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Direito da Responsabilidade
12 Outubro 2018
A seguir temos a mora do credor, e o que é isto? Não podemos pensar na mora do credor
da mesma forma que pensamos para a mora do devedor, porque a mora do credor não
corresponde à situação em que o credor não cumpre, porque o credor não está
Direito da Responsabilidade
Exemplo, nos contratos de arrendamento se o credor tem que se deslocar, porque assim
ficou convencionado, ao domicilio do devedor para receber a renda, aí se não efetuar
essa deslocação obviamente que não cumpriu os atos necessários ao cumprimeto mas
por regra se a renda é paga no domicilio do credor e se o devedor se desloca ao
domicilio do credor para efetuar o pagamento da renda e este não recebe a renda, a
verdade é que há aqui mora sim mas do credor. E nestes casos há uma figura que resulta
como consequência da mora do credor que permite ao devedor exonerar-se da
obrigação, que é a chamada consignação em depósito. Estamos no âmbito de prestações
periódicas se extingui, cumpriu a obrigação, não extingue no sentido de aquela
obrigação a que está adstrito, verifica-se é o cumprimento da obrigação e portanto ele ao
cumprir a obrigação relativamente aquela prestação extinguiu a possibilidade de
existência por parte do credor daquele prestação. Portanto, nestes casos, o legislador
para além de definir exatamente ao que é que correnponde a mora do credor vem-
nos dizer que esta situação tem consequências. Consequências que estão
consagradas a partir do 813º e seguintes.
Imaginemos então que estamos perante uma situação de incumprimento da obrigação,
vamos ver primeiro que tipo de incumprimento é, se estamos perante uma situação de
mora ou de incumprimento definitivo; a seguir temos que ver a quem é que esse
incumprimento é imputável, se é imputável ao credor ou se é imputável ao devedor ou
se é casual no sentido de ser imputável a uma força maior ou a terceiros. Se definirmos
que estamos perante o incumprimento definitivo, também aqui temos que fazer o
mesmo percurso que é saber a quem é que é imputável esse incumprimento, se é
imputável ao credor, ao devedor ou se é casual ou imputável a terceiros.
Numa hipótese, se virmos que o incumprimento é total a primeira coisa sem a qual não
conseguimos resolver corretamente a hipótese é determinaar que tipo de incumprimento
é que se verifica e depois a quem é que ele é imputável, porque independentemente de
ser o incumprimento temporário ou definitivo, depois desta nossa decisão, temos que
verificar a quem é que é imputável, se ao credor se ao devedor.
Há um dos instituos que nos pode trazer mais dificuldade que é a exceção do não
cumprimento, e este surge invariavelmente em hipóteses do não cumprimento.
Desde que estejamos perante um contrato bilateral e se verificarmos pela hipótese
apresentada que uma das partes não cumpriu, esse não cumprimento pode ter
repercussões na obrigação a que o outro está adstrito, porque se estamos perante
um contrato bilateral em que as prestações são reciprocas e interdependentes, o
Direito da Responsabilidade
que quer dizer que uma existe em função da existência da outra, o não
cumprimento de um dos contraentes, se o contrato é bilateral vai-nos levar à
possibilidade de aplicação da exceção do não cumprimento. Porque esta é outra
consequência da mora do devedor. Nos contratos bilaterias, se as prestações são
reciprocas e interdependentes e cada um deles está adstrito a uma prestação isso quer
dizer que não há um credor e um devedor, ambos são credores e devedores um do
outro. Exceção do não cumprimento é a possibilidade de “eu” não cumprir a
prestação enquanto o outro não cumprir, e isto é a consequência da mora. Mas no
momento em o outro se propuser a cumprir “eu” também tenho que cumprir.
Exemplo, se eu estou adstrita a cumprir uma prestação, mas o contrato é bilateral e eu
tenho que receber uma prestação da contraparte, a contraparte deveria deslocar-se ao
meu domicilio para receber a minha prestação mas não o fez, e eu não posso cumprir,
mas eu não posso cumprir mas é por um facto que não me é imputável. Eu posso
invocar a exceção do não cumprimento? Não, porque aquilo que há é a mora do credor
relativamente aquela prestação e sou eu que tenho que cumprir nao é uma questão de
exceção do não cumprimento mas sim de mora do credor.
Uma consequência que é transversal a todo o tipo de incumprimento é a
possibilidade de o credor exigir do devedor uma indemnização pelos prejuizos que
lhe foram causados pelo incumprimento, quer seja temporário ou definitivo. Sendo
que se estivermos perante uma prestação pecuniária, essa indemnização está
previamente definida pelo legislador, não tem que ser provada, ou seja, os danos
não têm que ser provados. O credor só tem que provar que há um incumprimento
e vamos supor que é temporário, a obrigação é pecuniária, qual é a indemnização?
Os juros de mora. O credor só tem que alegar a mora, provar a mora mas não tem que
provar os prejuizos, porque a obrigação é pecuniária e está dispensado de o fazer. Em
todas as outras situações em que não estamos perante situações pecuniárias, o
credor tem que alegar e provas os prejuizos que aquele incumprimento lhe causou,
que o incumprimento seja temporário ou definitivo. Quer estejamos perante estes
dois tipo de incumprimento este é imputável ao devedor, porque se estivermos
perante a mora do credor o legislador vem dizer que o credor não tem que ser
indemnizado pelos prejuizos que essa mora do credor lhe causa, porque dificilmente
encontramos prejuizos que não sejam, o que o legislador refere que são: os maiores
encargos que o devedor posso ter com a guarda e conservação da coisa objecto da
prestação e tudo aquilo que o devedor tenha que dispender para o oferecimento
infrutifero da prestação. Porque na realidade o devedor não cumpre e não cumpre por
um facto que é imputável ao credor, quer dizer que continua detendor da prestação que
estava adstrito a praticar e que só não praticou porque o credor ou não cumpriu os atos
necessários ao cumprimento ou recusou injustificadamente o incumprimento. Que
prejuizos é que podem haver para o devedor? A necessidade de guarda ou preservação
da coisa objecto da prestação com custos ou oferecimento infrutifero da prestação.
