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Curso Técnico em Mecânica

Processos de Fabricação III


Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria

José Manuel de Aguiar Martins


Diretor do Departamento Nacional do SENAI

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI

Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociatti


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional das Indústrias
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Curso Técnico em Mecânica

Processos de Fabricação III

Delcio Luís Demarchi


Rogerio Antonio Lazzaris
Emerson José Tissi

Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra

Coordenação de Educação a Distância Design Educacional, Ilustração,


Beth Schirmer Projeto Gráfico Editorial, Diagramação
Equipe de Recursos Didáticos
Revisão Ortográfica e Normatização SENAI/SC em Florianópolis
Contextual Serviços Editoriais
Autores
Coordenação Projetos EaD Delcio Luís Demarchi
Maristela de Lourdes Alves Rogerio Antonio Lazzaris
Emerson José Tissi

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis

D372p
Demarchi, Delcio Luís
Processos de fabricação III / Delcio Luís Demarchi, Rogerio Antonio
Lazzaris, Emerson José Tissi. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
65 p. : il. color ; 28 cm.

Inclui bibliografias.

1. Engenharia mecânica. 2. Processos de fabricação. 3. Máquinas –


Ferramenta – Controle numérico - Programação. 4. Usinagem. I. Lazarris,
Rogerio Antonio. II. Tissi, Emerson José. III. SENAI. Departamento Regional
de Santa Catarina. IV. Título.
CDU 621.9

SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC
CEP: 88034-001
Fone: (48) 0800 48 12 12
www.sc.senai.br
Prefácio
Você faz parte da maior instituição de educação profissional do estado.
Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta-
das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina.

No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as


necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas
teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação
por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de-
senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho.

Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.

Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de


ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi-
mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos
de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces-
sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional,
oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu-
cação por Competências, em todos os seus cursos.

É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.

Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte


deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria
do Conhecimento.
Sumário
Conteúdo Formativo 9 40 Unidade de estudo 3 Finalizando 63
Programação de um
Apresentação 11 Centro de Usinagem Referências 65
do tipo Comando
MACH9
12 Unidade de estudo 1
História e 41 Seção 1 - Evolução do Co-
Características das mando Numérico
Máquinas CNC 41 Seção 2 - Funções do coman-
do MACH 9
42 Seção 3 - Sistema de Coor-
13 Seção 1 - História e evolução
denadas
das máquinas CNC
44 Seção 4 - Funções Preparató-
15 Seção 2 - Considerações
rias “G”
gerais
48 Seção 5 - Ciclos Automáticos
15 Seção 3 - Programas CNC
de Usinagem
18 Seção 4 - Sistema de
coordenadas
20 Seção 5 - Ponto zero e ponto
de referência

22 Unidade de estudo 2
Funções

23 Seção 1 - Tipos de funções


23 Seção 2 - Funções especiais
ou auxiliares
24 Seção 3 - Funções prepara-
tórias
29 Seção 4 - Funções miscelâ-
neas.
30 Seção 5 - Ciclos automáticos
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação

Carga horária: 90hs

Competências

Planejar, Programar, Executar e Controlar os processos de fabricação mecânica.

Conhecimentos
▪▪ Operação de máquinas operatrizes CNC: generalidades, classificação e
aplicação.
▪▪ nomenclatura.
▪▪ funcionamento.
▪▪ conservação.
▪▪ acessórios.
▪▪ programação ISO.
▪▪ simuladores e interface PC x máquina CNC.
▪▪ parâmetros de corte.
▪▪ ferramentas de corte.
▪▪ referência de máquina e peça.
▪▪ sistemas de fixação.
▪▪ SUHVHW de ferramentas.
▪▪ usinagem (torno, fresadora, centro de usinagem).

Habilidades

▪▪ Aplicar normas técnicas;


▪▪ Identificar e selecionar elementos de máquinas;
▪▪ Identificar, selecionar e utilizar ferramentas;
▪▪ Aplicar técnicas de ajustes mecânicos;
▪▪ Aplicar técnicas de montagem e instalação de máquinas e equipamentos;
▪▪ Ler e interpretar manuais, catálogos e tabelas técnicas;
▪▪ Aplicar normas técnicas de saúde, segurança e meio ambiente;
▪▪ Elaborar e acompanhar cronograma de montagem;
▪▪ Executar seqüência de operações;
▪▪ Identificar e selecionar equipamentos e técnicas de soldagem;
▪▪ Preparar e operar equipamentos de soldagem;

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 9


▪▪ Identificar materiais; instrumentos de medição; ferramentas necessárias ao processo; máqui-
nas operatrizes; dispositivos e acessórios; parâmetros de fabricação;
▪▪ Interpretar desenho técnico;
▪▪ Especificar materiais para a construção mecânica;
▪▪ Identificar e utilizar fluídos de corte e refrigeração;
▪▪ Identificar e prospectar melhorias e novas tecnologias em processos de
fabricação e
▪▪ Montagem;
▪▪ Aplicar softwares específicos para o processo de fabricação mecânica;
▪▪ Programar e Operar máquinas CNC;
▪▪ Estabelecer método e tempo de fabricação.

Atitudes

▪▪ Assiduidade;
▪▪ Pró-atividade;
▪▪ Relacionamento interpessoal;
▪▪ Trabalho em equipe;
▪▪ Cumprimento de prazos;
▪▪ Zelo com os equipamentos;
▪▪ Adoção de normas técnicas, de saúde e segurança do trabalho;
▪▪ Responsabilidade ambiental.

10 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Apresentação
Caro estudante! Professores Delcio Luís
Demarchi, Rogerio An-
tonio Lazzaris e Emerson
Seja bem-vindo à disciplina Processos de Fabricação III. José Tissi

Ao longo de seu estudo você irá adquirir conhecimentos necessários Delcio Luís Demarchi é profes-
sor da unidade curricular de
para o trabalho com equipamentos de comando numérico.
Processos de Fabricação no
curso Técnico em Mecânica e
Esse material foi elaborado a partir de uma revisão bibliográfica. Sua no curso Técnico em Eletrome-
organização proporciona um aprendizado gradual, desde um breve his- cânica no SENAI/SC em Jaraguá
tórico da evolução das máquinas ferramentas até os equipamentos de do Sul. Graduado em Tecnologia
Mecânica pelo Centro Universi-
comando numérico até a programação desses equipamentos.
tário de Jaraguá do Sul – UNERJ.

Além do conteúdo teórico de cada tema, são apresentados exemplos Rogerio Antonio Lazzaris é pro-
práticos, figuras, imagens, tabelas e indicações de outras fontes de con- fessor da unidade curricular
sulta. de Processos de Fabricação no
curso Técnico em Mecânica e
no curso Técnico em Eletrome-
Bom estudo. cânica no SENAI/SC em Jaraguá
do Sul. Graduado em Tecnologia
Mecânica pelo Centro Universi-
Delcio Luís Demarchi tário de Jaraguá do Sul – UNERJ.
Rogerio Antonio Lazzaris
Emerson José Tissi é Técnico Pe-
Emerson José Tissi
dagógico da unidade curricular
de Processos de Fabricação no
curso Técnico em Mecânica e no
curso Técnico em Eletromecâni-
ca no SENAI/SC em Jaraguá do
Sul. Graduado em Técnico em
Mecânica no SENAI/SC em Jara-
guá do Sul.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 11


Unidade de
estudo 1
Seções de estudo

Seção 1 – História e evolução das


máquinas CNC
Seção 2 – Considerações gerais
Seção 3 – Programas CNC
Seção 4 – Sistema de coordenadas
Seção 5 – Ponto zero e ponto de referência
História e Características das
Máquinas CNC

Na unidade 1 você estudará um O homem busca racionalizar e au- tados obtidos foram uma excelen-
pouco da história das máquinas tomatizar o seu trabalho desde os te demonstração de praticidade,
CNC, sua evolução até os dias de tempos mais remotos por meio de fato divulgado em reportagem
hoje e os conceitos fundamentais novas técnicas. A automação que de 1953. Outro ano de destaque
para sua operação. simplifica todo esse tipo de traba- é 1959, quando foi desenvolvido
lho, mental ou físico. Um exemplo o trocador automático de ferra-
comum é o uso da calculadora. mentas.
SEÇÃO 1
História e evolução das Através de pesquisas e desenvol- Nessa época, a aplicação ainda
máquinas CNC vimento de novos produtos, foi não era significativa, pois faltava
possível chegar às primeiras má- confiança, os custos eram altos e
quinas controladas numericamen- a experiência muito pequena. Na
Você sabe o que são máqui- te. década de 60, foram desenvol-
nas CNC? vidos novos sistemas, máquinas
foram especialmente projetadas
Fatores ligados à Segunda Guerra
para receberem o CN e houve um
Mundial levaram à necessidade de
aumento na quantidade de máqui-
adaptação dos conceitos de fabri-
Nesta seção você verá como as nas utilizadas na metalurgia.
cação. Para que o custo da fabri-
máquinas ferramentas evoluíram
cação de peças geometricamente
até as máquinas CNC.
complexas e de precisão fosse re- Atualmente, essas máquinas satis-
duzido e para que o tempo entre fazem os quesitos de confiança,
No desenvolvimento histórico o projeto e a fabricação fosse me- experiência e viabilidade econô-
das Máquinas Ferramentas de nor, as máquinas convencionais mica.
usinagem, sempre se procurou dessa época teriam que ser subs-
soluções para aumentar a produ- tituídas por outras mais eficientes.
Surgem novas perspectivas de
tividade com qualidade superior,
desenvolvimento dos CN, além
associada à minimização dos des-
Assim, as máquinas de comando de máquinas operatrizes de usi-
gastes físicos na operação das má-
numérico começaram a ser uti- nagem. Novas áreas, como a
quinas. Muitas soluções surgiram,
lizadas. O primeiro teste do co- eletrônica, aliadas aos grandes
mas, até recentemente, nenhuma
mando numérico (CN) aplicado progressos da tecnologia mecâ-
oferecia a flexibilidade necessária
a máquinas operatrizes ocorreu nica garantem estas perspectivas
para o uso de uma mesma máqui-
em 1949, no laboratório de tec- do crescimento: as máquinas CN
na na usinagem de peças com di-
nologia de Massachustets (MIT). passaram a ser CNC –­ máquinas
ferentes configurações e em lotes
Esse teste foi realizado com uma com controle numérico computa-
reduzidos.
fresadora de três eixos e os resul- dorizado.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 13


Nas figuras a seguir, observe as diferenças entre uma máquina conven-
cional e uma máquina controlada por comando numérico computado-
rizado (CNC):

Figura 1: Máquina Convencional


Fonte: Gozzi (2009)

Figura 2: Máquina CNC


Fonte: Gozzi (2009)

