A POLITÉCNICA
(ISEUNA)
Nampula, 2021
Airôn Pedro Mugela
Nampula, 2021
i
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho à toda minha família.
ii
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus pelo dom da vida e pela capacidade intelectual que me concedeu. Agradeço
comummente à toda minha família e à minha mãe em particular, pelo incansável apoio, amor
e paciência.
Agradeço ao ISEUNA por via da Faculdade de Engenharias pela organização estrutural que
permitiu com que vastas gamas de conhecimento fossem adquiridas e apreendidas com
utilidade infinita.
Por fim, obrigado aos meus amigos pelo apoio incondicional em momentos cruciais da vida.
iii
Fugas de Água nos Canais de Abastecimento no Bairro da Zona Militar
Parecer do Tutor:
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iv
DECLARAÇÃO
Eu, Airôn Pedro Mugela declaro por minha honra que o presente trabalho de conclusão de
curso é autêntico, resultado do trabalho por mim realizado, através de uma investigação
pessoal sob orientação de um supervisor. Obedece todas as regras metodológicas universais e
específicas que se encontram em vigor na Universidade Politécnica. Por fim declaro que
todas as fontes consultadas estão devidamente citadas no texto e mencionadas nas referências
bibliográficas, e que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para a
obtenção de qualquer Grau académico.
Autor
___________________________________________
v
RESUMO
Nem sempre que se abastece água para uma certa região chega com a mesma qualidade a qual foi
disponibilizada pela empresa distribuidora, a redução da qualidade é devido as fugas que ocorrem durante o
percurso em toda sua extensão, porém com maior frequência nas redes que a distribuem. Os principais factores
dessas fugas, são pressões elevadas, variações de pressão, mão-de-obra inadequados e em algumas ocasiões
deve-se às vandalizações. Sendo que dificilmente é possível anulá-las, pode-se amenizar. Daí que, este trabalho
busca descortinar as causas das fugas recorrentes na rede de abastecimento do bairro Zona Militar, este que é um
bairro do Município da cidade de Nampula e cujo objectivo do trabalho é amenizar as actuais fugas registadas e
as possíveis futuras fugas. Foram feitos os diagnósticos, o redimensionamento da rede actual e foram notadas as
prováveis causas das fugas e propôs-se as possíveis soluções. Quanto aos resultados do dimensionamento com o
software Epanet pode-se inferir que há elevadas pressões e existe um certo trecho com velocidade superior face
ao recomendado, devido o tamanho do seu diâmetro nominal e sugeriu-se que fosse substituído para um maior.
aquando do trabalho de campo notou-se a variação de pressões, vandalizações, má qualidade da mão-de-obra e
exposição dos tubos, sugeriu-se assim possíveis intervenções para ultrapassar esses causadores das fugas.
vi
ABSTRACT
It’s not always, that water is supplied to a certain region, it arrives with the same quality as that provided by the
distribution company, the reduction in quality is due to leaks that occur during the entire length of the route, but
more frequently in the networks that distribute it. . The main factors of these leaks are high pressures, pressure
variations, inadequate workmanship and sometimes due to vandalization. Since it is hardly possible to cancel
them, but you can alleviate them. However, this work seeks to unveil the causes of frequently recurring leaks in
the supply network of the Zona Militar neighborhood, this is a neighborhood in the city of Nampula and the
objective of this work is to mitigate the current leaks recorded and possible future leaks. Diagnoses and resizing
of the current network were carried out and probable causes of leaks were noted and possible solutions were
proposed. As for the sizing results with the Epanet software, they indicate that there are high pressures and there
is a certain stretch with a speed higher than recommended due to the size of its nominal diameter, and it was
suggested that it be replaced by a larger one. As for the work in the field, it was noted the variation in pressure,
vandalization, poor quality of labor and exposure of the tubes, it was also suggested possible interventions to
overcome these causes of leaks.
vii
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA.......................................................................................................................ii
DECLARAÇÃO ....................................................................................................................... v
RESUMO ................................................................................................................................. vi
ABSTRACT ............................................................................................................................vii
EPÍGRAFE ...........................................................................................................................xvii
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
Justificativa ............................................................................................................................ 3
Objectivos .............................................................................................................................. 4
Hipóteses ................................................................................................................................ 4
viii
1.2.3. Captação ............................................................................................................... 7
1.2.7. Reservatórios...................................................................................................... 10
ix
CAPÍTULO III. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................ 25
Endereços electrónicos......................................................................................................... 50
APÊNDICES .......................................................................................................................... 51
ANEXO ................................................................................................................................... 57
xi
ÍNDICE DE APÊNDICES
APÊNDICE A. PLANTA DA REDE DE ABASTECIMENTO DA ZONA MILITAR
(Canal Principal) ...................................................................................................................... 52
APÊNDICE B. PLANTA DA REDE DE ABASTECIMENTO DA ZONA MILITAR (Rede
de Distribuição) ........................................................................................................................ 52
APÊNDICE C. TABELA DOS RESULTADOS DIMENSIONADOS DE TRECHO 1 A
TRECHO 2............................................................................................................................... 52
APÊNDICE D. TABELA DOS RESULTADOS DIMENSIONADOS DE TRECHO 23 A
TRECHO 41............................................................................................................................. 53