19/Outubro/2018
Hipóteses Práticas (ver caderno).
Direito da Responsabilidade
Direito da Responsabilidade
Hoje em dia admite-se que a responsabilidade contratual pode dar lugar a danos não
patrimoniais. Os danos não patrimoniais são aqueles que não são avaliados
pecuniáriamente, ou seja, são por regra os danos morais, os danos estéticos, o dano
biológico no sentido de dano fisico, que são danos que efetivamente não são avaliáveis
pecuniáriamente. Exemplo do supremo do danos não patrimoniais: o dano morte, é
indemnizável na medida em que o nosso Código permite, mas se ele não é avaliado
pecuniáriamente, então como é que se indemniza? No rigor dos principios não se
indemniza compensa-se. A indemnização é a avaliação pecuniária dos danos. Agora, não
é possivel atribuir um valor à vida e se não é possivel a perda deste direito como é que
se calcula? Não se calcula, compensa-se.
26/Outubro/2018
Quanto à Indeminização:
Direito da Responsabilidade
1. Ou perde o interesse;
2. Ou através da interpretação admonitória.
Está tudo tratado neste artigo mas, o credor ou invoca a falta de interesse ou recorre
à interpretação admonitória.
Contudo, na realidade, o credor até pode ter perdido o interesse, mas como o nº2 do
808º - se tem que basear em factos objetivos, se o devedor perceber qualquer
dificuldades em provar essa falta de interesse, nem por isso ele deixa de poder
transformar a mora em incumprimento definitivo, já não é pela falta de interesse. Como
assim? Recorrendo à interpretação admonitória.
O devedor tem que que entregar ao credor, não em dinheiro, por motivo que até pode
ser imputável ao devedor, a coisa perece (ou seja, a coisa é destruída), é o devedor que
vai responder pelo risco. Ou seja, isto quer dizer que é ele que vai suportar, a perda da
deterioração da coisa objeto da prestação. É sobre ele que recai o risco da perda da
deterioração da coisa objeto da prestação. Porque? Porque estava em mora. Portanto, se
a coisa perecer, e se tivermos o exemplo do contrato bilateral, nem por isso o devedor
fica desobrigado da prestação porque é sobre ele que vai recair o rico da perda ou
deterioração da coisa objeto da prestação. Ainda que essa perda objeto da coisa da
prestação seja por uma força maior.
Por regra geral, é no 781 que esta em cede o de não cumprimento. Mas o 934º está em
sede de compra e venda. Só por essa razão é que para a venda das prestações, este
artigo, 781º não pode ser aplicável porque o 934º vem exigir um outro requisito: qual
seja a prestação em falta tem que exceder o um oitavo do preço, ou estarem em falta
duas ou mais prestações.
O artigo 934 fala pois, uma só prestações, logo a interpretação que temos que fazer é
que se estivermos prestações em falta, excedem um oitavo do preço ou estarem em falta
duas ou mais prestações das restantes.Este artigo consagra duas situações relativamente
a consequência do não cumprimento de uma prestação na venda a prestações.
- 934º - portanto, em referencia à reserva da propriedade é para o âmbito da resolução
do contrato, o que quer dizer que isto tem que ser lida assim ‘’ vendida a coisa a
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prestações, ainda que não haja reserva da propriedade, se o comprador não cumprir uma
prestação que exceda a quarta parte do preço da lugar ao vencimento das restantes.
Requisito: ter sido vendida a prestações, o devedor não cumprir uma prestação que
exceda a oitava parte do preço, e existir a reserva de propriedade, o que dá lugar ou
pode dar à resolução do contrato.
Outra questão tem haver com a perda do beneficio do prazo – esta não esta dependente
da reserva de propriedade. Não podemos, se tivermos uma hipótese de uma compra e
venda a prestações, com falta de pagamento de uma prestação que exceda a oitava parte
do preço, não podemos misturar a possibilidade de resolução, com a possibilidade de
ocorrer a perda do beneficio do prazo.
O artigo como esta, refere-se especificamente à compra e venda das prestações, vem
indicar o caminho para o credor ou as consequências relativamente há falta de
cumprimento de uma prestação que exceda a oitava parte do preço. E diz-nos, se existir
reserva da propriedade, pode resolver o contrato. Existindo ou não a reserva de
propriedade, a falta de pagamento que exceda a oitava parte do preço, dá sempre lugar
ao vencimento da restante.
Direito da Responsabilidade
Outra glosa do artigo 429º parte final - Se temos uma situação em que aquele que esta
adstrito a cumprir em primeiro pode recusar a sua prestação, so o pode fazer se
relativamente aquele que estiver adstrito a cumprir em 2 lugar, se se verificar alguma
das situações que o artigo 780º indica as situações que conduzem a perda do interesse
do prazo.
Exemplo:
A é o vendedor do carro. O B é o comprador e tem que pagar o preço. Estamos perante
um contrato bilateral – têm prestações reciprocas e interdependentes. Uma prestação é a
razão de ser da outra. Existe este sinalagma – e por existir isto, a exceção do não
cumprimento surge como uma consequência da bilateralidade. Se o A não entregar o
carro, o B tem o direito de não cumprir invocando a exceção do não cumprimento. Eu
não cumpro, porque ele também não cumpre.
A está adstrito a cumprir em primeiro lugar, entregar o carro hoje. E B tem que pagar o
preço daqui a uma semana. Há partida vemos que A não pode recusar a sua prestação
porque a prestação de b ainda não se tinha vencido. 482º vem invocar a exerção e
relativamente a B se verificar as situações que comportam a perda do beneficio do
prazo. Artigo 780º.
