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Estrutura Tarifária da

Energia Elétrica
Prof. Alexandro V. Rocha

"Antes de imprimir pense em sua responsabilidade


e compromisso com o MEIO AMBIENTE."
Sumário
Resolução 414 da ANEEL
Definições da Resolução 414
Classes e Sub-classes de Consumo

Estrutura Tarifária

Grupo A
Grupo B
Bandeiras Tarifárias

Valor da Energia

Tributos
Tarifa x Preço
Resolução 414 da ANEEL

ü Estabelece as condições gerais de fornecimento de energia


elétrica de forma atualizada e consolidada.
ü Vigora desde 15 de setembro de 2010, substituindo a resolução 456
de 2000 e estabelece a sua revogação em 15 de setembro de 2011.
ü Estabelece:
ü Direitos e deveres dos consumidores e das distribuidoras de
energia elétrica;
ü A definição de todos os termos e parâmetros envolvidos nas faturas de
energia;
ü As modalidades de faturamento;
ü A divisão dos consumidores em classes e faixas em função da tensão de
fornecimento;
ü Instruções para a solicitação de novas ligações, instruções para
levantamento dos dados e emissão das faturas de energia, entre outros.
Definições da Resolução 414
ü Demanda contratada
ü Demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente
disponibilizada pela distribuidora, no ponto de entrega, conforme valor e
período de vigência fixados no contrato, e que deve ser integralmente
paga, seja ou não utilizada durante o período de faturamento, expressa
em quilowatts (kW).
ü Demanda faturável
ü Valor da demanda de potência ativa, considerada para fins de faturamento, com
aplicação da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW). Representa um único
valor, correspondente ao maior valor dentre os definidos a seguir:
ü Demanda contratada ou demanda medida, exceto para unidade consumidora
da classe rural ou reconhecida como sazonal; ou
ü Demanda medida no ciclo de faturamento ou 10% da maior demanda medida
em qualquer dos 11 ciclos completos de faturamento anteriores, no caso de
unidade consumidora incluída na tarifa convencional, da classe rural ou
reconhecida como sazonal; ou
ü Demanda medida no ciclo de faturamento ou 10% da maior demanda
contratada, no caso de unidade consumidora incluída na tarifa horossazonal
da classe rural ou reconhecida como sazonal
Definições da Resolução 414
ü Demanda medida
ü Maior demanda de potência ativa, verificada por medição integralizada no
intervalo de 15 minutos durante o período de faturamento.
ü Modalidade tarifária
ü Conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de consumo de energia
elétrica e demanda de potência ativas;
ü Grupo A: Unidades consumidoras com fornecimento de tensão igual ou
superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de sistema subterrâneo de
distribuição em tensão secundária, caracterizado pela tarifa binômia e
subdividido nos seguintes subgrupos:
ü A1: tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV;
ü A2: tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV;
ü A3: tensão de fornecimento de 69 kV;
ü A3a: tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV;
ü A4: tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV;
ü A5: tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV, a partir de sistema
subterrâneo de distribuição
Definições da Resolução 414
ü Grupo B: Unidades consumidoras com fornecimento de tensão igual ou
inferior a 2,3 kV, caracterizado pela tarifa monômia e subdividido nos
seguintes subgrupos:
ü B1: residencial;
ü B2: rural;
ü B3: demais classes; e
ü B4: iluminação pública.
ü Tensão secundária de distribuição
ü Tensão disponibilizada no sistema elétrico da distribuidora, com valores
padronizados inferiores a 2,3kV.
ü Tensão primária de distribuição
ü Tensão disponibilizada no sistema elétrico de distribuição, com valores
padronizados iguais ou superiores a 2,3kV.
Definições da Resolução 414
ü Unidade consumidora
ü Conjunto composto por instalações, ramal de entrada, equipamentos
elétricos, condutores e acessórios, incluída a subestação, quando do
fornecimento em tensão primária, caracterizado pelo recebimento de
energia elétrica em apenas um ponto de entrega, com medição
individualizada, correspondente a um único consumidor e localizada em
uma mesma propriedade ou em propriedades contíguas.
ü Contrato de adesão
ü Destinado a formalizar as relações entre a distribuidora e o responsável
por unidade consumidora do grupo B, deve ser encaminhado ao
consumidor até a data de apresentação da primeira fatura subsequente à
solicitação do fornecimento. Deve ser entregue no momento da
solicitação do fornecimento, quando se tratar de fornecimento de energia
elétrica por prazo inferior a 30 dias.
ü Modelo constante no Anexo IV da resolução 414.
Classes e Subclasses de Consumo
ü Residencial
ü Todos os consumidores residenciais, inclusive de baixa renda, cuja tarifa
é estabelecida de acordo com critérios específicos a seguir:
ü I - residencial;
ü II - residencial baixa renda, confome disposições legais e regulamentares
vigentes;
ü III - residencial baixa renda indígena;