14 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Para utilizar um CNC, é preciso
SEÇÃO 2 desenvolver um programa. Nes-
DICA Considerações gerais te programa devem estar todas
Para a programação CN de as instruções necessárias à usina-
máquinas ferramentas, uti- Após estudar a evolução das gem, em uma linguagem própria
liza-se a norma DIN 66025,
máquinas ferramentas até o sur- de programação.
parte do sistema ISO (Inter-
gimento das CNC, nesta seção
national System Organiza-
tion). O sistema ISO é res- você irá conhecer alguns termos
ponsável pela padronização e características importantes para Linguagens de programação
dessas normas, onde cada o trabalho com esse tipo de equi- Para operar um CNC é preci-
segmento tem sua regra. pamento. so utilizar linguagens de pro-
gramação. Essas linguagens
são conjuntos de comandos
Primeiro, é importante que você
informados aos CNC para que
saiba o significado da sigla CNC. eles executem as operações
No sistema ISO de programa- necessárias de usinagem, na
ção, a linguagem G foi ado- sequencia correta.
tada como um padrão a ser C= Comando Algumas linguagens de pro-
seguido pelos fabricantes de N= Numérico gramação criadas para os
comandos. Esse sistema pos- C= Computadorizado CNC são:
sui algumas normas rígidas, ▪▪ ISO;
mas também permite que o O Comando Numérico Com-
fabricante de comando crie putadorizado (CNC) é um ▪▪ EIA;
recursos próprios, mantendo equipamento eletrônico ca- ▪▪ Heidnhaim (também
as funções básicas e univer- paz de receber informações camada de interativa);
sais. Com isso, alguns coman- por algum meio de entrada,
▪▪ Mazatrol.
dos oferecem mais recursos transformar estas informa-
que outros. ções e transmiti-las ao co-
mando mecânico da máqui-
na operatriz, para que esta Nesta seção você conheceu as
Nesta seção você estudou a evo- realize operações em uma vantagens do uso de um CNC e
seqüência mecânica deseja- viu que para operar esse tipo de
lução das máquinas ferramentas
da, sem a intervenção do ho-
e verificou que as máquinas CNC equipamento é preciso utilizar
mem.
surgiram a partir da necessidade uma linguagem de programação.
de diminuição de custo de pro-
dução de peças geometricamente Na próxima seção, você irá co-
complexas e de precisão, além da Quais são as vantagens em usar
uma máquina CNC? nhecer as características gerais de
redução do tempo entre o projeto um programa CN.
e a fabricação. O CNC é, hoje, o processo mais
dinâmico de fabricação. Sua im-
plantação requer um investimento
Na próxima seção você irá se fa-
inicial maior, porém quando bem
SEÇÃO 3
miliarizar com alguns termos e irá Programas CNC
estruturado à sua aplicação, esse
conhecer características impor-
investimento é compensado pe-
tantes do CNC. Nesta seção, como continuação
las vantagens ao longo do tempo
de utilização, quanto à qualidade, de seus estudos você irá conhecer
à mão-de-obra e a ao tempo de algumas características gerais dos
execução. programas CN, ou seja, como as
instruções necessárias para a usi-
nagem são passadas para a máqui-
na.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 15


Dados: Elementos básicos Programa CNC é um conjunto
de uma informação que finito de regras, bem definidas, DICA
podem ser processados ou pro- para a solução de um problema A distinção entre CN e CNC
duzidos por de um programa. em um tempo finito. Ou seja, são é apenas o comando. Nos
informações sequenciais passadas dois casos, os programas
à máquina ferramenta para que serão chamados de “pro-
ela produza peças. Um programa gramas CN”.
Interface: Circuito eletrô- pode corresponder à produção de
nico capaz de fazer com peças idênticas ou diferentes en-
que dois aparelhos de caracte- tre si.
rísticas diferentes possam ser Os dados podem ser de entrada
interligados entre si. Exemplos: ou de saída. Dados de entrada são
monitor, teclado e mouse de um Você sabe qual é a diferença entre as informações fornecidas à má-
computador. CN e CNC? quina CNC através de um progra-
Essas siglas possuem significados ma. Enquanto os dados de saída
diferentes: são os resultados da operação do
▪▪ CN: Numeral Control - Con- equipamento.
trole Numérico.
▪▪ CNC: Computadorized Numerical As máquinas CNC possuem in-
Control - Comando Numérico terfaces diferentes, ou seja, apre-
Computadorizado. sentam formatos diferentes tanto
de entrada de dados quanto de
saída.
Além da diferença entre as siglas,
os dois sistemas apresentam ca-
racterísticas particulares: A entrada de dados consiste nos
meios de introdução de informa-
ções ao comando pelo usuário.
No sistema CN:
Entre os formatos de entrada de
dados destacam-se:
▪▪ não é possível modificar
um programa;
▪▪ os movimentos são essen- a. Entrada manual – A entrada de
cialmente lineares (em linha dados é feita através de um te-
reta), existindo e existem al- clado na unidade de comando
guns movimentos angulares; e pode ser visualizada em um
e monitor. Este tipo de entrada é
▪▪ não existem movimentos indispensável, até o momento;
circulares.

b. Fita perfurada – A entrada dos


dados é feita através de uma
No sistema CNC: fita perfurada com perfurações
▪▪ Os dados do programa po- padronizadas. Esse formato
dem ser modificados; ainda está presente atualmente.
A fita “standart” é normaliza-
▪▪ O sistema executa movi-
mentos lineares, em ângulo
da pelos padrões EIA (Eletro-
e circulares, todos calculados nic Industries Association) e ISO
e controlados pelo comando. (International Standart Organiza-
tion);

16 CURSOS TÉCNICOS SENAI


c. Sistema de linha de comunicação com computador – Nesse sistema a
entrada de dados é realizada através de um computador, o qual geren-
cia as operações através de softwares específicos. Esse meio de entra-
da e saída de dados é usado atualmente e se encontra em expansão.

Na unidade 2, você irá estudar todas as funções existentes em um pro-


grama CN, ou seja, como usar os dados de entrada.

Para exemplificar algumas funções usadas na programação de uma má-


quina CNC, nos quadros a seguir são mostradas funções do comando
fanuc 21 it.

FUNÇÕES MISCELÂNEAS
M00 Parada programada
M02 Fim de programa
M03 Sentido anti-horário de rotação do eixo-árvore
M04 Sentido horário de rotação do eixo-árvore
M05 Desliga o eixo-árvore sem orientação (fuso para em qualquer posição)
M07 Liga refrigerante de corte (alta pressão)
M08 Liga refrigerante de corte (baixa pressão)
M09 Desliga refrigerante de corte
M24 Abre a Placa de Fixação
M25 Fecha a Placa de Fixação
M26 Recua o Mangote da contra ponta
M27 Avança o Mangote da contra ponta
M30 Fim de programa
Quadro 1 - Funções Miscelâneas do comando fanuc 21 it

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 17


FUNÇÕES PREPARATÓRIAS
G00 Interpolação linear rápida
G01 Interpolação linear com avanço programado
G02 Interpolação circular Horária
G03 Interpolação circular Anti-horária
G04 Tempo de permanência
G20 Programação em polegadas
G21 Programação em milímetros
G40 Cancela compensação do raio da ponta da ferramenta
G41 Compensação do raio da ponta da ferramenta (à esquerda)
G42 Compensação do raio da ponta da ferramenta (à direita)
G53 Cancela todos os deslocamentos de ponto zero (DPZ´s)
G54 à G59 Ativa o deslocamento de ponto zero da peça
G70 Ciclo de acabamento
G71 Ciclo de desbaste longitudinal
G72 Ciclo de desbaste transversal
G74 Ciclo de desbaste longitudinal ou de furação axial
G75 Ciclo de faceamento ou de canais
G76 Ciclo de automático de roscamento
G77 Ciclo de desbaste longitudinal ou cônico
G78 Ciclo semi-automático de roscamento
G80 Cancela ciclos de furação
G83 Ciclo de furação axial
G84 Ciclo de roscamento com macho axial
G90 Programação em coordenadas absolutas
G91 Programação em coordenadas incrementais
G94 Estabelece a programação em avanço por minuto
G95 Estabelece a programação em avanço por rotação
G96 Programação em velocidade de corte constante
G97 Programação em RPM direta
Quadro 2 – Funções Preparatórias do comando fanuc 21 it

Nesta seção você foi apresentado às diferenças entre os programas nos


sistemas CN e CNC e aprendeu que todos eles são chamados de progra-
mas CN. Também viu as formas diferentes de entrada de dados.

Na próxima seção, você estudará o sistema de coordenadas cartesianas,


sistema usado nas máquinas CNC.

SEÇÃO 4
Sistema de coordenadas
Agora que você conhece o conceito de programa, irá estudar o sistema
de coordenadas utilizado pelas máquinas CNC.

Na elaboração de um programa de usinagem para a máquina CNC, o


programador utiliza o sistema de coordenadas cartesianas para o dire-
cionamento dos movimentos do carro ou da mesa.

18 CURSOS TÉCNICOS SENAI


relação ao anterior. Por exemplo:
a partir do ponto A (0,0) o ponto
DICA
B (20,0) está localizado a 20 uni-
Regra da Mão Direita dades no eixo X e 0 do eixo Y, já
o ponto C (40,0), em relação ao B,
Para um sistema tridimensional, são utilizados três eixos perpendi- possui 20 unidades a mais no eixo
culares (90°) entre si, que podem ser designados através dos dedos
X e 20 no eixo Y. Verifique as co-
da mão direita:
ordenadas absolutas de todos os
Polegar - Indica o sentido positivo do eixo X; pontos e o incremento entre eles,
Indicador – aponta o sentido positivo do eixo Y; na sequência em que são mostra-
Médio – está posicionado no sentido positivo do eixo Z. dos na tabela.

Sistema de Coordenadas Absolu-


to e Incremental

Figura 3 - Sistema de Coordenadas Cartesianas

Observe os pontos indicados na figura a seguir e identifique as coorde-


nadas X e Y de cada um.

Figura 4 − Sistema de Coordenadas

Os pontos indicados na figura a seguir também estão representados na


tabela. Observe que esses pontos são mostrados em coordenadas abso-
lutas, ou seja, o valor de X e Y, e de forma incremental, um ponto em

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 19


Numa máquina CNC, existe uma
série de pontos referenciais. Os
pontos referenciais da máquina
são determinados pelo fabricante
quando da sua fabricação e são
importantes durante sua operação
e programação.

Os pontos a serem informa-


dos para a usinagem devem
ser incrementais em relação a
algum ponto referencial.

Figura 5 − Sistema de Coordenadas

Tabela 01: Sistema de Coordenadas Na próxima seção, você conhece-


Absoluto e Incremental rá os pontos de referência usados
Absoluto Incremental durante a usinagem em máquinas
Pontos CNC.
X Y X Y

A 0 0 0 0
B 20 0 20 0 SEÇÃO 5
C 40 20 20 20 Ponto zero e ponto de
D 40 40 0 20
referência
E 20 40 -20 0
F 0 20 -20 -20
Você já sabe que sistema de
G 10 10 10 -10 coordenadas cartesiano é utiliza-
H 30 30 20 20 do para trabalhar com máquinas
CNC e, também, que um ponto
Nesta seção você viu que as má- nesse sistema pode ser incremen-
quinas CNC utilizam o sistema tal em relação a outro ponto.
de coordenadas cartesianas para
a entrada de dados. Você irá uti-
lizar esse sistema de coordenadas
Nesta seção, você conhecerá os
para indicar as posições das fer-
pontos usados como referência
ramentas durante a usinagem. O
nas máquinas CNC.
sistema incremental será usado
para informar os movimentos das
ferramentas de uma posição para
outra.

20 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A figura a seguir mostra os pontos referenciais. Nesta seção você conheceu os
pontos referenciais das máquinas
CNC, fundamentais para a criação
de programas CN.

Na unidade 1, você foi apresenta-


do às máquinas CNC, estudou sua
evolução, características gerais,
sistema de coordenadas e pontos
de referência.

Na próxima unidade, você estu-


dará as funções existentes em um
programa CN.

