80% de suas fibras cruzando sobre a
pirâmide bulbar.
Tractos extrapiramidais (movimentos automáticos) não passam nas pirâmides bulbares,
tem origem no tronco encefálico.

Tracto rubro-espinhal: (sai do mesencéfalo até a medula) origem no núcleo rubro e participa
de forma coadjuvante (córtico espinhal lateral) do controle motor da musculatura apendicular,
controla a motricidade voluntaria dos músculos distais dos membros.

Tracto tecto-espinhal: origem no tecto do mesencéfalo até a medula e inerva de forma


coadjuvante a musculatura axial e proximal dos membros, envolvido na movimentação da
cabeça decorre de estímulos visuais.
Tracto vestíbulo-espinhal: origem nos núcleos vestibulares e vai até a medula, exerce ajustes
do grau de contração dos músculos função na manutenção do equilíbrio (vias vestibulares do
ouvido interno e cerebelo), musculatura axial e proximal dos membros.

Tracto retículo-espinhal: origem na formação reticular e vai até a medula. A esse tracto
chegam informações de setores do SNC como cerebelo e o córtex motor. E exerce função de
controle da musculatura axial e proximal dos membros (determina o grau de contração desses
músculos), refinamento de movimentos e inibição de reflexo, controle da marcha e suporte
postural, modulação do tônus.

Dois grupos:

Grupo A: Tractos tecto espinhal, vestíbulo espinhal e retículo espinhal, influenciam na


musculatura axial e a proximal dos membros.

Grupo B: Tracto rubro espinhal influencia a musculatura distal dos membros.

Tractos ascendentes

Tracto espino-talâmico anterior: responsável pelas informações aferentes de tato


protopático e pressão.

Tracto espino-talâmico lateral: conduz ao cérebro estímulos de dor e temperatura

Tracto espino-talâmico posterior: responsável pelas informações aferentes de dor e


temperatura.

Tracto espino-cerebelar posterior: propriocepção inconsciente originárias do fuso


neuromuscular e do OTG.

Tracto espino-cerebelar anterior: propriocepção inconsciente da musculatura axial.

Fascículo Grácil e cuneiforme: grácil – musculatura de membro inferior, cuneiforme –


musculatura de membro superior.Estímulos de esterognesia (reconhecimento de objetos sem
olhar), propriocepção consciente (posição da articulação no espaço), tato epicrítico (tato fino)
e vibração (sensibilidade profunda).

Importante lembrar que, a nível medular, apenas os fascículos grácil e cuneiforme não fazem
cruzamento medular.
Pequenos tractos

Tracto vestíbulo-cerebelar: conecta os núcleos vestibulares ao arquicerebelo. Informações


sobre o posicionamento da cabeça.

Tracto córtico-ponto-cerebelar: córtex+ponte+cerebelo. Informações sobre a modulação e


organização do plano motor.

Tracto fastígio-reticular: núcleo fastigial+formação reticular. Transporta informações


advindas da via retículo-espinhal sobre a postura axial.

Tracto fastígio-vestibular: núcleo fastigial+núcleos vestibulares. Transporta informações


advindas da região vestibular sobre postura do pescoço e cabeça.

Tracto interpósito-talamo-cortical: devolução do plano motor organizado das correções do


movimento pelo núcleo interpósito do cerebelo ao córtex.

Tracto dento-talamo-cortical: devolução do plano motor organizado do início do


movimento pelo cerebelo.

*o núcleo interpósito modula as correções durante o movimento.

*o núcleo denteado modula as correções no início do movimento.

Conexões das vias.

Dor e temperatura: terminações nervosas livres e corpúsculos de Krauze + tracto espino-


talâmico posterior + tálamo + córtex.

Propriocepção consciente, tato epicrítico, sensibilidade vibratória: corpúsculos de Ruffini,


Meissner e Paccini + fascículo grácil e cuneiforme + bulbo + tálamo + córtex.

Propriocepção inconsciente: OTG e fuso neuromuscular + tracto espino-cerebelar posterior +


cerebelo.