No artigo 780º, quando é que o devedor está em insolvência? Se houver uma sentença
declarada insolvência, é insolvente, mas o legislador quem dizer ainda que esta não
tenha sido declarada judicialmente? É necessário que aquele que queira invocar essa
insolvência do devedor ou seja aquele que esta adstrito a cumprir em 1 lugar (no
exemplo, o A) tem que mostrar que a situação patrimonial que esta adstrito a cumprir
em 1 lugar, é uma situação patrimonial de insolvência. Isto quer dizer quando o valor do
passivo é superior ao valor do ativo, isto quer dizer que o ativo não é suficiente para
cobrir todo o passivo. Esta situação a pessoa esta insolvente. Ou seja, se tenho um
património de 100 e tenho dividas de 1000 euros. Estou insolvente porque mesmo que
ocorro a liquidação do meu património ou seja transformar em 1000 esse património
não é suficiente para pagar a totalmente das minhas dividas.
Quando há uma declaração de insolvência por sentença, é fácil a invocação deste artigo
porque é apresentado a sentença. Quando não ocorre e aquele que esta restrito a cumprir
em primeiro lugar tem prova de que o que esta restrito a cumprir em 2 lugar, esta numa
situação de insolvência, então tem que mostrar os factos que conduzem à conclusão que
a outra parte esta em insolvência. Por exemplo dizer que tomou conhecimento que ele
não tem qualquer património que possa responder pelas suas dividas, que não tem conta
bancaria. E por isso, a sua situação e de insolvência.
Direito da Responsabilidade
Suponham que A pretende não entregar o carro porque diz teve conhecimento que B
estava a vender o seu património e por isso não tem garantia que B não lhe pague o
preço. Isto é legitimo esta invocação do cumprimento?
Em suma: Aquele que esta adstrito a cumprir em primeiro lugar no âmbito dos
contratos bilaterais, pode invocar a exceção do não cumprimento desde que
relativamente aquele que esta adstrito a cumprir em segundo lugar, se verifique uma das
situações que importa invocar a perda do beneficio do prazo – art 780º. Quais são essas
situações?
- insolvência, ainda que não tenha sido declarada judicialmente;
- prestações das garantias que tenham sido prestadas;
- ou não tenham sido prestadas as garantias prometidas.
Se um bem é dado em penhor, diz-se que ele está empenhado e não penhorado. A
penhora é o que resulta do instituto da ação executiva.
O penhor é uma garantia especial real das obrigações e que se insere nos bens moveis.
Exemplo: suponha que esse bem dado em penhor, pereceu. Diminui a garantia do
credito. Pode o outro invocar a exceção do não cumprimento, sendo o que vai cumprir
1. Porque se o A não tivesse esta possibilidade, porque se não o A tinha que cumprir e o
B depois não iria cumprir.
O beneficio do prazo é de quem? Do devedor. Tinha uma semana para cumprir após a
celebração do contrato. Se B tiver nas situações previstas do 780º (referidas
anteriormente) porque em fase dessas situações ele perdeu o beneficio que tinha sido
concebido por A.
A hipótese que nos é apresentada é esta, mas não se verifica relativamente a B, uma
situação de perda do beneficio do prazo. Mas não cumpre, invocando a exceção do não
cumprimento. Se não for valida esta invocação. A entra em mora. É A que não cumpre e
o não cumprimento era-lhe imputável. Ele não conseguiu provar. Ou seja, dito de outro
modo, a exceção do não cumprimento é classificada por muitos autores como uma causa
da exclusão da ilicitude à responsabilidade contratual. Quando o devedor não cumpre, e
como sabemos que no âmbito da responsabilidade contratual, a culpa é presumível –
presume-se que tem culpa, e esse comportamento é considerado ilícito. É por essa razão
o facto de não cumprir é ilícito, que faz nascer da esfera jurídica do credor, alguns
direitos nomeadamente o direito de ser indemnizado pelos prejuízos que a mora do
devedor lhe causa.
Há, todavia, duas situações que o devedor não cumpre porque apesar de estarmos
perante um contrato bilateral e ambos são devedores e credores um do outro, estamos a
Direito da Responsabilidade
02 Novembro 2018
Continuação da aula anterior:
Pode ou não ser a exceção do não cumprimento por aquele que esta adstrito a
cumprir em segundo lugar? Ou seja, eu adquiro um veiculo e, obrigo-me a pagar 5 dias
depois da entrega do automóvel. Se o vendedor não nos entregar o automóvel no dia
acordado, o que 5 dias depois eu fazia? Pagava ou não o dinheiro? Não pagava mas era
o meu bom senso. As normas jurídicas são leis e não bom senso, é necessário
efetivamente, haja algo que justifique em termos legais.
Esta consagrado no artigo 429º - ‘’ainda que...’’ – leva-nos a concluir que se estiver
adstrito a cumprir em segundo lugar, pode sempre recusar a prestação desde aquele que
esta restrito a cumprir em primeiro lugar não tenha-o feito. Ou seja, se até aqui eu está
adstrito a cumprir em 1 lugar, pode recusar porque não cumpriu, se em relação à
segunda pessoa que esta adstrito a pagar, se verificar algumas soluções que reporta a
perda dos benefícios do prazo, aquele que esta adstrito em cumprir em segundo lugar,
poderá sempre não cumprir desde que aquele que esta restrito a cumprir em primeiro
lugar não tenha cumprido. Ou seja, é um argumento que retiramos do 429º.
Por isso, só posso recusar a cumprir a pagar o valor do automóvel se não me for
entregue até à data acordada.
Direito da Responsabilidade
O direito de retenção, existe sobre algo, ou exercido sobre algo, de que aquele direito
de retenção, não é o legitimo proprietário desses bens, mas sim há-de ser a outra parte.
O direito de retenção surge aqui, também, como uma clausula de exclusão da
ilicitude da responsabilidade contratual. São, por isso, duas: exceção do não
cumprimento e direito de retenção.
