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Projeto UTI 60 Horas 2011.

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Processo do Trabalho
Profª. Aryanna Manfredinni
aryannalinhares@yahoo.com.br

DICAS DE PROCESSO DO TRABALHO

1. São órgãos da Justiça do Trabalho (art. 111, CF): Juiz, TRT e TST. Nas comarcas onde não houver juiz
do trabalho, a lei poderá investir o juiz de direito de jurisdição trabalhista, cabendo da sentença
que proferir recurso ordinário para o TRT (art. 112, CF e 668, CLT).

2. Não esqueçam que o STF, na ADI 3395 concedeu liminar com efeito ex tunc suspendendo ad
referendum toda a qualquer interpretação data ao inciso I, do art. 114 da CF, que inclua na
competência da Justiça do Trabalho as causas que sejam instauradas entre o poder público e seus
servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou jurídico-administrativo.
Assim, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho,
abrangidos os entes de direito público externo e os servidores celetistas da administração direta e
indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

3. Também compete a Justiça do Trabalho:


a) Julgar as ações que envolvam exercício do direito de greve (art. 114, II e súmula vinculante nº
23)
b) Ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores (art. 114, III).
c) Os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver
matéria sujeita a sua jurisdição (art. 114, IV).
Lembre-se: A Justiça do Trabalho não possui competência para processar e julgar ações penais
(STF, na ADI 3684-0 – DJU 03.08.2007 – deferiu a medida cautelar, com eficácia ex tunc, para
dar a interpretação conforme, decidindo que o disposto no art. 114, incs. I, IV e IX, da CF,
acrescidos pela EC 45/2004, não atribui a Justiça do Trabalho competência para processar e
julgar ações penais).
Lembre–se também da súmula vinculante nº 25: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel
qualquer que seja a modalidade de depósito.”
d) Conflitos de competência entre os órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no
art. 102, I, o (art. 114, V);
e) As ações de indenização por dano moral e patrimonial, decorrentes das relações de trabalho
(art. 114, VI); Cuidado com a súmula vinculante nº 22: “A Justiça do Trabalho é competente
para processar e julgar as ações de indenização por danos morais a patrimoniais decorrentes de
acidente do trabalho proposta por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda
não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC 45/2004.”
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f) Ações relativas as penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de


fiscalização das relações de trabalho (art. art. 114, VII),
g) As execuções, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I a e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir (art. 114, VIII)
h) Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei (art. 114, XI);
i) Julgar as ações em se postule indenização substitutiva pelo não fornecimento das guias do
seguro-desemprego (súmula 398, TST)
j) Ações de empregados contra empregadores, relativas ao cadastramento no programa de
integração social – PIS.

4. Cuidado com o jus postulandi:


A recente súmula 425 estabelece o seguinte:
SUM. 425 JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE - Res. 165/2010, DeJT divulgado
em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de
segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

5. No Processo do Trabalho há três procedimentos, o ordinário, sumaríssimo e sumário (também


denominado dissídio de alçada, regido pela Lei 5584/70), mas o sumaríssimo merece atenção
especial. Assim seguem seus aspectos mais relevantes:
a) Aplica-se aos dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
vigente na data do ajuizamento da reclamação (art. 852-A)
b) São requisitos da Petição Inicial (art. 852-B)
a) Pedido: Certo e/ou determinado e SEMPRE LÍQUIDO.
b) O reclamante deve fornecer o nome e endereço corretos do reclamado, pois não há citação
por edital no procedimento sumaríssimo.
O não atendimento, pelo reclamante, dos requisitos acima importará no arquivamento da
reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.
c) Quando o valor da causa não ultrapassar 40 salários mínimos e o reclamante não possuir o
endereço correto do reclamado, a reclamação trabalhista deverá tramitar pelo procedimento
ordinário.
d) Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração
Pública direta, autárquica e fundacional (art. 852-A, § ú);
e) A audiência é UNA (art. 852-C);

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f) O número máximo de testemunhas é de 2, que comparecerão a audiência independentemente


de intimação ou notificação (852-H, § 2º);
g) Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de
comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata
condução coercitiva (852-H, § 3º);
h) Pode ser produzida prova pericial no procedimento sumaríssimo quando a prova do fato o
exigir ou for legalmente imposta, devendo juiz fixar desde logo o prazo, o objeto da perícia e
nomear o perito (art. 852-H, § 4°). Lembra-se que em qualquer procedimento o juiz nomeia o
perito, que apresenta laudo pericial no prazo fixado pelo juiz para a sua apresentação. As
partes, por sua vez, tem a faculdade de indicar assistentes técnicos que protocolam seus
pareceres no mesmo prazo assinalado pelo juiz para o perito apresentar o laudo pericial (art. 3°,
Lei 5584/70). No procedimento sumaríssimo, as partes tem o prazo comum de cinco dias para
manifestação quanto ao laudo.

