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EXPERIMENTO 9

SIMULADORES DE ONDAS

9.1 Objetivos

Fazer uma análise qualitativa e quantitativa da propagação de ondas com o auxílio


de simuladores de ondas do Phet e Vascaz, buscando entender as diferenças entre pulso
de onda, onda harmônica, onda plana e onda circular, medir o comprimento de onda,
amplitude, período e diferença de fase. Além disso, é possível comprovar a lei de reflexão
de ondas e analisar o fenômeno de interferência de ondas.

9.2 Materiais

• Simuladores:
• https://phet.colorado.edu/sims/html/wave-interference/latest/wave-
interference_pt_BR.html.
• https://phet.colorado.edu/sims/html/wave-on-a-string/latest/wave-on-a-
string_pt_BR.html.
• https://www.vascak.cz/data/android/physicsatschool/template.php?s=kv_vlnostr
oj&l=pt
• https://www.vascak.cz/data/android/physicsatschool/template.php?s=kv_julius&
l=pt
• Trena ou régua.
• Cronômetro.
• Gaussímetro.
• Oscilador.
• Configurações de diferentes meios.

9.2 Interface dos simuladores

Figura 9.1: Representação de ondas transversais e longitudinais.


Figura 9.2: Representação de ondas mecânicas (água, ar e corda) e eletromagnéticas (luz).

Figura 9.3: Interface módulo ondas (Phet).


Figura 9.4: Interface módulo cordas (Phet).

9.3 Teoria do Experimento – Exemplo de ondas em cuba de água (onda


mecânica transversal)

Uma cuba de ondas é um tanque de vidro com fundo transparente, montado em um


suporte acoplado a uma lâmpada. Quando a lâmpada (situada acima da cuba de ondas) é
ligada, a luz atravessa a água e pode-se projetar o que acontece dentro do tanque. A figura
9.5(a) mostra uma figura típica obtida com uma cuba de ondas, quando um gerador de
pulsos produz uma onda harmônica com frente de onda circular1.

Figura 9.5: Representação de ondas na água.

1
Roteiro adaptado das apostilas dos experimentos em cuba de ondas do Centro de divulgação científica e cultural
da Universidade de São Paulo, campus São Carlos. http://educar.sc.usp.br/otica/cuba.html.
A vista lateral é mostrada na figura 9.5(b). A parte superior da onda é denominada
crista e a parte inferior, depressão ou vale. A distância entre duas cristas ou dois vales é
igual ao comprimento de onda. As regiões claras e escuras da figura 9.5(a) são explicadas
na figura 9.5(c): as cristas atuam como lentes convergentes que tendem a focalizar a luz
da lâmpada enquanto as escuras são os vales, que atuam como lentes divergentes e tendem
a dispersar a luz. Se alguma parte da superfície da água não se move, aparece como uma
região cinza claro na projeção. As quantidades físicas fundamentais na descrição da
propagação de uma onda harmônica são:

1. Comprimento de onda (𝝀): é o período espacial da onda, sendo definida como a


distância entre dois vales ou duas cristas dela. A sua unidade é o metro, 𝑚.
2. Número de onda (𝒌): é definido como
2𝜋
𝑘= (9.1)
𝜆

e sua unidade é rad/m.

3. Período (𝑻), freqüência (𝒇) e frequência angular (𝝎): O gerador de pulsos


emite uma quantidade de pulsos sucessivos, em intervalos de tempo iguais a 𝑇.
Quando o gerador de pulsos faz isso, repete seu movimento uma vez em cada
intervalo de tempo 𝑇. Tal movimento se denomina periódico, e o intervalo de
tempo, período. As ondas assim produzidas são denominadas ondas periódicas. A
quantidade de vezes que este movimento se repete na unidade de tempo é a
frequência, 𝑓. Como consequência das definições de período e frequência temos
que a frequência é o inverso do período e vice-versa. A unidade do período é
segundo (𝑠) e da frequência é o inverso de segundo (𝑠 −1 ) também denominada de
Hertz (𝐻𝑧). A frequência angular é definida como

𝜔 = 2𝜋𝑓 (9.2)

4. Velocidade de onda (𝒗): A velocidade da frente de onda é constante para cada


meio e é dada pelo produto da frequência, 𝑓, pelo comprimento de onda, ou seja:

𝜔
𝑣 = 𝜆𝑓 = (9.3)
𝑘

Em baixas frequências, o comprimento de onda da onda produzida na água da cuba


de ondas pode ter vários centímetros. Nessas condições, o módulo da velocidade de
propagação da onda, num referencial fixo na cuba, é dado pela expressão:

𝑣 ≅ √𝑔ℎ (9.4)

onde 𝑔 é o módulo da aceleração da gravidade e ℎ é a profundidade da água.