APÊNDICE E. TABELA DOS RESULTADOS DIMENSIONADOS DE TRECHO 44 A
TRECHO 52............................................................................................................................. 54
ÍNDICE DE ANEXO
ANEXO A. REGULAMENTO DOS SISTEMAS PÚBLICOS DE DISTRIBUIÇÃO DE
ÁGUA E DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS DE MOÇAMBIQUE ...................... 58
xii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Croqui de sistema de abastecimento de água ............................................................. 6
Figura 2. Tipos de reservatórios............................................................................................... 10
Figura 3. Tipos de redes de distribuição de água ..................................................................... 11
Figura 4. Linha de energia e linha piezométrica ...................................................................... 15
Figura 5. Tipos de vazamento em redes de distribuição de água............................................. 18
Figura 6. Localização geográfica da cidade de Nampula ........................................................ 22
Figura 7. Vista aérea do local de estudo (limitada a linha vermelha) ...................................... 25
Figura 8. Sistema principal das condutas de abastecimento (FIPAG) ..................................... 27
Figura 9. Mapa com ductos de abastecimento da cidade de Nampula .................................... 28
Figura 10. Processo de captação da água bruta........................................................................ 29
Figura 11. Processo de elevação da água tratada da EB1 ........................................................ 30
Figura 12. Bombagem elevatória de água para reservatório elevado ...................................... 31
Figura 13. Reservatório elevado (torre para distribuição aos consumidores) .......................... 31
Figura 14. Estacão de bombagem 3 EB3 (estação de abastecimento da zona militar) ............ 32
Figura 15. Mapa com a rede de abastecimento da Zona Militar .............................................. 33
Figura 16. Rede de distribuição da Zona Militar com os devidos diâmetros nominais ........... 34
Figura 17. Ilustração de alguns vazamentos expostos ............................................................. 36
Figura 18. Ilustração de alguns vazamentos não expostos ...................................................... 37
Figura 19. Contador de volume hidráulico domiciliário .......................................................... 41
Figura 20. Apresentação da velocidade de escoamento dentro da rede da Zona Militar......... 45
xiii
ÍNDICE DE TABELAS E GRÁFICOS
TABELAS
GRÁFICOS
xiv
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
– Variação de tempo
– Área
– Coeficientes de rugosidade
– Diâmetro do tubo
DN – Dimensão Nominal
h – 24 horas em um dia
H1, 2, 3 – Hipóteses 1, 2, 3
xv
k1 – coeficiente do dia de maior consumo (1,2)
– Comprimento
MT – Metical
P – População abastecida
– Vazão
- Vazão em litros
t – Tempo (s)
– Velocidade
– Volume
V – Volume (l)
– Volume disponibilizado
– Volume perdido
– Volume real
xvi
EPÍGRAFE
xvii
INTRODUÇÃO
Desde as civilizações mais antigas de que se tenha relatos, é possível notar-se a importância
da água, do respeito e toda simbologia que ela representa para evolução de toda humanidade.
É possível notar que com o crescimento da população ao longo do tempo, foi preciso que
surgissem soluções para atender a demanda e higiene necessárias para que a água mantivesse
sua qualidade (Silva, 1998). A questão de qualidade e da quantidade correcta de água é
primordial para o desenvolvimento do ser humano, principalmente em relação a saúde e bem-
estar.
A água é uma substância extremamente importante para os seres humanos e os seres vivos em
geral, as demais tarefas realizadas no nosso quotidiano, seja elas industriais ou domésticas,
está lá presente o precioso recurso hídrico (água).
Embora a Terra tenha a maior parte de sua superfície coberta por água, não significa que se
trate de um bem inesgotável. Para Victorino (2007), toda a água existente no planeta
constitui-se de dois tipos, a água doce presente nos rios, lagos e subterrâneo e a água salgada,
que compõe os mares e oceanos. Desse total, somente 2,8% são de água doce, sendo que
apenas 0,029% representam as águas superficiais, presentes em rios e lagos, que estão
directamente disponíveis, pois os outros 2,771% de água doce, somam as águas congeladas
nas calotas polares, assim como as águas subterrâneas de difícil acesso, e por fim, as águas
evaporadas na atmosfera.
Outro factor que deveria ter atenção maior é o saneamento que, de acordo com a Organização
Mundial da Saúde, (2013), se define pelo conjunto de acções realizadas em determinado local
para que os habitantes tenham uma vida e saúde melhores, e controla todos os factores que
atingem o meio físico do homem, e que tem o poder de exercer diversos efeitos nocivos sobre
o bem-estar físico, mental e social da população.
Dentro do município da cidade de Nampula tem se notado o desperdício deste líquido perante
nas vias de abastecimento, principalmente no bairro da Zona Militar, que é o nosso bairro de
estudo.
Olhando o quão importante é este recurso, e diante do desperdício que é notado dentro
daquele bairro, faz-se necessário o desenvolvimento deste estudo, através deste vai se
procurar saber as possíveis causas da fuga durante o transporte deste até os pontos de
consumo, para assegurar que este recurso chegue de forma mais segura, com menos
1
desperdício e riscos de contaminação, promovendo saúde, conforto e qualidade de vida para
os moradores.
2
Delimitação do tema
Objecto de estudo
De acordo com MARCONI E LAKATOS (2007:103), objecto de estudo ― é aquele que se
pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar de modo geral‖. Neste caso concreto, o
objecto de estudo será a fuga de água (vazamento).
Definição do problema
Segundo MARCONI E LAKATOS (2002:26), problema ― é a dificuldade teórica de prática
no conhecimento de alguma coisa de real importância, a qual se deve encontrar uma solução‖.
Uma boa parte da população do bairro da Zona Militar usa água fornecida pela empresa
FIPAG. E nem todas as vezes os utentes têm a oportunidade de usufruir este recurso hídrico
(água) em suas residências, mas isto não é por falta de bombeamento da fonte, este problema
na maioria das vezes é devido o vazamento (fuga) nos seus canais de abastecimento durante o
percurso.
Sendo assim, o problema da pesquisa coloca-se de forma seguinte: Quais são os métodos
eficazes para encadear as fugas de água no bairro Zona Militar?
Justificativa
A população do bairro Zona Militar queixa-se do alagamento das suas ruas e como se não
bastasse, enquanto as ruas estão sendo invadidas pelas águas das fugas (dos tubos de
abastecimento) em suas residências não jorra sequer uma gota de água (nas torneiras),
fenómeno este, que faz-se sentir num período em que os leitos dos rios estão em bons níveis
de caudal de água.
