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Prof.

Leandro Leal

Matéria: Administração Pública

Concurso Polícia Militar do Estado de São Paulo


 “A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA
JAMAIS VOLTARÁ AO TAMANHO ORIGINAL”.
Abreviações:
CF. Constituição Federal
Caput cabeça
Art. Artigo
Inc. inciso
a. alínea
§ parágrafo
STF Supremo Tribunal Federal
STJ Superior Tribunal de Justiça
TJ Tribunal de Justiça
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
 1 Magna Carta Libertatum 1215 Inglaterra O rei da
Inglaterra foi pressionado pelos barões ingleses
para outorgar um documento que garantisse limites
do poder do Estado e concedesse direitos aos
ingleses. Previa o direito a LIBERDADE e
PROPRIEDADE
 2 A Constituição Norte Americana de 1787.

 3 A Constituição Francesa de 1791

CLASSIFICAÇÃO CONSTITUCIONAL DOS


DIREITOS FUNDAMENTAIS
A) Direitos individuais e coletivos – art. 5°
B) Direitos sociais – 6° a 11
C) Direito de nacionalidade – art. 12 e 13
D) Direitos políticos e partidos políticos – art. 14 a 17
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS
DIREITOS FUNDAMENTAIS
 1° GERAÇÃO OU DIMENSÃO: São aqueles
direitos que surgiram em primeiro lugar. São as
chamadas LIBERDADES públicas ou direitos
individuais. DIREITOS CIVIS e POLÍTICOS.

 São aqueles que o Estado tem o dever de não


fazer / de não agir (na sua vida, liberdade, propriedade etc;
não pode cercear seus direitos injustamente).
 2° GERAÇÃO OU DIMENSÃO: São os Direitos
Sociais o Estado tem o dever de agir / de fazer,
i.é, proporcionar saúde, educação, moradia,
transporte, alimentação etc.

 Sob o lema IGUALDADE, deve cuidar dos


DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS e CULTURAIS
 3° GERAÇÃO OU DIMENSÃO: São os DIREITOS
COLETIVOS e DIFUSOS, pois alcança a
coletividade. Sob o lema SOLIDARIEDADE e
FRATERNIDADE.

 Direito ao meio ambiente sadio, a proteção


defesa do consumidor.
 4° GERAÇÃO OU DIMENSÃO: São direitos
decorrentes da evolução da ciência – Clonagem,
manipulação genética.

 E direitos relacionados à democracia, o povo


participa da coisa pública.
DIREITOS FUNDAMENTAIS

DIREITOS HUMANOS
 São aqueles previstos na Constituição Federal.

 São aqueles previstos em tratados internacionais e

que ainda não foram incorporados ao direito interno.


 CF. art. 5º, § 3º. - Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
 Em que momento se aplica as normas
definidoras dos direitos e garantias
fundamentais.

 Após criada, sua aplicação é imediata.

 CF. Art. 5º. § 1º. As normas definidoras dos


direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata.
 Aula 1

 Constituição Federal art. 5°


 Direitos e garantias fundamentais

 Direito é norma de conteúdo declaratório

 Garantia é norma de conteúdo assecuratório


 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
QUEM SÃO OS TITULARES DOS
DIREITOS FUNDAMENTAIS?
 Em razão do princípio da universalidade, todos são titulares
dos direitos fundamentais.

 Art. 5°, caput, CF, brasileiros e estrangeiros residentes no


país.

 E o estrangeiro turista? O STF entende que toda pessoa


dentro do país é titular dos direitos fundamentais.

 O estrangeiro pode impetrar habeas corpus, desde que em


língua portuguesa art. 13.
 Pessoas jurídicas também são titulares de direitos fundamentais?

 Sim, de alguns direitos fundamentais, devido à sua natureza jurídica.

 Tem direito à propriedade, ao nome empresarial, à honra.

 Não pode ajuizar ação popular e não cabe HC em favor de pessoa


jurídica.

 E o morto? É titular de direito fundamental?


 Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e
 obrigações, nos termos desta Constituição;

 O caput também faz menção a este princípio, quando


diz: todos são iguais perante a lei.

 Este princípio pode ser entendido como: “a lei não pode


fazer distinção, deve tratar de forma igual os iguais e de
forma desigual os desiguais na medida de suas
desigualdades”.
 Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
 fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

 Princípio da legalidade

 • Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo


que a lei não proíba;

 • Para o administrador público - O administrador


público só pode fazer aquilo que a lei autoriza ou permita
 Desdobramento da dignidade da pessoa humana:
 Art. 5º, III - ninguém será submetido a tortura nem a
 tratamento desumano ou degradante;

 Tortura é crime equiparado a hediondo, veda a fiança, a


anistia e a graça.

 Súmula Vinculante nº 11 → Só é lícito o uso de algemas em casos de


resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do
ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil
do Estado.
 Manifestação do pensamento:

 Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento,


sendo vedado o anonimato.

