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A Questão: A cliente relatou um padrão interessante de autolimitação, em que,

apesar de buscar constantemente a independência financeira, ela passou a vida


inteira construindo relacionamentos dos quais se tornava dependente
financeiramente, onde se paralisava, e não conseguia mais ir para frente, tendo se
colocado novamente nessa situação recentemente.
Ela pediu para o Tarot responder às seguintes perguntas:
- O que se requer de mim para criar essa realidade?
- Como eu posso criar, fazer e gerar mais dinheiro com total leveza, facilidade e
diversão?
- Como romper esse padrão de dependência, financeira, habitacional?
- O que se requer de mim para que eu crie esse novo lar, casa, imóvel?

O Método: Para criar consciência sobre as possibilidades abertas por essa questão, O
Oráculo recomendou O Ankh. Esse jogo dispõe as cartas no formato do símbolo da Cruz
da Vida do antigo Egito, chamada “Ankh”. Ele é composto de uma cruz, com um círculo em
cima. As cartas na parte circular demonstram as correntes mais inconscientes de energia
moldando as escolhas que estão criando limitação. As cartas que estão na parte da cruz
mostram como a limitação inconsciente se traduz na vida prática, quais escolhas podem ser
feitas para criar mudança concreta, e quais as perspectivas realistas diante do que é
apresentado.

Nesse jogo são tiradas 9 cartas, onde cada uma representa:

1 + 2 - Os dois impulsos, energias e/ou escolhas contraditórias que se bloqueiam


mutuamente, e que torna o cliente dividido em si mesmo.
3 - Causas que são como a semente de tudo isso
4 - Causa mais imediata, mais próxima, da criação da questão
5 - Consciência mais elevada sobre a questão
6 - Consciência necessária para se criar novas possibilidades
7 - O próximo passo prático para mudar a realidade da questão
8 - Descoberta surpreendente no caminho da conscientização
9 - O resultado final da do processo de conscientização

As cartas saíram na seguinte posição:

1 - 3 de Paus
2 - Ás de Espadas Invertida
3 - Valete de Espadas
4 - 5 de Ouros
5 - Ás de Paus
6 - 6 de Ouros
7 - A Justiça Invertida
8 - A Morte Invertida
9 - 7 de Espadas

A Leitura:

1 - A primeira carta deve ser lida em conjunto com a número 2, pois nesse jogo
específico, elas formam um par de opostos que estão em conflito um com o outro.
Representando a primeira força conflitante, temos o 3 de Paus.

Essa carta fala de uma ânsia, algum tipo de chamado ou vocação maiores na vida,
o grito de algum tipo de propósito ou missão, que faça sentir real prazer e gratidão
por estar vivendo. Alguma coisa original, criativa, que só possa ser feita por você
mesma. É a tensão entre essa energia e a da próxima carta o que te paralisa.

2- A segunda carta, Ás de Espadas Invertida, fala de uma energia de dar início a


coisas, e que sejam completamente sintonizadas com sua essência, e com o que
você é de verdade, mas esse impulso não é atendido, tem sido deixado de lado
para cuidar de aspectos mais práticos da vida, como pagar as contas e botar a
comida na mesa.

Por estar invertida, essa energia de começar aquilo que realmente faz sentido
espiritual para você tem sido negada, o aspecto prático tem sido o critério
fundamental em todas as escolhas sendo feitas até o presente. Levando em conta
que é o atrito, a tensão, e a contradição, entre a energia dessa carta, e a da
primeira, que é a raiz dessa criação recorrente de dependência financeira, fica a
descoberto que as escolhas feitas ao longo da vida, foram baseadas não em
autoexpressão e auto realização, mas na responsabilidade e necessidade, negando
aquelas partes mais profundas do teu Ser.

O pragmatismo, a segurança, a garantia de que as coisas dariam certo de alguma


forma, e com isso, os compromissos seriam honrados, foram sempre o critério
maior, ainda que tenha sido completamente inconsciente a escolha. Nunca a
vontade de viver a própria verdade, de expressar a própria natureza interna, e de se
sustentar com aquilo que te faz realmente feliz foi realmente importante. Talvez você
tenha pensado que não ganharia dinheiro se fizesse o que ama, ou talvez você
realmente não soubesse o que ama de verdade, e por isso, escolheu falsidades na
criação da própria condição financeira, se envolvendo num trabalho após o outro,
que preenchia nem atendia suas aspirações mais profundas.