7. Sétima consequência: realização coativa da prestação (817º e ss) -> está só pode
ocorrer a partir do momento em que cesse a impossibilidade se o devedor não
prestar espontaneamente, ou seja, a partir do momento em que cessa a
impossibilidade, e o devedor não prestar espontaneamente a prestação, há lugar,
ou poderá haver lugar à realização coativa da prestação.
MORA:
Nota: nunca devemos dizer que o credor está em mora quando não cumpre. Porque o
credor não tem que cumprir.
Direito da Responsabilidade
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c) Nº2
6. 815º, nº1 – este artigo vem-nos dizer que há uma inversão do risco. Que risco?
Da perda obrigação da coisa objeto da prestação. Quem suporta o risco?
Depende. Se o credor estiver em mora, é sobre ele que recai o risco de perda da
obrigação da coisa a não ser que o (conjugar isto com o art 814º). Com o
abrandamento da responsabilidade debitoria, o legislador diz-nos que o devedor
não responde, a não ser que haja dolo. Quando falamos na inversão do risco, pelo
facto do credor estar em mora, passa a correr por conta dele, o risco da coisa. A
não ser que seja por causa do dolo do devedor (é por isso que temos que
conjuntar com o 814º). Ou seja, se a coisa perecer por esse perecimento ficou-se
a devedor pelo um facto praticado com dolo, é obviamente sobre o devedor que
cai e não pelo credor. Contudo, se perecer negligencia do credor, o risco corre
contra o credor. Esta matéria vamos dar mais há frente – tem a ver que quem vai
responder pela perda ou teorização da coisa objeto da prestação. Se o devedor
estiver em mora, cai sobre este. Se for o credor que estiver em mora, a perda
inteorização da coisa, objeto da prestação recai sobre o credor, a não ser que o
devedor tenha agido com dolo.
7. por ultimo, mas menos importante, não sendo o cumprimento imputável ao
credor, mas ainda que o fosse, também aqui temos que dizer que o vinculo
obrigacional subsiste, porque obviamente que de acordo com os preceitos que
estudamos a propósito do não cumprimento, nenhum deles nos que que o vinculo
obrigacional não ira subsistir.
07 Novembro 2018
Caso prático 1:
Direito da Responsabilidade
b) Suponha que A não cumpre a obrigação que esta a adstrito e diga quais as
consequências desse não cumprimento.
Resposta:
A tinha que cumprir no dia 1 e tinham que ser entregues dia 15.
Consequências: primeiro estamos perante uma situação de mora, relativamente a
prestação que A esta obrigado.
Antes disto não esquecer que estamos perante um contrato bilateral: contrato bilateral é
o contrato que há, ou seja, para além de existirem vinculações em ambas as partes, e
obrigações em ambas as partes, a razão de ser de uma delas está na razão de ser da outra
prestação.
Uma não pagou o preço da prestação, portanto, não cumpre a prestação que esta
adstrita. Todavia essa prestação ainda sendo possível e mostrando o interesse do credor,
caso que estamos perante uma interpletação abdomitória, estamos perante um
incumprimento temporário, portanto, relativamente a essa prestação do pagamento do
preço, há mora do devedor.
Ou seja, chegado o dia 15 de agosto, aquele que tinha que cumprir a 15 de agosto pode
não cumprir, invocando o não cumprimento da obrigação a cargo da outra parte, teria
que ser cumprido 1 de agosto.
Todavia, o não cumprimento deste caso, permite aquele que esta adstrito à prestação a
15 de agosto, invocar a exceção do não cumprimento, e só pode faze-lo se aquele que
não cumpriu em primeiro lugar, está interessado a cumprir.
A, que não cumpriu, se disponibilizar a cumprir após o dia 15 de agosto, aquele que
teria de cumprir no dia 15 de agosto e não cumpriu (B) que invocou a exceção do não
cumprimento, terá de cumprir, deixa de beneficiar da invocação da exceção do não
cumprimento. Ou seja, se não cumprir, a sua atuação já não legitimada, não é legitima.
A exceção do não cumprimento é uma causa da exclusão da ilicitude própria da
responsabilidade contratual.
Direito da Responsabilidade
Não haverá, portanto outra possibilidade, por exemplo, a recurso à realização coativa da
prestação, ou seja, em fase do não cumprimento de A, poderá sempre o B recorrer ao
tribunal para este realizar coativa a prestação, ou seja, sendo o A condenado a cumprir.
d) Vamos supor que, não foi uma epidemia, e que o rebanho foi atacado por
uma alcateia. Todavia, apesar de terem morrido, o devedor conseguiu
aproveitar por exemplo, a carne para dar de comida a uns animais.
Resposta:
Neste caso ele rética um beneficio, com a carne das ovelhas. Portanto, ao valor da
contraprestação ele tem dinheiro a receber, tem que ser descontado o valor desse
beneficio.
Porque assim se não cumprisse ou cumprisse tinha sempre benefícios. Recebia pelo
preço vivo das ovelhas, e ainda se tivessem morrido também lucrava.
Direito da Responsabilidade
816º - o devedor tem direito a ser indemnizado pelas maiores despesas que faça o
devedor com a guarda da prestação com o objeto da prestação, e com o frutisimo da
prestação. ele tem direito à indeminização até a coisa perecer.
Com o perecimento, aplicamos a regra do risco mas não obsta a que continuamos
aplicar a regra da indeminização, porque com o perecimento o incumprimento tornou-se
definitivo, imputável ao credor. Ele tem direito a reter a prestação, foi-se o risco, mas
não deixa ter direito à indeminização ao abrigo do 816º.
Artigo 795º nº1- do âmbito do não cumprimento – isto quer dizer se estamos perante um
contrato bilateral e uma das prestações se torna impossível o outro tem direito, porque
só é impossível, imputável, a quem deva cumprir, e ainda assim tem direito, a exigir o
cumprimento da prestação que lhe é devida. Porque estamos no âmbito do contrato
bilateral: fica o credor desobrigado; porque HC? Porque ele não pode ficar pior nem
melhor do que ficaria se a obrigação tivesse sido cumprida.