3
constitui um prejuízo não só para a empresa fornecedora, como também para os moradores
que tanto precisam deste recurso hídrico tão valioso.
Objectivos
Sobre objectivo, BELLO (2005:21), diz que ―determina o que se pretende atingir com a
realização do trabalho‖.
Objectivo geral
Constitui objectivo geral desta pesquisa: Eliminar as actuais fugas de água ocorrente nos
canais de abastecimento do bairro da Zona Militar, assim como as posteriores ocorrências das
mesmas fugas.
Objectivos específicos
Analisar o sistema de transporte de água para a Zona Militar;
Dimensionar a quantidade de água com base na demanda consumidora.
Hipóteses
A pesquisa partiu do pressuposto de que o bairro Zona Militar regista as fugas de água nos
canais de abastecimento, e para a realização desta pesquisa avançaram-se as seguintes
hipóteses:
H1. A substituição dos tubos velhos de abastecimento, podem evitar as possíveis rachaduras
inesperadas;
H2. A redução da quantidade de água abastecida, pode aliviar a sobrecarga nas tubulações;
4
CAPÍTULO I. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Tsutiya (2008), factores como o porte da cidade, sua topografia e sua posição em
relação à mananciais podem influenciar directamente na viabilidade da concepção dos
sistemas de abastecimento de água, e estes aspectos condicionantes devem ser previstos já no
dimensionamento prévio de um SAA para que sejam definidos os parâmetros de execução do
projecto adaptados ao que exige o local. Outro factor que deve ter uma análise necessária são
as questões de ampliação de rede e da demanda que ela pode atingir futuramente, sendo que
5
na maioria dos casos as redes são planejadas para períodos aproximados de 10 a 30 anos
(AZEVEDO NETO et al., 1998).
1.2.2. Manancial
É o corpo de água superficial ou subterrâneo que oferece todas as condições satisfatórias para
a retirada e para o fornecimento de água do ponto de vista sanitário e económico, devendo
oferecer vazão suficiente para atender a demanda de projecto, mesmo nos períodos de
estiagem (TSUTIYA, 2006).
Azevedo Netto e Fernández y Fernández (2017) informam que, quanto à sua classificação, os
mananciais se dividem em dois principais grupos: o subterrâneo, que se entende como todo
6
aquele cuja água provenha do subsolo, através de galerias, fontes, poços, etc. e o superficial,
disponível em córregos, lagos, rios, represas, etc.
Nem sempre a água bruta disponível nos mananciais atende aos requisitos mínimos de
potabilidade, principalmente as águas superficiais, o que torna necessário a colecta de
amostras para exames físico-químico e bacteriológico. Essa análise se faz necessária para
avaliar os custos com o tratamento dessa água, pois estes valores são repassados ao
consumidor e se muito elevados pode inviabilizar a utilização do manancial.
1.2.3. Captação
A captação é o conjunto de obras, equipamentos e acessórios instalados junto ao manancial
com a finalidade de abastecer o sistema. Para a elaboração do projecto de captação de águas
superficiais, deve-se realizar uma análise das condições locais do manancial para a
implantação das obras, levando-se em consideração os métodos construtivos necessários para
a instalação dos equipamentos que irão compor o sistema, inclusive os custos com
desapropriações e a disponibilidade de energia eléctrica para alimentar as bombas da estação
elevatória (AZEVEDO NETTO; FERNÁNDEZ Y FERNÁNDEZ, 2017).
7
1.2.4. Adução
A adução é a canalização responsável pelo transporte de água entre as várias etapas do
sistema. Para Tsutiya (2006: p. 155), ―[...] adutoras são canalizações do sistema de
abastecimento de água que conduzem a água para as unidades que precedem a rede de
distribuição‖. Esse transporte ocorre por meio de bombeamento ou por gravidade,
dependendo da concepção adoptada, levando-se em conta a topografia do terreno.
Um sistema elevatório, ou recalque, é composto basicamente por três partes, a sucção, que é
formada pela tubulação e pelos acessórios que ligam a bomba ao líquido que será recalcado; o
próprio conjunto elevatório, composto pelas bombas e seus respectivos motores, que
normalmente são movidos à electricidade; e a tubulação de recalque, destinada a conduzir o
líquido até o ponto a que se destina (PORTO, 2006).
Quanto ao conjunto motor bomba, quando o nível da lâmina de água a ser recalcada estiver
acima do eixo da bomba, diz-se que a instalação é com rotor afogado, quando o nível da
lâmina de água está abaixo, nesse caso é rotor não afogado. Nas instalações com rotor não
8
afogado, muito cuidado deve-se ter para evitar o efeito da cavitação, que consiste no aumento
excessivo da pressão no sistema, atingindo a pressão de vapor do líquido, cujo efeito provoca
bolhas de ar que estouram no conjunto, comprometendo seriamente o funcionamento e até
mesmo a integridade do equipamento. ―A cavitação, uma vez estabelecida em uma instalação
de recalque, acarreta queda de rendimento da bomba, ruídos, vibrações e erosão, o que pode
levar até ao colapso do equipamento.‖ (PORTO, 2006: p. 154).
Na estação de tratamento da água (ETA), a água passa por diversas etapas, tornando-a
potável. A quantidade de etapas depende da qualidade da água bruta. Conforme Azevedo
Netto e Fernández y Fernández (2017), as ETAs convencionais são constituídas por diversas
unidades, sendo que as principais são: o micro peneiramento, para a remoção de sólidos em
suspensão na água; a aeração para a remoção de gases dissolvidos como o dióxido de carbono
e hidróxido de enxofre , a coagulação e a floculação, que consistem em aglutinar
as partículas finas em suspensão, deixando-as com uma consistência gelatinosa, como flocos,
onde serão removidos na etapa de sedimentação/decantação, para, em seguida, passar por
camadas porosas (normalmente areia), a fim de reter as impurezas remanescentes, para então
seguir para etapa de desinfecção, que é uma medida de correcção, sendo o material
empregado, em 99% dos casos, o cloro.