ü IV - residencial baixa renda quilombola;
ü V - residencial baixa renda benefício de prestação continuada da assistência
social - BPC
ü Industrial
ü Unidades consumidoras que desenvolvem atividade industrial, conforme
definido na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
inclusive o transporte de matéria-prima, insumo ou produto resultante do
seu processamento.
Classes e Subclasses de Consumo
ü Comercial serviços e outras atividades
ü Serviços de transporte, comunicação e telecomunicação e outros afins e
de acordo com os seguintes critérios:
ü I - comercial;
ü II - serviços de transporte, exceto tração elétrica;
ü III - serviços de comunicações e telecomunicações;
ü IV - associações e entidades filantrópicas;
ü V - templos religiosos;
ü VI - administração condominial: iluminação e instalações de uso comum de
prédio ou conjunto de edificações;
ü VII - Iluminação em rodovias;
ü VIII - Semáforos, radares e câmeras de monitoramento de trânsito;
ü IX - Outros serviços e outras atividades.
ü Rural
ü Atividades de agropecuária, cooperativa de eletrificação rural, indústria
rural, coletividade rural e serviço público de irrigação rural.
Classes e Subclasses de Consumo
ü Poder público
ü Atividades dos poderes públicos federal, estadual e municipal.
ü I – federal
ü II – estadual ou distrital
ü III - municipal
ü Iluminação pública
ü Iluminação de ruas, praças, jardins, estradas e outros logradouros de
domínio público de uso comum e livre acesso.
ü Serviço público
ü Serviços de água, esgoto e saneamento.
ü Consumo próprio
ü Fornecimento destinado ao consumo de energia elétrica próprio da
empresa de distribuição.
Estrutura Tarifária
ü Conjunto de tarifas aplicáveis aos componentes de consumo de
energia elétrica e/ou demanda de potência, de acordo com a
modalidade de fornecimento.
ü A tarifa é um valor fixado para a prestação de um serviço por determinada
unidade. Na relação entre concessionárias e consumidores a tarifa representa
o preço em reais da energia elétrica e da demanda utilizada pelos
consumidores.
ü Grupo A:
ü Aplicação da tarifa binômia: consumo de energia (kWh) + demanda (kW);
ü Medidor de energia faz uma média da demanda requerida da rede a cada
15 min, portanto, ao longo do mês são 2.880 médias.
ü O maior valor registrado dentro do período de faturamento será o valor
utilizado para cobrança de demanda, mesmo que tenha ocorrido uma
única vez (média de 15 minutos) dentro do período de faturamento.
ü Se a demanda máxima registrada < demanda contratada => será
cobrada a demanda contratada.
Grupo A
ü Se a demanda máxima registrada > demanda contratada (em até 10% para
fornecimento abaixo de 69kV) => cobrada a demanda máxima registrada x
tarifa da demanda.
ü Demanda máxima registrada > demanda contratada (em até 5% para
fornecimento igual ou superior a 69kV) => cobrada a demanda máxima
registrada x tarifa da demanda.
ü Nos demais casos, aplica-se a equação que considera uma tarifa diferenciada
por demanda ultrapassada:
𝐷!"#$%&%''%()* = [𝑃𝐴𝑀 𝑝 − 𝑃𝐴𝐶 𝑝 ]𝑥2𝑥𝑉𝑅+,-. (𝑝)
Onde:
𝐷!"#$%&%''%()* = demanda de potência ativa excedente por posto de horário “p”,
quando cabível em reais (R$);
PAM(p) = demanda ativa medida, em cada posto horário “p” no período de
faturamento, quando cabível, em quilowatts (kW)
PAC(p) = demanda ativa contratada, em cada posto horário “p” no período de
faturamento, quando cabível, em quilowatts (kW)
VRDULT(p) = valor de referência equivalente às tarifas de demanda de potência
aplicáveis aos subgrupos do grupo A ou às TUSD – Consumidores livres.
p = indica posto de horário, ponta ou fora de ponta.
Grupo A
ü A tarifa de ultrapassagem corresponde ao dobro da tarifa normal, que pode
ser entendida como uma multa por ter ultrapassado acima da tolerância
permitida.
ü Em novas instalações, os três primeiros meses de faturamento são
considerados pela resolução 414 como período de teste, para que o
consumidor possa adequar a demanda e o fator de potência à sua
necessidade.
ü Durante o período de teste, a demanda faturada será a demanda medida e o
fator de potência faturado será calculado considerando o médio.
ü Após o período de testes o consumidor pode solicitar uma redução da
demanda para adequá-la à sua necessidade, porém ela somente é efetivada
após o período de carência de 180 dias da solicitação.
ü O acréscimo no valor da demanda contratada pode ser atendido de imediato,
desde que haja disponibilidade na rede de distribuição.
ü O consumidor do grupo A obrigatoriamente possui o fator de potência medido
de forma permanente e apurado pela média dos registros de cada hora e são
comparados com o valor de referência de 0,92.
Grupo A
ü Fator de Potência
ü A resolução 414 determina que no intervalo compreendido entre 12h30 e
06h30 a distribuidora defina seis horas em que o fator de potência limite é de
0,92 capacitivo e nas 18 horas complementares o fator de potência limite é de
0,92 indutivo.
00:30
01:30
02:30
03:30
04:30
05:30
06:30 0,92 (indutivo)
07:30
08:30
09:30
10:30

