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MÓDULO 7: COLONIZAÇÃO ESPANHOLA

Já vimos:
a. Os habitantes originários das Américas
b. Os europeus que vieram
c. Os africanos trazidos à força
d. Falamos sobre a chegada desses europeus e o encontro desses grupos
Hoje vamos conhecer mais sobre a colonização espanhola.

O que esse tema tem a ver com a história da Igreja no continente?


Porque a história da Igreja no continente é a história da colonização.
A Igreja usa o processo para evangelizar. E o Estado usa a fé para colonizar.
A própria evangelização é componente da colonização.

Quando se fala de colonização,


Talvez pensemos que fosse um bloco (os espanhóis) conquistando outro (os índios);
Tantos os espanhóis como os índios eram variados, diversos, múltiplos
Encontramos grupos indígenas brigando entre si
Encontramos colonizadores brigando entre si e depois até com a Coroa

O processo colonizador tem três ciclos:


a) Caribenho
b) Mexicano
c) Peruano

Caribenho
Quando Colombo chegou, os espanhóis ficaram praticamente nas ilhas por ele
descobertas e sem outros avanços significativos.
Só em 1513 começam a investigar outras terras na hoje América Central.

Mexicano
Foi Hernan Cortez Fidalgo de 33 anos que saiu de por conta própria de Cuba para entrar
onde hoje se encontra o México ali ele encontra uma civilização asteca e começa o
processo de conquista entrando em contato com o imperador Montezuma.
É muito curioso procedimento porque eles não chegaram já invadindo e destruindo.
Eles chegaram simulando uma relação amistosa conquistando a confiança dos astecas e
só depois colocavam as unhas de fora, aproveitam as naturais discordâncias que haviam
entre as tribos indígenas.
Contando a desunião dos povos e a força do exército, a conquista era facilitada.
A vitória de Cortez acelerou a expansão espanhola e estimulou outros conquistadores.
Cortez, p. ex., se estendeu em direção ao norte e chegou na região chamada Califórnia.
E outros grupos exploradores vão ampliando o raio de influência.

Peruano
O grupo de Padarias D'Avila frustrou-se por não encontrar ouro na América Central.
Recebe informações da existência de uma terra de ouro chamada Birú ou Peru.
D'Avila autoriza Francisco Pizarro de fazer explorações.
Depois de desencontros encontra uma civilização avançada e indícios de ouro e prata.
Pizarro viaja à Espanha e enganando d’Ávila consegue o direito de explorar a nova terra.
Voltando, faz uma difícil viagem exploratória e encontra os incas divididos por lutas
internas. Aproveitando a divisão, os espanhóis prevalecem.
É um mistério como um grupeto de 100 homens subjuga todo um grande império.
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CARACTERÍSTICAS DA COLONIZAÇÃO:
Não havia um programa sistemático do processo de colonização.
Duas as motivações: busca de metais preciosos e a de mão de obra para obtê-los.
Concentravam-se nas áreas mais interessantes e deixavam regiões desanimadas.  
A colonização espanhola foi limitada, dispersa e heterogênea. 
Todas as regiões estavam ligadas às antigas zonas centrais. 
Duas cidades serão centros irradiadores: Cidade do México e Lima.
Tudo que saía e entrava passava por essas duas cidades.
O padrão marcou: a simbiose entre iniciativas privadas (exploradores) e públicas.
Os primeiros agiam sem supervisão, mas tão logo se estabeleciam o Estado chegava.
A maioria deles era de gente simples pois os nobres não queriam partir para as Índias.
Havia escassez de mulheres (no séc XVI apenas 6% dos emigrantes eram mulheres).
O que provocou a natural mistura com mulheres indígenas.
Existiam muitos casos de poligamia.
Também negros levados as Américas se relacionavam com mulheres indígenas.
Quando mais mulheres começaram a chegar, então estas eram preferidas pelos colonos.
Sobretudo por causa da pureza de sangue, fator muito procurado.
Havia a vida oficial com as espanholas e a promiscua com as índias.