Artigo 795 nº2 –
Artigo 796º - quais são os contratos que importem a transferência do domínio sobre a
certa coisa? exemplo do contrato de compra e venda. O domínio é sobre o direito sobre
o bem, está consagrado os direitos reais contra os efeitos no 808º.
Estamos perante um contrato de compra e venda, transfere-se o direito da coisa, ainda
que ainda não esteja na posse do adquirente – este artigo diz-nos que se ainda no termos
do contrato, o risco corre sobre o alieante. A partir do momento que a coisa é entregue, o
risco passa a decorrer do adquirente.
Caso prático 2:
Direito da Responsabilidade
Resposta:
Se o incendio for imputável ao A, a titulo de dolo, o risco corre por conta do A; se o
incendio for imputável ao A, a titulo de negligencia, o risco corre por conta do B; e, se
não for imputável sequer ao A, continua a correr por conta do B.
Resposta:
Temos que saber por conta de quem corre o risco. Ainda que o incumprimento seja
imputável ao credor, o risco pode correr por conta do devedor se a perda ou deterioração
da coisa objeto da prestação.
16 novembro 2018
Quando entramos na responsabilidade extracontratual é usual dividirmos esta
responsabilidade em 2 tipos: a responsabilidade subjectiva ou responsabilidade
Direito da Responsabilidade
Facto
O pressuposto inicial é a existência de 1 facto, o que é que o legislador diz facto e não
diz acto? Porque o facto engloba os actos e as omissões. Todavia, enquanto que
relativamente às ações, nós sempre que existir uma ação por parte do agente
determinarmos se essa ação provocou algum dano a 3º e se os restantes pressupostos
tiverem preenchidos e podemos concluir que se isso acontecer à responsabilidade civil,
no que respeita às omissões estas nem sempre dão lugar à responsabilidade civil e
porquê? Porque as omissões só dão lugar à responsabilidade civil quando haja por força
da lei ou de negócio juridico obrigação de praticar o facto omitido, onde é que isto está
consagrado no artigo 486º. Exemplo: suponham que estamos na praia da costa da
caparica e que vemos alguém a afogar-se e que apenas ficamos a apenas a assistir. Nós
não somos obrigados a entrar no mar se não formos banheiros nem nadadores
salvadores. Respondemos por omissão de auxilio, mas pela morte não somos
responsáveis. Não fomos salvar a pessoa esta foi a omissão Mas não havia por força da
lei ou do negócio juridico a obrigação de praticar o facto omitido. O que o legislador diz
e sublinha no 486º desde que haja força da lei ou do negócio juridico a obrigação de
particar o facto omitido.
De resto em toda e qualquer situação que tenhamos, por exemplo a hipótese é 1 elefante
entrou num supermercado e destruiu este, o dono do supermercado teve graves danos.
Qual é o facto aqui? Não há de ser o facto de o elefante ter entrado no supermercado,
porque quando nós apuramos o facto, 1º o facto tem que ser voluntário dominável e
controlável pela vontade, 2 requisitos do facto, se o facto tem que ser voluntário tem
que ser humano e portanto o facto nunca pode ser o elefante entrar no supermercado.
Até porque depois teriamos 1 problema, quando nós determinamos a prática de 1 facto
por um agente vamos depois aferir dos restantes pressupostos relativamente a esse
agente, como é que fariamos então no que se refere à culpa. Imputávamos a culpa ao
elefante? Em todas estas situações, do cão que morde a perna à senhora, o facto não é o
cão morder a perna assim como não é o elefante entrar no supermercado, o facto está na
omissão do dever de vigilância de quem tinha o encargo de vigiar qualquer 1 destes
animais.
Direito da Responsabilidade
Portanto, o facto tem que ser voluntário, dominável ou controlável pela vontade e o
facto tem que ser humano. O facto tem que ser por ação ou por omissão se é por
ação a coisa está resolvida mas se é por omissão, atenção ao artigo 486º porque
nem todas os omissões dão lugar à responsabilidade civil, só dão lugar à
responsabilização quando por força da lei ou do negócio juridico estava obrigada a
praticar o facto que omitiu.
Ilicitude
Vamos agora ao pressuposto da ilicitude, 1º aspecto não confundir a ilicitude com a
ilegalidade. O facto ilicito é ilegal mas o ilegal não é ilicito. Diz-nos o artigo que tem
que haver a violação de uma disposição legal destinada a proteger os interesses
alheios ou a vilolação de um direito de outrem. Que direitos é que estamos a falar?
Todos os direitos absolutos, violação do direito de propriedade, violação do direito
à vida, violação do direito à integridade fisica, violação do direito ao bom nome,
etc.
Quando é que um facto é ilicito? O facto é ilicito quando não só viola o direito de
outrem ou qualquer disposição legal destinada a proteger os interesses alheios, mas
na realidade, a ilicitude corresponde a um comportamente anti-juridico e portanto
podemos estar no âmbito desta primeira variante da ilicitude (violação do direito
de outrem) ou violação desta 2º variante da ilicitude que corresponde à violação de
uma disposição legal destinada a proteger interresses alheios, portanto temos 2
variantes da ilicitude.