Figura 6 – Pontos Referenciais

Os pontos referenciais em uma W – Ponto Zero Peça


máquina CNC são:
O ponto zero peça W é o ponto
que define a origem (X0,Z0) do
R – Ponto de Referên- sistema de coordenadas da peça.
cia de Máquina Este ponto é definido no progra-
ma através de um código de fun-
O ponto de referência R, ou de
ção preparatória G e é determi-
referenciamento, é uma coorde-
nado na máquina pelo operador
nada definida na área de trabalho
na preparação da mesma (Preset),
através de chaves limites e cames,
levando em consideração apenas
que servem para a aferição e con-
a medida de comprimento no eixo
trole do sistema de medição dos
Z, em relação ao zero máquina;
eixos de movimento da máquina.
Essa coordenada é determinada
pelo fabricante da máquina; N – Ponto de Trajetória
O ponto de trajetória N é um
M – Ponto Zero da ponto no espaço. Porém, uma
Máquina vez referenciada à máquina suas
coordenadas de posicionamento
dentro da área de trabalho são
O ponto zero da máquina M é o reconhecidas pelo comando, e
ponto de origem para o sistema servirá como referência na obten-
de coordenadas da máquina (X0, ção dos balanços das ferramentas
Z0) e também o ponto inicial para (bX, bZ), quando montadas na
todos os demais sistemas de co- máquina durante a preparação da
ordenadas e pontos de referência mesma.
existentes. Geralmente é determi-
nado após o referenciamento da
máquina;

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 21


Unidade de
estudo 2
Seções de estudo

Seção 1 − Tipos de funções


Seção 2 − Funções especiais ou auxiliares
Seção 3 − Funções preparatórias
Seção 4 − Funções miscelâneas
Seção 5 − Ciclos automáticos
Funções
SEÇÃO 1 SEÇÃO 2
Tipos de funções Funções especiais ou
auxiliares
Nesta seção você irá conhecer os
tipos de função existentes em um Nesta seção, são apresentadas as
programa CN. Função Barra (/) –
funções especiais ou auxiliares,
Eliminação da execução
que englobam funções para iden-
Existem três tipos de funções: tificar os blocos de comandos, de Blocos
identificar os programas, eliminar A função (/) é utilizada quando
▪▪ Funções especiais ou auxiliares a execução de blocos de coman- for necessário inibir a execução de
Essas funções são gerais e defi- do, determinar a velocidade de blocos no programa, sem alterar a
nem, por exemplo, as velocidades avanço da ferramenta e a de rota- programação.
de avanço das ferramentas; ção do eixo árvore.
As funções especiais ou auxiliares
▪▪ Funções preparatórias são: Função F − Definição
Representam as principais fun-
ções principais em um programa
do avanço da ferramenta
CN, pois elas são responsáveis de corte
pelos movimentos das ferramen- Função N − Número Geralmente nos tornos CNC
tas; sequencial de blocos utilizam-se os avanços em mm/
rotação ou em mm/minu-
Cada bloco é identificado pela tos. O avanço de corte é obti-
▪▪ Funções miscelâneas função “N”, seguida de até quatro
Funções gerais usadas para termi- do levando-se em considera-
dígitos, que o comando lança au- ção o material, a ferramenta
nar um programa CN e para ligar tomaticamente no programa man-
ou desligar o líquido lubrificante, e a operação a ser executada.
tendo um incremento de 10 em 10.
por exemplo.
Ex.: N10;
As próximas seções irão apresen- Função S − Definição
N20;
tar as funções, agrupadas por tipo. da rotação do eixo árvore
N30;
A rotação do eixo árvore é de-
finida em RPM (rotações por
Função O − Identifica- minuto) e pode ser no sen-
ção de programa tido horário e anti-horário.
Todo programa ou sub-programa
é identificado na memória da má-
quina, através de um único núme-
ro “O” composto de até quatro
dígitos e vai de 0001 até 9499.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 23


Na figura a seguir, você pode ob-
SEÇÃO 3 servar, no bloco N105, a função
Funções preparatórias G00. Nesse exemplo, a função in-
dica que a ferramenta deve avan-
çar rapidamente para uma posi-
Nesta seção, são mostradas as ção X=25 e Z=5 em relação ao
funções preparatórias. Essas fun- referencial (nesta caso W − ponto
ções são as principais em um pro- zero peça).
grama CN, pois são responsáveis
horário
pelas ações da máquina durante a
usinagem.

DICA
Como os pilares da progra-
mação CN, estas funções
definem cada ação a ser
anti-horário executada pela máquina.
Através delas o programa-
dor define as operações e
Figura 7 - Sentido de Giro da Placa Figura 8 – Função G00
seus parâmetros.

Função T - Definição da
As funções preparatórias podem Função G01 − Interpo-
ferramenta ser:
lação linear
▪▪ Modais – Quando elas perma-
A função T é usada para selecio- A função G01 realiza movimentos
necem ativas e só são desativadas
nar as ferramentas, informando retilíneos com qualquer ângulo,
por uma função de cancelamento
à máquina o seu zeramento, raio calculado através das coordena-
ou por outra função referente à
do inserto, sentido de corte e cor- das de posicionamento descritas,
mesma ação; ou
retores. Geralmente o código T utilizando-se de uma velocidade
▪▪ Não Modais – Funções válidas de avanço (F) pré-determinada
é acompanhado de 4 dígitos. Os
apenas para o bloco em que são pelo programador.
dois primeiros definem a posição
programadas.
da ferramenta na torre e os dois
últimos definem o número do Na figura a seguir, você pode ob-
corretor. As funções especiais ou auxiliares
servar, no bloco N110, a função
são:
G01. Nesse exemplo, a função in-
Nesta seção, você conheceu as dica que a ferramenta deve se des-
funções especiais ou auxiliares Função G00 Interpola- locar para uma posição Z=-30 em
utilizadas nos programas CN. Es- relação à posição anterior, com
ção linear com avanço rá-
tas funções são usadas para deter- velocidade 2 (pré-determinada).
pido
minar valores gerais para opera-
ção das máquinas, como rotação
e avanço. A função G00 realiza movimen-
tos nos eixos da máquina com a
Na próxima seção, você estudará maior velocidade de avanço dis-
as funções preparatórias, as prin- ponível, portanto, deve ser utiliza-
cipais funções nos programas CN, da somente para posicionamentos
pois determinam as ações a serem sem nenhum tipo de usinagem.
executadas durante a usinagem.

24 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 9 – Função G01

Função G02 e G03 − In- ▪▪ K = coordenada do centro do


arco(Z) – sempre paralelo a Z
terpolação circular
▪▪ R = valor do raio sempre com
As funções G02 e G03 executam o sinal positivo – interpolação até
operações de arcos pré-determi- 180 graus
nados.
▪▪ F = valor do avanço

Na programação deve-se consi-


derar:
▪▪ O ponto de partida do arco é
a posição de início da ferramenta;
▪▪ Os valores de I e K são do
centro do arco em relação a po-
sição inicial da ferramenta(início
do arco), dando o sinal corres-
pondente ao movimento;
▪▪ Programa-se G02 para o
sentido horário e G03 para o
sentido anti-horário;
▪▪ Juntamente com o sentido do
arco programa-se as funções I e
K ou então R(valor do raio).
Figura 10 – G02
Os parâmetros usados nessa fun-
ção são:
▪▪ X (U) = posição final do arco
▪▪ Z (W) = posição final do arco
▪▪ I = coordenada do centro do
arco(X) – sempre paralelo a X

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 25


Figura 11 – G03

Função G04 − Tempo Funções R e C − Funções especiais de chanfro e


de permanência arredondamento de cantos
A função G04 é a função que de-
termina um tempo de permanên- Um chanfro ou um canto arredondado podem ser inseridos automatica-
cia da ferramenta parada. mente entre dois movimentos lineares que formem ângulos retos (90°)
através das funções C (chanfro) ou R (raio). Para isso deve-se programar
a dimensão de chanfro ou raio desejado no bloco que gera o primeiro
Com esta função entre um deslo-
segmento.
camento e outro da ferramenta,
pode-se programar um determi- Observe, nas figuras a seguir, exemplos de arredondamento (função R)
nado tempo para que a mesma e de chanfro (função C).
permaneça sem movimento. A
função G04 executa essa perma-
nência parada, cuja duração é de-
finida por um valor “P”, “U” ou
“X” associado, que define o tem-
po em segundos.

Exemplo: Tempo de 5 segundos


▪▪ G04 X5 (Segundos)
▪▪ G04 U5 (Segundos)
▪▪ G04 P5000 (Milésimos de
segundos)

Figura 12 −Funções de Chanfro e Arredondamento

26 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 15 – Compensação de raio

Figura 13 – Chanfro “R”


Durante a compensação de
raio, os deslocamentos pro-
gramados devem ser sempre
maior que o valor do raio do
inserto.

A ferramenta não deve estar


em contato com o material a
ser usinado, quando as fun-
ções de compensação forem
ativadas no programa.

G54 a G59 - Desloca-


mento de Ponto Zero (DPZ)
As funções G54, G55, G56, G57,
Figura 14 – Chanfro G01
G58 e G59 definem a origem
Zero Peça. Na preparação da má-
Função G41/ G42 − Funções de compensação quina, elas representam uma dis-
tância pré-definida entre o ponto
As funções de compensação G41 e G42, têm como base a regra da mão
zero máquina “M” e o ponto zero
direita . Elas selecionam o valor do raio da ponta da ferramenta, estando
peça “W”.
ela à esquerda ou à direita da peça a ser usinada, vista em relação ao sen-
tido do avanço de corte da ferramenta, para os devidos cálculos de com-
pensação, devendo após sua utilização ser canceladas pela função G40. Os valores das funções G54 a G59
referem-se somente ao eixo “Z”.

A função G53 cancela os valores


determinados pelas funções G54
a G59, retornando-os ao ponto
zero da máquina “M”.

Na figura a seguir, são mostra-


das esquematicamente as funções
G54 a G59 e a função G53.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 27


Função G90 – Sistemas
de coordenadas – Modal
Estabelece sistemas de coordena-
das absolutas

Função G91 – Sistemas


de coordenadas – Modal
Estabelece sistemas de coordena-
das incrementais.

Função G92 – Limite de


Figura 16 – Função G54
rotação / Nova origem –
Modal
O ponto zero peça “W” como origem do sistema de coordenadas da Ao se trabalhar com a função
peça (X0, Z0), pode ser definido na face de encosto da castanha ou na G92 junto à função S4 (quatro
face da própria peça, como mostrado nas 2 figuras a seguir, respectiva- dígitos), a rotação do eixo árvore
mente. Este ponto é chamado no programa através das funções G54 a estará limitada.
G59, definidas pelo programador, e determinado na máquina pelo ope- Exemplos:
rador na preparação da mesma.
▪▪ G92 S2500 M4 - Limite de
RPM
▪▪ G92 U0 W-50 - Nova ori-
gem

Função G94 – Avanço -


Modal
Processa todos os avanços em
pol/min ou mm/min.

Função G95 – Avanço


Processa todos os avanços em
Figura 17 – Referencia Máquina
pol/rot ou mm/rot.

Função G96 – Veloci-


dade de corte constante -
Modal
Estabelece uma velocidade de
corte constante, onde o cálculo da
RPM é programado pela função
S.

Exemplos:
▪▪ G96 S200
Figura 18 – Referência peça
▪▪ G92 S3500 M3

28 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Função G97 – Progra- M04 − Rotação do eixo
mação RPM – Modal DICA árvore no sentido horário
Define a RPM diretamente pela A função M00 é programa- Aplicação: sentido horário de ro-
da, geralmente para que o
função S. tação do eixo árvore.
operador possa virar a peça
G97 S3000 M3 na placa. Esta função gira o eixo árvore no
sentido horário. Olhando a placa
frontalmente. A função M04 é
Nesta seção, você estudou as
cancelada por: M01; M02; M03
principais funções em um progra-
ma CN, as funções preparatórias.
M01 – Parada opcional ,M05 ,M30 e M00.
Elas definem todas as ações du- do programa
rante a usinagem, como interpo- Esta função causa a interrupção M05 – Parada do fuso
lação linear e circular, chanfro e na leitura do programa. Ela só é
arredondamento, por exemplo. executada se a tecla localizada no
painel do comando “OPTlONAL M08 – liga o refrigeran-
Na próxima seção, você estudará STOP” estiver ativa. te de corte
as funções miscelâneas. Elas são Neste caso, a função M01 toma-se
Este código aciona o motor da
gerais e determinam, entre ou- igual à função M00.
refrigeração de corte cancela-se
tras coisas, ações nos programas Após a parada, pressiona-se o bo- por: M09; M00; M01; M02 e M30.
como fim ou parada obrigatória. tão “CYCLE START”, para reini-
ciar a leitura do programa.
SEÇÃO 4 M09 – desliga o refri-
Funções miscelâneas. gerante de corte
M02 – Fim de progra-
ma
Esta seção lista as funções do tipo Esta função indica o fim do pro- M26 − Avança o man-
miscelânea, funções com objeti- grama existente na memória do gote do contra-ponto
vos gerais, diferentes das funções comando.
preparatórias que acionam as fer-
ramentas. As funções miscelâneas M27 – Recua o mango-
indicam paradas nos programas, te do contra-ponto
Esta função não retorna no
fim de execução e parada no fuso, início do programa.
entre outros.
M30 – Fim de progra-
As funções miscelâneas são: ma
M03 − Rotação do eixo
M00 – Parada obriga- árvore no sentido anti-ho-
rário M98 – Chamada de
tória do programa subprograma
Esta função gira o eixo árvore no
Este código causa parada imedia-
sentido anti-horário olhando se
ta do programa, refrigerante de
a placa frontalmente. A função
corte e do eixo árvore.
M03 é cancelada por: M01; M02;
M04; M05; M30 e M00.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 29


M99 – Fim de subpro- 1. Ciclo de Desbaste
grama
Nesta seção, você conheceu as
funções miscelâneas, funções fun-
damentais para os programas CN,
que indicam ações como início e
fim de operação, além de o acio-
namento do sistema refrigerante
ou o recuo do mangote.