COLONIZAÇÃO IDEOLÓGICA
Para todo o processo era necessária uma justificativa ideológica.  
Teólogos de Salamanca duvidavam da justiça de conquistar reinos legítimos.
Bartolomeu de las Casas chegou a falar da retirada da Espanha do Novo Mundo. 
Essa fundamentação legal era indispensável:
1) Garantindo que os colonos e conquistadores pensassem que a terra era deles;
2) Justificando a imposição dos monarcas espanhóis em reinos que já tinha seus reis.
3) Legitimando o direito de invadir uma propriedade privada.

A primeira explicação era que dono quem acha.


A segunda era mais complexa: tratava -se de obra de caridade e evangelização.
Além disso era importante não só legalizar a conquista, mas a dominação permanente.
Senão, seguindo a mesma lógica, outros conquistadores poderiam tomar as terras.
Não faltaram movimentos de colonos contra a autoridade dos reis da Espanha.

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO COLONIAL


Era absolutista, todos os cargos eram nomeados e sem concursos.
Os funcionários tinham poderes executivos e administrativos.
Para as outras, quem decidia era o Conselho das Índias
Esse Conselho levava ao rei que decidia e depois o resultado voltava.
Havia um sistema de recursos para os que se sentiam injustiçados.
Nenhum Soberano espanhol visitou as índias.
A autoridade da coroa estava representada na pessoa do vice-rei.
O vice-rei estava encarregado do cumprimento dos decretos e da aplicação da Justiça.
Existiam tribunais e conselhos (eclesiásticos, civis, militares, indígenas…)
Os funcionários do Tesouro eram importantes, pois tudo era tributado.
Uma estratégia colonizadora era criar a rivalidade entre instituições para se controlarem.
A estrutura nem sempre funcionava e a corrupção e o enriquecimento ilícito existiam.
Algumas estruturas eram voltadas exclusivamente para os índios.
O foco era a conquista dos produtos de uma terra, mais do que o território.
Terras podiam ser abandonadas ou nunca conquistadas se não tinham nada interessante.
Europeus só chegaram em algumas terras no século XIX (Patagônia, por exemplo).
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Ler textualmente pag 90 segundo parágrafo até o último da pag 91.

Em meados dos anos 70 do século XVI o grosso do processo de colonização termina.


Este processo não foi feito por exércitos regulares, mas por grupos de aventureiros. Os
motivos da Vitória deles:
1) Possuíam tecnologia militar superior
2) Alguns povos resistiram e adiaram a colonização (índios araucanos no Chile).
3) O aproveitamento de divisões internas era tática comum.
4) Os vírus do Velho Mundo que tiveram efeitos devastantes.
5) Os espanhóis sabiam que queriam e os índios não sabiam nem de que se
defender;
6) Havia também o elemento místico:
Algumas populações indígenas acreditam em profecias de maldição e viam na chegada dos
espanhóis a concretização dessas.  O rei Montezuma por exemplo via em Cortez a presença do
Deus Quetzalcoatl  que viera retomar o seu reino definitivo.
O SURGIMENTO DOS CRIOULLOS

A palavra Crioullos significava o espanhol nascido fora do reino.


Esta mesma expressão tem diferentes aplicações (no Brasil, designa negros).
O século XVII assistiu o nascimento da sociedade espanhola fora da Espanha.
Mesmo os nobres entre estes não eram equiparados aos da Europa.
Não tinham por exemplo a isenção de impostos.
Por isso sentia -se insatisfeitos com a Coroa.
Esses grupos cresceram muito:
1. Pela fraqueza da Espanha
2. Pela diminuição dos índios e chegada dos negros que colaboraram na miscigenação
3. Surgimento de uma oligarquia poderosa local

Ler e comentar todo os três parágrafos da Igreja na página 144

Ler e comentar  pag 176 a 177 os três parágrafos.

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