Para Azevedo Netto e Fernández y Fernández (2017), deve-se ter a ressalva de que nem
sempre são necessárias todas essas etapas, pois vai depender da qualidade da água do
manancial e dos riscos de contaminação do mesmo. Em geral, as águas dos mananciais
superficiais são mais vulneráveis. Nos mananciais subterrâneos, por sua vez, as camadas do
solo já servem como filtros para reter boa parte das impurezas, por esta razão não necessita de
todas essas etapas, bastando, na maioria das vezes, adicionar uma quantidade adequada de
cloro, no seu armazenamento, para garantir a sua potabilidade.
9
1.2.7. Reservatórios
Dentro de um sistema de abastecimento de água, a reservação tem como principais objectivos
garantir o fornecimento de água nas etapas posteriores ao reservatório, pelo tempo mínimo
possível, em casos de eventuais manutenções nas etapas a montante, assim como regular a
pressão nas etapas a jusante. Precisa também manter o fornecimento de água nos horários de
maior consumo, garantindo o abastecimento no sistema, em que se faça necessário o
desligamento das bombas de recalque no horário de ponta, pois a tarifa de energia cobrada
nesses horários é mais elevada (AZEVEDO NETTO; FERNÁNDEZ Y FERNÁNDEZ, 2017).
10
Tsutiya (2006) também afirma que, para reservatórios elevados, é comum adoptar-se valores
entre 10% e 20% do volume total diário, devido aos custos para a construção desses
reservatórios.
Conforme complementa Tsutiya (2006), estas redes formadas pelas tubulações e peças, que
transportam a água potável até o consumo devem ser adequadas e seguir as recomendações
exigidas pela norma regulamentadora vigente que é NBR 12218 (ABNT, 1994).
Existem dois tipos de canalizações que formam uma rede de distribuição, que são a rede
principal, também denominada de canalização mestra ou conduto de tronco, que tem maior
diâmetro por questões de pressão e quantidade transportada e leva a água para os condutos
secundários. As redes secundárias têm por objectivo distribuir a água que vem da rede
principal até os pontos de consumo sendo que estas têm o diâmetro menor pois transportam
menos água (Azevedo Netto, 1998).
Araújo Prince (2006) define estas redes de acordo com o traçado dos seus condutos,
caracterizando-as como redes ramificadas, malhadas e mista.
11
Rede malhada – São as redes com traçados em forma de blocos ou anéis que podem
ser abastecidas por mais caminhos permitindo interrupções para manutenção sem
alterar o consumo de água. Este tipo de rede é comum em vias que formam malhas
viárias.
Rede mista – São as redes com a combinação de traçados da rede ramificada e rede
malhada.
O actual sistema de água canalizada pode potencialmente abastecer 500000 clientes, e uma
continuada expansão da rede de abastecimento pode, em breve, assinalar o fim dos poços e de
outras fontes de água subterrânea, na cidade de Nampula.
12
1.4.1. Vazão
A vazão ( ) pode ser compreendida como a quantidade de massa, de determinado fluido, que
passa por um ponto em um dado tempo, em outras palavras vazão é o volume ( ), dividido
pela variação de tempo ( ) a ser considerado, conforme mostra a equação 1.
( ) (1)
Onde é:
– Vazão
– Volume
– Variação de tempo
Outra maneira de se determinar a vazão é através da equação 2, onde se define a mesma como
o produto entre a velocidade ( ) e a área ( ) da secção do conduto por onde atravessa o
fluido.
( ) (2)
Onde é:
– Velocidade
– Área
( ) (3)
( ) (4)
13
1.4.3. Equação da energia de Bernoulli
Assim como a equação da continuidade é uma consequência da conservação da massa, a
equação de Bernoulli é uma consequência da conservação de energia. A energia disponível
em um dado ponto é composta pelo somatório de três cargas de energia por unidade de peso.
Como mostra a equação 5.
( ) (5)
Onde é:
( ) (6)
( ) (7)
Segundo Porto (2006), levando-se em conta que cada parcela de energia tem como unidade de
medida o metro, admite-se então uma interpretação geométrica do sistema, de efeito bastante
prático para compreensão. Conforme ilustra a figura 4.
14
FIGURA 4. Linha de energia e linha piezométrica
que corresponde à carga de energia cinética, levando-se em conta somente a soma das
parcelas ( ), denominado cota piezométrica, que pode ser compreendida como o nível
De acordo com Coelho e Baptista (2014), além da energia perdida ao longo da tubulação,
denominada perda de carga contínua, há também aquela que se perde nas conexões, nas
curvas, nos registos e etc., as chamadas perdas de carga localizadas, que se somam às
contínuas para formar a perda de carga total.
15
Em algumas instalações, como as prediais, a perda de carga localizada é mais considerável
que a contínua, devido à enorme quantidade de curvas e conexões, o que não ocorre em
instalações de grandes dimensões, como as adutoras e redes de distribuição, onde o
comprimento e o diâmetro das tubulações são relativamente bem maiores do que em
instalações hidros sanitárias. Nestes casos, as perdas de carga localizadas podem ser
desconsideradas para efeito de cálculo (COELHO; BAPTISTA, 2014).
O escoamento é a principal condição para que haja perda de carga, que também depende de
outros factores, tais como: a viscosidade e o regime de escoamento do líquido, como das
dimensões e do material. A equação geral da perda de carga é mostrada abaixo, através da
equação 8, onde a perda de carga unitária ( ) que ocorre em cada metro de tubo é a razão entre
a perda de carga total ( ) dividida pelo comprimento ( ) deste tubo, medida normalmente
em m/m.