Na próxima seção, você estudará


os ciclos automáticos existentes
nos programas CN.

SEÇÃO 5
Ciclos automáticos Figura 19: Ciclo de desbaste

Exemplo de Programação Numero do Programa#


Nesta seção, você irá estudar os com o Comando MACH N110 G00 X65. Z2. M08; Apro-
ciclos automáticos de usinagem ximação Opcional#
existentes nos programas CN. G66 X Z I K W P F U N120 G66 X64. Z3. I1. K.1 W5.
P2 F.25 U1; Aplicação de Desbas-
Os ciclos automáticos são de: Onde: te#
N130 G0 X12. Z2,; Aproximação
1. desbaste; ▪▪X − Diâmetro de referência
do início conhecido#
para início de torneamento
N140 G42; Ativa CRC#
2. acabamento;
Externo = maior Diâmetro + N150 P03; Chamada do Subpro-
3. canal; 4mm (subprograma) grama#
Interno = menor Diâmetro - N160 G40; Desativa do CRC#
4. rosca; 4mm (subprograma)
N170 G00 X65. Z2. MO9; Afas-
5. furação. ▪▪Z −Comprimento de re- tamento Opcional#
ferencia para início de N180 M30; Final do Programa#
torneamento primeiro Subprograma numero 03
posicionamento em Z + 2
003
DICA (subprograma)
Ao longo dessa seção são ▪▪I − Sobremetal para acaba-
mostrados exemplos de mento em X (em diâmetro) ; Subprograma P03
programação de cada um N10 G01 X16. Z1. F.5#
desses ciclos em coman-
▪▪K − Sobremetal para acaba-
mento em Z N20 G01 X20. Z-2. F.15#
dos MACH, FANUC e SIE-
MENS. ▪▪W − Incremento por passa- N30 G01 Z-13.#
da (em Diâmetro) N40 G02 X24. Z-15. R2.#
▪▪P − Subprograma com di- N50 G01 X26. F.15#
mensões de acabamento N60 G01 X30. Z-17.#
▪▪F − Avanço N70 G01 Z-26.#
▪▪U1 − Pré-acabamento para- N80 G01 X34. Z-28.#
lelo ao perfil final N90 G01 X36.#
N11 0G03 X40. Z-30. R2.#

30 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo de Programação com o Comando FANUC Exemplo de Programação
com o Comando SIEMENS

G71 U R
Onde: N50 G00 X60. Z2. M08;
N60 UPNAME = EXTERNO
▪▪U − Profundidade de corte
N70 CICLE 95 (UPNAME, 3. , .2
▪▪R − Retorno da ferramenta , .5 , .2 , .1 , 0, 1)
N80 G00 X40. Z5. M09;
Subprograma:
G71 P Q U W F
X16. Z1. F.5#
X20. Z-2. F.15#
Onde:
Z-13.#
▪▪P − Número do bloco que define o início do perfil G02 X24. Z-15. R2.#
▪▪Q − Número do bloco que define o final do perfil X26. F.15#
▪▪U − Sobremetal para acabamento no eixo X X30. Z-17.#
▪▪U + − para acamento externo Z-26.#
▪▪U - − para acabamento interno X34. Z-28.#
▪▪W − Sobremetal para acabamento X36.#
▪▪W + − Sobremetal à direita G03 X40. Z-30. R2.#
▪▪W - − Sobremetal à esquerda X41.
▪▪F − Avanço M17 ; Final de Subprograma

N050 GOO X40 Z2 M08


N060 G71 U2.5 R2
N070 G71 P80 Q170 U1 W0.1 F.25
N080 G01 X16. Z1. F.5#
N090 G01 X20. Z-2. F.15#
N100 G01 Z-13.#
N110 G02 X24. Z-15. R2.#
N120 G01 X26. F.15#
N130 G01 X30. Z-17.#
N140 G01 Z-26.#
N150 G01 X34. Z-28.#
N160 G01 X36.#
N170 G03 X40. Z-30. R2.#

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 31


2. Ciclo de acabamento

Figura 20: Ciclo de Acabamento

Exemplo de Programação Exemplo de Programação com o Comando FANUC


com o Comando MACH

N170 G03 X40. Z-30. R2.#


Na programação CNC com o co-
N180 G42
mando MACH não é necessário
ciclo, basta usar o subprograma N190 G70 P80 Q170 ;
do Ciclo de Desbaste. N200 G40;
N210 G00 X45 Z5 M09;
Numero do Programa#
N140 G00 X65. Z2. M08; Apro-
ximação Opcional# Exemplo de Programação com o Comando SIEMENS
N150 G42;
N160 P03; Chamada do Subpro- Na programação CNC com o comando SIEMENS não é necessário
grama# ciclo, basta usar o subprograma do Ciclo de Desbaste.
N180 M30; Final do Programa# Subprograma:
Subprograma número 03 X16. Z1. F.5#
003 X20. Z-2. F.15#
; Subprograma P03 Z-13.#
N10 G01 X16. Z1. F.5# G02 X24. Z-15. R2.#
N20 G01 X20. Z-2. F.15# X26. F.15#
N30 G01 Z-13.# X30. Z-17.#
N40 G02 X24. Z-15. R2.# Z-26.#
N50 G01 X26. F.15# X34. Z-28.#
N60 G01 X30. Z-17.# X36.#
N70 G01 Z-26.# G03 X40. Z-30. R2.#
N80 G01 X34. Z-28.# X41.
N90 G01 X36.#
N11 0G03 X40. Z-30. R2.#

32 CURSOS TÉCNICOS SENAI


3. Ciclo de Canal N010 G00 X40 Z-13 M08
N020 G75 R2 retorno para que-
bra de cavaco
G75 X25 Z-46 P1040 K11000 F.1
Aplicação do ciclo
Ao concluir o ciclo a ferramenta
retornará a posição X40. e Z-46.

Exemplo de Programação
com o Comando SIEMENS:

N050 G00 G53 X150 Z150 D0


Ponto de Troca da Ferramenta
N060 TRANS Z3000
N070 T3 D3 M4 G95 S1500 Cha-
mada da Ferramenta
N080 G00 X40 Z-2 M08 Posicio-
Figura 21 − Ciclo de Canal namento inicial (Z=13-11 = 2)
N090 L103 P5 Chamada do sub-
programa e numero de repetições
Exemplo de Programação com o Comando MACH
N100 G00 X45 Z100 M09 saída
só no eixo z
G75 X Z (W) K (D) F N120 G53 X200 Z150 D0
Onde: N130 M30
▪▪X − Diâmetro Final Subprograma
▪▪Z − Coordenada Final (último ▪▪K − Distância entre os Canais N010 G91 Z-11; Movimento em
canal) ▪▪D − Tempo de Permanência modo incremental, distância entre
▪▪W − Incremento por penetra- em segundos os canais
ção (quebra cavaco) ▪▪F − Avanço N020 G90 G01 X25 F.1; Movi-
mento em modo absoluto, fundo
do canal
N010 G00 X40. Z-13. M08 Aproximação com coordenadas do primeiro Canal # N030 G04 S2; Tempo de espera
N020 G75 X25. Z-46. K11. F.1 Aplicação do ciclo para os quatro canais # em segundos
Ao concluir o ciclo a ferramenta retornará a posição X40. e Z-46. N040 M17; Final do subprograma

Exemplo de Programação com o Comando FANUC

G75 R
G75 X Z P Q F
Onde:
▪▪R −Retorno incremental para quebra de cavaco (raio)
▪▪X − Diâmetro final do canal
▪▪Z − Coordenada final (ultimo canal)
▪▪P − Incremento de corte total de corte (raio/milésimo de milímetro)
▪▪Q − Distância entre os canais (incremental/ milésimo de milimetro)
▪▪F − Avanço

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 33


Ciclo de rosca

Figura 22 - Ciclo de rosca

Exemplo de Programação G00 X25. Z6. M08 Aproximação


com o Comando MACH G37 X17.55 Z-27.5 K2. E5. G76 X Z R P Q F
D0.77 U0.3 L2 Aplicação do ciclo
automático
G37 X Z K E D U L Onde:
G00 X50. Z10. M09 Afastamento
Onde: de segurança ▪▪X − Diâmetro final do
roscamento (absoluto)
H= 1.22687 x P
▪▪X − Diâmetro final da rosca e ▪▪Z − Posicionamento final do
modo absoluto Diâmetro final da rosca = Diâme-
tro inicial - H roscamento
▪▪Z − Posicionamento ▪▪R − Conicidade incremental
▪▪K − Passo da rosca no eixo X
▪▪D − Profundidade para a D- H ▪▪R − Positivo / rosca interna R
Ѵn�de passadas
primeira passada, as outras negativo / rosca externa
passadas serão calculadas pelo ▪▪P − Altura do filete da
comando rosca (em raio / milésimo de
Exemplo de Programação
▪▪U − Profundidade da última milímetro)
passada (acabamento) com o Comando FANUC
▪▪Q − Valor do primeiro
▪▪L − Número de repetições da passe (em raio / milésimo de
última passada (acabamento) G76 P Q R milímetro)
▪▪E − Diâmetro posicionado ▪▪F − Passo da rosca
Onde:

N050 T0101 Chamada de Ferra- ▪▪P − Parâmetro para introdução N060 T1212
menta de dados (m – número de repe-
tição do último passe, s – saída
N070 M6
N060 M06 Liberar a troca de fer- angular, a – ângulo do perfil da N080 G97 S1500 M03
ramenta rosca) N090 G00 X25 Z6
N070 M12 Selecionar faixa alta de ▪▪Q − Mínima profundidade de N100 G76 P010060 Q100 R50
rotação corte (em raio / milésimo de
milímetro) N110 G76 X17.54 Z-27.5 P1300
N080 G97 função de rotação fixa Q411 F2
N090 S1000 M03 sentido de Giro ▪▪R − Profundidade do último
passe (em raio / milésimo de NG00 X30 Z10 M09
da placa
milímetro)

34 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo de Programação com o Comando SIEMENS

CILCLE 97(PIT, MPIT, SPL, FPL, DM1, DM2, APP, ROP, TDEP,
FAL, IANG, NSP, NRC, NID,VARI, MUMTH)

Onde:
▪▪PIT − Valor do passo da rosca
▪▪MPIT − Valor do passo da rosca (em Diâmetro)
▪▪SPL − Coordenada inicial da rosca no eixo longitudinal
▪▪FPL − Coordenada final da rosca no eixo longitudinal
▪▪DM1 − Diâmetro inicial da rosca
▪▪DM2 − Diâmetro final da rosca
▪▪APP − Distancia de aproximação
▪▪ROP − Distancia da saída
▪▪TDEP − Profundidade da rosca
▪▪FAL − Sobremetal para acabamento
▪▪IANG − Ângulo de penetração
▪▪NSP − Ponto de início radial da rosca
▪▪NRC − Numero de passadas de desbaste
▪▪NID − Numero de passadas no vazio
▪▪VARI − Tipo de usinagem da rosca (faixa de valores de 1 a 4)
▪▪NUMTH − Números de entradas

Profundidade constante ou área


Valor Externa ou Interna
de corte constante
1 Externa Profundidade constante
2 Externa Profundidade constante
3 Interna Área de corte constante
4 Interna Área de corte constante

N050 T12 D12 G95 S1500 M03


N060 G00 X25. Z6 M08
CICLE 97 (2, , 0, -27.5, 20, 17.54, 6, 5, 1.3, 02, 0, 0, 10, 2, 3, 1)
G00 X100 Z100 M09

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 35


Ciclo de Furação

Figura 23 − Ciclo de Furação

Exemplo de Programação com o Comando MACH

G83 Z I J KU W R D P1 F

Onde:
▪▪Z − Coordenada do comprimento do furo
▪▪I − Valor do primeiro incremento de profundidade, com retorno
▪▪J − Coordenada para calculo de segunda e terceira penetração
(menor que I)
▪▪K − Valor mínimo do incremento para penetração
▪▪U − Coordenada máxima de profundidade, Z inicial mais profun-
da do furo
▪▪W − Determina incremento de retração que ocorrerá em cada
penetração
▪▪R − Determina plano de referencia para início de usinagem
▪▪D − Tempo de permanência após cada penetração
▪▪P1 − Retração da ferramenta ao posicionamento inicial ao termi-
no do ciclo
▪▪F − Avanço

N040 T0404;
N050 M6;
N060 M12;
N070 G97 S700 M03;
N080 G00 X0. Z10. M08;
N090 G83 Z-100. I10. J5. K10. U105. W2. R5. P1 F.1;
N100 G00 Z10. M09;
N110 G80; Cancela ciclo fixo.