No âmbito da ilicitude nós temos causas de exclusão de ilicitude, temos as causas
gerais que correspondem a um exercicio de um direito no cumprimento de um
dever, isto são causas gerais da exclusão da ilicitude. Depois temos as causas
especiais que são a legitima defesa, ação direta, consentimento do lesado e estado
de necessidade. Excluida a ilicitiude por verificação de uma destas causas estamos
perante um facto licito, logo já mais podemos estar no dominio da
responsabilidade por factos ilicitos. Todavia há uma destas causas da exclusão da
ilicitude que pode dar lugar à responsabilidade de factos licitos danosos ou seja a
tal responsabilidade objectiva, a causa é o estado de necessidade. Porquê? Porque
aquele que tira proveito da atuação do estado d enecessidade pode ser obrigado a
indemnizar apesar de a atuação dele ou de terceiro violarem licitamente o direito
de outrem. Há estado de necessidade, e assim o ilicito desaparece mas a violação do
direito mantém-se e se decorrerem daqui danos obviamente que é possivel fazer recair
Direito da Responsabilidade
Culpa
Passamos agora ao pressuposto da culpa, a culpa é o juizo de reprovação que se faz
sobre a conduta do agente, porque consideramos que o agente podia e devia ter
agido de outro modo. No âmbito da responsabilidade extracontratual a prova da
culpa cabe ao lesado, este tem que fazer prova da culpa do lesante, exceto se existir
uma presunção legal de culpa e há no nosso código situações ainda no âmbito da
responsabilidade por factos ilicitos em que são consagradas presunções legais de
culpa – artigos 491º, 492º, 493º. Em todas estas situações estão consagradas
presunções legais de culpa, o que é que isto quer dizer presume-se a culpa do
lesante e o lesado está dispensado de fazer prova da culpa do lesante.
No artigo 503º, nº3 apesar de estarmos no âmbito da responsabilidade objectiva
também temos uma presunção legal de culpa. Portanto a prova da culpa do lesante
cabe sempre ao lesado, excepto se existir uma presunção legal de culpa.
O nº2 do artigo 487º diz-nos que a culpa é apreciada na falta de outro critério legal
pela diligência de um bom pai de familia, e quem é o bom pai de familia? É o
homem medianamente sagaz, prudente, cauteloso, diligente. Então como é que
vamos auferir a culpa do agente? Vamos recorrer a esta figura ideal de um bom
pai de familia para determinar como é que essa figura ideal devia agir naquela
situação se o bom pai de familia agisse da mesma maneira quer dizer que o agente
não tem culpa, se o bem pai de familia agisse de maneira diferente quer dizer que o
agente tem culpa.
A apreciação da culpa é feita em abstrato, porque é feita tendo em conta a
diligência de um bom pai de familia que é uma figura abstrata, temos de ter em
conta nesta abstração alguns elementos associados à situação ou do próprio agente
do caso que estamos a analisar.
Exemplo: eu estou a apreciar a culpa de um agente em abstrato, ele praticou um facto
ilicito de onde resultaram danos. Tenho de saber se tem culpa. É verdade que praticou
um facto ilicito, anti-juridico, mas temos de saber se ele teve culpa. Então vamos
apreciar a culpa dele em face do que seria o comportamente naquela situação de um
bom pai de familia, se o bom pai de familia tivesse agido de outro modo isso quer dizer
que ele é culpado. Isto é a apreciação da culpa em abstrato. Apreciar a culpa em
concreto seria a preciar a culpa tendo em conta a diligência normal usual do agente, se o
agente fosse uma pessoa desleixada, descuidada pouco cautelosa concluiria então que le
não era culpado, porque aquela atuação de onde resultou um dano correspondia à sua
atuação normal, por isso é que no nosso ordenamento juridico a culpa não é apreciada
em concreto.
Imputabilidade
Ainda em relação à culpa temos que ver ainda uma questão importante que é a
imputabilidade, o que é que isto quer dizer? A quem é que pode ser imputável este
pressuposto de culpa, porque este pressuposto não pode ser imputável a todas as
pessoas. A quem é que não é imputável? Art. 488º. Se a culpa é um juizo de
reprovação sobre a conduta de alguém porque ele podia e devia ter agido de outro
modo, isso quer dizer que o agente devia ter a capacidade de dever e querer ter agido de
outro modo. Se no momento da prática do facto o agente não estava capaz de dever e
querer não pode ser imputável este pressuposto de culpa. Há uma inimputabilidade
Direito da Responsabilidade
relativamente aquela atuação naquele momento, a não ser, diz a lei, que ele se tenha
colocado culposamente nesse estado. Exemplo: se alguém se vier defender a dizer que
não estava consciente porque estava embriagado ou drogado, a questão é que no
momento da prática do facto a pessoa não tinha como entender e querer mas se foi ela
que culposamente se colocou naquele estado e o culpasamente aqui até por negligência
se pos naquele estado, não responde pela facto ou responde? Depende, se lhe é
imputável ter-se colocado naquele estado também é imputável a pratica do facto,
agora se a pessoa foi drogada ou embriagada, só nestes casos é que não responde,
porque se não teriamos aqui uma via fantástico de o agente se exonerar dos factos.
23 Novembro 2018
No âmbito da responsabilidade extracontratual subjectiva, nós vimos que a prova da
culpa cabe ao lesado, o lesado tem que provar a culpa do autor da lesão com exceção
dos casos em que o legislador preve a presunção legal da culpa. Vimos a questão da
imputabilidade e como é que se aprecia a culpa e vamos ver agora as modalidades de
culpa.
Modalidades de culpa
O artigo 483º CC diz-nos logo quais são as modalidades da culpa e temos 2 que são: o
dolo e a mera culpa ou negligência, mas dentro destas modalidades temos que fazer
alguma distinção. No que respeita ao dolo nós temos o dolo directo, o dolo indirecto
ou necessário e o dolo eventual. No que respeita à mera culpa nós temos a
negligência consciente e a negligência inconsciente.
No dolo directo o agente quer um determinado resultado, age para esse resultado e
é esse o resultado que se veio a verificar. Exemplo: eu quero matar uma pessoa, agarro
na pistola dirijo-me à casa da pessoa ela abre a porta e eu mato a pessoa. Ou seja, o
agente quer 1 resultado vai agir de forma a atingir esse resultado e é esse o resultado
que se veio a verificar.
No dolo indirecto ou necessário o agente não quer o resultado, mas sabe que o
resultado é uma consequência necessária da sua conduta e ainda assim age.