( ) (8)
Onde é:
– Comprimento
16
( ) (9)
Onde é:
– Coeficientes de rugosidade
– Diâmetro do tubo
1.5. Vazamentos
Vazamentos são forma mais comum de perda de água, sendo que as redes de distribuição e os
ramais prediais são os pontos de maior volume de perda nas estruturas de abastecimento.
Lambert (2000, apud GIROL, 2008) classifica os vazamentos em três tipos principais, os
inerentes, não-visíveis e visíveis conforme a Figura 5.
17
FIGURA 5. Tipos de vazamento em redes de distribuição de água
Vazamentos inerentes: representam cerca de 25% dos vazamentos, que não podem
ser detectados por equipamentos de acústica e não são visíveis.
Vazamentos não-visíveis: representam cerca de 30% dos vazamentos, não podem ser
detectados visualmente e não afloram na superfície, sendo mais difícil sua localização.
Sua duração depende das frequências em que acontecem suas pesquisas, e suas vazões
são moderadas;
Vazamentos visíveis: representam cerca de 45% dos vazamentos, são facilmente
detectados pois afloram na superfície devido às suas altas vazões combinadas com
curtas durações.
As grandes perdas físicas de acordo com Tardelli Filho (2006), acontecem quando se tem o
aumento de pressão na rede de distribuição, ocasionando o aumento da vazão dos pontos de
vazamento e a alta frequência gerada podendo causar danos à tubulação.
1.5.1. Extravasamentos
Extravasamentos acontecem na maioria das vezes devido ao excesso de carregamento, e
geralmente acontecem em períodos nocturnos pela falta de dispositivos de alerta e falhas de
controlo de operação nos equipamentos existentes. Tardelli Filho (2006) ainda cita que os
reservatórios possuem extravasadores que destinam a água excessiva colectada para redes de
drenagem pluvial ou outro local destinado, e estes volumes geralmente não são contabilizados
nos cálculos de vazão.
18
1.5.2. Causas que geram vazamento
Os vazamentos acabam sendo bastante comuns em redes de abastecimento de água. Baseado
em Sabesp (2005), os itens mais recorrentes dos vazamentos de água são mostrados na tabela
a seguir:
19
Conforme Tardelli Filho (2006) estes indicadores podem ser:
Indicador Percentual: que relaciona o volume total de perdas (reais ou físicas) com o
volume de água disponibilizado ao sistema em bases anuais. Esta forma de calcular os
índices é a mais utilizada e de mais fácil compreensão;
Índice de Perdas por Extensão de Rede: que relaciona o volume total de perdas anuais
com o comprimento da rede de distribuição. Este índice distribui as perdas ao longo da
extensão de rede, e pode apresentar altos valores quando tiver uma alta ocupação
urbana;
Índice de Perdas por Ramal: que relaciona o volume total de perdas anuais com o
número médio de ramais existentes. Este indicador tem por foco os ramais e acaba
dependente da densidade dos ramais existentes, então existem ressalvas pois não
considera a pressão operacional do sistema como uma variável na comparação do seu
desempenho, que acaba influenciando o comportamento de perdas reais;
Índice Estrutural de Perdas: é o índice mais actual para avaliar sistemas de perdas, e
também compara sistemas distintos. A relação é dada por um número dimensional
obtido da relação do nível actual de perdas e do nível mínimo de perdas esperado pelo
sistema que se caracterizam como perdas inevitáveis.
Gomes (2004) afirma que partindo dos dados topográficos (medidas de comprimento, e cotas
dos nós de rede) e das características que compõem a rede (tipo de material, espessuras das
tubulações e demanda dos nós) se obtém os valores de perda de carga, vazão e velocidade em
cada um dos trechos simulados, como também a pressão e carga hidráulica em cada nó ao
longo do percurso. Para cálculos de perda de carga, o programa apresenta três possibilidades,
que são as equações de Hazen-Williams, de Chezy-Manning e de Darcy-Weisbach.
20
Além disto, Gomes (2004) ainda aponta os principais conjuntos de ferramentas de cálculo
para a simulação hidráulica do Epanet:
21
CAPÍTULO II. ASPECTO METODOLÓGICO
Neste capítulo foram descritos todos os métodos usados para elaboração do projecto,
incluindo instrumentos, procedimentos, e população afecta nesta.
Assim, em quase toda a cidade, os ecossistemas naturais têm sido transformados pelas
actividades humanas, restando fragmentos das vegetações originais apenas nas áreas
montanhosas.
22
As áreas não habitadas são actualmente preenchidas por campos agrícolas ou vegetação
secundária, essencialmente arbustiva ou formações herbáceas (capinzais) com árvores
dispersas e com uma cobertura de capim. O extracto lenhoso é dominado por árvores de fruta,
essencialmente cajueiros e mangueiras, e mosaicos de matagal e arbustos.
2.4. Participantes
O universo da pesquisa é constituído por Chefes de quarteirões do bairro Zona Militar, um
Gestor de Projectos da FIPAG Nampula e um Técnico responsável pelo bombeamento da
FIPAG – EB3.
2.5. Instrumentos
Na pesquisa em questão, utilizou-se entrevistas semiestruturadas, pesquisa documental como
formas de colecta de dados e foi usada a estratégia de análise de conteúdo.
2.6. Procedimentos
2.6.1. Procedimentos para análise do sistema de transporte de água
Através do trabalho do campo, nesta etapa avaliou-se o tipo e qualidade dos tubos usados para
abastecimento de água no bairro da Zona Militar, altura de queda de água, distância de
percurso do líquido, a partir da estação 3 (EB3) até na Zona Militar, através dos documentos
projectivos e entrevista do Gestor de Projectos da FIPAG.