6. Notificação – art. 841 da CLT


Uma vez ajuizada a Reclamatória trabalhista ela será distribuída para uma das varas do trabalho, na
qual o escrivão no prazo máximo de 48 encaminhará uma notificação para o reclamado comparecer
em audiência.
Ressalte-se que:
a) não há no Processo do Trabalho despacho da petição inicial ordenando a citação.
b) Sobre a notificação:
b.1) A notificação é encaminhada via postal com aviso de recebimento (em registro postal com
franquia);
b.2) presume-se recebida no prazo de 48 horas, sendo ônus do destinatário comprovar o não
recebimento neste prazo (súmula 16, TST);
b.3) A notificação poderá ser recebida por: pessoa que tenha PODERES para recebê-la, por qualquer
EMPREGADO, pelo ZELADOR DO PRÉDIO COMERCIAL ou poderá ser deixada na CAIXA POSTAL DA
EMPRESA.
b.4) A citação será feita por edital se o réu criar embaraços ao seu recebimento ou não for
encontrado.
c) Sobre a Audiência:
c.1) Seja no procedimento sumário, no sumaríssimo ou no ordinário a defesa será apresentada em
audiência;
c.2) A audiência será a primeira desimpedida depois de 5 dias (art. 841, CLT), ou seja entre a data
do recebimento da notificação e a da data da audiência deverá decorrer pelo menos 5 dias. Sendo
este o prazo para a elaboração da defesa.

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7. Audiência no Processo do Trabalho

 Procedimento Ordinário: contínua (art. 849, CLT)


 Procedimento Sumaríssimo: UNA (art. 852-C)

7.1. Trâmite da Audiência no Procedimento Ordinário

 Aberta a sessão, ocorrerá a primeira tentativa conciliatória;


 Leitura da Petição inicial, senão dispensada;
 Apresentação da Defesa (art. 847, CLT);
 Depoimento das Partes (art. 848, CLT);
 Oitiva de testemunhas, peritos e técnicos (art. 848, § 2º);
 Razões Finais (art. 850);
 Segunda Tentativa Conciliatória (art. 850, CLT);
 Sentença (art. 850, CLT);

O art. 849 da CLT determina que no procedimento ordinário a audiência será contínua, única,
entretanto na prática os juízes do trabalho vem dividindo a audiência em três sessões, quais sejam:

Audiência de Conciliação Audiência de Instrução Audiência de


Julgamento

 primeira tentativa  Depoimento das Partes  Sentença


(art. 848, CLT);
 conciliatória;
 Oitiva de testemunhas,
 Leitura da Petição
peritos e técnicos (art.
inicial, senão
848, § 2º);
dispensada;
 Razões Finais (art. 850);
 Apresentação da
Defesa (art. 847, CLT);  Segunda Tentativa
Conciliatória (art. 850,
CLT);

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7.2. Trâmite da Audiência no Procedimento Sumaríssimo

 Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação (art.
852-E)
 Leitura da Petição inicial, senão dispensada;
 Apresentação da Defesa (art. 847, CLT);
 Manifestação oral sobre os documentos apresentados pelo réu (art. 852-H, § 1º)
 Depoimento das Partes (art. 848, CLT);
 Oitiva de testemunhas, peritos e técnicos (art. 848, § 2º);
 Razões Finais (art. 850);
 Segunda Tentativa Conciliatória (art.852-E);
 Sentença em audiência;

7.3. Comparecimento das Partes em Audiência:

REPRESENTAÇÃO/SUBSTITUIÇÃO

Quem deve Compa- Quando Quem Audiência


recer em audiência

Reclamante  Doença;  Sindicato; Será adiada.