O Cruzamento das cartas 1 e 2 fala de uma natureza sensível e artística, no sentido


de alguém que percebe uma camada mais profunda da vida, não necessariamente
alguém que queira viver de arte, e esse elemento artístico, a vida vivida através da
inspiração, foi substituído pela preocupação. No entanto, o chamado é tão forte, que
ao não ser atendido, torna tudo paralisado, para que você reconheça que está no
lugar errado.

A causa raiz dessa dinâmica é expressa pela próxima e terceira carta.

3 - A terceira carta, Valete de Espadas, expressa as causas mais profundas do


conflito elaborado no choque entre as cartas 1 e 2.

Essa carta fala de uma estrutura emocional moldada pela privação de alguma forma
em algum ponto de sua história, de tal forma que a perda constante, imaginária ou
realmente sofrida, daquilo que lhe dava segurança a fez se fechar em si mesma
para poder se defender da sensação desoladora de não ter em quem se apoiar e
confiar. A constante mudança das realidades externas foi percebida como algo ruim,
de forma que, lá no fundo, a mudança é encarada como perda.

A vida em si mesma é percebida como um campo minado, criando a necessidade


de estar sempre atenta para não dar um passo em falso e destruir tudo o que foi
conquistado. Isso criou mananciais enormes de negatividade e pessimismo, que
podem ser completamente reprimidos, ao ponto de criarem a contradição perfeita
entre uma personalidade externa confiante e positiva, que acha que acredita na
vida, e uma realidade interna que pessimista, acredita que tudo é difícil, e busca
sempre pelos motivos pelos quais tudo vai dar errado, criando exatamente as
condições para que isso aconteça.

A carta recomenda trabalhar a confiança na vida e nas pessoas, que, apesar de ser
aparente, no fundo, é inexistente, forçando você a cair na situação que mais teme, a
insegurança de ser ver dependente de alguém que você não sabe se quer seu bem
realmente.

Parece haver poços subterrâneos de culpa, talvez algum abuso sofrido na infância?
Isso explicaria a constante desconfiança da vida. Dessa culpa surgem ondas de
raiva que vibram inconscientemente, destruindo tudo à sua volta, uma vez que ela
não é canalizada construtivamente.

Em outras partes do inconsciente, também parecem estar instaladas, energias de


desistência, que criam hábitos de depender dos outros, porque é mais confortável
depender do que lutar realmente. E a luta é grande, uma vez que o inconsciente
projeta na vida um verdadeiro campo de batalha, tão hostil, que te cansa só de
contemplar a possibilidade do esforço realmente requerido para se tornar totalmente
independente.

Talvez você tenha vivido uma vida de grandes lutas até o presente, mas nenhuma
delas foi realmente do tamanho que se requer para criar essa independência, o que
pode ser desanimador, como um soldado ferido, que está a dias sem alimento, sem
água, e sem descanso, e descobre que está sem munição, diante de um batalhão
inteiro de novos inimigos que avançam exatamente em sua direção. Ele não tem
muita opção, a não ser se desistir e se entregar, garantindo sua morte, ou usar os
recursos que tem, embora aparentemente inexistentes, para criar um milagre.

A carta recomenda a instilação da energia da DISCIPLINA na criação da nova vida,


a criação de um objetivo realmente digno, que te faça se sentir realmente viva, a
consequente elaboração clara do que se requer para conquistar essa nova
condição, e a aplicação da total concentração na criação desses elementos
necessários para que a nova realidade se instale.

4 - A quarta carta, representando as causas imediatas, mais superficiais, do conflito


expresso nas cartas 1 e 2, é 5 de Ouros.

Essa carta fala de uma falta de flexibilidade diante de alguma circunstância recente,
gerando tensão, que vem se acumulando no corpo e nas demais realidades a sua
volta, e que caminha na direção de destruir tudo que você tem. Algum ponto de vista
muito fixo te fez se enfiar no lugar onde você chegou, e esse ponto de vista parece
ainda estar aí.

Talvez o motivo pelo qual você foi até onde está, e se envolveu com a pessoa com a
qual está envolvida, os pontos de vista que fizeram parecer interessante a
possibilidade, fossem eles mesmos a semente de falsidade. Tinha alguma mentira
ali, ou talvez tudo tenha sido uma mentira, que pede para ser revista?
Qual é a ladainha que você se contou para ir até aí?
Se parar para examinar mais profundamente, talvez não seja a mesma que você se
conta repetidamente, para se colocar na recorrente condição de dependente?
Parece já haver uma chave para essa libertação já na investigação dessa primeira
situação mais imediata.
Que estória você se contou para ficar com essa pessoa?
Que estória você se contou para ir embora da sua casa?
Que estória você se contou para aceitar a casa onde foi morar?
Que estória você se contou para não avaliar com calma o que estava fazendo ?

