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UTILIZAÇÃO DE TUBO DE VENTURI PARA OBTENÇÃO DE DADOS A FIM DE


EVITAR CAVITAÇÃO EM SISTEMAS HIDRÁULICOS

Deivid Luan Piovezan (Fundação Hermínio Ometto) deividluan.mec@gmail.com


Professor Ricardo Luiz Bruno (Fundação Hermínio Ometto) ricardolbruno@fho.edu.br

RESUMO
O trabalho apresentado teve como objetivo demonstrar de maneira teórica a utilização do tubo
de Venturi para a aferição de possíveis mudanças em um sistema hidráulico, resultando em
um projeto simples e barato para a detecção prematura de problemas, conhecido como
manutenção preditiva, em específico a cavitação, um dos pontos discutidos no artigo. A
cavitação é responsável por desgastes que diminuem a vida útil do equipamento, e para
solucionar o problema, foram determinados os parâmetros de um sistema hidráulico, definidos
para um sistema ideal, que não apresente falhas ou desgastes. A análise foi feita em um
circuito teórico, respeitando as dimensões e limitações para que o circuito possa ser
reproduzido fisicamente em um eventual experimento estudantil, contudo, se caso este projeto
sirva de modelo para algum tipo de projeto real, deve-se ter atenção a algumas mudanças que
podem existir em relação ao terreno, profundidade de poço, tipo de bomba d’água, etc. Para
esse estudo foi realizado um levantamento bibliográfico e realizado uma pesquisa dos
materiais e componentes utilizados. Foram analisados também as equações de
dimensionamento e a aplicação das mesmas no sistema.
Conclui-se que além de facilitar a leitura e manuseio do equipamento, é possível verificar
mudanças no sistema, como perda de pressão ou velocidade do fluido, aumentando a vida útil
do sistema.

Palavras-chave: Sistema teórico, Cavitação, Venturi, Manutenção Preditiva.

ABSTRACT
The present work aimed to demonstrate theoretically the use of the Venturi tube to measure
possible changes in a hydraulic system, resulting in a simple and inexpensive project for the
early detection of problems, known as predictive maintenance, specifically cavitation , one of
the points discussed in the article. Cavitation is responsible for wear that reduces the useful
life of the equipment, and to solve the problem, the parameters of a hydraulic system were
determined, defined for an ideal system, which does not present failures or wear. The analysis
was carried out in a theoretical circuit, respecting the dimensions and limitations so that the
circuit can be physically reproduced in an eventual student experiment, however, if this
project serves as a model for some type of real project, attention should be paid to some
changes that may exist regarding terrain, well depth, type of water pump, etc. For this study, a
bibliographic survey was carried out and a survey of the materials and components used was
carried out. The dimensioning equations and their application in the system were also
analyzed.
It is concluded that, in addition to facilitating the reading and handling of the equipment, it is
possible to verify changes in the system, such as loss of pressure or fluid velocity, increasing
the useful life of the system.

Keywords: Theoretical system, Cavitation, Venturi, Predictive Maintenance.


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1. INTRODUÇÃO

Amplamente utilizado como recurso hídrico em áreas rurais, os poços artesianos são
de grande importância na obtenção de água, seja para uso doméstico, irrigação, criação de
animais ou até mesmo para empresas com necessidade de água para linha de produção, além
disso, há diversas vantagens como a valorização do terreno, economia, pois não há
necessidade de vínculo com empresas de fornecimento de água, a qualidade da água que é
obtida e a facilidade de instalação e manutenção do poço e do equipamento de sucção em
vários tipos de terreno (JUNDSONDAS, 2021).
Como todo sistema, sempre haverá a necessidade de manutenção, principalmente no
sistema de elevação do fluido, tendo a motobomba como equipamento mais custoso de se
manter. Um dos problemas que geralmente acontece se chama cavitação.
Um eventual caso de cavitação, por exemplo, em uma bomba centrifuga, ocorre
quando a pressão do líquido está tão baixa que uma parte deste fluido acaba por se vaporizar
ao chegar ao rotor, formando bolhas que se transformam em líquido novamente quando
atingem regiões de maior pressão, esse fenômeno provoca na bomba ruídos, alterações de
desempenho, vibrações e danos físicos ao rotor (MONTEIRO, 1984).
Conforme demonstrado abaixo na figura 1, assim que a pressão interna da bolha se
torna menor que a do líquido ambiente devido às mudanças de fase, acontece de maneira
brusca uma redução de tamanho causando a destruição da mesma. Nem todas as bolhas
formadas se destroem com a mudança de pressão, algumas continuam pelo sistema até que se
chocam umas de encontro às outras ou nas superfícies como as paredes da tubulação e as pás
do rotor (COELHO, 2006).

