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Introdução
A atividade de primeiros socorros pressupõe o conhecimento dos sinais que o corpo emite e servem
como informação para a determinação do seu estado físico.
Alguns detalhes importantes sobre as funções vitais, os sinais vitais e sinais de apoio do corpo humano
precisam ser compreendidos.
FUNÇÕES VITAIS
Algumas funções são vitais para que o ser humano permaneça vivo. São vitais as funções exercidas
pelo cérebro e pelo coração. Mas para exercerem suas funções, estes órgãos executam trabalhos
físicos e químicos, transformando a própria vida em uma macro representação das atividades da
menor unidade funcional do corpo: a célula.
As funções vitais do corpo humano são controladas pelo Sistema Nervoso Central, que é estruturado
por células muito especializadas, organizadas em alto grau de complexidade estrutural e funcional.
Estas células são muito sensíveis à falta de oxigênio, cuja ausência provoca alterações funcionais.
Conforme será advertido outras vezes neste manual, chamamos a atenção para que se perceba que:
O prolongamento da hipóxia (falta de ar) cerebral determina a morte do Sistema Nervoso Central e com isto
a falência generalizada de todos os mecanismos da vida, em um tempo de aproximadamente três minutos.
SINAIS VITAIS
Sinais vitais são aqueles que indicam a existência de vida. São reflexos ou indícios que permitem
concluir sobre o estado geral de uma pessoa. Os sinais sobre o funcionamento do corpo humano que
devem ser compreendidos e conhecidos são: · Temperatura, · Pulso, · Respiração, · Pressão arterial.
Os sinais vitais são sinais que podem ser facilmente percebidos, deduzindo-se assim, que na ausência
deles, existem alterações nas funções vitais do corpo. A medição e avaliação da pressão arterial são
excelentes fontes de indicação de vitalidade do organismo humano.
TEMPERATURA CORPORAL
A temperatura resulta do equilíbrio térmico mantido entre o ganho e a perda de calor pelo
organismo.
A temperatura é um importante indicador da atividade metabólica, já que o calor obtido nas reações
metabólicas se propaga pelos tecidos e pelo sangue circulante.
Nosso corpo tem uma temperatura média normal que varia de 35,9 a 37,2ºC. A avaliação da
temperatura é uma das maneiras de identificar o estado de uma pessoa, pois em algumas emergências
a temperatura muda muito.
PERDA DE CALOR
O corpo humano perde calor através de vários processos que podem ser classificados da seguinte
maneira: Eliminação - fezes, urina, saliva, respiração.
Evaporação - a evaporação pela pele (perda passiva) associada à eliminação permitirá a perda de calor
em elevadas temperaturas.
Condução - é a troca de calor entre o sangue e o ambiente.
Quanto maior é a quantidade de sangue que circula sob a pele maior é a troca de calor com o meio.
O aumento da circulação explica o avermelhamento da pele (hipermia) quando estamos com febre.
VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA
Oral ou bucal - Temperatura média varia de 36,2 a 37ºC. O termômetro deve ficar por cerca de três
minutos, sob a língua, com o paciente sentado, semi-sentado (reclinado) ou deitado.
Não se verifica a temperatura de vítimas inconscientes, crianças depois de ingerirem líquidos (frios ou
quentes) após a extração dentária ou inflamação na cavidade oral.
FEBRE
A febre é a elevação da temperatura do corpo acima da média normal. Ela ocorre quando a produção
de calor do corpo excede a perda. Tumores, infecções, acidentes vasculares ou traumatismos podem
afetar diretamente o hipotálamo e com isso perturbar o mecanismo de regulagem de calor do corpo.
Portanto, a febre deve ser vista também como um sinal que o organismo emite. Um sinal de defesa.
Devemos lembrar que pessoas imunodeprimidas podem ter infecções graves e não apresentarem
febre. A vítima de febre apresenta a seguinte sintomatologia: · Inapetência (perda de apetite) · Mal
estar · Pulso rápido · Sudorese · Temperatura acima de 40 graus Celsius · Respiração rápida ·
Hiperemia da pele · Calafrios · Cefaléia (dor de cabeça)
PRIMEIROS SOCORROS PARA FEBRE
Aplicar compressas úmidas na testa, cabeça, pescoço, axilas e virilhas (que são as áreas por onde passam os
grandes vasos sanguíneos). Quando o acidentado for um adulto, submetê-la a um banho frio ou cobri-la com
coberta fria. Podem ser usadas compressas frias aplicadas sobre grandes estruturas vasculares superficiais quando
a temperatura corporal está muito elevada.
O tratamento básico da febre deve ser dirigido para as suas causas, mas em primeiros socorros isto não é
possível, pois o leigo deverá preocupar-se em atender os sintomas de febre e suas complicações. Drogas
antipiréticas como aspirina, dipirona e acetaminofen são muito eficientes na redução da febre que ocorre devido a
afecções no centro termorregulador do hipotálamo, porém só devem ser usadas após o diagnóstico.
Devemos salientar que os primeiros socorros em casos febris só devem ser feitos em temperaturas muito altas
(acima de 40ºC), por dois motivos já vistos: a febre é defesa orgânica (é o organismo se defendendo de alguma
causa) e o tratamento da febre deve ser de suas causas.