 A manifestação do pensamento não é absoluta, deve-se

 respeitar os outros princípios, como a intimidade,


privacidade etc.
Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia anônima como ato
formal de instauração do procedimento investigatório, quando isoladamente
consideradas, já que as peças futuras não poderiam, em regra, ser
incorporadas formalmente ao processo.

Nada impede, porém, que o Poder Público seja provocado pela delação
anônima e, com isso, adote medidas informais para que se apure a possível
ocorrência da ilicitude penal. E ratifica: não serve à persecução criminal notícia
de prática criminosa sem identificação da autoria, consideradas a vedação
constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à
responsabilidade, nos campos cível e penal, de quem a implemente
 Direito de resposta e inviolabilidade de honra,
imagem e vida privada :

 Art. 5º, V - é assegurado o direito de resposta,


proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;

 Tenho direito a usar o mesmo local, mesmo espaço,


mesmo tempo para me defender das injustas agressões.
 Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e a suas liturgias; (Entenda-se por
liturgias: celebrações, rituais...)

 O Brasil é um país laico, não possui uma religião oficial,


embora proteja a liberdade de crença como uma das
faces da não discriminação.
 Art. 5º, VII - é assegurada, nos termos da lei, a
prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;
 Imperativo de Consciência

 Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de


crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se
as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

 O imperativo de consciência pode ser alegado, por exemplo, em tempo de paz, no


caso do serviço militar obrigatório, mas não poderá a pessoa recusar-se a cumprir a
prestação alternativa imposta, conforme dispõe o art. 143, § 1º da Constituição.

 Art.15, IV → No caso de recusa de se cumprir obrigação legal a todos imposta ou


prestação alternativa, ensejará a suspensão dos direitos políticos do cidadão.
 Liberdade de pensamento e a censura
 Art. 5º, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença;
 Art. 220 →A manifestação do pensamento, a criação, a expressão
e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não
sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na CF.

 Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço


à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo
de comunicação social.

 • É vedada toda e qualquer censura de natureza política,


ideológica e artística.
 • A publicação de veículo impresso de comunicação independe
de licença de autoridade.
Inviolabilidade de domicílio:

Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela


podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação

O domicílio não possui uma inviolabilidade absoluta, poderá alguém

adentrar no recinto se:

• Tiver o consentimento do morador; ainda que sem o consentimento

do morador, se o motivo for:

Flagrante delito / Desastre / Prestar Socorro;

Ordem judicial, mas neste caso, somente durante o dia.


 Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e
das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;

 A literalidade deste dispositivo deve ser muito bem


observada, pois nos traz duas coisas muito cobradas
em concursos:
 1º - Dos três sigilos ali previstos (correspondência e comunicações
telegráficas, sigilo de dados e comunicações telefônicas) só o último
 deles é que permite relativização por ordem judicial: o sigilo
telefônico.
 2º - Ainda que permitida a quebra do sigilo telefônico por ordem
judicial, isso não é ilimitado, deve atender a dois requisitos:
 - ser feita na forma que a lei estabelecer;

 - ter como finalidade investigação criminal ou instrução processual

 penal. Prazo 15 dias prorrogáveis por mais 15.

 Assim, não será permitida a quebra para instaurações de processos


cíveis sem consequências criminais.
 Liberdade profissional:

 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício


ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
 Informação e publicidade:

 XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da

fonte, quando necessário ao exercício profissional;

 Este princípio não vai de encontro à vedação do anonimato visto

anteriormente, apenas se resguarda a origem e a forma que tal pessoa, não

anônima, conseguiu a informação.

 No inciso XXXIII percebe-se que em órgãos públicos também se assegura a

todos informações de interesse particular, coletivo ou geral, a não ser que

essas informações sejam de sigilo imprescindível à preservação da

segurança da sociedade e do estado.


CF, art. 37, § 1º → A publicidade de atos, programas,
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos, terão
caráter educativo, informativo ou de orientação social,
não podendo constar nomes, símbolos, ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores.
 No inciso LX vemos outra face desse direito e sua
relativização → Os atos processuais também são
públicos, mas caso seja necessário preservar a
intimidade ou interesse social, a lei poderá restringir
sua publicidade.
 Direito de ir e vir
 XV - é livre a locomoção no território nacional em
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

 A não observância desse direito enseja a ação de


Habeas Corpus

 (remédio constitucional que será visto à frente), e note


que este direito protege não só as pessoas, mas
também seus bens, desde que se cumpram as
exigências da lei e estejamos em tempo de paz.
 CF, art. 49, II e 84, XXII → Forças estrangeiras não
estão amparadas por este direito, somente podendo
transitar no território nacional ou nele permanecer,
ainda que temporariamente, se permitido pelo
Presidente da República, nos casos previstos em LC, ou
fora destes casos, se autorizado pelo CN.

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