Figura 1- Colapso de bolhas em três situações características

Fonte: Grein; Wyss (1974)

Nas áreas onde as pequenas porções de vapores se chocam, acontecem a atuação de


forças complexas, vindas da energia liberada dessas partículas, deteriorando assim essa
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superfície, formando pequenas depressões. Com o tempo, o aspecto dessa área fica
rendilhado, corroído (figura 2). Esta é a erosão causada pelo fenômeno da cavitação.

Figura 2 - Rotor danificado pelo fenômeno de cavitação

Fonte: CAMARGO (2018)

Este problema pode chegar a dimensões do tipo que pedaços de peças se soltem no
sistema devido à erosão e desgaste. O parâmetro determinante para cavitação em sistemas
hidráulicos é o chamado NPSH (Net Positive Suction Head ou Carga Positiva de Sucção) que
é a capacidade de sucção na entrada da bomba em metros de coluna d’água ou (MCA). Na
figura 3 a seguir, podemos encontrar a fórmula de cálculo que nos permite obter dados usando
o dimensionamento de tubulação existente para controlar problemas futuros por cavitação.

Figura 3 - Representação da fórmula do NPSH

Fonte: Adptado de OMEL (2019)

Uma forma de controlar fenômenos como esse e aumentar a vida útil da motobomba é
a manutenção preditiva, que seria o acompanhamento do sistema por meio de coleta de dados
ou averiguação de instrumentos de medição na tentativa de definir o estado futuro do
equipamento (ENGETELES, 2017). O equipamento mais comum utilizado em tubulações
para aferição de dados se chama manômetro, este tipo de medidor se baseia na deformação
plástica de um elemento sob pressão para movimentar um ponteiro que indicara a pressão ou
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velocidade do fluido no local (TERMODORA, 2012). Podemos ver na figura 4 a


representação de um manômetro.

Figura 4 - Manômetro

Fonte: TERMODORA (2012)

Contudo, um dos principais problemas do manômetro, é a sua necessidade de


calibração, pensando em áreas mais afastadas como as rurais, isso geraria um custo, além
disso, outro problema seria sua leitura, não que seja tão complexa, mas pensando na
acessibilidade de pessoas com escolaridade baixa, que é muito comum em áreas rurais
(JORNAL DE BELTRÃO, 2012), talvez não fosse a melhor escolha de aferidor.
O tubo de Venturi foi a solução apresentada, é um componente criado pelo físico
italiano Giovanni Batista Venturi como um equipamento simples, capaz de medir a
velocidade de um escoamento, além da vazão e pressão em tubulações. O mesmo se baseia na
diferença de pressão causada por áreas de seção transversal distintas na tubulação, que
alteram a altura do líquido em tubos instalados no mesmo, sendo feito a aferição por eles
(INFOENEM, 2019), exemplificado de forma resumida o seu funcionamento na figura 5.

Figura 5 - Tubo de Venturi

Fonte: Adaptado - Soluções Industriais (2014)

Sobre o dimensionamento do sistema hidráulico estudado, consistiu em escolher os


equipamentos que foram empregados no estudo, como tubulação, válvulas e o próprio motor
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que foi escolhido de acordo com os dados resultantes dos tipos de materiais e dimensões do
sistema.
Seu desenvolvimento foi realizado de maneira teórica para um terreno a 635m de
altitude em relação ao nível do mar, a uma temperatura de 30º C, e uma vazão de 10.000 litros
por hora e uma profundidade de poço de até 2m.
Para esse estudo foi realizado um levantamento bibliográfico, além de pesquisas de
materiais e componentes a serem utilizados. Foram analisadas as equações de
dimensionamento e a aplicação das mesmas no sistema.
Partindo da teoria de que a manutenção preditiva, segundo TOTVS (2021) é uma
metodologia de manutenção que tem um maior apelo para a prevenção de danos e pré-
visibilidade de falhas. A manutenção preditiva atua de forma a implementar uma cultura de
monitoramento constante dentro de um local desejado e é a maneira mais eficiente de
antecipar futuros danos que diminuem a vida útil do sistema, retirando o manômetro, que é
uma peça que sempre necessita de calibragem, e ao ser adicionado o tubo de Venturi, resulta
em um sistema de manutenção mais econômica e de maior acessibilidade.