Tocando levemente a superfície da água com uma régua e repetindo esse toque de
maneira periódica, obtêm-se ondas retas (planas) harmônicas. Uma onda de pequena
duração é denominada pulso que, no caso de ondas retas (planas), é chamado de pulso
reto. O movimento do pulso reto é tal que se mantém paralelo à linha que indica a sua
posição original. A direção e o sentido estão indicados pela seta preta. O comprimento de
onda, 𝜆, está indicado na figura 9.6, e é medido como a distância entre dois pulsos
adjacentes quaisquer. O comprimento de onda vai ser a medida considerada de crista a
crista ou vale a vale (marcações 1 a 2 da figura 9.6).

Figura 9.6: Formação de um pulso harmônico reto (imagem CDCC).

Quando uma pedra é atirada na água, aparece uma configuração circular na água que
se estende a partir do ponto de impacto. Uma perturbação desse tipo se denomina onda
circular. Essa onda, do tipo circular (esférica), movimenta-se apenas na superfície da
água. A figura 9.7 mostra um pulso harmônico circular, resultado da perturbação da
superfície da água no ponto 1 feito de forma periódica. A direção e o sentido de
propagação estão indicados pela seta. Observe que a direção de propagação é radial e o
sentido é de dentro para fora do círculo. Novamente, o comprimento de onda (𝜆) vai ser
a medida considerada de crista a crista ou vale a vale (marcações 2 a 3 da figura 9.7).

Figura 9.7: Representação de ondas harmônicas circulares na água (imagem CDCC).

Ao colocar várias fontes circulares alinhadas, aumentando gradativamente o número


de fontes, a frente de onda resultante vai parecendo cada vez mais com a fonte de onda
plana. Isto é consequência do fenômeno de interferência, explicado adiante. Ao longo da
experiência, observaremos os seguintes fenômenos:

• Reflexão: Pela lei da reflexão da luz temos que o ângulo de incidência, 𝜃𝑖 , é igual
ao ângulo de reflexão, 𝜃𝑟 , como observado na figura 9.8.

Figura 9.8: Lei da reflexão: 𝜃𝑖 = 𝜃𝑟 .


• Interferência: Na figura 9.9 ilustramos o que acontece quando duas ondas,
produzidas pelas fontes F1 e F2, se superpõem originando uma figura de
interferência. No caso (a), as ondas se propagaram de tal forma que duas cristas
chegam ao ponto P. Desta forma, as ondas chegam em fase e interferem
construtivamente (ver inset). Se as duas ondas chegam com uma diferença de fase
de a crista de uma das ondas se superpõe com o vale da outra, anulando-se como
mostra a figura 9.9(b). Essas regiões são de interferência destrutiva.

Figura 9.9: Tipos de interferência.

A chave para entender o fenômeno de interferência é o conceito de diferença de


caminhos. Antes de duas ondas se encontrarem em determinado ponto P, elas percorrem
certa distância. Sejam e as distâncias percorridas pelas ondas desde sua origem até o ponto
P. Haverá interferência construtiva se a diferença de caminhos é igual a um múltiplo
inteiro do comprimento de onda,

|𝑙2 − 𝑙1 | = 𝑛𝜆 (9.5)

e destrutiva se a diferença é de um múltiplo de meio comprimento de onda,

𝜆
|𝑙2 − 𝑙1 | = (2𝑛 + 1) (9.6)
2

sendo 𝑛 = 1, 2, 3 … . Na cuba de ondas, vamos considerar duas fontes pontuais separadas


por uma distância 𝑑 que geram pulsos circulares com ela frequência. Como cada fonte
produz uma crista no mesmo instante, as fontes estão em fase. A projeção desta situação
está ilustrada na figura 9.10.

Figura 9.10: Interferência de duas fontes de pulsos circulares (imagem CDCC).