Tato protopático: corpúsculos de Meissner e Ruffini + tracto espino-talâmico anterior +


tálamo + córtex.

Fisiologia dos núcleos da base


São corpos de neurônios, bem delimitados e com funções específicas, localizados no
interior do centro medular branco do cérebro (abaixo do córtex). Possui como principais
funções a ativação e inibição do ato motor, participando no controle e planejamento do
movimento, não na execução do mesmo. Estão envolvidos em comportamentos motores e
cognitivos. Não há conexão direta com a medula. Algumas das funções mais específicas dos
gânglios basais relacionadas aos movimentos são:
Núcleo caudato: controla movimentos intencionais grosseiros do corpo (isso ocorre a nível
subconsciente e consciente) e auxilia no controle global dos movimentos do corpo.
Putamen: funciona em conjunto com o núcleo caudato no controle de movimentos
intensionais grosseiros.
Globo pálido: provavelmente controla a posição das principais partes do corpo, quando uma
pessoa inicia um movimento complexo.
Tais funções ocorrem pelo funcionamento de duas vias, a via direta cuja função é
ativar o movimento, e a via indireta que inibe o movimento. Estas vias só possuem o
funcionamento correto diante da ação da dopamina sobre o núcleo putâmen, caso houver a
deficiência da produção de dopamina haverá os sintomas característicos do Mal de Parkinson.
Via direta.

Córt
ex Dopa
+ + mina

Putamen
e Caudado Córtex

G
PI Tálamo
- +

Na via direta, o córtex envia o plano motor ao putâmen e o núcleo caudado


enquanto que a dopamina ativa estes mesmos núcleos. Subsequentemente, o putâmen e o
núcleo caudado inibe o Globo Pálido Interno. Ele sendo inibido não conseguirá inibir o
tálamo que ficará livre para ativar o córtex e o plano motor.

Via indireta:
Dopami
Córt na
ex
+ +

Putâmen
Córtex
e caudado

- - +
G
G Tálamo
PI
PE -

+
Sub
-tálamo

Na via indireta, novamente o córtex enviará o plano motor para a inibição do


movimento ao putâmen e núcleo caudado, enquanto que a dopamina ativa os mesmos. Eles
irão inibir o Globo Pálido Externo o qual não conseguirá inibir o subtálamo. O subtálamo, por
sua vez, irá ativar o Globo Pálido Interno e o mesmo irá inibir o tálamo. O tálamo inibido não
conseguirá ativar o córtex, e assim o movimento será inibido.
Quando tenho uma alteração nos núcleos da base, pode-se apresentar 3 tipos característicos de
distúrbios motores:
Hipertonia plástica (+ comum) ou hipotonia em alguns casos;
Flutuação de tônus;
Movimentos incoordenados – coreicos, atáxicos, distônicos
Outras características: tremor de repouso, ascinesia – redução quantidade de movimento.
Doença de Parkinson (paralisia agitante) apresenta hipocinesia, bradicinesia, acinesia,
hipertonia acompanhados de tremores de repouso. Causada por degeneração de neurônios
dopaminérgicos da substancia negra dopaminérgicos.
Doença de Huntington é genética autossômica dominante, apresenta hipercinesia e balismo.
Causada por degeneração de neurônios gabaérgicos e colinérgicos dos núcleos da base.

ATO MOTOR
Quando queremos executar um ato motor a área 6 e 8 pensa como deve mandar
informação para o cerebelo e núcleos da base, para elaborar e planejar a sequência do ato
motor, a informação volta para a área 6 e 8 (dá o gatilho para a execução do ato motor) manda
a informação para a área 4, onde tem-se a execução do movimento.
Com o córtex, eu penso no ato motor e realizo. Mas entre o pensar e reagir, tenho a
ação dos núcleos da base e cerebelo. A cada segundo, há informação da posição do sistema
somático (sistema muscular) para o cerebelo através das vias espino-cerebelares anterior e
posterior.
A partir das áreas 6 e 8 do córtex passam vias eferentes (fibras córtico-cerebelares)
para que o córtex pergunte: “como está o meu músculo para executar o ato motor?” Assim o
cerebelo vai comparar como estão os músculos e corrigir alguns desequilíbrios.
Antes de enviar a informação de volta para o córtex ele compara a execução com o
planejamento. O planejamento ou sequenciamento do ato motor é por conta dos núcleos da
base. Depois que o ato motor foi ajustado pelo cerebelo, e comparado com o dos núcleos
basais, a informação volta para a área 6 e 8, e depois passa para a área 4 e assim tenho a
execução do ato motor.