1.1 Sistema Hidráulico

O modelo escolhido foi baseado em um sistema não muito utilizado, pois nesse caso, a
bomba não será “afogada”, ou seja, não ficara abaixo do nível da água como geralmente é
usado em outros sistemas, conforme a figura abaixo:

Figura 6 – Exemplo de bomba afogada

Fonte: Poços Artesiano Já (2018)


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Em um sistema como demonstrado na figura 6 acima, não há necessidade de calcular a


perda de carga na sucção, pois a bomba já esta dentro da água, facilitando os cálculos e
diminuindo a potência necessária para o não cavitamento da bomba, contudo, sua manutenção
torna-se mais complexa pelo fato da motobomba ficar dentro do poço. Visando facilitar uma
possível manutenção, foi elaborado para este projeto, um sistema com a bomba acima do
poço, ao nível do terreno, conforme figura 7:

Figura 7 – Instalação de motobomba não afogada

Fonte: Poços Artesiano Já (2018)

Para esta forma de instalação de bomba, foi necessário incluir os cálculos de perda de
carga na sucção, isso significa que quanto maior a profundidade do poço, maior deverá ser a
potência da motobomba, resultando em uma manutenção simples e prática, pelo fato da
motobomba não estar submersa no poço.
O sistema foi composto por uma válvula de pé com crivo, que protege o sistema de
possíveis entupimentos por resíduos presentes no poço, tubulação para sucção e requalque. A
bomba é responsável por succionar o fluido até uma caixa d’água, o que facilita a sua
distribuição para outros sistemas como o de saneamento local ou irrigação, e não foi utilizado
manômetro para a medição de pressão do sistema, em seu lugar foi utilizado um tubo de
Venturi.

1.2 Materiais do Sistema

Para a escolha dos materiais deste projeto foi levado em consideração: o custo, a facilidade
em encontrar peças de reposição e padrões usados em outros sistemas, onde é possível
verificar a qualidade no decorrer do tempo. Um dos materiais mais comuns e utilizados em
tubulações deste tipo é o PVC devido sua resistência a contaminações químicas, boa
propriedade flexível e baixo custo (INDUSTRIA DE PLASTICOS, 2019). Por estes motivos,
o PVC foi escolhido para o sistema de tubulação do projeto.

O sistema será composto por:


-27,5m de tubo de PVC 40mm (1.1,2”)
-1 un Válvula de Pé PVC colável com Crivo 40mm (1.1,2”)
-4 un Joelho Cotovelo PVC colável 40mm (1.1,2”) x 90°
-2 un Joelho Cotovelo PVC colável 40mm (1.1,2”) x 45°
-1 un Motor monofásico a ser escolhido após o dimensionamento.
O esquema final do sistema representado na figura 8 a seguir.
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Figura 8 - Representação esquemática do projeto a ser realizado

Fonte: Elaborada pelo autor

1.3 NPSH, Pressão atmosférica e de vapor d’água

Nos sistemas hidráulicos, o parâmetro determinante para iniciar a cavitação é o NPSH


(Net Positive Suction Head ou Carga Positiva de Sucção) que nada mais é, do que a
capacidade de sucção na entrada da bomba em metros de coluna d’água (mca). Para
determinar este parâmetro (NPSH requerido), antes de adquirir uma bomba, é necessário que
o sistema já esteja dimensionado para que se possam obter as informações necessárias para o
cálculo (OMEL, 2019). A equação do NPSH é derivada da equação de Bernoulli, conforme
figura 9.

Figura 9 - Fórmula para cálculo do NPSH

Fonte: Catalogo Geral – Schneider Motobombas

O NPSH requerido é encontrado no catálogo e é determinado pelo fabricante da


bomba selecionada. Para que a bomba funcione corretamente, o NPSH requerido deve ser
menor do que o NPSH disponível.
A pressão atmosférica e a de vapor d’água são tabeladas de acordo com a altitude do
terreno e a temperatura de trabalho do fluido. Para uma altitude de 635m e uma temperatura
de 30° C temos, conforme mostra a tabela 1 abaixo:

Tabela 1. A. – Pressão de vapor da água em função da temperatura. B. – Pressão


atmosférica em função da altitude.
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Fonte: Adaptado - Thebe Bombas Hidraulicas org. (2021)

Temos que a 30° C, a pressão de vapor da água em função da temperatura é de


, já a pressão atmosférica em função da altitude encontrada no local do
projeto que é de 635m, será encontrada por meio de uma interpolação, já que não se tem o
dado exato tabelado:
Tabela 2 - Pressão atmosférica no local.