36 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo de Programação com o Comando FANUC

G83 Z Q P R F;
G80 (Cancelar)

Onde:
▪▪Z − Coordenada final do furo em absoluto
▪▪Q − Incremento por penetração (milésimo de milímetro)
▪▪P − Tempo de permanência em milésimos de segundo (opcional)
▪▪F − Avanço
▪▪R − Plano de referencia para inicio de furação

N080 G00 X5 M08;


N090 G83 Z-100. Q10000. P1000 R-2. F.1;
N1000 G80; Cancela o ciclo.
N110 G00 Z10 M09;

Exemplo de Programação com o Comando SIEMENS

CICLE 83
(RTP, RFP, SDIS, DP, DPR, FDEP, FDPR, DAM, DTB, DTS, FRF, VARI)

Onde:
▪▪RTP Plano de retração de ferramenta em modo absoluto (recuo)
▪▪RFP Plano de referencia em modo absoluto
▪▪SDIS Distancia de segurança
▪▪DP Profundidade final do furo
▪▪DPR Profundidade final do furo em relação ao plano de referência
▪▪FDEP Primeira profundidade do furo (absoluto)
▪▪FDPR Primeira profundidade do furo em relação ao plano de referência
▪▪DAM Incremento de penetração
▪▪DTB Tempo de permanência para remoção de profundidade final do
furo
▪▪DTS Tempo de permanência para remoção de cavaco durante a
usinagem
▪▪FRF Avanço da primeira profundidade do furo (de0.001 a 1)
▪▪VARI Tipo de usinagem com parâmetro 0 e 1 onde:
▪▪0 = quebra de cavaco 1 = remoção de cavaco

N010 G00 G53 X150 Z 150 D0;


N020 TRANS Z250;
N030 T2 D2 M4 G95 S800;
N040 G00 X0 Z5 M08;

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 37


N050 CILCE 83 (5,0, 2, -100, , O comentário do programa deve Trocas de ferramentas
-10, , 10 , 1, 0, 1,1); estar entre parênteses.
N90 G00 X300. Z250. T00 (Po-
N060 G00 Z10 M09; sicionamento do Ponto de troca)
N070 G53 X150 Z100; Ex.: O0001 (Peça código: N100 M00 # (Parada no progra-
N080 M30; 123.456.789) ma em caso de troca manual)
N10 G21 G40 G90 G95 (Bloco N110 T0202; ACABAMENTO
Acompanhe, a seguir, um exem- de segurança somente no início (Chamada de ferramenta e corre-
plo de programação básica. do programa) tores)
N120 G54 # (Origem Zero Peça).
N130 G00 X150. Z150. T00 (Po-
Chamada de ferramenta
sicionamento do Ponto de troca)
Exemplo de Programação N20 G00 X300. Z250. T00 (Po- N140 M30; (Final de programa)
básica sicionamento do Ponto de troca)
N30 T0101 (DESBASTE) (Cha-
mada de ferramenta e corretores) Na figura a seguir, você poderá re-
lembrar as ferramentas utilizadas
Um programa CN deverá ser es- N40 G54 (Origem Zero Peça). em um torno.
truturado basicamente pelos se- N50 G96 S280 (Programação em
guintes elementos: Vc / Valor de Vc)
N60 G92 S1500 M03 (Limite má-
ximo de rpm e sentido de giro)
Cabeçalho Blocos de usinagem
Cabeçalho sempre antecede uma N70 G00 X50. Z45. M08 (Posi-
sequência de movimentação e cionamento rápido e liga refrige- Figura 24 − Ferramenta utilizada em
pode ser de início de programa e rante) torno
para cada ferramenta.
N80 G01 X80. Z60 F.25 (Inter-
polação linear com avanço pro-
gramado)
O0001
Define o número do programa.

38 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 25 - Ferramentas utilizadas em torno

Nesta seção você estudou alguns exemplos de programação de ciclos


automáticos em máquinas CNC.

Na unidade 2, você conheceu as funções usadas para programar as má-


quinas CNC e acompanhou exemplos de programação onde essas fun-
ções foram aplicadas em sequência.

Na próxima unidade, você estudará as funções de um centro de usina-


gem MACH9.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 39


Unidade de
estudo 3
Seções de estudo

Seção 1 − Evolução do Comando Numérico


Seção 2 − Funções do comando MACH 9
Seção 3 − Sistema de Coordenadas
Seção 4 − Funções Preparatórias "G"
Seção 5 − Ciclos Automáticos de Usinagem
Programação de um Centro de
Usinagem de Comando MACH 3

Em paralelo ao desenvolvimento
SEÇÃO 1 da máquina, visando o aumento
SEÇÃO 2
Evolução do Comando dos recursos produtivos, outros Funções do Comando
Numérico fatores colaboraram com sua evo- MACH 9
lução, que foi o desenvolvimento
Nesta seção você acompanhará das ferramentas, desde as de aço Nesta seção você verá as funções
o desenvolvimento histórico das rápido, metais duros às moder- do Comando MACH 9, que estão
máquinas ferramentas de usina- nas ferramentas com insertos de divididas em funções miscelâne-
gem, na busca de soluções que cerâmica. As condições de corte as e funções preparatórias, como
aumentassem a produtividade impostas pelas novas ferramen- você já viu na unidade 2.
com qualidade e menos desgastes, tas exigiram das máquinas novos
até o comando numérico, preen- conceitos de projetos que permi-
tissem a usinagem com rigidez e As funções miscelâneas do Co-
chendo assim lacunas existentes
dentro destes, novos parâmetros. mando MACH 9, mostradas no
nos sistemas de trabalho.
quadro a seguir, são usadas reali-
zar atividades gerais, como infor-
No desenvolvimento histórico mar o fim do programa ou a troca
Com a descoberta e, conse-
das Máquinas Ferramentas de usi- de ferramentas.
quente aplicação do Coman-
nagem, sempre procurou-se solu- do Numérico à Máquina Fer-
ções que permitissem aumentar ramenta de Usinagem esta
a produtividade com qualidade preencheu as lacunas exis-
superior e a minimização dos des- tentes nos sistemas de tra-
gastes físicos na operação das má- balho com peças complexas,
quinas. Muitas soluções surgiram, reunindo as características de
mas até recentemente nenhuma várias destas máquinas.
oferecia a flexibilidade necessária
para o uso de uma mesma máqui-
na nas usinagens de peças com di- Nesta seção você viu a evolução
ferentes configurações e em lotes das máquinas ferramentas de usi-
reduzidos. nagem até o surgimento do co-
mando numérico. Agora que você
já aprendeu sobre a história da
máquina você está apto a conhe-
cer as funções do comando, que é
o tema da próxima seção.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 41


Funções Miscelâneas Nesta seção você viu as funções
M00 Parada programada do comando MACH 9, divididas
M01 Parada programada opcional em funções miscelâneas e funções
M02 Fim de programa preparatórias. Aproveite e faça
M03 Sentido horário de rotação do eixo-árvore
uma revisão completa do assunto,
M04 Sentido anti-horário de rotação do eixo-árvore
Desliga o eixo-árvore sem orientação (fuso para em estudando a seção 1 da unidade 2.
M05
qualquer posição)
M06 Troca de ferramenta
Antes de estudar cada função do
M08 Liga refrigerante de corte
M09 Desliga refrigerante de corte comando MACH 9, na próxima
M30 Fim de programa seção você irá rever o sistema
de coordenadas utilizado em sua
As funções preparatórias do Comando MACH 9 são responsáveis pelas operação.
tarefas de usinagem, elas informam o que a ferramenta deve fazer, como
se deslocar até determinado ponto em linha reta ou de forma circular,
por exemplo. SEÇÃO 3
No quadro a seguir são mostradas as funções preparatórias do Coman- Sistema de
do MACH 9: coordenadas
Funções Preparatórias Nesta seção, você irá rever o sis-
G00 Interpolação linear rápida tema de coordenadas utilizado
G01 Interpolação linear com avanço programado ao trabalhar com as máquinas de
G02 Interpolação circular no sentido horário comando numérico: o sistema de
G03 Interpolação circular no sentido anti-horário coordenadas cartesianas.
G04 Tempo de permanência
G05 Arco Tangente
G17 Seleção de plano X-Y Todas as máquinas-ferramen-
G18 Seleção de plano X-Z ta CNC são comandadas por
G19 Seleção de plano Y-Z um sistema de coordenadas
G24 Auto rotina de Círculo de Furos cartesianas na elaboração de
G25 Auto rotina de Retângulo de Furos qualquer perfil geométrico.
G26 Auto rotina para alojamento Interno(Cavidade)
G27 Auto rotina para alojamento externo (Ilha) Para que a máquina possa
G31 Imagem de Espelho trabalhar com as posições es-
G40 Cancela compensação do raio da ponta da ferramenta pecificadas, estas têm que ser
G41 Compensação do raio da ferramenta (esquerda) declaradas em um sistema de
G42 Compensação do raio da ferramenta (direita) referência, que corresponde
G70 Admite programação em polegada aos sentidos dos movimentos
G71 Admite programação em milímetro dos eixos (X, Y, Z).
G72 Fator de Escala
G73 Interpolação Linear Ponto a ponto
G74 Rotação do sistema de coordenadas
G81 Ciclo de furação simples
G82 Ciclo de rebaixar
G83 Ciclo de furação com descarga de cavacos
G84 Ciclo de roscamento
G85 Ciclo de mandrilamento
G86 Ciclo de mandrilamento com parada do eixo
G90 Programação em coordenadas absolutas
G91 Programação em coordenadas incrementais
G92 Definição de origem temporária
G94 Programação do avanço por minuto
G95 Programação do avanço por rotação
G99 Cancela definição de origem temporária

42 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Você já conhece os eixos cartesianos, como eles aparecem a figura a Como você também já estudou
seguir. na unidade 1, as coordenadas po-
dem ser absolutas ou incremen-
tais. Veja, na figura e no quadro a
seguir, um exemplo de como re-
presentar pontos em coordenadas
cartesianas. Observe que as coor-
denadas incrementais são obtidas
pela diferença entre as coordena-
das de cada ponto, seguindo a se-
quência P1, P2, P3, P4 e P1.

Sistema de Coordenadas Incre-


mental e Absoluto.

Figura 26 – Plano X,Y,Z

Você se lembra da regra da mão direita?

Regra da Mão Direita


Para um sistema tridimensional, são utilizados três eixos perpendicu-
lares (90°) entre si, que podem ser designados através dos dedos da
mão direita, conforme você pode ver nas figuras abaixo.
▪▪ Polegar: indica o sentido positivo do eixo imaginário, repre-
sentado pela letra "X".
▪▪ Indicador: aponta o sentido positivo do eixo "Y".
▪▪ Médio: se posiciona no sentido positivo do eixo "Z".
Veja a figura a seguir e posicione os dedos da mão direita, de acordo
com a regra, para encontrar a posição dos 3 eixos cartesianos.

Figura 27 − Regra da Mão Direita

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 43


Nesta seção, você pôde revisar o
sistema de coordenadas cartesia-
nas, que é usado nos programas
CN para indicar os movimentos
das ferramentas

Na próxima seção, você estudará


as principais funções do Coman-
do MACH9, as funções prepara-
tórias "G".