Sistema que age no ato motor: Córtex cerebral: áreas 4, 6, 8, 3, 1, 2, cerebelo, núcleos basais
motores, tronco medular e tálamo.

Organização do ato motor: Preparação ou identificação, elaboração do


programa motor e execução (exige mecanismos de ajustes e correções pelo
cerebelo).

LESÕES

Traumatismo crânio encefálico

Fraturas são comuns na região temporoparietal onde o crânio é


mais fino. Fraturas na base do crânio pode lesionar nervo craniano e
meninge evoluindo para meningite.

Lesões na medula

Lesão da coluna anterior: neurônios motores

Tabes dorsalis: progressiva atrofia da região sensitiva


Siringomielia: formação de uma cavidade no canal central da medula, com destruição da
substância cinzenta e comissura branca.

Transecção da medula: inicialmente há o choque medular, logo haverá Babinski.

Compressão da medula por tumor: compressões de fora para dentro ou de dentro para fora

Síndrome medular lateral ou Hemissecção da medula

Síndrome de Brown-Séquard. Pode ser causada por arma branca. No quadro clinico
comprometimento da motricidade voluntaria e sensibilidade profunda homolateral,
sensibilidade superficial contralateral. Vias envolvidas córtico espinhal anterior (homolateral),
espinotalâmico anterior e lateral (contralateral), fascículo grácil e cuneiforme (homolateral).
Os sintomas resultantes de secção de tractos que não se cruzam na medula aparecem do
mesmo lado lesado. Já os sintomas resultantes da secção dos tractos que se cruzam na medula
manifestam-se do lado oposto.

Síndrome medular central

Ocasionada por lesão do tipo chicote Fraqueza muscular, perda de sensibilidade abaixo da
lesão, hiperreflexia e Babinski. Comprometimento importante dos MMSS e leve/normal dos
MMII, sem comprometimento sensitivo.

Síndrome medular anterior

Ocorre mais frequentemente na poliomielite (paralisia infantil). Paralisia completa imediata


abaixo do nível de lesão (neurônios motores). Sensibilidade superficial, perda parcial da
motricidade, vias parcialmente ou completamente comprometidas córtico espinhal anterior e
lateral, espino talâmico anterior e lateral, espinocerebelares.

Síndrome medular posterior

Compromete principalmente o funículo posterior da mudela, apresenta-se dor e parestesias,


geralmente são simétricas e do tipo em queimação, perda da sensibilidade profunda,
preservação da motricidade e sensibilidade superficial. Vias envolvidas fascículo grácil e
cuneiforme.

Síndrome do cone medular


Comprometimento do final de medula chamado cone medular que pode ser causada por
tumores, apresenta plegia e sensibilidade comprometida abaixo da lesão, anestesia em sela,
bexiga flácida, ausência de ereção reflexa.

Concussão medular espinhal

Termo que se utiliza para sintomas neurológicos transitórios com recuperação em minutos ou
horas. Os sintomas ocorrem abaixo do nível do trauma.

Síndrome da cauda equina (SCE)

Para entender a síndrome da cauda equina, é necessário primeiro compreender o que é a cauda
equina. A medula espinhal passa pelo interior das vértebras e se estende até o nível da
primeira vértebra lombar (L1). Nesse ponto, a medula se prolonga em raízes nervosas finas,
que correspondem aos axônios que saem da medula e coluna vertebral. A cauda equina
corresponde a esse conjunto de raízes nervosas da região lombar e sacral, que está imerso em
líquido cefalorraquidiano, assim como o restante da medula. Lesões de cauda equina fazem
parte das lesões em sistema nervoso periférico.