23
2.6.2. Procedimentos para o dimensionamento e análise hídrico
Para este procedimento foi analisada a pressão de abastecimento, o fluxo de água nas
tubulações principais e das derivadas. Para a recolha de dados nesta etapa foi através dos
documentos e manuais fornecidos pela empresa de abastecimento de água (FIPAG), entrevista
ao técnico responsável de bombeamento e aos chefes de quarteirões. Foi analisada também a
potência relativa de partida e recolha de dados no campo através dos dispositivos de registos
de volume de água (contador é o nome vulgar).
24
CAPÍTULO III. RESULTADOS E DISCUSSÕES
25
A rede de canalização domiciliária de água possui diâmetros despadronizados e em períodos
de verão a falta de água é constante.
Existe rede colectora de esgoto sanitário, porém seu funcionamento é deficitário devido a má
utilização por parte dos moradores que ainda possuem certos hábitos prejudiciais a rede
colectora de esgoto.
O FIPAG é uma agência governamental nacional criada com a missão de representar o Estado
na gestão do património, assim como no Programa de Investimento Público dos Sistemas de
Abastecimento de Água, na promoção do seu desenvolvimento e sustentabilidade económica
e no acompanhamento da gestão delegada dos sistemas de abastecimento de água a
operadores privados. E tem os seus escritórios centrais em Maputo.
26
FIGURA 8. Sistema principal das condutas de abastecimento (FIPAG)
Segundo a fonte acima citada, a bombagem de água da barragem faz-se a partir de uma
estação de elevação (EB0) na albufeira da barragem, com o auxílio de dois grupos de
bombagem, um com 5 bombas de capacidade nominal de 3150 e outro com 4 bombas
de capacidade nominal de 1360 . A água é conduzida até às 2 estações de tratamento de
água localizadas junto a barragem (construídas em 1958 e 2013 respectivamente), possuindo
cada uma delas uma capacidade nominal de tratamento de 20,000 por dia. É efectuado um
tratamento convencional que inclui a adição e mistura de produtos químicos, coagulação,
floculação, sedimentação e filtragem através de filtros rápidos de areia.
Após o tratamento, a água é bombeada pela estação bombagem existente nesta ETA, a EB1
que possui 4 electrobombas de 830 cada (2 de reserva), eleva a água até ao centro
distribuidor EB2. A água tratada é transportada através de três condutas adutoras, 2 antigas de
400 mm (Fibra de Cimento e PVC) e 1 de 600 mm (DN) instalada nas últimas obras de
reabilitação e expansão da rede, com uma capacidade total de transporte de cerca de
40,000 . Por sua vez, o centro distribuidor EB2, alimenta os 3 centros distribuidores EB3 e
EB4 e EB5 localizados na cidade de Nampula e que fornecem água por gravidade à rede de
distribuição existente, que alimenta os diversos bairros.
27
TABELA 3. Capacidades da bombas e reservatórios das estações
28
3.4. Processo de abastecimento de água para Zona Militar
Esta estacão começa com o processo de captação da água bruta, composta por comandos
eléctricos, gerador de emergência de corrente eléctrica, tubulações, equipamentos industrias, 5
bombas submersíveis dentro do poço em que cada uma tem capacidade de captar 630 /h e 4
bombas de emergência fora do poço em que cada tem a capacidade de captar 350 /h, sendo
captados 41107 por dia de água bruta para o respectivo tratamento.
29
FIGURA 11. Processo de elevação da água tratada da EB1
Nesta estação intermediária é onde se faz o armazenamento da água recebida da EB1 de uma
forma transitória, tratamento de água com dosagem química com o hipoclorito de cálcio -
(Cloro) composta por comandos eléctricos, gerador de emergência de corrente eléctrica,
tubulações, 4 bombas de alta elevação em que cada uma tem capacidade de elevar 750 /h
fazendo o bombeamento de alta pressão para estacões de bombagens: EB3 recebe
12661 /dia, EB4 recebe 9243 /dia, e EB5 recebe 16380 /dia para as devidas
distribuições nas redes de abastecimento de água.
Esta estação faz o armazenamento da água que recebe da EB2 e um centro distribuidor,
tratamento de água com dosagem química com o hipoclorito de cálcio (Cloro) composta por
30
comandos eléctricos, gerador de emergência de corrente eléctrica, tubulações, 3 bombas de
elevação em que cada uma tem capacidade de elevar 720 //h fazendo o bombeamento para
o reservatório elevado e recebe 12661 /dia da EB2.
31
3.5. Caracterização da rede de abastecimento de água para Zona Militar
3.5.1. Estação de abastecimento
De acordo com informação do FIPAG o bairro Zona Militar recebe água da estação de
bombeamento 3 (EB3), a partir de um reservatório elevado à uma altura de 27 metros. Com
base no levantamento topográfico o ponto de instalação da EB3 dista uma diferença
altimétrica de 400m acima do nível do mar.
Olhando para os dados da tabela 2 esta estação é composta por um reservatório aterrado com
capacidade de armazenar 10000m3 de água, duas bombas que eleva a água para o reservatório
elevado com capacidade de armazenar 300m3 de água.
Segundo os dados de FIPAG esta estação abastece água potável a Zona Militar num horário
único, das 11h a19h, uma carga horária de 8 horas de tempo de abastecimento.
32
A primeira secção – o tubo da primeira secção é de 27m de altura, 300mm de do seu diâmetro
e o material de fabricação é fibra de cimento. Este tubo instala-se na secção entre o
reservatório elevado até ao aterro;
Segunda secção – a secção do tubo de fibra de cimento, com 1915m do seu comprimento de
extensão, diâmetro de 300mm, este canal é aterrado com uma profundidade de 1,5m.
Terceira secção – a secção do tubo de aço galvanizado, com 1706m do seu comprimento de
extensão, diâmetro de 200mm, este canal é aterrado com uma profundidade de 1,5m.
Quarta secção – é a parte da secção ramificada do tubo principal a partir da academia militar
até a terceira rua das residências militares, em direcção ao campo Madjedje, este tubo conta
com um diâmetro de 110mm, comprimento de 1430m de extensão, o material de fabrico é
PVC.