SEÇÃO 4
Figura 28 – G03 Funções Preparatórias
Coordenadas Absolutas Coordenadas Incrementais "G"
Pontos
X Y X Y
P 0 0 0 0
P1 30 20 30 20 Nesta seção, você irá estudar as
P2 70 20 40 0 funções preparatórias, aquelas que
P3 70 45 0 25 definem o que as ferramentas de-
P4 30 45 -40 0 vem fazer.
P1 30 20 0 -25

As funções Preparatórias, também


Ao trabalhar com máquinas de comando numérico, você irá usar as conhecidas por funções “G”, for-
coordenadas cartesianas a todo momento. Veja na figura a seguir mam um grupo de funções que
os pontos M e W de referência, pontos usados nas funções de um definem à máquina o que fazer,
programa CN. preparando-a para executar um
tipo de operação, ou para receber
uma determinada informação. O
formato da função é (dois dígi-
tos) e vai de G00 a G99.

Figura 29 – Localização dos Pontos de Referência da Máquina

Onde:
M - Ponto Zero Máquina
W - Ponto Zero Peça
LS - Limite de Software
P - Ponto comandado
Obs:
Nas fresadoras a Posição do Ponto Zero Máquina “M” pode variar de
acordo com o fabricante da mesma.

44 CURSOS TÉCNICOS SENAI


As funções Preparatórias "G",
podem ser MODAIS ou NÃO
MODAIS:

MODAIS: São as funções que


uma vez programadas perma-
necem na memória do coman-
do, valendo para todos os blo-
cos posteriores, a menos que
modificadas por outra função
ou a mesma, com parâmetros
diferentes. Dentre as várias
instruções podemos citar as
funções G00 (avanço rápido),
G01 (interpolação linear com
avanço programado) e F (valor
de avanço de corte).
Figura 30 − Deslocamento Rápido
NÃO MODAIS: São as funções
que todas as vezes que reque-
ridas, devem ser programadas,
ou seja, são válidas somente Função G01
no bloco que as contém. Den-
tre as várias instruções pode-
mos citar as funções G02 (in- Realiza movimentos retilíneos com qualquer ângulo, executado através
terpolação circular horária) e das coordenadas descritas, utilizando-se de uma velocidade de avanço
G03 (interpolação circular anti- (F) pré-determinada pelo programador.
horária).

Nos exemplos a seguir, são mos-


tradas duas condições diferentes
de digitação, que descrevem o
mesmo trecho de um programa,
onde a diferença está na utilização
da condição Modal, que permite
uma programação mais enxuta.

As funções preparatórias básicas


são:

Função G00
Figura 31 – G03

Realiza movimentos retilíneos


nos eixos, com a maior velocida-
de de avanço disponível para cada
modelo de máquina, devendo ser
utilizada somente para posiciona-
mentos sem nenhum tipo de usi-
nagem.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 45


As funções G02 e G03

Definem interpolações circulares onde a ferramenta deve se deslocar


entre dois pontos (P1, P2) descrevendo uma circunferência, através de
movimentação apropriada e simultânea dos eixos, dentro da etapa de
usinagem.

Onde:
▪▪ X - Ponto final no eixo X (absoluto).
▪▪ Y - Ponto final no eixo Y (absoluto).
▪▪ I - Centro do arco em relação ao eixo X.
▪▪ J - Centro do arco em relação ao eixo Y.

Figura 32 – G03

Função G04

Com a função G04 entre um deslocamento e outro da ferramenta, po-


de-se programar um determinado tempo para que a mesma permaneça
parada. A função G04 executa essa permanência cuja duração é definida
por um valor associado "F" (formato F3.2), que define o tempo em se-
gundos (000,01 a 999,99 segundos).

46 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo: A utilização de G41 ou G42
G04 F10 (permanência de 10 Seg.) depende basicamente do posi-
cionamento da ferramenta em
relação à peça e do sentido de
deslocamento da mesma:

▪▪ G41 ferramenta à es-


querda da peça em função
do sentido de usinagem;
▪▪ G42 ferramenta à direita
da peça em função do sen-
tido de usinagem.

Figura 33 – G04

Função G17
A função G17 seleciona o plano de trabalho que envolve os eixos X e Y,
obedecendo a regra da mão direita, no qual se pretende executar inter- Figura 34 – G41
polações circulares e/ou se fazer compensações do raio da ferramenta.

Função G18
A função G18 seleciona o plano de trabalho que envolve os eixo X e Z,
obedecendo a regra da mão direita, no qual se pretende executar inter-
polações circulares e/ou se fazer compensações do raio da ferramenta.

Função G19 Figura 35 – G42

A função G19 seleciona o plano de trabalho que envolve os eixos Y e Z, Através da função G40 será
obedecendo a regra da mão direita, no qual se pretende executar inter- desativada a compensação do
polações circulares e/ou se fazer compensações do raio da ferramenta. raio da fresa.

Observação:
As funções G40, G41 e G42 Dentro da compensação o
comando aceita a função
Atuam na compensação do diâmetro da ferramenta.
G00, porém não efetua sua
A ativação/desativação destas compensações poderá ocorrer durante a compensação.
vigência de G01, G02, G03 e G73.
As funções G40, G41 ou G42 devem ser programadas em um bloco
sem deslocamento de eixos, no entanto, a correção apenas terá efeito,
quando pelo menos um dos eixos pertencentes ao plano de correção for
movimentado. No movimento realizado dentro do bloco de aproxima-
ção, é que a compensação do raio da ferramenta é efetuada, portanto,
recomenda-se que o movimento seja feito sem o corte de material.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 47


Função G66 Função G94 ▪▪ G26 Auto rotina para aloja-
mento Interno (Cavidade);
A função apaga gráficos. A função G94 permite que se ▪▪ G81 Ciclo de furação simples;
definam avanços em unidades
de deslocamento por unidade de ▪▪ G82 Ciclo de rebaixar;
tempo para movimentos rotacio- ▪▪ G83 Ciclo de furação com
Função G70 nais. descarga de cavacos;
A função G70 é Modal e prepara ▪▪ G84 Ciclo de roscamento;
o comando para computar todas ▪▪ G85 Ciclo de mandrilamento;
as entradas de dados em polegada.
Função G99 ▪▪ G86 Ciclo de mandrilamento
com parada do eixo; e
A função G99 remove o efeito
de todos os G92 anteriores. G99 ▪▪ G24 Auto-Rotina de Círculo
Função G71 define a origem do sistema de co- de Furos.
ordenadas absolutas na posição
A função G71 é Modal e esta A partir de agora, você irá estudar
Zero do Programa referenciada
função prepara o comando para cada um desses ciclos e irá acom-
pelo operador antes do início da
computar todas as entradas de da- panhar exemplos de utilização de
execução do programa.
dos em milímetros. cada função responsável por eles.
Você estudou, nesta seção, as
funções responsáveis pelos mo-
Função G90 vimentos das ferramentas, as fun- Função G24
ções preparatórias G.
A função G90 é Modal e prepara A função G24, executa automa-
a máquina para executar opera- ticamente um auto ciclo (G81/
ções em coordenadas absolutas, Na próxima seção, você irá estu- G86), sub-programa ou sub-ro-
que usam como referência uma dar os ciclos automáticos de usi- tina , em um padrão circular de
origem ( Zero Peça ), pré-fixada nagem, usados para fazer furos e pontos (furos) igualmente espaça-
para programação. roscas, por exemplo. dos, com no máximo 128 vezes.

SEÇÃO 5 O comando executa o auto ciclo


Função G91 Ciclos Automáticos de (G81/G86) no primeiro ponto
(furo) do padrão circular (Pi), e a
A função G91 é Modal e prepara Usinagem função G24 se encarrega de efe-
a máquina para executar todas as tuar a movimentação em rápido
operações em coordenadas incre- entre os outros pontos (furos)
mentais. Assim todas as medidas para a continuação do auto ciclo
Como última parte de seu estu-
são feitas através da distância a se até o seu término.
do sobre máquinas de comando
deslocar.
numérico, nesta seção você será
apresentado aos ciclos automáti-
cos de usinagem. DICA
Função G92 G00 Z... # (Posicionamento
Os ciclos automáticos de usina- Z inicial)
A função G92 permite definir
gem e as funções corresponden-
(ou redefinir) no meio do pro- G81/G86... # (Auto-Ciclo)
tes são:
grama a posição da origem das G24 I... J... L... W... (X... Y...)
coordenadas absolutas Zero Peça (R... C...) # (Auto-Rotina)
(Zero Programa). Pode-se através ▪▪ G24 Auto rotina de Círculo de G80 # (Cancelamento)
dela, estabelecer o zero programa Furos;
numa posição diferente do zero
programa previamente referen- ▪▪ G25 Auto rotina de Retângulo
ciado pelo operador. de Furos;

48 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Onde: ▪▪ C − Define o ângulo da posição inicial (Pi), no círculo de furos, me-
dido a partir de uma linha imaginária do eixo positivo de X no modo
▪▪ I − Coordenada do centro
absoluto ou da posição inicial da ferramenta no modo incremental.
do círculo de furos no eixo X,
em absoluto ou incremental. Se
não programado a posição atual
em X é assumida como sendo a Exemplo:
coordenada do centro do círculo
G00 X45. Y60. Z10. # (cc)
de furos.
▪▪ J − Coordenada do centro do G81 Z-20. R5. F100 # (Auto-ciclo)
círculo no eixo Y em absoluto ou
incremental. Se não programado, G24 X45. Y95. L5 W5 # (Auto-rotina)
a posição atual em Y é assumida
como sendo a coordenada do G80 # (Cancelamento)
centro do círculo.
▪▪ L − Especifica o número
total de pontos (furos) em que o
auto-ciclo, sub-rotina ou sub-
programa irá executar.
▪▪ W − Especifica o número
total de pontos (furos) em um
círculo completo. A direção dos
pontos (furos) pode ser no sen-
tido horário (W-), ou no sentido
anti-horário (W). O número
máximo de pontos é: Sentido
horário 128 Sentido anti-horário
127.
▪▪ X − Coordenada do ponto
inicial (Pi) do círculo de furos no
eixo X, em absoluto ou incre-
mental. Se não programada a
posição atual em X é assumida
como sendo a coordenada do
ponto inicial (Pi) do círculo de Figura 36 − Função G24
furos.
▪▪ Y − Coordenada do ponto
inicial (Pi) do círculo de furos no
eixo Y, em absoluto ou incre-
mental. Se não programada a G25 Auto-Rotina de Retângulo de Furos
posição atual em Y é assumida
como sendo a coordenada do A função G25, executa automaticamente um auto ciclo (G81/G86),
ponto inicial (Pi) do círculo de sub-programa ou sub-rotina , em um padrão retangular de pontos (fu-
furos. ros) igualmente espaçados, executando todos os furos, programando-se
apenas o furo inicial.
▪▪ R − Define o raio do círculo
de furos, em relação a coordena-
da do centro definido. O comando executa o auto ciclo (G81/G86) no primeiro ponto (furo)
do padrão retangular (Pi), e a função G25 se encarrega de efetuar a
movimentação em rápido entre os outros pontos (furos) para a conti-
nuação do auto ciclo até o seu término.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 49


G00 X... Y...Z... # (Pi posicionamento inicial)
G81/G86... # (Auto-Ciclo)
G25 X... Y... I... J... F... # (Auto-Rotina)
G80 # (Cancelamento)

Figura 37 – Função G25

Onde:
▪▪ X - Especifica a distância incremental no eixo X, e a direção entre os
pontos (furos), a serem executados.
▪▪ Y - Especifica a distância incremental no eixo Y, e a direção entre os
pontos (furos), a serem executados.
▪▪ I - Define o número de pontos (furos) ao longo do eixo X.
▪▪ O sinal negativo (-) colocado neste valor será ignorado pelo co-
mando.
▪▪ J - Define o número de pontos (furos) ao longo do eixo Y.
▪▪ O sinal negativo (-) colocado neste valor será ignorado pelo coman-
do.
▪▪ F - Especifica o avanço dos movimentos entre os pontos (furos).
Se F não for programado, o avanço entre os pontos será o rápido.
Se for programado F0 o avanço considerado será o último avanço pro-
gramado com G01.

50 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo:
G00 X18. Y15. Z10. #
G81 Z-15. R5. F200 #
G25 X15. Y20. I5 J3 F0 #
G80 #

Figura 38 − Função G25

G26 Auto-rotina para alojamento interno (Cavidade)


A função G26 é uma auto-rotina para fresamento de alojamentos inter-
nos e podem ser retangulares, quadrados ou circulares.

