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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM

INSTITUTO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DE ITACOATIARA – ICET

Acadêmico: Géssica Carla Moraes Reis


Disciplina: Didática Geral
Curso: Licenciatura em Matemática e Física
A interação Professor – aluno

1 O valor pedagógico da relação professor aluno

A formação das crianças e dos jovens se constituem por meio das interações que
estabelecem ao decorrer do desenvolvimento. As interações realizadas estabelecem relações
com os demais indivíduos e o com o meio, sendo isso chamado de dinâmica social. A partir
das vivencias e no compartilhamento de experiências é que a criança e o jovem assimilam
conhecimentos, hábitos e atitudes de convívio social, como cooperação e respeito. Isso sendo
possível através da sua vivência em grupo, destacando assim o grupo como elemento
formador.
A escola é constituída por classes, cada classe possuí características que são
formadas pelos elementos que a constituem, cada classe constitui um grupo social. Os
elementos que formam esse grupo social são: o professor e os alunos. Esse grupo social ocupa
a sala de aula, onde estabelecem relações por meios das interações: professor – aluno, aluno –
aluno. As vivencias e as interações diárias que os elementos criam dentro desse grupo social,
permitem o exercício de hábitos, desenvolvimento de atitudes e valores.
Para Georges Gusdorf, a escola é um local de encontro existenciais, da vivencia das
relações humanas e da veiculação e intercâmbios de valores e princípios da vida. Assim,
percebemos que ao decorrer do nosso desenvolvimento como alunos, nossas lembranças
permeiam não somente os conteúdos, mas também os acontecimentos e as interações vividas
em conjunto em sala de aula, o aluno torna se presente por inteiro, pois a razão e os
sentimentos se unem, guiando seu comportamento. O valor pedagógico da interação humana
faz parte da construção do conhecimento, já a interação tem uma função educativa,
convivendo com os seus semelhantes que o ser humano é educado e se educa. Nessa
perspectiva, o professor por meio da sua interação com a classe, ajuda o seu aluno a
transformar sua curiosidade em esforço cognitivo e a passar de um conhecimento confuso,
sincrético, fragmentado, a um saber organizado e preciso.
Com isso, o professor tem duas funções na sua relação com o aluno: a função
incentivadora e energizante, pois ele deve aproveitar a curiosidade natural do educando para
despertar o seu interesse e mobilizar seus esquemas cognitivos e a função orientadora, pois
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deve orientar o esforço do aluno para aprender, ajudando-o a construir seu próprio
conhecimento.
2. A importância do dialogo na relação pedagógica

O aluno, através do processo interativo, assimila e constrói conhecimentos, valores,


crenças, adquire hábitos, formas de se expressar, sentir e ver o mundo, forma ideias,
conceitos, desenvolve e assume atitudes, modificando e ampliando suas estruturas mentais. O
professor também é atingido nessa relação, pois aprende com o aluno, por meio dos
conhecimentos que este traz de seus familiares. Nesse contato interpessoal instaura-se um
processo de intercâmbio, no qual o diálogo é fundamental.
Para se ter um processo de intercâmbio que propicie a construção coletiva do
conhecimento, é preciso que a relação professor-aluno tenha como base o diálogo. O diálogo
é desencadeado por uma situação-problema ligada à pratica. O professor transmite o que sabe,
partindo sempre dos conhecimentos manifestados anteriormente pelo aluno sobre o assunto e
das experiências por ele vivenciadas. Assim, ambos podem chegar a uma síntese
esclarecedora da situação-problema que suscitou a discussão. Nesse momento de síntese, o
conhecimento é organizado e sistematizado, sendo novamente aplicado à prática, agora de
forma estruturada. Nessa relação o professor fala, mas também ouve, ou seja, dialoga com o
aluno e permite que ele aja e opere mentalmente sobre os objetos, aplicando à realidade
circundante seus esquemas cognitivos de natureza operativa.

3. Autoridade versus autoritarismo

Regis de Morais na obra citada: Os professores como que passam a ter vergonha de
exercer uma autoridade a qual estão designados, uma autoridade que nada tem que ver com
traços autoritários desta ou daquela personalidade, mas que emerge do próprio processo
educacional e de ensino. O professor trata-se de uma autoridade incentivadora e orientadora: é
a autoridade de quem incentiva o aluno a continuar estudando e fazendo progressos na
aprendizagem, e a autoridade de quem orienta o esforço do aluno no sentido de alcançar os
objetivos por ambos desejados, usando a construção do conhecimento.
Logo, se o ensino é a orientação da aprendizagem visando a construção do
conhecimento, a autoridade do professor é a autoridade amiga, de quem estimula, incentiva,
orienta, reforça os acertos, mostra as falhas e ajuda a corrigi-las. É a autoridade de quem
auxilia a descobrir alternativas, mostra caminhos e abre perspectivas.
REFERÊNCIA
Haydt, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral. 1.ed. - São Paulo: Ática, 2011

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