 Motivo poderoso;  Empregado da O representante


mesma profissão; não poderá:

 Confessar

 Transigir

 Renunciar,
etc

Reclamado SEMPRE  gerente ou outro As declarações


preposto* do preposto
obriga- rão o
reclamado

* Súmula 377 do TST:

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 regra: o prepostos deve ser empregado da empresa;


 exceções: reclamação de empregado doméstico: caso em que poderá se fazer substituir por
qualquer membro da família;
micro ou pequeno empresário: caso em que poderá se fazer substituir por terceiro que
tenha conhecimento dos fatos;

7.4. Consequências do Não Comparecimento das Partes em Audiência

RECLAMANTE não comparece na audiência de CONCILIAÇÃO = Arquivamento* (art.


844, CLT)

RECLAMADO não comparece na audiência de CONCILIAÇÃO = Revelia e confissão ficta


(art. 844, CLT)

Caso AMBOS ambos não compareçam na audiência conciliação = Arquivamento

RECLAMANTE não comparece na audiência EM PROSSEGUIMENTO EM QUE TENHA


SIDO INTIMADA A DEPOR (INSTRUÇÃO) = Confissão ficta

RECLAMADO não comparece na audiência EM PROSSEGUIMENTO EM QUE TENHA


SIDO INTIMADA A DEPOR (INSTRUÇÃO) = Confissão ficta

Caso AMBOS não compareçam na audiência de instrução = o juiz julgará conforme as


regras de ônus da prova.

Cuidado! A presença só do advogado na audiência, munido de procuração, não afasta a revelia (súmula 122,
TST). O advogado não pode atuar em um mesmo processo na condição de patrono do empregador e seu
preposto por vedação expressa do Estatuto da OAB – Lei 8906/94.
*Caso o reclamante dê causa a dois arquivamentos da reclamação trabalhista por não comparecer em
audiência, não poderá ajuizar nova ação com a mesma causa de pedir e pedidos pelo prazo de seis meses
(art. 732, CLT).

8. Ônus da Provas no Processo do Trabalho


Os artigos 818 da CLT e 333 do CPC impõe as regras de ônus da prova aplicável ao Processo do
Trabalho. Nos termos do art. 818 da a cada uma das partes cabe a prova de suas alegações e

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segundo o art. 333, o autor deve provar os fatos constitutivos do seu direito e o réu, os
modificativos, extintivos e impeditivos do direito do autor.
Algumas hipóteses destacam-se acerca do tema ônus da prova:
- cabe ao autor comprovar a realização de horas extras por ser fato constitutivo de seu direito.
Cabe ao réu que possuir mais de 10 empregados juntar os cartões de ponto, sob pena de inversão
do ônus da prova (súmula 338, TST). Observe-se:

Recte Rcdo N° Obrigação de Juntou? Ônus


empregados juntar cartões

Requer HE Nega Menos de 10 não Não Recte

Requer HE Nega Mais de 10 Sim Sim Recte

Requer HE Nega Mais de 10 Sim Não Recdo

Requer Nega Mais de 10 Sim sim, porém Recdo


são britânicos
(horários de
entrada e
saída
uniformes) –
cartões
inválidos.

- quanto à relação de emprego:


Reclamante Reclamado Ônus da Prova

Alega que era empregado e pede Simplesmente nega a prestação Reclamante


o reconhecimento do vínculo de de serviço
emprego
Alega que era empregado e pede Nega a relação de emprego, Reclamado.
o reconhecimento do vínculo de porém admite a prestação do
emprego serviços do reclamante, como
autônomo, por exemplo

- O ônus da prova do término do contrato de trabalho quando negados a prestação de serviços e o


despedimento é do empregador (súmula 212, TST).

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- É ônus do empregado comprovar que preenche os requisitos indispensáveis à percepção do vale


transporte (OJ, 215, SDI-1, TST);
- As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram
presunção "juris et de jure" (absoluta), mas apenas "juris tantum" (relativa) - (súmula 12, TST);
- É ônus do reclamado comprovar os fatos impeditivos, modificativos os extintivos da equiparação
salarial (súmula 6, VIII, TST).