Quinta secção – esta secção que será derivada para os tubos de uso final (será derivada para os
tubos de 50mm, 30mm e até 25mm, uso não ordenado como explicado anteriormente), secção
conta com diâmetro de 75mm, 1318m de extensão do seu comprimento e o material de
fabrico dos tubos é o PVC.
33
TABELA 4. Características das tubulações
FIGURA 16. Rede de distribuição da Zona Militar com os devidos diâmetros nominais
34
3.6. Situação actual de aproveitamento de água na Zona Militar
Este bairro é considerado como uma área desordenada, uma área urbanizável residencial não
planeada de alta densidade (>60hab/ha), assim havendo dificuldades de abrangimento a
todos moradores a rede de abastecimento de água potável.
Segundo CENSO (2019), o bairro conta com 1436 torneiras, sendo 8 fontanários, 617 dentro
de casa e 811 no quintal e total de demanda beneficente de água potável fornecida pela
FIPAG na Zona Militar está estimada a 1312 habitantes.
Os estudos feitos pela INAE (2019), mostra que no bairro da Zona Militar, 202 habitantes se
beneficiam de torneiras dentro de casa, 101 se beneficiam água das torneiras da fontenária,
457 se beneficiam de água da torneira do seu próprio quintal e 552 no quintal do vizinho. As
informações serão mais claras através da tabela abaixo.
Foi estimada de 2004 até 2024 a uma população de 5174, com base o projecto de
dimensionamento da rede de distribuição de água de FIPAG (2004).
35
GRÁFICO 1. Beneficentes de água por fonte
7%
6% Torneiras dentro de
casa
Torneiras da fontenária
47%
Torneira do seu próprio
quintal
40%
Torneira no quintal do
vizinho
3.7. Vazamentos
Foram identificados 17 pontos com vazamentos visíveis, sendo alguns vazamentos expostos
ao ar livre, assim como ilustrados na figura 17.
36
Há ainda vazamentos visíveis não expostos, que foram detectados pelo afloramento do fluido
na superfície, figura 18.
Por falta de equipamentos adequados, não foi possível detectar outros tipos de vazamentos,
como vazamentos não visíveis e vazamentos inerentes, esses tipos de vazamentos não podem
ser detectados visualmente e nem por equipamentos de acústica. Pois acredita-se que esses
vazamentos não detectáveis visualmente ocorrem também naquele local.
37
CAPÍTULO IV. ANÁLISE DE RESULTADOS
Para analisar-se a perdas de rendimento, irá se dimensionar a rede para conhecer-se a vazão
ideal e medir-se a vazão directamente nos consumidores para conhecer-se a vazão real.
A vazão de projecto pode ser compreendida como o volume de água por unidade de tempo,
suficiente para atender a determinada localidade e é estimada levando-se em conta vários
factores que o projectista precisa estar atento durante a concepção do projecto (TSUTIYA,
2006).
A tabela 6 estima o consumo diário para cada tipo de consumidor. Esses dados foram gerados
com base a estimativa da empresa fornecedora de água (FIPAG).
Nos centros comerciais como mercados e mercearias, os comerciantes não aderem à água de
uma fonte ligada directamente da rede para os centros comerciais, eles usam a água
proveniente do seu próprio quintal através de um recipiente.
Torneiras instaladas nas creches, centros religiosos, garagens e lavandarias são consideradas
como torneiras do seu próprio quintal.
38
TABELA 6. Estimativa de consumo diário
( ) (10)
( ) (11)
V – Volume (l)
t – Tempo (s)
P – População abastecida;
h – 24 horas em um dia;
39
k2 – coeficiente da hora de maior consumo (1, 5);
( ) (12)
Onde é
– Volume disponibilizado
– Tempo de abastecimento
Por tanto,
40
Onde é
– Volume real
Portanto,
41
GRÁFICO 2. Volume disponibilizado, real e perdido em [m3]
129100,8
140000,0
120000,0
90790,4
100000,0
80000,0
60000,0 38310,4
40000,0
20000,0
0,0
Volume Volume real Volume perdido
disponibilizado
30%
Volume real
Volume perdido
70%
42
Na rede de abastecimento da Zona Militar está sendo perdido 30% de volume de água
diariamente.
Com esses dados disponíveis, analisou-se qual é o valor monetário que está sendo perdido
diariamente dentro desta rede de abastecimento de água.
3500000
3177170,688
3000000
2500000 2234351,774
2000000
1500000
942818,944
1000000
500000
0
Valor monetário Valor monetário Valor monetário em
estimado activo prejuízo
43
No Bairro da Zona Militar avalia-se uma perda em valores monetários, aproximadamente
942818,944 meticais, consequentemente de vazamentos hidráulicos da rede de abastecimento
local.
44
FIGURA 20. Apresentação da velocidade de escoamento dentro da rede da Zona Militar
45
4.2.2. Acções de controlo e redução das fugas
Solução 1. O tubo do trecho 14 tem um diâmetro de 200mm, sugeria-se que fosse substituído
para uma tubulação de 300mm.
Solução 2. A instalação das tubulações nas extremidades das vias de tráfego seria uma óptima
solução, quando for uma área de alta erosão e nos cruzamentos (tubos - vias de tráfego)
sugeria-se que aumentassem a altura de profundidade do aterro.
Solução 4. Substituição dos acessórios que apresentam uma mão desempenho, por estar
aplicado em longo tempo já apresentam defeito consequentemente da corrosividade da água e
do solo.