12:30
13:30
14:30
15:30
16:30
17:30
18:30
19:30
20:30
21:30
22:30
23:30
0,92 (capacitivo)

11:30
ü A forma de cálculo da cobrança do fator de potência determina que em cada
hora em que houver ultrapassagem do valor de referência será efetuada uma
cobrança proporcional à ultrapassagem.
Grupo A
ü Estrutura Tarifária Convencional
ü Caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia e/ou demanda
de potência independentemente das horas de utilização do dia e dos períodos
do ano.
ü O consumidor pode optar pela convencional, se for atendido em tensão de
fornecimento abaixo de 69kV, sempre que tiver contratado uma demanda
inferior a 300kW.
ü Estrutura Tarifária Horossazonal
ü Aplicam-se tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de
demanda de potência, de acordo com as horas de utilização do dia e dos
períodos do ano.
ü O objetivo é racionalizar o consumo de energia elétrica ao longo do dia e do
ano, motivando o consumidor, pelos valores diferenciados das tarifas.
ü Para as horas do dia são estabelecidos dois períodos, denominados de
postos tarifários.
Grupo A
ü Posto Tarifário Ponta
ü Corresponde a um intervalo de três horas durante o dia em que ocorre maior
demanda de energia elétrica, que é no final do dia.
ü Posto Tarifário Fora de Ponta
ü Compreende as demais horas dos dias úteis, as 24 horas dos sábados,
domingos e feriados nacionais.
ü Compete a cada distribuidora de energia elétrica determinar em qual horário
será considerado o período de ponta.
ü Exemplos de horários de Ponta:
Eletropaulo: 17h30 às 20h30 Copel: 18h00 às 21h00
Bandeirante: 18h00 às 21h00 Light: 17h30 às 20h30
CPFL: 18h00 às 21h00 Ampla: 18h00 às 21h00
Elektro: 17h30 às 20h30 COSERN: 17h30 às 20h29
Grupo A
ü Período Seco e Úmido
ü Associados aos meses do ano são estabelecidos os períodos seco e úmido
relacionado ao volume de chuvas.
ü As tarifas no período seco são mais altas, refletindo o maior custo de
produção de energia elétrica devido à menor quantidade de água nos
reservatórios das usinas hidroelétricas, provocando a necessidade de
complementação com geração térmica.
ü O período seco compreende os meses de maio a novembro e o úmido de
dezembro a abril.
ü Tarifa Azul e Verde
ü Dentro da tarifa horossazonal podem ser escolhidas ainda duas modalidades
chamadas de tarifa azul e verde. A diferença entre essa tarifa e a
convencional reside nos valores diferentes para os horários de ponta e fora de
ponta e para os períodos seco e úmido.
Grupo A

Convencional Verde Azul


Ponta
Demanda Única Única
Fora de Ponta
Ponta Ponta
Energia Única
Fora de Ponta Fora de Ponta
Grupo B
ü As unidades consumidoras atendidas em tensão abaixo de 2.300 volts
são classificadas no Grupo B (baixa tensão), na sua maioria são
atendidos nas tensões de 127 ou 220 volts.
ü As tarifas do grupo B são estabelecidas somente para o componente
de consumo de energia em reais (tarifa monômia).
ü Para os casos em que o consumidor não usa a energia elétrica por
um determinado período, a distribuidora cobra o valor mínimo na
fatura, chamado de Custo de Disponibilidade.