Porquê? Porque quer um outro resultado que se pode verificar ou não. Exemplo: eu
quero prejudicar 1 vizinho e decido pegar fogo à sua garagem para lhe dar um susto,
adquiro os materiais necessários para pegar fogo à garagem pego fogo à garagem e ela
arde. Até aqui dolo direto, certo? Eu quero aquele resultado, ajo para aquele resultado e
é ele que se vem a verificar. Todavia eu sei que dentro da garagem está o veiculo
automóvel desse vizinho, eu não lhe quero destruir o carro, mas eu sei que ao pegar
fogo à garagem a destruição do veiculo vai ser uma consequência necessária da minha
conduta. Eu não quero essa consequência, mas sei que ela vai acontecer e ajo de
qualquer maneira. Dolo direto relativamente à destruição da garagem e dolo
indireto ou necessário relativamente à destruição do carro, eu não quero mas sei
que essa destruição vai ser uma consequência necessária da minha conduta.
O que traz mais problemas é o dolo eventual e porquê? Porque no dolo eventual o
agente representa o resultado como possivel e nada faz para evitar, ou seja,
conforma-se com a eventualidade da sua verificação. O agente admite correr o
risco daquele resultado se verificar, ou seja, o agente representa mentalmente o
determinado resultado como consequência da sua conduta, ele não quer esse
Direito da Responsabilidade
resultado, esse resultado não é uma consequência necessária da sua conduta é uma
consequência eventual na medida em que esse resultado configura-se como possivel
e ainda assim o agente age. Ou seja, o agente não acredita na não verificação do
resultado. O dolo eventual está numa fronteira muita ténue com a negligência
consciente, porque na negligência consciente o agente representa o resultado, mas
não acredita na sua verificação, ou seja, o agente só age porque acreditou que
aquele resultado não se ia verificar. Reparem que com a alteração de uma palvrinha
temos a diferença entre dolo eventual e negligência consciente, no dolo eventual o
agente não acredita na não verificação do resultado e na negligência consciente o agente
acredita na não verificação do resultado.
Ele acreditar ou não na verificação do resultado está a distinção entre o dolo eventual e
a negligência consciente. Exemplo: 2 amigos estão numa feira e estão junto de uma
barraca de tiro e há 1 deles que vai disparando diretamente aos alvos e vai acertando em
todos e ganhando prémios, a certa altura, o outro amigo decide lançar-lhe 1 desafio, que
é: se for colocada uma maçã na cabeça da menina da barraca de tiro se ele acertaria na
maçã. O outro disse que claramente acertava na maçã, tem uma optima pontaria e até
agora tinha acertado todos os alvos e portanto aceitava o desafio. Colocam então a maçã
na cabeça da menina e ela não acerta na maçã, mas sim na cabeça da menina.
Neste caso, depende se é dolo eventual ou negligência consciente. Se ele ao aceitar o
desafio o fez porque queria ganhar a aposta independentemente do resultado, ou
seja, ele não se convenceu efetivamente de que o resultado não se efetivaria, aqui
seria dolo eventual, ou como ele é tão bom, como é o melhor do mundo e acertou
sempre acreditou piamente na não verificação do resultado, aqui era negligência
consciente.
Apesar de nestas 2 situações o agente representar o resultado, a diferença entre o
dolo eventual e a negligência consciente vai estar na forcomo como o agente, depois
de representado o resultado como possivel, se coloca, ou seja, acredita ou não na
não verificação do resultado.
Se ele só age porque acreditou piamente que aquele resultado não se verificava, ou
seja, não iria acertar na cabeça da menina – negligência consciente.
Se ele, por outro lado, o que queria era ganhar a aposta e não acreditou na não
verificação do resultado – dolo eventual.
O que temos de ver é se numa determinada situação a hipótese nos encaminha
para alguns destas modalidades, se não nos encaminha temos que levantar as 2
sub-hipóteses, dizer o agente agiu com dolo eventual se/ o agente agiu com
negligência consciente se.
Se na realidade a responsabilidade civil se destina à reparação dos danos, e se é esse o
objectivo principal poderia parecer que independentemente da modalidade de culpa
nenhuma distinção seria efetuada pelo legislador relativamente ao facto do agente agir
com dolo ou mera culpa. Mas assim não é, na realidade quando nós dizemos que a
responsabilidade civil se destina ao ressarcimento dos danos e portanto não tem por
objectivo punir o agente, vamos ver umas ideias relativamente a situações em que a
questão já é discutida de uma outra maneira, são os chamados danos punitivos. Mas nós
temos o artigo que é o artigo 494º, que nos diz que indemnização pode ser mimitada
num valor inferior ao valor dos danos, se o grau de culpabilidade do agente, a
situação económica do lesado e do lesante e as demais circunstâncias do caso o
justificarem.
De resto, a epigrafe deste artigo é – limitação da indemnização no caso de mera
culpa, isto quer dizer que não nos podemos esquecer que, quando nós optamos
numa situação, pela negligência, ou quando a própria hipótese nos encaminha para
Direito da Responsabilidade
uma situação de negligência, a verdade é que o art. 494º permite ao tribunal, por
motivos de equidade fixar indemnização num valor inferior ao valor dos danos,
sempre que ...., ou seja o lesado pode vir a receber uma indemnização inferior aos
danos que lhe foram causados se o grau de culpabilidade do agente assim o
justificar, ou seja, se o agente tiver atuado com mera culpa.
Se estes 4 pressupostos do 494º forem cumulativos é obvio que este artigo só se
pode aplicar à responsabilidade por factos ilicitos, ou seja, à responsabilidade
subjectiva. Se enterdermos que eles não são cumulativos podemos aplicar este
artigo à responsabilidade objectiva porque o 499º no âmbito da responsabilidade
objectiva nos diz que, são aplicáveis à responsabilidade objectiva todos os artigos
(responsabilidade pelo risco que é o que está aqui consagrado) da secção anterior
que não colidam com a natureza da responsabilidade objectiva que é uma
responsabilidade isenta de culpa.