Esta função permite automaticamente desbastar e dar o acabamento nos


alojamentos.

Para alojamento retangular. É possível especificar um raio nos cantos


usando a função R, que deverá ser maior que o raio da ferramenta utili-
zada para usinagem do alojamento.

O último movimento da auto-rotina é um movimento de saída tangencial.

Uma função Q limita a dimensão deste movimento.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 51


À 90 graus ao final da usinagem a ferramenta retorna em rápido para ▪▪ W - Determina a largura de
coordenada em Z da posição inicial e em seguida para a posição inicial corte ao longo dos eixos X Y, se
em XY. W não for programado a largu-
ra de corte é determinada pela
função D.
G00 X.. Y.. Z.. # (Pi posicionamento inicial) ▪▪ D - Especifica o número de
G26 X.. Y.. Z.. I.. J.. K.. Q.. U.. L.. W.. D.. F.. H.. V.. R.. O.. # (Auto-Rotina)
passes para os eixos X Y.
▪▪ F - Define o avanço do des-
baste.
▪▪ R - Raio do canto do aloja-
mento, se X e Y não for progra-
mado R será o raio do alojamen-
to circular.
▪▪ O - Número do corretor da
ferramenta para compensação de
raio.

DICA
Se somente W for progra-
mado ou somente D, a auto-
rotina inicia no centro do
Figura 39 − Função G26 alojamento.
Se W e D forem programados
juntos, a auto-rotina abrirá
um alojamento já existente.
Se nenhum W ou D for pro-
Onde: gramado então a largura de
corte será o próprio raio da
▪▪ X - Coordenada do canto oposto do alojamento no eixo X, se X e ferramenta.
Y não for programado um alojamento circular será executado com raio Se W for maior que o diâme-
R. tro da ferramenta o coman-
A coordenada X absoluta do canto oposto é em relação ao zero pro- do bloqueará a execução.
grama.
▪▪ Y - Coordenada do canto oposto do alojamento no eixo Y F - positivo para corte discor-
A coordenada absoluta do canto oposto é em relação ao zero pro- dante.
grama. F - negativo para corte con-
cordante.
▪▪ Z - Nível Z do fundo do alojamento (profundidade final).
H - Avanço de acabamento.
▪▪ I - Sobremetal para acabamento ao longo do eixo X.
▪▪ J - Sobremetal para acabamento ao longo do eixo Y. H - positivo para corte discor-
▪▪ K - Sobremetal para acabamento no fundo do alojamento. dante.
▪▪ Q - Especifica o raio de saída à 90 graus. H - negativo para corte con-
cordante.
▪▪ U - Profundidade de corte desbaste para o eixo Z.
V - Define avanço de pene-
▪▪ Se U não for programado o comando usa a função L para deter- tração para o eixo Z.
minar a profundidade de corte.
▪▪ L - Determina o número de passes para o eixo Z.
Atenção: se V não for progra-
L é sempre um número inteiro, se L não for programado U será usado mado o avanço F será usado.
para determinar a profundidade do corte.

52 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Função G74 Em incremental (G91), o valor de
"J", corresponde a distância em
A função G74 permite rotacionar Exemplo de aplicação da fun-
"Y" da posição atual da ferramen-
ção G74
um sistema de coordenadas no ta até o centro de rotação.
plano X Y de subsequentes mo- Programa:
vimentos programados. A rotação G99
se dá num centro de rotação “Cr”, G90
através de ( I J ) e ângulo ( C ), DICA
G71
especificado junto com a função. Se “I” e “J” não for programa-
do juntamente com a função G17
G74, representará que am- T01 M6
bos possuem valor Zero (0). O01 S1000 M3
DICA Ex: G74 C45 #
G74 I50. J10. C30.
G74 I.. J.. C.. X.. Y.. #
G0 X-15. Y-15.
G0 Z10.
▪▪ C − Ângulo de rotação. G1 Z-5. F200
A rotação poderá ocorrer sobre O parâmetro “C” específica o ân- G42
as coordenadas do zero da peça, o gulo em graus a ser rotacionado.
que pode ser visualizado na figura Y10.
A direção anti-horária é positiva X65. F150
abaixo:
(+) e a direção horária é negativa
Y25.
(-)
X50.
O ângulo "C" é formado por uma
linha a partir do posicionamento Y-15.
"I" e "J" especificado, em relação G40
a uma linha imaginária ao eixo X-15.
"X" positivo, que passa pelo cen- G0 Z10.
tro de rotação.
G74
GZO M5
▪▪ X – Movimenta o eixo M30
Figura 40 − Função G74
Programa um movimento em "X"
que é executado após o sistema de
Onde: coordenadas ter sido rotacionado
de acordo com I, J e C.
▪▪ I − Centro de rotação em X.
▪▪ Em absoluto (G90), o valor
de "I", corresponde a distância ▪▪ Y – Movimenta o eixo
em "X" da origem da peça até o Programa um movimento em "Y"
centro de rotação. que é executado após o sistema de Figura 41 – Exemplo G74
Em incremental (G91), o valor de coordenadas ter sido rotacionado
"I", corresponde a distância em de acordo com I, J e C.
"X" da posição atual da ferramen-
ta até o centro de rotação.
▪▪ J − Centro de rotação em Y.
Em absoluto (G90), o valor de
"J", corresponde a distância em
"Y" da origem da peça até o cen-
tro de rotação.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 53


G81 Ciclo de Furação Simples a retração se dará em velocidade
de avanço “V” até o plano R,
depois assume avanço rápido até
A função G81 possibilita a execução de operações de furação simples Z inicial.
onde há necessidade de um tempo de permanência da ferramenta pa- ▪▪ D − Tempo de permanência
rada. Este ciclo faz uso de uma velocidade de avanço pré determinado em segundos (0,01 a 99,99) da
para a usinagem (F), e também caso necessário um avanço para a retra- ferramenta parada na profundi-
ção da ferramenta (V), até o plano R (P=0) ou Z inicial (P¹0). dade máxima (Z final), antes que
ocorra a retração.
Como todo ciclo fixo, G81 é modal. Ele permanece em efeito até ser ▪▪ X − Coordenada no eixo
cancelado por G80, ou sobreposto por outro ciclo fixo, que atuará auto- "X" que será efetuada antes da
maticamente após um subseqüente movimento rápido (G00). execução do ciclo (Este mo-
vimento pode ser absoluto ou
Incremental, Rápido ou Velocida-
G00 Z.. # (Posicionamento Z Inicial) de de avanço, porém somente no
modo rápido (G00) o ciclo atuará
G81 Z.. (R..) (F..) (V..) (P..) (D..) X.. Y.. # (Ciclo de Furação)
imediatamente após o movimen-
to, caso contrário o ciclo não
atuará).
▪▪ Y − Coordenada no eixo "Y"
que será efetuada antes da exe-
cução do ciclo (Este movimento
pode ser absoluto ou Incremen-
tal, Rápido ou em Velocidade
de avanço, porém, somente no
modo rápido (G00) o ciclo atuará
imediatamente após o movimen-
to, caso contrário o ciclo não
atuará).

DICA
Caso "F" não seja programa-
do o comando assume o valor
“default” conforme página de
controle (geralmente F default
Figura 42 − Função G81
= 2500 mm/min)

V − Avanço de saída (Veloci-


dade de avanço de retração da
profundidade máxima (Z final),
até Plano R (P=0), ou Z inicial
Onde: (P¹0).
▪▪ Z −Profundidade máxima (Z final). Caso "V" não seja programado
▪▪ R − Plano Rápido (Plano de referência para início do ciclo com o comando assume movimen-
avanço de usinagem), seu valor é dado em relação ao zero peça. to rápido na retração da ferra-
menta.
▪▪ F − Avanço de trabalho (Velocidade de avanço de usinagem a partir
do plano R até a profundidade máxima (Z final)).
▪▪ P − Retração da ferramenta (Se "P" não for programado ou pro-
gramado com valor igual a 0 (zero), a retração se dará até o plano R.
Se "P" for programado com um valor diferente de 0 (zero) (1 a 250),

54 CURSOS TÉCNICOS SENAI


G82 Ciclo de Rebaixar ▪▪ D − Tempo de permanência
em segundos (0,01 a 99,99) da
ferramenta parada na profundi-
A função G82 possibilita a execução de operações de alargamento, re- dade máxima (Z final), antes que
baixamento ou operações de furação onde há necessidade de um tempo ocorra a retração.
de permanência da ferramenta parada. Este ciclo faz uso de uma velo- ▪▪ X − Coordenada no eixo "X"
cidade de avanço pré determinado para a usinagem (F), e também caso que será efetuada antes da execu-
necessário um avanço para a retração da ferramenta (V), até o plano R ção do ciclo
(P=0) ou Z inicial (P¹0). (Este movimento pode ser abso-
luto ou Incremental, Rápido ou
Como todo ciclo fixo, G82 é modal. Ele permanece em efeito até ser Velocidade de avanço, porém so-
cancelado por G80, ou sobreposto por outro ciclo fixo, que atuará auto- mente no modo rápido (G00) o
maticamente após um subseqüente movimento rápido (G00). ciclo atuará imediatamente após o
movimento, caso contrário o ciclo
não atuará.
▪▪ Y− Coordenada no eixo "Y"
G82 Z.. (R..) (F..) (V..) (P..) (D..) X.. Y.. # (Ciclo de Rebaixar)
que será efetuada antes da execu-
ção do ciclo
(Este movimento pode ser abso-
luto ou Incremental, Rápido ou
Velocidade de avanço, porém, so-
mente no modo rápido (G00) o
ciclo atuará imediatamente após o
movimento, caso contrário o ciclo
não atuará).

DICA
Caso "F" não seja programa-
do o comando assume o va-
lor “default” conforme pági-
Figura 43 − Função G82 na de controle (geralmente F
default = 2500 mm/min)

Caso "V" não seja programa-


do o comando assume movi-
mento rápido na retração da
ferramenta.
Onde:
▪▪ Z − Profundidade máxima (Z final).
▪▪ R − Plano Rápido (Plano de referência para início do ciclo com
avanço de usinagem). G83 Ciclo de Furação
▪▪ F − Avanço de trabalho (Velocidade de avanço de usinagem a partir com Descarga
do plano R até a profundidade máxima (Z final).
▪▪ V− Avanço de saída (Velocidade de avanço de retração da profundi-
dade máxima (Z final), até Plano R (P=0), ou Z inicial (P¹0). A função G83 possibilita a execu-
ção de operações de furação onde
▪▪ P − Retração da ferramenta (Se “P” não for programado ou pro- há necessidade de uma retração
gramado com valor igual a 0 (zero), a retração se dará até o plano R. da ferramenta, para quebra e re-
Se “P” for programado com um valor diferente de 0 (zero) (1 a 250), moção do cavaco. Este ciclo faz
a retração se dará em velocidade de avanço “V” até o plano R, depois uso de uma velocidade de avanço
assume avanço rápido até Z inicial.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 55


pré determinado para a usinagem (F), a partir do o plano R, e uma velo- ▪▪ F − Avanço de trabalho (Velo-
cidade rápida para retração até plano R (P=0) ou Z inicial (P¹0). cidade de avanço de usinagem a
Como todo ciclo fixo, G83 é modal. Ele permanece em efeito até ser partir do plano R até a profundi-
cancelado por G80, ou sobreposto por outro ciclo fixo, que atuará auto- dade máxima (Z final)).
maticamente após um subseqüente movimento rápido (G00). ▪▪ I −Valor de primeiro incre-
mento de profundidade a partir
do plano R. (Obrigatório)
Obs: Se J e K não forem progra-
G00 Z.. # (Posicionamento Z Inicial)
mados, o valor de “I” será um in-
G83 Z.. (R..) (F..) I.. (J..) (K..) (W..) (U..) (P..) (D..) X.. Y.. # (Ciclo de cremento constante.
Furação) ▪▪ J − Valor incremental a ser
subtraído do último incremento
de profundidade, para se obter o
próximo incremento de profun-
didade, até atingir o valor mínimo
de profundidade "K"“K”.
▪▪ K − Valor mínimo de incre-
mento de profundidade, que ao
ser atingido permanece em efeito
até a profundidade máxima (Z
final).
▪▪ W − Incremento de retração
para quebra de cavaco, no senti-
do positivo de Z.
▪▪ U − Incremento de retração
para descarga de cavaco, até o
plano "R".
▪▪ P − Retração da ferramenta
(Se "P" não for programado ou
Figura 44 − Função G83 programado com valor igual a
0 (zero), a retração se dará até o
plano R. Se "P" for programa-
do com um valor diferente de 0
(zero) (1 a 250), a retração se dará
Onde: em velocidade de avanço rápido
até Z inicial.
▪▪ Z − Profundidade máxima (Z final).
▪▪ D − Tempo de permanência
▪▪ X − Coordenada no eixo "X" que será efetuada antes da execução em segundos (0,01 a 99,99) da
do ciclo (Este movimento pode ser absoluto ou Incremental, Rápido ferramenta parada na profundi-
ou Velocidade de avanço, porém somente no modo rápido (G00) o dade máxima (Z final), antes que
ciclo atuará imediatamente após o movimento, caso contrário o ciclo ocorra a retração.
não atuará.
▪▪ Y − Coordenada no eixo "Y" que será efetuada antes da execução
do ciclo (Este movimento pode ser absoluto ou Incremental, Rápido
ou Velocidade de avanço, porém, somente no modo rápido (G00) o
ciclo atuará imediatamente após o movimento, caso contrário o ciclo
não atuará).
▪▪ R − Plano Rápido (Plano de referência para início do ciclo com
avanço de usinagem).