A cauda equina representa a ligação entre o sistema nervoso central e periférico, sendo
responsável pela inervação, envio e recebimento de mensagens nervosas dos membros
inferiores e órgãos pélvicos. A síndrome da cauda equina (SCE) classicamente caracteriza-se
pela compressão das raízes nervosas lombares, sacrais e coccígeas distais ao término do cone
medular na altura das vértebras L1 e L2. Com relação a fisiopatologia a SCE não há condução
dos estímulos periféricos para a medula espinhal e vice-versa e os reflexos e tônus muscular
ficam diminuídos ou ausentes, isso ocasiona a perda parcial ou total da função urinária,
intestinal e sexual devido a compressão da cauda equina na região lombar.

Os sinais clínicos característicos dependera da quantidade de raízes comprometidas, sendo os


principais sintomas, dor lombar intensa frequentemente acompanhada de ciática, anestesia em
sela (disfunção da sensibilidade na região superior das coxas, do períneo, do ânus e da região
genital), disfunção esfincteriana e sexual e fraqueza de membros inferiores (paralisia e
hipotonia).

Dentre as causas de compressão, destacam-se hérnia discal extrusa, lesões tumorais, fraturas
vertebrais, estenoses do canal, infecções, pós manipulação cirúrgica, pós-anestesia espinhal,
espondilite anquilosante e ferimentos por arma de fogo ou crianças com alterações ou defeitos
espinhais congênitos. Trata-se de uma urgência ortopédica e seu tratamento de eleição
continua sendo a descompressão cirúrgica, (a neuroplasticidade funciona melhor na cauda
equina do que na medula) que, se realizada antes de 48 horas do início dos sintomas, reduz os
danos neurológicos e melhora o prognóstico do paciente.

O tratamento fisioterapêutico da síndrome da cauda equina é importante para: fase aguda de


reabilitação após a cirurgia, diminuição dos efeitos do neurotrauma e da imobilização,
prevenção de complicações secundárias, manutenção da amplitude de movimento e da força
muscular, analgesia, cuidados com o assoalho pélvico, melhora da sensibilidade, facilitação
dos movimentos ativos.

Choque espinhal

Ocorre após uma lesão abrupta da medula, completa ou incompleta. Há paralisia e anestesia
completa e imediata abaixo a lesão, com hipotonia, arreflexia e distúrbios autonômicos com
risco de vida (hipotensão ou bradicardia). O estado de arreflexia e hipotonia é gradualmente
substituído por sinais piramidais, geralmente dentro de 3 ou 4 semanas.

Lesões no Bulbo

Lesões na base do bulbo: acometimento no bulbo e nervo hipoglosso (controle e


sensibilidade da língua);

Síndrome da artéria cerebelar inferior posterior: esta artéria é um ramo da artéria


vertebral, acarreta em distúrbios do cerebelo e do trato espinotalâmico lateral (pode sofrer
necrose e ter alterações de equilíbrio e coordenação).

Lesões da Ponte

Lesão do nervo facial: paralisia facial

Lesão do tracto córtico nuclear (neurônio motor superior) = Paralisia Central afeta a parte
inferior da face.

Lesão do nervo fascial (neurônio motor inferior) = Paralisia Periférica

Lesão na base da ponte: compromete tracto córticoespinhal e fibras do nervo abducente.

Lesão ao nível da emergência do nervo trigêmeo: compromete tracto córticoespinhal e


fibras do nervo trigêmeo (perturbações motoras e sensitivas).
Leões do Mesencéfalo

Lesões na base do pedúnculo cerebral: compromete tracto córticoespinhal e lesão do nervo


oculomotor;

Lesão do tegmento do mesencéfalo: compromete nervo oculomotor, núcleo rubro e os


meniscos medial, espinhal e trigeminal.

Lesão na cauda equina e cone medular: Paralisia flácida, arreflexia, perda da sensibilidade
na área suprimida pelas raízes afetadas, com paralisia da abexiga e do reto.

Descerebração e decorticação

Representam dois níveis de lesão com prognósticos diferentes.