5 - A quinta carta, representando a consciência mais elevada que se pode ter


sobre o que foi apresentado até agora, e a forma mais leve de receber tudo isso, e o
Ás de Paus.

Essa carta fala de que a percepção mais elevada sobre a atual situação é a de que
ela é exatamente a pressão necessária e adequada para fazer você acordar para a
própria verdade, de forma dramática. Existe uma inércia inconsciente, associada em
grande parte a forma como você mente tão habilmente para você mesma
consistentemente, que te impede de enxergar claramente as escolhas que
realmente te levariam para frente.
Tudo está disposto como se fosse um perfeito quebra cabeça, onde cada peça é
fundamental para se ter uma visão clara da imagem total, de forma que, as partes
mais horríveis, são em si mesma incríveis, a dor e a privação, o remédio mais
curador, embora profundamente amargo. Exercitar brutalmente a gratidão pela
privação, sem ressentimento, e o reconhecimento da contribuição, sentida no fundo
do coração, e não apenas na mente, são um exercício a ser praticado 24 horas,
sem parar, pois que é exatamente aquela essência mais profunda que nunca foi
atendida, a que está te colocando na atual situação de vida, da única forma que ela
consegue se fazer ouvida.

6 - A sexta carta, representando a consciência necessária para você criar novas


possibilidades de mudar sua realidade é o 6 de Ouros.

Essa carta fala que para abrir caminho para novas e maiores possibilidades, em
especial na direção da criação da independência financeira que você busca, é
preciso trabalhar as imagens inconscientes que te forçam a querer aparentar
alguma coisa para alguém, seja o outro, ou seja você mesma.

Aquela parte de nós que deseja mostrar que está bem, ou feliz, ou satisfeita,
quando no fundo, não sente nada disso, e, que mascara um medo profundo de não
ser amada, admirada, desejada, se não aparentar alguma coisa. Existem pressões
inconscientes para aparentar alguma coisa, talvez para você mesma, que não te
deixam encarar, lidar, e superar, a realidade subterrânea de frustração e carência.

A carta recomenda trabalhar as mágoas inconscientes, possivelmente, as cargas de


abuso e traumas do passado, talvez suas, talvez sistêmicas. Também ela avisa para
uma investigação de crenças sobre ganho material profundamente arraigadas, de
que você não pode, não deve, ou não merece, ter dinheiro, que te colocam
consistentemente em situação de dependência, para poderem provarem a si
mesmas.

7 - A sétima carta, a Justiça Invertida, representa quais escolhas práticas podem


ser feitas para mudar a realidade de dependência financeira e falta de uma casa
própria.

Essa carta recomenda largar todas as atividades profissionais presentes, que não
sejam as que te preencham realmente, e os relacionamentos íntimos que não
estejam te levando conscientemente na direção daquilo que é a verdadeira
felicidade para o seu coração.

Também ela avisa da importância de parar de fingir para manter a paz e o bom
convívio, e evitar algum conflito, ou ainda, um medo profundo de abandono.
Exercitar a solidão, até a construção de uma real autoestima, que te faça encontrar
pessoas com as quais você possa crescer e ir para cima na vida, e que não estejam
dispostas a reforçar a dependência inconsciente é pontualmente recomendado.

8 - A oitava carta, representando elementos que podem surgir de forma


surpreendente na caminhada de autotransformação sugerida por esse jogo é a
Morte Invertida.

Essa carta fala da possibilidade de ruptura com tudo e com todos que te fornecem
algum tipo de segurança e estrutura no presente, para conseguir fazer contato com
aquilo que te faz feliz realmente. É como um milionário, bem sucedido em tudo, com
família e filhos bons e que lhes dão orgulho e prazer, e que perde tudo, para
descobrir que só assim, sem nada nem ninguém, pode realmente encontrar a si
mesmo, pois que as estruturas onde se encontrava lhe davam uma felicidade falsa.

Um encontro com o total desconhecido, é o que é sugerido, e não a perda do que é


conhecido realmente. Por estar invertida, a carta da morte, que fala de
transformação, indica que é ainda mais intensa a forma pela qual essa
transformação massiva pode acontecer, como alguém que tinha tendência suicida e
sofre um acidente, que lhe faz entrar num estado de felicidade crônica por estar
viva. O presente é enorme, e o custo para obtê-lo, quase foi a própria vida, mas
tudo bem, porque antes ela só estava viva, mas não vivia.

9 - A nona carta, representando as consequências finais desse grande processo de


autotransformação representado nas cartas anteriores é o 7 de Espadas.