As fontes, sendo periódicas, fazem com que as cristas estejam sempre separadas uma
mesma distância, que é o comprimento de onda. Na figura, vemos regiões claras, escuras
e cinzas. A interferência construtiva é responsável pelas regiões claras (encontro de duas
cristas) e das escuras (superposição de dois vales). A tonalidade cinza indica que a água
não oscila e são regiões de interferência destrutiva.

9.4 Descrição Experimental

Primeiramente abra os simuladores da Vascaz (links acima) e observe a propagação


da onda em modo transversal e longitudinal. A seguir, abra os simuladores de ondas Phet
(água, ar, luz – módulo ondas e módulo corda). Ative as respectivas oscilações e verifique
os recursos disponíveis em cada tipo de onda. Após familiarizar-se com os módulos,
vamos fazer algumas medições. No módulo ondas em água, ar e luz é possível modificar
a amplitude e frequência de oscilação. É possível medir o comprimento de onda, a
amplitude e o tempo de algumas oscilações para determinar o período e
consequentemente a velocidade de propagação da onda. No módulo propagação de ondas
em cordas é possível configurar a amplitude, frequência, fator de amortecimento e tensão
na corda. Além disso, podemos fazer o sistema oscilar em modo manual, pulso e
oscilador. Bem como, manter a extremidade livre, fixa ou solta. Também é possível medir
a amplitude, comprimento de onda, tempo de oscilação. Não esqueça que todas as
medições precisam ser feitas algumas vezes para determinar média, desvios etc. Os
valores devem ser organizados em tabelas para facilitar a compreensão e organizar os
dados. Como padrão faça três medições para as medidas de comprimento e tempo. Sendo
o tempo obtido para dez oscilações, assim, fica mais fácil obter o período (tempo de uma
oscilação).

Observação: Neste momento não abordaremos o fenômeno da interferência entre duas


ou mais ondas, nem o fenômeno da difração (Isto não impede de vocês observarem no
módulo, mas não deve constar deste relatório).

9.5 Atividades

1. Para o módulo de ondas (água, ar e luz) faça observações para duas frequências
(média e alta) e duas amplitudes (média e alta).
a. Gere ondas planas, ligando o gerador de pulsos.
b. Observe as regiões escuras e claras. O que representam? Dê uma pausa e
meça na imagem a distância entre duas regiões claras e duas escuras. São
iguais? Explique.
c. Mude a frequência do gerador e observe como o comprimento de onda
muda ao mudar o valor da frequência. Anote suas observações.
d. Fixe o gerador na frequência estipulada e meça o comprimento de onda.
Meça a frequência de forma indireta, marcando uma linha por onde a
frente de onda passa, e medindo o tempo que certo número de frentes de
ondas leva para atravessar a linha. Mude para uma frequência e meça de
novo o comprimento de onda e a frequência.

2. Meça a amplitude, comprimento de onda e tempo para dez oscilações (objetivo é


obter o período).
3. A partir destas medições determine: a amplitude, frequência, período, velocidade
de propagação da onda.

No relatório, reporte suas observações os valores obtidos organizados em tabela com


seus respectivos erros. Calcule o valor da velocidade dado pela equação (9.4) e compare
com o valor obtido. Há diferenças entre os dois valores? Explique.

4. Para o módulo de ondas (em corda) faça observações para duas frequências (1,50
Hz e 3,0 Hz) e duas amplitudes (0,62 cm e 1,25 cm). Além de configurar o sistema
para oscilação sem amortecimento e com amortecimento no ponto 3. Ah!
Mantenha a tensão da corda num valor fixo (médio). Observe o que acontece
quando se altera a tensão. Descreva no relatório.
5. Observe o comportamento da onda quando a extremidade está livre (infinita),
solta e fixa. Descreva em função da amplitude, frequência, sentido de propagação
e velocidade.
6. Meça o comprimento de onda e o tempo para dez oscilações (lembre! Três
medições para cada.), para as frequências e amplitudes configuradas. Organize
dados em tabelas!
7. Verifique na teoria a equação que descreve o movimento de propagação de ondas
em cordas e veja se consegue, a partir dos dados obtidos, determinar o fator de
amortecimento estabelecido pelo ponto 3. Considere o ângulo de fase zero para
início do movimento. Escreva a equação que permite descrever o fenômeno
observado.

No relatório apresente os resultados e conclusões obtidas sobre a propagação de


ondas.

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