Antes é necessário lembrar que além do tracto córtico-espinhal, o tracto rubro-espinhal
também representa certa atuação na motricidade voluntária, pesquisas citam que o núcleo
rubro possui ação na ativação de movimentos flexores.
A decorticação é um nível de lesão encefálica que não acomete o núcleo rubro, e, portanto, o
paciente ainda relativamente consegue ter movimentos voluntários. O paciente geralmente
adota a postura de Wernicke Mann, ou seja, padrão flexor de mmss e extensor de mmii.
A descerebração é um nível de lesão mais grave, ela lesiona tanto a região cortical quanto o
núcleo rubro, e, portanto, o paciente terá maior perda de movimentos. Nesta lesão, observa-se
a atuação do núcleo vestibular mantendo o paciente em uma posição de total extensão. Pode
ser causada por uma lesão axonal difusa.
Lesões da área somestésica pode ocorrer por exemplo como consequência do acidente
vascular cerebral, o doente perde a sensibilidade discriminativa do lado oposto à lesão,
incapacitando o doente em reconhecer partes do corpo tocada.

Lesões nas vias aferentes e eferentes

Lesões acima da decussação = Lesões do lado oposto

Lesões depois da decussação = Lesões do mesmo lado

Monoparesia = Raiz nervosa, plexo nervoso, nervo periférico, lesão medular localizada.

Hemiparesia = Córtex cerebral, cápsula interna do tronco contralateais, medula ipsilateral.


Lesão no tracto córtico espinhal = Paresia e dificuldade de contrair voluntariamente os músculos
com a mesma velocidade em condições normais, perda da capacidade de fracionamento,
movimentos delicados como abotoar a camisa torna-se impossíveis. A lesão desse tracto ainda da
origem ao sinal patológico de Babinski. Lesão no tracto córtico espinhal acima da decussação das
pirâmides causa paralisia da metade oposta do corpo.

Lesões bilaterais no lobo frontal podem ser produzidos por doença ou por lobotomia frontal. Essas
lesões produzem deficiência da atenção, dificuldade para solucionar problemas e comportamento
social inadequado. O comportamento agressivo também fica reduzido e perde-se o componente
motivacional-afetivo da dor, embora a sensação de dor permaneça.

Desequilíbrio entre as influencias inibidoras ou facilitadoras trazidas pelos tractos vestíbulo espinhal
e reticulo espinhal, pode-se ter quadros em que há hipertonia, em determinados grupos musculares
como na chamada rigidez de descerebrarão ou nas hipertonias que se seguem aos acidentes
vasculares cerebrais (espasticidade).

Síndrome do neurônio motor inferior (paralisia infantil) a destruição do neurônio motor inferior
situado na coluna anterior da medula ou em núcleos motores de nervos cranianos = paralisia com
perda dos reflexos e do tônus muscular (paralisia flácida), seguindo depois de algum tempo
hipotrofia.

Síndrome do neurônio motor superior (acidente vascular cerebrais) acomete a capsula interna ou a
área motora do córtex, após um rápido período inicial de paralisia flácida, instala-se uma paralisia
espástica (com hipertonia e hiperreflexia) presença do sinal de Babinsk. Envolve as vias córtico
reticuloespinhal e córtico rubroespinhal. Aumento da excitabilidade de neurônios alfa e gama, pelo
fato de fibras que exercem ação inibidora terem sofrido lesão (fibras reticuloespinhais).

Base do pedúnculo cerebral = Lesões causam paralisias que se manifestam ao lado oposto ao da
lesão.

Uma lesão nessa área piramidal pode ocasionar, paralisia ou plegia, paresia, hipertonia elástica,
hiperreflexia (hiperatividade reflexa medular), sinal de Babinski, clônus, sinal de Hoffman: quando
faço pinçamento do 3º dedo, tenho um pinçamento dos outros dedos

Uma lesão na área extrapiramidal pode ocasionar alteração na regulação do movimento, alteração
no tônus (hipertonia plástica = ParKinson) ou hipotonia, alteração na postura, alteração no gatilho do
ato motor, alteração no controle e cessação de movimentos automáticos. Principais acometimentos:
discinesias (presença de movimentos incoordenados) e ascinesia (lentidão no ato motor).
Hipercinesias + hipotonia, ascinesias + hipertonia plástica.
Síndrome Talâmica: Manifesta dramáticas alterações de sensibilidade ao lado oposto do tálamo
lesado.