600 9,59
635
900 9,22

Fonte: Elaborada pelo autor

1.4 Perdas de carga na sucção e recalque

Para tubulações abaixo de 50 mm de diâmetro, uma das equações mais utilizadas para
cálculo de perda de carga é o método Darcy-Weisbach. Criada por Henry Philibert Gaspard
Darcy e aperfeiçoada por Julius Ludwig Weisbach nos anos de 1840 (COELHO, 2016), esta
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equação (figura 10) é utilizada para o cálculo da perda de carga de um ponto ao outro dentro
de uma tubulação, dada por:

Figura 10 - Equação de Darcy - Weisbach

Fonte: Eng. Química Santos (2016)

Onde:
Lw = perda de carga ao longo do comprimento do tubo;
f = fator de atrito de Darcy-Weisbach (adimensional);
L = comprimento do tubo;
D = diâmetro do tubo;
v = velocidade do fluido no tubo;
g = gravidade (9,81 m/s2).

Baseando-se na equação de Colebrook-white, Lewis Ferry Moody criou um método


simplificado para obtenção do fator de atrito de Darcy-Weisbach (f), o diagrama de Moody.

1.5 Diagrama de Moody

Também conhecido por Grafico de Moody, é um gráfico (figura 11) de forma não
dimensional que relaciona o fator de atrito de Darcy-Weisbach, o número de Reynolds e a
rugosidade relativa do material que é feito. O fluxo do fluido é analisado em um tubo
circular (CONNOR, 2020).

Figura 11 - Diagrama de Moody

Fonte: Adaptado - Donebythesecondlaw (2020).


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1.6 Coeficiente de Reynolds

Número ou módulo de Reynolds ( ), é utilizado para determinar o regime de


escoamento de um fluido sobre um tipo de superfície. Sua maior importância é que o mesmo
permite a verificação da estabilidade do fluxo, se ele se comportara de maneira laminar ou
turbulenta na tubulação. (VICTOR, 2019).
Para o caso de um fluxo de água em um tubo cilíndrico, adota-se os valores de
e como limites, sendo um fluxo abaixo de considerado
laminar, acima de considerado turbulento e instável um valor entre os limites.
Sua equação é dada conforme a figura 12 a seguir:

Figura 12 - Equação de Reynolds

Fonte: Adaptado - Guia da Engenharia (2020)

Já a figura 13 mostra os tipos de fluxo:

Figura 13 - Tipos de Fluxo

Fonte: Adaptado - Guia da Engenharia (2020)

1.7 Rugosidade Relativa

A rugosidade relativa de Moody é o resultado da divisão entre a rugosidade absoluta


ou equivalente e o diâmetro da tubulação (ε⁄D), evidenciada na tabela 3.

Tabela 3 - Rugosidade equivalente dos materiais


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Fonte: Rossman (2000)

Para o material “PVC” que será utilizado no projeto, temos a rugosidade equivalente
ε=0,015 mm.

2. RESULTADOS

O sistema deverá atender uma demanda de 10.000 litros de água bombeada por hora,
em uma tubulação de PVC de 40 mm.

Vazão do Sistema ( ):

Área da Sessão Transversal da Tubulação ( ):

Velocidade Média do Fluido ( ):

Número de Reynolds ( ):

Para a temperatura de 30°C da água, sua viscosidade dinâmica é:

Para a temperatura de 30°C da água, sua massa especifica é:


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Rugosidade Relativa ( ):

Fator de Atrito ( ):

O fator de atrito é encontrado relacionando o número de Reynolds ( ), o tipo de


fluxo e a rugosidade relativa ( ) no diagrama de Moody, conforme figura 14:

Figura 14 - Fator de atrito encontrado no diagrama de Moody

Fonte: Adaptado - Donebythesecondlaw (2020).

e e Fluxo turbulento.
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Perda de Carga na Sucção ( ):

A tabela 4 mostra que para determinar o comprimento ( ) da tubulação, tanto de


sucção quanto de recalque, é preciso encontrar o comprimento equivalente dos componentes
de ambas:

Tabela 4 - Comprimento equivalente em metros de tubulação de PVC

Fonte: Fonte: Adaptado - Escola da Vida (2021)

A sucção possui:
- 2,5m de tubo de PVC 40mm (1.1,2”)
- 1 un Válvula de Pé PVC colável com Crivo 40mm (1.1,2”)
- 1 un Joelho Cotovelo PVC colável 40mm (1.1,2”) x 90°

Perda de Carga no Recalque ( ):


O recalque possui:
- 25,5m de tubo de PVC 40mm (1.1,2”)
- 3 un Joelho Cotovelo PVC colável 40mm (1.1,2”) x 90°
- 2 un Joelho Cotovelo PVC colável 40mm (1.1,2”) x 45°
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Altura Manométrica Total da Bomba ( ):

Onde:
Altura entre o nível do poço e o centro da bomba.
Altura do centro da bomba em relação ao nível final.