PULSO
O pulso é a onda de distensão de uma artéria transmitida pela pressão que o coração exerce sobre o
sangue. Esta onda é perceptível pela palpação de uma artéria e se repete com regularidade, segundo as
batidas do coração. Existe uma relação direta entre a temperatura do corpo e a frequência do pulso.
Em geral, exceto em algumas febres, para cada grau de aumento de temperatura existe um aumento
no número de pulsações por minuto (cerca de 10 pulsações).
O pulso pode ser apresentado variando de acordo com sua frequência, regularidade, tensão e volume.
a) Regularidade (alteração de ritmo) Pulso rítmico: normal Pulso arrítmico: anormal
b) Tensão
c) Frequência - Existe uma variação média de acordo com a idade
d) Volume - Pulso cheio: normal Pulso filiforme (fraco): anormal
PULSO
Existem no corpo vários locais onde se podem sentir os pulsos da corrente sanguínea. O pulso radial
pode ser sentido na parte da frente do punho.
Usar as pontas de 2 a 3 dedos levemente sobre o pulso da pessoa do lado correspondente ao polegar.
RESPIRAÇÃO
A respiração é uma das funções essenciais à vida. É através dela que o corpo promove
permanentemente o suprimento de oxigênio necessário ao organismo, vital para a manutenção da
vida.
A respiração é comandada pelo Sistema Nervoso Central. Seu funcionamento processa-se de maneira
involuntária e automática. É a respiração que permite a ventilação e a oxigenação do organismo e isto
só ocorre através das vias aéreas desimpedidas
RESPIRAÇÃO
Deve-se saber identificar se a pessoa está respirando e como está respirando. A respiração pode ser
basicamente classificada por tipo e frequência.
A frequência da respiração é contada pela quantidade de vezes que uma pessoa realiza os movimentos
combinados de inspiração e expiração em um minuto. Para se verificar a frequência da respiração,
conta-se o número de vezes que uma pessoa realiza os movimentos respiratórios: 01 inspiração + 01
expiração = 01 movimento respiratório. A contagem pode ser feita observando-se a elevação do tórax
se o acidentado for mulher ou do abdome se for homem ou criança. Pode ser feita ainda contando-se
as saídas de ar quente pelas narinas.
A frequência média por minuto dos movimentos respiratórios varia com a idade se levarmos em
consideração uma pessoa em estado normal de saúde. Por exemplo: um adulto possui um valor médio
respiratório de 14 - 20 respirações por minuto (no homem), 16 - 22 respirações por minuto (na
mulher), enquanto uma criança nos primeiros meses de vida 40 - 50 respirações por minuto.
PRESSÃO ARTERIAL
A pressão arterial é a pressão do sangue, que depende da força de contração do coração, do grau de
distensibilidade do sistema arterial, da quantidade de sangue e sua viscosidade.
Embora não seja recomendável a instrução a leigos da medição da pressão arterial com o aparelho,
para não induzir a diagnósticos não autorizados após a leitura, julgamos necessário descrever de
maneira sucinta as características da pressão arterial e a sua verificação.
SINAIS DE APOIO
Além dos sinais vitais do funcionamento do corpo humano, existem outros que devem ser observados para
obtenção de mais informações sobre o estado de saúde de uma pessoa. São os sinais de apoio; sinais que o
corpo emite em função do estado de funcionamento dos órgãos vitais.
Os sinais de apoio podem ser alterados em casos de hemorragia, parada cardíaca ou uma forte batida na
cabeça, por exemplo.
Os sinais de apoio tornam-se cada vez mais evidentes com o agravamento do estado do acidentado. Os
principais sinais de apoio são:
Dilatação e reatividade das pupilas
Cor e umidade da pele
Estado de consciência
Motilidade e sensibilidade do corpo
DILATAÇÃO E REATIVIDADE DAS PUPILAS
A pupila é uma abertura no centro da íris - a parte colorida do olho - e sua função principal é controlar a
entrada de luz no olho para a formação das imagens que vemos.A pupila exposta à luz se contrai.
Quando há pouca ou quase nenhuma luz a pupila se dilata, fica aberta. Quando a pupila está totalmente
dilatada, é sinal de que o cérebro não está recebendo oxigênio, exceto no uso de colírios midriáticos ou
certos envenenamentos.
A dilatação e reatividade das pupilas são um sinal de apoio importante. Muitas alterações do organismo
provocam reações nas pupilas.
Certas condições de "stress", tensão, medo e estados de pré-choque também provocam consideráveis
alterações nas pupilas. Devemos observar as pupilas de uma pessoa contra a luz de uma fonte lateral, de
preferência com o ambiente escurecido. Se não for possível deve-se olhar as pupilas contra a luz ambiente.
COR E UMIDADE DA PELE
Este é outro sinal de apoio importante. A consciência plena é o estado em que uma pessoa mantém o
nível de lucidez que lhe permite perceber normalmente o ambiente que a cerca, com todos os
sentidos saudáveis respondendo aos estímulos sensoriais.
Quando se encontra um acidentado capaz de informar com clareza sobre o seu estado físico, pode-se
dizer que esta pessoa está perfeitamente consciente. Há, no entanto, situações em que uma pessoa
pode apresentar sinais de apreensão excessiva, olhar assustado, face contraída e medo. Esta pessoa
certamente não estará em seu pleno estado de consciência.
MOTILIDADE E SENSIBILIDADE DO CORPO