Perfil da Unidade Custo de Disponibilidade


Monofásica e bifásica com dois condutores 30kWh
Bifásicas 50kWh
Trifásicas 100kWh
Grupo B
ü A resolução no 414 originalmente permitia a realização da cobrança do
fator de potência para unidades consumidoras do grupo B, porém
em 23 de julho de 2013, a ANEEL publicou a resolução no 569
proibindo essa cobrança.

ü O Grupo B é dividido em sub-grupos, de acordo com a atividade


do consumidor:
ü Subgrupo B1 – residencial e residencial baixa renda;
ü Subgrupo B2 – rural e cooperativa de eletrificação rural;
ü Subgrupo B3 – demais classes;
ü Subgrupo B4 – iluminação pública.
Grupo B
ü Tarifa Social de Baixa Renda: Consumidores residenciais com
consumo mensal inferior a 80kWh, ou aqueles, cujo consumo esteja
situado entre 80 e 220 kWh/mês e que comprovem inscrição no
Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal.
ü A tarifa social de baixa renda sofre descontos escalonados de
acordo com o consumo em relação a tarifa da classe residencial
B1.
ü Aos primeiros 30kWh é aplicada tarifa com 65% de desconto, dos 31
kWh até 100 kWh é aplicada tarifa com desconto de 40% e de 101
kWh até 220 kWh é aplicado um desconto de 10%.

Faixa de Consumo Desconto tarifário


0 – 30 kWh 65%
31 – 100 kWh 40%
101 – 200 kWh 10%
Grupo B
ü Tarifa Branca: Desde 1º de janeiro de 2019, a opção pela tarifa
branca está disponível para quem consome mais de 250 KWh/mês
nas unidades consumidoras que são atendidas em baixa tensão,
exceto os classificados como baixa renda e à iluminação pública.
ü O registro de energia é realizado em três postos tarifários diferentes:
ü Ponta: período composto por 3 horas diárias consecutivas definidas pela
distribuidora, comumente estabelecido entre o final da tarde e o início da
noite.
ü Intermediário: período de 2 horas, sendo uma hora imediatamente
anterior e outra imediatamente posterior ao horário de ponta.
ü Fora de ponta: período das horas diárias consecutivas e
complementares àquelas nos postos ponta e intermediário.
ü Obs: Finais de semana e feriados são considerados integralmente como
horário fora de ponta.
ü Horários COSERN
Bandeiras Tarifárias
ü Desde o ano de 2015, as contas de energia passaram a trazer uma
novidade: o Sistema de Bandeiras Tarifárias, que apresenta
modalidades diferentes que indicam se haverá ou não acréscimo no
valor da energia a ser repassada ao consumidor final, em função das
condições de geração de eletricidade.
ü Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa
não sofre nenhum acréscimo;
ü Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa
sofre acréscimo de R$ 0,015 para cada quilowatt-hora (kWh)
consumidos;
ü Bandeira vermelha - Patamar 1: condições mais custosas de
geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,040 para cada quilowatt-
hora kWh consumido.
ü Bandeira vermelha - Patamar 2: condições ainda mais custosas de
geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,060 para cada quilowatt-
hora kWh consumido.
Bandeiras Tarifárias
ü Todos os consumidores cativos das distribuidoras serão faturados pelo
Sistema de Bandeiras Tarifárias, com exceção daqueles localizados
em sistemas isolados.
ü Roraima não está no SIN e, portanto, não funcionará no sistema de
bandeiras tarifárias.
Bandeiras Tarifárias