Potência Nominal da Bomba ( ):

Onde:

Rendimento da bomba hidráulica = 70%

A figura 15 mostra a bomba escolhida e a figura 16 mostra seus parâmetros.

Figura 15 – Bomba escolhida

Fonte: Adaptado - Thebe Bombas Hidraulicas org. (2021).


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Figura 16 - Escolha da bomba no catálogo

Fonte: Adaptado - Thebe Bombas Hidraulicas org. (2021).

A bomba selecionada é da fabricante Thebe Bombas Hidraulicas.


Modelo PX-15/2F: Rotor de 121 mm de diâmetro, Saídas de Recalque e Sucção de 40
mm (1.1,2”) de diâmetro, Potência de 1,5CV, e .

Cálculo do Net Positive Suction Head disponível ( ):

A Bomba não cavitará.

2.1 Tubo de Venturi

No recalque da bomba, foi instalado um tubo de Venturi de seção transversal de


entrada do mesmo tamanho da tubulação, , e com a seção transversal de
estrangulamento (Figura 17).
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Figura 17. Tubo de Venturi

Fonte: Adaptado – Mecânica dos Fluidos (2015)

Sabemos que a velocidade de trabalho do sistema é , logo podemos


encontrar a diferença de altura do fluido causado pela diferença de pressão no escoamento de
uma área a outra. Utilizando o princípio de Bernoulli, a equação utilizada para encontrar essa
diferença de altura será:

Em uma situação normal de trabalho, a diferença de altura no tubo transparente será de


38 cm, conforme figura 18.

Figura 18 - Ação do tubo de Venturi na tubulação

Fonte: Adaptado – Mecânica dos Fluidos (2015)

3. DISCUSSÃO

O projeto consiste na analise um sistema teórico, porém, muito comum em áreas


rurais, de difícil acesso dos meios tradicionais de saneamento, podendo assim ser produzido
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de maneira real. A ideia é transportar o fluido água que está em um poço artesiano até uma
caixa d’água que está localizada em uma área de maior elevação, facilitando o acesso a
mesma. Utilizando um sistema simples, onde qualquer pessoa pode verificar mudanças no
sistema, como perda de pressão ou velocidade do fluido. O tubo de Venturi neste caso serviu
como um indicador de problemas, onde após os cálculos de perda de carga na sucção e no
recalque, foi feita a escolha da bomba que atendesse a velocidade de trabalho do sistema
, sem que houvesse cavitação, com a diferença de pressão causada pelo tubo de
Venturi, foi observada a diferença de altura de 38 cm, onde uma marcação foi colocada para
indicar o melhor funcionamento do sistema, aumentando assim, a sua vida util.
Existem outras maneiras mais comuns de verificação de sistemas hidráulicos, como
manômetros, porém, o intuito do projeto é a diminuição de custo, pois não haverá o gasto com
troca de manômetros defeituosos, e o mais importante, a acessibilidade, onde qualquer
indivíduo presente no local possa averiguar algum tipo de oscilação no funcionamento da
bomba d´água.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o trabalho realizado, pode-se exemplificar uma forma de manutenção preditiva


acessível a qualquer indivíduo, tendo isso como ideia principal do projeto.
A ideia partiu de um projeto para reprodução em laboratório, a fim de estudo, contudo,
foi analisado que é possível sua construção para o uso no cotidiano, tendo em vista o quanto
corriqueiro esse sistema é, principalmente em áreas isoladas, porém deve-se ter atenção às
dimensões de tubulação, terreno, altitude do local de instalação, tamanho de tubulação de
sucção, que vai depender do tamanho do poço, temperatura do fluido e a motobomba
apropriada, tendo em vista os variados modelos que existem.
No decorrer do projeto, foi observado, que o mesmo pode ser de muita serventia em
áreas rurais, onde uma porcentagem de quem habita essas áreas mais afastadas, não tem tanto
acesso à educação básica, tendo assim, dificuldades na averiguação de equipamentos como
manômetro.
O tubo de Venturi se encaixou muito bem nesse sentindo, onde ele é facilmente
interpretado e com isso aumentando a acessibilidade da manutenção preditiva do
equipamento.
Para o artigo, foram feitas pesquisas de matérias, alem da analise de equações e
dimensionamento, respeitando sempre as tabelas de calculo fornecidas pelo orientador.
Por fim, este artigo possibilitará novas pesquisas nesta área, mostrando assim a
importância de se estudar soluções para esses fenômenos, como a cavitação.

5. REFERÊNCIAS
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