Essa carta o jogo optou por não revelar.

A Consciência: É fundamental ressaltar, que o Tarot fala sempre, e SOMENTE,


sobre TENDÊNCIAS. Não existe Destino selado, que não possa ser mudado.
Você só está fadada a passar por alguma coisa, seja boa, seja ruim, se
permanecer inconsciente das escolhas que está fazendo, que vão te levar
àquele lugar. Quanto mais consciente você estiver disposta a ser, maior será
seu poder de escolher uma realidade diferente da que está plantada no seu
subconsciente.

O jogo como um todo, relata uma vida vivida de acordo com princípios e critérios
que nunca foram os da real felicidade, e real independência, a vida foi vivida de
forma impulsiva e irrefletida, demonstrando que nunca houve real desejo de ser
realmente independente, mas uma habilidade grandiosa de mentir para si mesma
de que se queria isso, de forma que se tornou constante a contradição entre o que
você dizia para si mesma que queria, e o que realmente escolhia.

Parece haver uma série de conflitos internos, alguns diretamente com dinheiro, isso
sendo um dos elementos que te deixam constantemente sem ele e dependendo de
outro, como pessoas que fazem votos de pobreza em outras vidas, e sem saber,
estão honrando eles nessa ainda. Um outro elemento, algum tipo de trauma onde as
perdas constantes fizeram você valorizar mais a segurança do que a independência,
fazendo escolhas que te colocavam em contextos onde você tinha o mínimo
garantido, que era o que realmente queria.

A liberdade nunca foi uma prioridade, e no seu caso, ela só vem quando você viver
e escolher os caminhos que quer percorrer com base naquilo que é verdadeiro e
realmente feliz para você, e não no que vai botar a comida na mesa e pagar as
contas. Isso só vai te dar mais do mesmo. Existe um convite a mergulhar mais fundo
na sua própria pessoa, talvez você não saiba o que realmente te faz feliz, e é
natural.

Ou talvez você saiba, mas optou por não acreditar que dava para ganhar a vida
assim, escolhendo caminhos que te dessem a garantia de que não passaria por
aquilo que realmente temia, que era a falta e a instabilidade.

O jogo demonstra que a condição atual é tóxica ao extremo, e recomenda a total


partida de todos os tipos de atividades profissionais sendo realizadas, e dos locais
onde você tem morada, deixando tudo e todos para trás, sem questionar, e mirando
naquilo que vai realmente te fazer feliz, ainda que te de pouco dinheiro, ou talvez
nenhum, confiante de que a felicidade em si mesma atrai o que possa te faltar. Mais
cedo ou mais tarde, a felicidade sempre triunfa, ainda que você não acredite nisso,
motivo pelo qual está na condição na qual se colocou.

Um novo lugar para morar, um novo modo de trabalhar.

É recomendado também examinar os motivos pelos quais talvez você já tenha


encontrado uma vez algo que te dê prazer, mas tenha optado por não viver daquilo.
Será alguma resistência?
Alguma sabotagem?
Será você fazendo de tudo para ir pelo caminho que garanta que você permaneça
na constante auto limitação e dependência, fazendo o que te dá dinheiro, mas não
garante real expressão de seu potencial?

É comum o caso de grandes artistas que tentam ser empresários, só para


descobrirem depois de anos que foram apenas uma fraude, ainda que bem
sucedida, não expressando nem uma fração da intensidade de vida dentro de si.

Há uma distância muito grande entre a sua alma, e a vida sendo vivido na prática,
de forma que toda tipo de rotina que possa te colocar em contato com ela, como a
meditação, por exemplo, é encorajada, e a solidão, naquela carta A Justiça
Invertida, também é recomendada, uma longa fase sem ninguém, nem amante, nem
amigo, nem família, para que você possa estar realmente com você mesma, e
apenas com você, e aí assim, saber o que é realmente independência.

A escolha de seu trabalho tem que responder uma única pergunta:


O que realmente vai me permitir ser feliz e expressar minhas maiores
possibilidades?

Não existe destino selado, para quem é realmente consciente dos pontos de vista
que está escolhendo para criar a própria realidade. Cada um só é obrigado a passar
por aquilo que se recusa a reconhecer, assumir e mudar. Não tem nada que te
obrigue a passar por nada disso que te descrevi, a não ser sua própria escolha, de
ser vítima de seus próprios julgamentos e pontos de vista fixos.

Você é senhora absoluta do próprio Destino.


A pergunta é, quão disposta você está de pagar o preço da própria felicidade?

- Georges Luiz Segundo


07/09/2021
21:01
Contato: (11) 982197856

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