ü O calendário de divulgação é definido


conforme datas das reuniões do PMO
do ONS, que podem ser alteradas.
ü Fonte:
http://www.aneel.gov.br/bandeiras-
tarifarias
Valor da Energia
ü O valor da energia (tarifa de energia) é o preço cobrado por unidade
de energia (R$/kWh). A ANEEL é quem define as tarifas de energia,
de acordo com o que está estabelecido em lei e nos contratos de
concessão estabelecidos com as empresas que variam entre regiões
do país.
ü Deve-se diferenciar preço e tarifa. Tarifa é o valor a ser cobrado pela
prestação dos serviços da distribuidora de energia, já o preço é a
composição da tarifa com os tributos. O preço final é igual à tarifa
somada aos tributos.
ü Na tarifa são contabilizados os seguintes custos:
Valor da Energia
As formas de atualização de tarifa são:

Revisão Tarifária Periódica → É realizada a cada 4 anos, em média, com a


participação dos consumidores em audiências públicas. O objetivo é definir um
valor que cubra os custos da distribuidora para manter os ativos e operar o
sistema. A ANEEL faz os cálculos aplicando uma metodologia que incentiva cada
distribuidora a ser cada vez mais eficiente.
Reajuste Tarifário Anual → Atualiza os custos sobre os quais a empresa tem
pouca ou nenhuma gestão. Além disso, os custos da distribuidora são corrigidos
pelo Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), deduzido o chamado fator X
(índice criado pela ANEEL que estima ganhos de produtividade do serviço para
convertê-lo em modicidade tarifária). O valor final do reajuste leva em conta o
custo da energia considerando a bandeira tarifaria verde. Mas a cada mês pode-
se variar para bandeiras amarela ou vermelha conforme condições de geração
nas usinas.
Revisão Tarifária Extraordinária → Só acontece em casos excepcionais de
justificado desequilíbrio econômico financeiro da distribuidora.
Encargos Setoriais
São entendidos como Encargos Setoriais os custos não gerenciáveis
suportados pelas concessionárias de distribuição, instituídos por Lei,
cujo repasse aos consumidores é decorrente da garantia do equilíbrio
econômico-financeiro contratual.
Os Encargos Setoriais integrantes da parcela A nos processos tarifários
são:
• Conta de Desenvolvimento Energético (CDE);
• Programa de Incentivo à Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA;
• Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos – CFURH;
• Encargos de Serviços do Sistema – ESS e de Energia de Reserva – ERR;
• Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica – TFSEE;
• Pesquisa e Desenvolvimento – P&D e Programa de Eficiência Energética –
PEE; e
• Contribuição ao Operador Nacional do Sistema – ONS.
Tributos
São pagamentos compulsórios devidos ao poder público, a partir de
determinação legal, e que asseguram recursos para que o Governo desenvolva
suas atividades. Na fatura de energia elétrica estão incluídos tributos federais,
estaduais e municipais.
Tributos Federais Tributos Estaduais Tributos Municipais
PIS - Programa de Previsto no artigo 155 da Previsto no artigo 149 – A
Integração Social e COFINS Constituição Federal de da Constituição Federal de
– Contribuição para o 1988 o ICMS – Imposto 1988 a CIP – Contribuição
Financiamento da sobre a Circulação de para Custeio do Serviço de
Seguridade Social são Mercadoria e Serviços é Iluminação Pública é de
cobrados pela união para regulamentada pelo código competência dos
manter programas voltados tributário de cada estado, municípios.
para o trabalhador e para ou seja, estabelecido em A forma de cobrança da
atender a programas sociais lei pelas casas legislativas. CIP é conforme lei
do governo federal. específica aprovada pela
Câmara Municipal.

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑡𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑝𝑢𝑏𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝐴𝑁𝐸𝐸𝐿


𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑐𝑜𝑏𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟 =
1 − (𝑃𝐼𝑆 + 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆 + 𝐼𝐶𝑀𝑆)
Tarifa x Preço
Tarifa é o valor a ser cobrado pela prestação de determinados serviços.
Preço é a composição da tarifa com os impostos - ICMS e PIS/COFINS. O preço
final é igual à tarifa mais o ICMS e PIS/COFINS.
A partir de 29/04/2013, a cada R$ 1,00 recebido pela COSERN, R$ 0,43 são
destinados ao pagamento de encargos setoriais, impostos e taxas, como ICMS,
COFINS e PIS, e R$ 0,32 vão para a compra e transmissão de energia.
Com os R$ 0,25 restantes, a COSERN tem de cobrir os custos de operação,
manutenção, administração do serviço e remuneração do investimento.

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