9. Acordo
Segundo a súmula 418, TST constitui faculdade do juiz a homologação de acordo.
Quanto a sentença homologatória de acordo tem-se que:
 é sentença irrecorrível, salvo para a União, quanto às contribuições sociais, no prazo de 16 dias.
Entretanto, devemos tomar cuidado, pois o art. 831, § único, ainda menciona que o recurso será
interposto pela Previdência Social, razão pela qual neste caso a questão também deve ser considerada
correta.
 transita em julgado na data de sua homologação (súmula 100,V, TST).
 equipara-se a sentença de mérito, sendo desconstituída por ação rescisória (súmula 259, TST);
 o acordo pode ser realizado em qualquer fase do processo. Segundo o art. 764, § 3°, da CLT “É lícito às
partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo
conciliatório”. Extrai-se do art. 836, § 6° que o acordo poderá ser realizado após o trânsito em julgado
ou após a sentença de liquidação, uma vez que estabelece que o “O acordo celebrado após o trânsito
em julgado da sentença ou após a elaboração dos cálculos de liquidação de sentença não prejudicará
os créditos da União”.
 Segundo estabelece o art. 832, § 3° da CLT “As decisões cognitiva ou homologatórias deverão sempre
indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive
o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o
caso”.
 Por fim, a OJ 376, da SDI-1 estabelece que “É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do
acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado da decisão judicial, respeitada a
proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na
sentença condenatória e as parcelas objeto do acordo”.

10. Acerca dos RECURSOS no Processo do Trabalho não esqueça:


a) São recursos no Processo do Trabalho: RO – recurso ordinário; RR – Recurso de Revista; ED –
Embargos de Declaração; ETST – Embargos ao TST; AP – Agravo de Petição; AI – Agravo de
Instrumento e Pedido de Revisão.
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b) Os pressupostos de admissibilidade classificam-se em intrínsecos ou subjetivos e extrínsecos ou


objetivos. Os intrínsecos dizem respeito às partes: legitimidade da parte, capacidade da parte e
interesse da parte; já os extrínsecos, ao recurso, dentre os quais se destacam: a tempestividade, o
depósito, as custas e a regularidade de representação.
c) O prazos dos recurso no processo do trabalho é de 8 dias, com três exceções: ED (5 dias), pedido de
revisão (48 horas) e agravo regimental, que tem o prazo definido no regimento interno do Tribunal.
No TST o prazo é de 8 dias. Embora não seja recurso trabalhista lembro que o recurso
extraordinário tem prazo de 15 dias e o agravo de instrumento para destrancar recurso
extraordinário tem prazo de 10 dias.
Ainda sobre prazos: é extemporâneo o recurso interposto antes de publicado o acórdão impugnado
(OJ 357 da SDI-1 do TST) e cabe a parte comprovar quando da interposição do recurso a existência
de feriado local ou de dia útil em que não haja expediente forense (súmula 385, TST).
Sugiro, ainda, a leitura da OJ 310 da SDI-1 do TST.
d) O depósito recursal possui natureza de garantia do juízo, por isso somente é realizado pelo
reclamado, empregador. É efetuado nas hipóteses de RO, RR, ETST, RExt, ROAR. O reclamado
depositará o valor da condenação ainda não depositado até o limite do teto estabelecido pelo TST.
Atualmente o teto é de R$ 5889,50 para RO e R$ 11.779,02 para os demais recursos.
Cuidado! Agora, agravo de instrumento também exige depósito recursal, por parte do reclamado,
empregador, no importe de 50% do valor do depósito do recurso a que visa destrancar (art. 899, §
7°, CLT).
Leia as súmulas 86, 245 e 128 do TST e OJ 140 da SDI-1!
e) Sobre custas. Na fase de conhecimento, as custas são devidas pelo vencido, que se recorrer deverá
recolher as custas no prazo do recurso; se não recorrer, as recolherá após o trânsito em julgado
(art. 897, § 1°, CLT). Na fase de execução as custas serão sempre serão recolhidas pelo executado,
ao final, no valor da tabela do art. 789-A CLT. São isentos de recolhimento de custas:
 beneficiários da justiça gratuita;
 União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas que
não explores atividade econômica; e
 Ministérios Público do Trabalho (art. 790-A, CLT).
 Massa falida (súmula 86, TST). O mesmo benefício não se aplica as empresas em liquidação
extrajudicial.
A União Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas que não
explores atividade econômica são isentas de custas, mas não estão desobrigadas de reembolsar as
demais despesas realizadas pela parte vencedora (art. 789, § ú, CLT).