56 CURSOS TÉCNICOS SENAI


DICA G00 Z.. # (Posicionamento Z Inicial)
Caso "F" não seja programa-
G84 Z.. (R..) (F..) (P..) (D..) X.. Y.. # (Ciclo de Roscar com macho)
do o comando assume o va-
lor “default” conforme pági-
na de controle (geralmente
F default = 2500 mm/min)

Se "W" não for programado


o comando assume um va-
lor default de 1 mm.

G84 Ciclo de Rosca-


mento
A função G84 possibilita a exe-
cução da operação de roscamen-
to à direita em furos com macho
para roscar, onde utilizando uma
Figura 45 − Função G84
velocidade de avanço pré deter-
minado, ao atingir a profundidade
máxima, automaticamente o co-
mando inverte o sentido de giro
do eixo árvore e efetua a retração Onde:
da ferramenta também em velo-
▪▪ Z − Profundidade máxima (Z final).
cidade de avanço até o plano R
(P=0) ou Z inicial (P¹0). ▪▪ R − Plano Rápido (Plano de referência para início do ciclo com
avanço de usinagem).
Como todo ciclo fixo, G84 é mo- ▪▪ F − Avanço de trabalho (Velocidade de avanço de usinagem a partir
dal. Ele permanece em efeito até do plano R até a profundidade máxima (Z final), e também de retração
ser cancelado por G80, ou sobre- até Plano R (P=0), ou Z inicial (P¹0).
posto por outro ciclo fixo, que ▪▪ P − Retração da ferramenta (Se "P" não for programado ou progra-
atuará automaticamente após um mado com valor igual a 0 (zero), a retração se dará até o plano R, em
subseqüente movimento rápido velocidade de trabalho "F". Se "P" for programado com um valor dife-
(G00). rente de 0 (zero) (1 a 250), a retração se dará em velocidade de avanço
"F" até o plano R, depois assume avanço rápido até Z inicial.
▪▪ D − Tempo de permanência em segundos (0,01 a 99,99) da ferra-
menta parada na profundidade máxima (Z final), depois da reversão do
sentido de giro do eixo árvore e antes que ocorra a retração da ferra-
menta.
▪▪ X − Coordenada no eixo "X" que será efetuada antes da execução
do ciclo. (Este movimento pode ser absoluto ou Incremental, Rápido
ou Velocidade de avanço, porém somente no modo rápido (G00) o
ciclo atuará imediatamente após o movimento, caso contrário o ciclo
não atuará).

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 57


▪▪ Y − Coordenada no eixo "Y" Função H desvio incondicional / chamada de sub-
que será efetuada antes da exe-
cução do ciclo (Este movimento
rotina
pode ser absoluto ou Incre- A função H (formato H4), instrui o controle a desviar para o bloco que
mental, Rápido ou Velocidade tem um número de sequência (função N) igual ao da função H. O con-
de avanço, porém, somente no trole executa os blocos começando pelo número do bloco especificado
modo rápido (G00) o ciclo atuará juntamente com a função H e continua até encontrar um M02 ou o
imediatamente após o movimen- último bloco da sub-rotina especificado pela função E .
to, caso contrário o ciclo não
atuará).
Função E fim de uma sequência / final de sub-rotina
A função E (formato E4), especifica o bloco final da sub-rotina. O últi-
mo bloco da sub-rotina a ser executado será o anterior ao especificado
DICA pela função E.
Cálculo F = rpm x Passo da
rosca Função L repetições de bloco
Caso "F" não seja programa- A função L (formato L3), num bloco de dados, faz com que o bloco de
do o comando assume o va- seja executado L vezes. A função L pode ter um valor de 0 a 255.
lor “default” conforme pági-
na de controle (geralmente
Para repetir movimentos de eixos:
F default = 2500 mm/min)
G01 X-25. L4 #

Assume modo incremental (G91) e executa um movimento de 25mm.


Após estudar as funções prepa- Na direção negativa de X num total de 4 vezes.
ratórias, na seção anterior, e os
ciclos automáticos de usinagem,
você verá, através de exemplos, Para repetir um sub-programa
como são feitas as sub-rotinas, P5 L4 #
pedaços de um programa CN.
Executa o programa número 5 num total de 4 vezes.
Montagem de
Sub-rotinas Para repetir uma sub-rotina
Sequências repetitivas na progra- H100 E200 L4 #
mação podem ser feitas na forma
de sub-rotinas, visando com este Executa sub-rotina do bloco N100 até o bloco N200 num total de 4
procedimento diminuir o número vezes.
de sentenças programadas.
Observações:
Na montagem da sub-rotina são Aconselha-se a programação inicial da sub-rotina no modo incremental.
utilizadas as funções auxiliares
"H", "E" e "L". A programação da sub-rotina poderá estar em qualquer ponto do pro-
grama, isto é no início, no meio ou no fim, não importa, pois no ato
do desvio da programação através da função “H” o comando iniciará a
execução da sub-rotina.
Ao finalizar a sub-rotina através da não “E” a execução do programa
volta para a sentença imediatamente posterior.
Se a sub-rotina for programada sem a função “L” o comando executará
apenas uma vez sua execução.

58 CURSOS TÉCNICOS SENAI


DICA
Exemplo:

Aplicar G00, G01, G02 e G03 somente como perfil final de acaba-
mento.
Aplicar as funções “H, E, L” na montagem da sub-rotina de desbaste
do perfil.

PROGRAMA DE USINAGEM:

Figura 46– G03



N1T01 M06; Fresa topo Ø10mm G2 X 85. Y 45. I 100. J 45.
O01 S2000 M03 G01 Y 55.
G0 X –10. Y – 10. G3 X 70. Y70. I 70. J 55.
Z10. G01 X 10.
G1 Z 0 G3 X 0 Y 60. I 10. J 60.
F1000 M8 G01 Y – 10.
N80; Bloco inicial da sub-rotina G40; (Descompensação)
G1 z − 4. F500; Penetração incre- G1 X – 10. M9
mental N90; Bloco final da sub-rotina
G42; (Compensação à direita) H 80 E90 L4 ; Sub-rotina
G1 Y0 F300 G0 Z 10.
X 88. GZO M5
G3 X 100. Y 12. I 88. J 12. M30
G01 Y 30.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 59


Arredondamento ou G99 Chamada de ferramen-
Chanfro função “Q” G90 ta
G71
A função "Q" quando programa- N07 T01 M06; (FRESA DE
da juntamente com as funções G17 TOPO DE 10 MM # (Chamada
G01, G02 ou G03, provocará a N1 T01 M06 ; Fresa topo_ de Ferramenta e Liberação para a
inserção de um Raio ou Chan- Ø10mm troca de posição no Magazine).
fro, entre o movimento gerado O01 S2000 M03 N08 O01 S2500 M03; (Ativa o
pelo bloco que contém a função G0 X –10. Y – 10. corretor da ferramenta, a rotação
"Q" (MOV. 1) e o bloco seguinte desejada e o sentido e giro do eixo
Z10.
(MOV. 2). árvore).
G1 Z – 5. F1000 M8
Se o valor de "Q" for positivo, es- N09 M08; (Liga refrigerante de
pecificará o raio do arco a ser in- G42; (Compensação à direita)
corte).
serido entre os dois movimentos. G1 Y0 F300
Se o valor de "Q" for negativo, es-
pecificará a dimensão do chanfro X 60. Q10.
a ser inserido entre os dois movi- Blocos de usinagem
Y 60. Q- 10.
mentos.
X 0 Q15 N10 G00 X50. Y45. ; (Posiciona-
mento rápido)
Y- 10.
N11 G01 X80. F400; (Interpola-
PROGRAMA DE USINAGEM: G40 ; (Descompensação)
ção linear com avanço programa-
G1 X – 10. M9 do)
G0 Z 10.
As intervenções usando a GZO M5
função "Q", tanto para raios M30
quanto para chanfros, traba- Trocas de ferramentas
lham com o vértice das inter-
polações. N12 M09; (Desliga refrigerante
de corte)
Exemplo função"Q" Estrutura Básica de N13 GZO M05; (Ponto de troca,
Programação para Disco- cancela corretor de ferramenta e
very 4022 desliga o eixo árvore)
Cabeçalho de Programa; NOME N14 T02 M06; BROCA HELI-
(Nome do Programa) COIDAL 5MM (Chama a nova
ferramenta e Libera para a troca
N01 G99; (Cancela novas origens)
de posição no magazine)
N02 G94; (Avanço de corte por
N15 O02 S3000 M03; (Ativa o
minuto)
corretor da nova ferramenta, a
N03 G90; (Programação no Sis- rotação desejada e o sentido de
tema de Coordenadas Absolutas) giro).
Figura 47 − Função Q
N04 G71; (Programação em Mi- N16 M08; (Liga refrigerante de
límetros) corte)
N05 G17; (Plano de trabalho X,
Y)
N06 G66; ( Cancela Gráfico )

60 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Final de programa
N17 M09; (Desliga refrigerante de corte)
N18 GZO M05; (Ponto de troca, cancela corretor de ferramenta e des-
liga o eixo árvore)
N19 T00 M06; (Descarrega o eixo árvore)
N20 M30; (Final de programa)

Nesta seção, você acompanhou algumas explicações e exemplos de pro-


gramação CN.

Nesta unidade, você reviu alguns conceitos sobre equipamentos de co-


mando numérico e estudou as funções usadas em programas CN.

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III 61


Finalizando
Com o estudo desta unidade curricular você pôde desenvolver alguns conceitos de usinagem a
CNC. Estes conceitos foram abordados desde a primeira noção do que é um equipamento CNC
até a preparação e operação de uma máquina a CNC, passando pelo aprendizado da programação.

Cabe ressaltar, caro aluno, que os conhecimentos e habilidades desenvolvidos por você devem ser
aperfeiçoados ao longo de sua trajetória profissional. O mercado de trabalho exige a constante
busca por novos métodos, técnicas e estratégias utilizadas para melhorar os processos produtivos.

PROCESSO DE FABRICAÇÃO III 63


Referências
▪▪ GOZZI, Giuliano. Curso Automação Industrial: Aula 5 – Introdução ao Comando
Numérico. Disponível em: <http://www.faatesp.edu.br/publicacoes/CNC%20Aula5.
pdf>. Acesso em: 20 nov. 2009.

▪▪ LAZZARIS, Rogério Antônio (Org.). Torno e centro de usinagem CNC. Jaraguá do


Sul: SENAI, 2008.

▪▪ SILVA, Sidnei Domingues da. CNC: programação de comandos numéricos


computadorizados - torneamento. 2. ed. São Paulo, SP: Érica, 2003. 308 p.

PROCESSO DE FABRICAÇÃO III 65

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