46
CAPÍTULO V. CONCLUSÕES
O abastecimento de água com uma boa qualidade é um dos assuntos que tem que ser debatido
principalmente na cidade de Nampula, porque o problema de vazamento (fuga de água) é
notado em vários bairros deste município e é provável que este problema seja enfrentado em
todo território nacional. Com isso pede-se a intervenção das empresas fornecedoras, assim
como as comunidades a darem o seu contributo para ultrapassar-se este fenómeno, visto que,
além da ausência de água nas nossas torneiras, as águas vazadas alagam as nossas ruas
podendo por em riscos a nossa saúde.
Após um trabalho de campo árduo pelo bairro em estudo, a visita da empresa fornecedora de
água potável FIPAG e o dimensionamento realizado neste trabalho (redimensionamento da
rede existente usando o software Epanet), chegou-se a resultados satisfatórios. Visto que já se
fez o levantamento das causas das fugas e sugestão das intervenções que devem ser feitas para
as possíveis soluções.
Tal facto é de grande relevância para este trabalho, já que grande parte da população do bairro
em estudo lamenta pela falta de água nas suas torneiras a fraca pressão para realização dos
seus haveres quotidianos, além desta ausências que abala o bairro, a fuga deste liquido
compromete a saúde humana e a paisagem original do bairro.
5.1. Sugestões
Os dados colectados em relação a população do local de estudo não foram dados
precisos, para estipular-se o tamanho total baseou-se pela quantidade de casas e achou-
se o produto de quatro pessoas por cada casa. Portanto sugere-se dados mais precisos
para os próximos trabalhos.
Quanto a determinação de perdas de cargas desprezou-se dos coeficientes de
rugosidade dos acessórios (válvulas, joelhos, Tês e entre outros) que fazem parte da
rede. Para os próximos trabalhos sugere-se que incluam os coeficientes de rugosidade
destes acessórios para determinar as perdas de cargas.
47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO N. (1998). Manual de Hidráulica. 8ª. ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda.
AZEVEDO N.; FERNÁNDEZ, Y. (2017). Manual de Hidráulica. 9. ed. São Paulo: Blucher.
LAMBERT, A. (2000). A review of performance indicators for real losses from water supply
systems. AQUA/IWA.
NETO, M. (1998). Manual de Hidráulica. 8a edição. Editora: Edgard Blücher Ltda. São
Paulo.
48
TSUTIYA, T. (2006). Abastecimento de água. 3ª Edição. Departamento de Engenharia
Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo-SP.
RIBEIRO, W; ROOKE, S. (2010). Saneamento Básico e sua relação com o meio ambiente e
saúde pública. 28f. Monografia (Especialização em Análise Ambiental) – Universidade
Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2010.
49
Endereços electrónicos
<http://www.tratabrasil.org.br/datafiles/estudos/ranking/2016/tabela-das-100-cidades.pdf>.
Acesso em 05/07/2021.
50
APÊNDICES
APÊNDICE A. PLANTA DA REDE DE ABASTECIMENTO DA ZONA MILITAR (CANAL PRINCIPAL)
52
APÊNDICE B. PLANTA DA REDE DE ABASTECIMENTO DA ZONA MILITAR (REDE DE DISTRIBUIÇÃO)
52
APÊNDICE C. TABELA DOS RESULTADOS DIMENSIONADOS DE TRECHO 1 A TRECHO 2
Identificação
Perda de Perda
do trecho
Comprimento Diâmetro de
carga
[m]]] [mm] carga Pressão
unitária
Jusante Marcha Montante Montante Jusante Montante Jusante [mca]
tb23 120 3.12 1.2 4.32 75 0.01275 1.53 393 390 422.165 420.635 30.635
tb24 80 24.98 0.8 25.78 200 0.00381 0.3048 399 396 420.635 422.096 26.096
tb25 80 24.98 0.8 25.78 200 0.00381 0.3048 396 392 422.096 421.791 29.791
tb26 242 18.74 2.42 21.16 200 0.00264 0.63888 392 390 421.791 421.153 31.153
tb27 85 6.24 0.85 7.09 110 0.00493 0.41905 392 392 421.153 421.372 29.372
tb28 30 6.24 0.3 6.54 110 0.00301 0.0903 392 390 421.372 421.282 31.282
tb29 60 3.12 0.6 3.72 75 0.00967 0.5802 390 390 421.282 420.702 30.702
tb30 50 3.12 0.5 3.62 75 0.00919 0.4595 390 390 420.702 420.823 30.823
tb31 80 3.12 0.8 3.92 110 0.00165 0.132 390 390 420.823 421.021 31.021
tb32 90 3.12 0.9 4.02 75 0.01116 1.0044 390 390 421.021 420.016 30.016
tb33 215 15.62 2.15 17.77 200 0.00191 0.41065 390 392 420.016 420.742 28.742
tb34 90 3.14 0.9 4.04 75 0.01116 1.0044 392 390 420.742 419.737 29.737
tb35 80 12.48 0.8 13.28 200 0.00111 0.0888 392 392 419.737 420.653 28.653
tb36 37 9.36 0.37 9.73 200 0.00062 0.02294 392 392 420.653 420.630 28.630
tb37 60 3.12 0.6 3.72 75 0.00967 0.5802 392 391 420.630 420.073 29.073
tb38 107 6.24 1.07 7.31 200 0.00037 0.03959 392 392 420.073 420.591 28.591
tb39 60 3.12 0.6 3.72 75 0.00967 0.5802 392 391 420.591 420.050 29.050
tb40 40 3.12 0.4 3.52 75 0.00873 0.3492 392 391 420.050 420.241 29.241
tb41 130 3.12 1.3 4.42 200 0.00014 0.0182 392 394 420.241 420.223 26.223
tb42 125 3.12 1.25 4.37 110 0.00201 0.25125 394 394 420.223 419.972 25.972
tb43 63 3.12 0.63 3.75 75 0.00981 0.61803 394 390 419.972 419.354 29.354
APÊNDICE E. TABELA DOS RESULTADOS DIMENSIONADOS DE TRECHO 44 A TRECHO 52
“Dimensionamento hidráulico”