processo em epígrafe, vem, através do seu advogado subscrito, a presença de V. Exa., EXPOR E REQUERER SUAS MANIFESTAÇOES: Após a citação editalíca da Rda. de Fls. 28, 29 e 30, por encontrar-se em lugar incerto e não sabido, o autor formulou pedido de expedição de ofício a Receita Federal, CEG, CERJ, LIGHT, TELEMAR, VIVO, CLARO, OI, CREDICARD, AMPLA E DETRAN em nome dos sócios as Fls. 38 E 41, uma vez que também os mesmos encontravam-se e se encontram desaparecidos conforme notificações de Fls. 22, 23 e 24, o que foi negado por Exa. As Fls. 39 e 41.
Em razão do exposto acima, requer o autor:
a) A renovação da citação Editalícia da Rda. e de seus sócios para
ciência da decisão de Fls.30 e Cáculos de Fls. 33 usque36; b) Caso não haja manifestação da Ré no prazo estipulado em lei, tanto para decisão quanto para os cálculos apresentados pelo autor, que V.Exa. homologue os cálculos apresentados e determine de plano nova citação por edital para pagamento do valor homologado, sob pena de Penhora On-line na conta da demandada ou de seus Sócios;
Diante do acima exposto, torna-se necessário, a fim de
dar prosseguimento ao presente feito, seja desconsiderada a pessoa jurídica da executada, pois a mesma está com suas atividades encerradas. Com efeito, a assertiva de que a sociedade não se confunde com a pessoa dos sócios é um princípio jurídico, mas não pode ser um tabu, a entravar a própria ação do Estado, na realização da perfeita e boa justiça, que outra não é atitude do Juiz procurando esclarecer os fatos para ajustá-los ao direito. É a aplicação da teoria conhecida como “despersonalização da pessoa jurídica”, quando a constituição de uma sociedade e a teoria da personalidade jurídica, não deve constituir meios para iludir o funcionamento normal das normas jurídicas, na hipótese a legislação trabalhista.
Considerando que “o valor social do trabalho” é um
dos fundamentos do nosso Estado Democrático de Direito (Artigo 1º, IV, da Constituição Federal), o Juízo deve utilizar de todos os meios legais para tornar viável a execução dos créditos oriundos daquele trabalho. Para alcançar aquele fim, adota-se a teoria menor da desconsideração da pessoa jurídica, acolhida em nosso ordenamento jurídico, conforme parágrafo 5º. Do artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078 de 11/09/1990).
De fato, para aquela teoria, o empregador tem que
suportar os riscos do empreendimento, isto é, mesmo que não exista qualquer prova capaz de identificar conduta culposa ou dolosa por parte dos sócios e/ou administradores da pessoa jurídica. E a exegese autônoma do parágrafo 5º. Do artigo 28 do CDC incide na hipótese, não se subordinando à demonstração dos requisitos previstos no caput do artigo indicado, mas apenas à prova de causar, a mera existência da pessoa jurídica, obstáculo ao ressarcimento do prejuízo causado ao trabalhador. Ademais, ainda que não fosse aplicada a hipótese da teoria menor, o próprio Código Civil em seu artigo 50 contém previsão para o ocorrido nos autos, pois com a ausência de bens da pessoa jurídica, estamos diante do ABUSO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, que também enseja a execução em face dos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.