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As entidades fiscalizadoras do exercício profissional, como a OAB, por exemplo, não possuem
isenção (art. 789, § ú, CLT).
Na hipótese de acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das custas caberá
em partes iguais aos litigantes (art. 789, § 3°, CLT).
f) Existem duas hipóteses de recurso ordinário, previstas no art. 895 da CLT: das decisões terminativas
ou definitivas dos juízes do trabalho e dos juízes de direito investidos da jurisdição trabalhista (art.
895, I, CLT) e das decisões dos TRT`s em ações de sua competência originária (RT, 895, II, CLT).
Leia as súmulas 158 e 201 do TST que tratam de recurso ordinário em ação rescisória e mandado de
segurança.
g) No procedimento sumaríssimo somente será admitido recurso de revista por contrariedade a
súmula de jurisprudência uniforme do TST e violação direta da Constituição da República (art. 896,
§ 6, CLT):
h) Não caberá recurso de revista na execução, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da
Constituição Federal (art. 896, § 2º, CLT).
Sobre recurso de revista leia sem falta o art.896 e a súmula 126 do TST.
i) Das decisões definitivas ou terminativas dos juízes do trabalho nas execuções cabe agravo de
petição. O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as
matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o
final, nos próprios autos ou por carta de sentença.

11. Execução

a) A liquidação de sentença de sentença será necessária quando a sentença da fase de


conhecimento for ilíquida. [Art. 879, CLT]

b) Há três modalidades de liquidação de sentença: cálculos, artigos e arbitramento. [Art. 879, caput,
CLT]

c) Em se tratando de liquidação por cálculos, o cálculo de liquidação, inclusive quanto a


contribuição previdenciária, poderão ser apresentados pelas partes ou pelos órgãos auxiliares da
Justiça do Trabalho, a critério do juiz (art. 879, § 3°). Porém, nos termos do art. 879, § 1°-B, as
partes deverão ser intimadas para apresentá-los. Assim, as duas assertivas devem ser consideradas
corretas para a prova.

d) Após a apresentação dos cálculos, o juiz poderá permitir a manifestação das partes, caso em
que elas poderão se manifestar quanto aos cálculos no prazo sucessivo de 10 dias, sob pena de
preclusão. (art. 879, §2º, CLT).
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Manifestação das

partes (10 dias)

Sentença Liquidação Apresentação Juiz

de sentença do cálculo

Sem manifestação

e) Em seguida, nos termos do § 3º do artigo 879 da CLT, a União será intimada para se manifestar,
no prazo de 10 dias, em relação às contribuições previdenciárias, sob pena de preclusão.

União Contribuições Juiz Apreciação sentença de

Previdenciárias dos cálculos liquidação

f) Após o retorno, os autos serão conclusos para apreciação dos cálculos pelo juiz e, posterior,
sentença de liquidação.

g) Proferida a sentença de liquidação é expedido mandado de citação, a ser cumprido pelo oficial
de justiça (art. 880, §2º, CLT), para que o executado pague ou garanta o juízo, no prazo de 48
horas. Para garantia do juízo o executado poderá depositar o valor da execução ou nomear
bens à penhora.

h) Caso o executado não pague ou garanta o juízo, o juiz mandará penhorar tantos bens quantos
bastem para a garantia do juízo, observada a ordem de penhora prevista no art. 655 do CPC.
(art. 882 e 883, CLT)

i) Garantido o juízo, o executado terá 5 dias para apresentar Embargos à Execução e o


exeqüente, o mesmo prazo, para apresentar Impugnação à Sentença de Liquidação, sendo
ambas as petições endereçadas ao juiz da execução.

j) Segundo o § 1° do art. 884, CLT, poderão ser argüidas dos embargos à execução as seguintes
matérias: cumprimento da decisão, quitação ou prescrição da dívida (art. 884, §1º, CLT).

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Pagamento

Sentença de Mandado Embargos à Execução

Liquidação de Citação

Garantia do Juízo (prazo de 5 dias)

Impugnação à Sentença

de Liquidação

k) Após a manifestação das partes por meio de Embargos à Execução e Impugnação à Sentença de
Liquidação, o juiz proferirá decisão definitiva na execução (art. 884, § 4º, CLT), na qual serão
julgados concomitantemente os Embargos à Execução e a Impugnação à Sentença de
Liquidação. A sentença na execução poderá ser impugnada por meio de agravo de petição. [Art.
897, “a”, CLT].

Sentença Agravo de Petição Recurso de Revista

Juiz TRT TST

O acórdão proferido pelo TRT em Agravo de Petição poderá ser impugnado por meio do Recurso de
Revista para o TST, DESDE QUE haja ofensa à Constituição no julgado.

Boa sorte!

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