Lesão do Núcleo subtalâmico provocam síndrome conhecida como hemibalismo (movimentos


anormais das extremidades).

Lesões do cerebelo: grave ataxia, ou seja, falta de coordenação dos movimentos voluntários
decorrentes de erros na força, extensão e direção do movimento, hipotonia, sinal de rechaço positivo

NERVOS ESPINHAIS

Os nervos espinhais são aqueles que têm


sua origem na medula espinhal e são componentes
do sistema nervoso periférico. Temos 31 pares de nervos
espinhais, assim como temos 31 segmentos medulares, portanto
cada par de nervos espinhais terá a sua origem em um segmento
medular correspondente. Inicio da medula bulbo (forame magno)
e termina no adulto em L2 onde forma o cone
medular.

Região Vértebras Nervos


Espinhais
Cervical 7 8
Torácica 12 12
Lombar 5 5
Sacral 5 5
Coccígea 4 1
Total 33 31
Formação dos Nervos Espinhais: Cada segmento
medular dará origem a 1 par de nervos espinhais. Os
elementos fundamentais que irão compor os nervos espinhais são as
raízes nervosas motoras e sensitivas, que irão conferir inervação aos
músculos para estes gerarem movimentos, e à pele para termos sensibilidade cutânea.
Raiz Motora: Terá origem na coluna anterior da medula espinhal e será responsável por
conduzir estímulos eferentes (do SNC para o SNP) aos músculos, através de neurônios
multipolares. Este neurônio irá estimular a placa motora do músculo para que ele possa
contrair e gerar movimentos voluntários.
Raiz Sensitiva: Tem origem na coluna posterior da medula espinhal e será responsável por
conduzir estímulos aferentes (do SNP para o SNC) provenientes dos receptores sensitivos da
pele. Estes receptores conduzem estímulos de dor, calor, frio, tato, pressão e vibração para o
sistema nervoso central. Note que a raiz sensitiva possui uma dilatação denominada “gânglio
sensitivo”, pois os neurônios sensitivos são do tipo pseudo-unipolares e o gânglio abriga o
corpo celular destes neurônios
Nervo Espinhal: É formado a partir da união de uma raiz motora e de uma raiz sensitiva,
portanto dentro dos nervos trafegam informações eferentes (motoras) e aferentes (sensitivas).
Por este motivo os nervos espinhais são mistos, pois conduzem estímulos motores aos
músculos e sensitivos provenientes da pele e órgãos internos. Dentro
dos nervos temos apenas os AXÔNIOS dos
neurônios, portanto podemos afirmar que os

nervos
são
conjuntos de
axônios motores e
sensitivos.

Plexos e Dermátomos: Quando os nervos


têm origem a partir
de apenas um
segmento
medular eles
são chamados de
nervoso

unissegmentares, como os nervos


intercostais originados na região
torácica. Quando os nervos têm origem a
partir de vários segmentos medulares eles são chamados
nervos plurissegmentares. Os plexos braquial e lombossacro (ou lombossacral) são exemplos
de regiões onde temos nervos plurissegmentares. Por exemplo, no plexo braquial temos o
nervo radial originado das raízes nervosas C5, C6, C7, C8 e T1 inervando parte dos membros
superiores. No plexo lombossacro temos o famoso nervo ciático originado das raízes nervosas
de L4, L5, S1, S2 e S3 inervando parte dos membros inferiores.
A área de pele inervada por determinado segmento medular é denominado dermátomo
(imagem abaixo), e a área muscular inervada por determinado segmento medular é chamada
de miótomo. Os dermátomos e miótomos são elementos importantes para a avaliação das
sequelas de várias doenças neurológicas.

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