Ora, se eu considerar que estes requisitos são cumulativos, ou seja, que nos diz
para fixar uma indemnização inferior ao valor dos danos tenho que ter em conta o
grau de culpabilidade do agente, a situação económica do lesado e do lesante e as
demais circunstâncias do caso que assim o justifiquem. Não pode obviamente, para
aqueles que entendem que são cumulativos, limitar a indemnização só porque entende
que a situação económica do lesante não justifica, daqui resulta que apesar do agente ter
praticado 1 facto, que esse facto seja ilicito, que ele tenha agido com culpa, donde
resultaram danos e desde que se verifique o nexo de causalidade entre o facto e o dano,
a agente vai responder pela indemnização total que corresponde ao valor dos danos que
o lesado sofreu, não é verdade, porque à luz deste artigo pode a indemnização ser fixada
num valor infeior ao valor dos danos.
Ora cabe aqui questionar então se não está de algum modo em causa a finalidade da
responsabilidade civil que é reparar/ressarcir os danos. Quando o legislador fala de
limitação da indemnização não é colocar 1 teto, a limitação deste artigo é no âmbito de
poder ser fixada uma indemnização no valor inferior ao valor dos danos.
Portanto, esta distinção entre dolo e mera culpa tem 1 consequência prática enorme
nomeadamente no que respeita ao artigo 494º, no âmbito do direito civil. Só é possivel
limitar a indemnização num valor inferior ao valor dos danos no âmbito do artigo 494º e
depois aqui entram neste artigo a discussão se são ou não cumulativos estes
pressupostos da limitação da indenização, se o juiz não tem que os ter todos em conta e
se assim for não podemos aplicar este artigo a outro tipo de responsabilidade que a
responsabilidade subjectiva.
Direito da Responsabilidade
Nestes casos de responsabilidade civil, a grande parte da prova quanto à pratica do facto
ocorre por prova testemunhal, quanto aos danos já não tanto porque a maior parte dos
danos nomeadamente os patrimoniais por regra só se provam por documentos, ou seja,
os rendimentos provam-se pela declaração IRS, os gastos materiais pelas respetivas
faturas, etc... no que respeita aos danos corporais e eventuais incapacidade a melhor
prova é realizada através de uma pericia médico-local, que deve ser requerida logo no
âmbito da propositura da ação.
No que respeita à culpa, não esquecer numa hipótese de dizer a quem é que cabe a
prova da culpa, como é que se aprecia a culpa e devemos começar por no âmbito
da culpa, dizer se o agente é inimputável ou não, e não esquecer que ainda que o
agente no momento da prática do facto não tenha descernimento que lhe
permitisse decidir pela não prática do facto e não esquecer que, se ele se tiver
colocado culposamente nesse estado é tido como inimputável, desde que
obviamente se tenha colocado culpasamente nesse estado. Ver então como é que se
aprecia a culpa e por fim indicar a modalidade ou as modalidades de culpa.
Se não conseguirmos perceber se é dolo eventual ou negligência consciente mais
vale referirmos as 2 figuras e explicar porquê.
Danos
A seguir temos o outro pressuposto que são os danos, que não nos dão muito trabalho
mas têm muita coisa para dizer.
Para a professora o que é fundamental é a distinção que devemos fazer entre danos
patrimoniais e danos não patrimoniais. Esta matéria dos danos não está
consagrada no capitulo da responsabilidade subjectiva porque é comum a todo o
tipo de responsabilidade contratual e extracontratual, portanto está no âmbito da
obrigação de indemnizar.
A grande diferença entre os danos patrimoniais e não patrimoniais, é que os danos
patrimoniais são aqueles que são avaliados pecuniariamente, ou seja, podem e
devem ser objecto de uma avaliação pecuniária. Por contraposição os danos não
patrimoniais não são avaliáveis pecuniariamente, então como é que se
indemnizam? A indemnização, ou seja, a noção de indemnização é a
correspondência a uma avaliação em dinheiro de um determinado dano, portanto
de os danos não patrimoniais não são avaliáveis em dinheiro no rigor dos
principios não se indemnizam, compensão-se. Claro que todos falamos em
Direito da Responsabilidade
indemnização, mas na realidade, o que se verifica em relação aos danos não patrimonias
é que estes são objectos de uma compensação.
Os danos não patrimoniais começaram por ser identificados como os danos morais, hoje
em dia a maioria dos outores e a própria jurisprudência já diz que, dentro dos não
patrimonias temos que ter em conta não só os morais mas também por exemplo o
dano estético, e distingue-se o dono estético do moral, exemplo: alguém que sofre um
ferimento e teve que ser intervencionado e ficou com uma cicatriz na cara, temos o dano
moral correspondente à dor e sofrimento que essa pessoa sentiu com a agressão, à dor e
sofrimento que essa pessoa teve no âmbito da sua recuperação, e depois temos o dano
estético o sentimento que passa a ter cada dia que se levante e que olha ao espelho ao
ver aquela cicatriz no rosto, este dano estético hoje em dia é indemnizado.
Atenção que este dano estético pode ter repercussões a nivel patrimonial, imaginem
que a pessoa que sofreu a facada é uma modelo famosa, para além do dano não
patrimonial, para além dos sentimentos associados ao facto de ver a cicatriz na cara
todos os dias, temos uma repercussão a nivel patrimonial mas que nada tem a ver com
os danos não patrimoniais que é o facto de deixar de ser contratada e a sua atividade
profissional deixar de existir, pelo simples facto que ninguém a procura porque
está desfigurada.
O problema é que os danos não patrimoniais não são sempre indemnizáveis esta é
uma regra enquanto que os patrimoniais desde que se provem, os não patrimoniais
o legislador diz-nos que só são indemnizáveis aqueles que pela sua gravidade
mereçam a tutela do direito, isto está consagrado no 496º. Uma chatices, umas
irritações não são suficientes para dar lugar a uma indemnização, o legislador diz que os
danos que pela sua gravidade mereçam a tutela do direito, à partida vê-se que aquilo que
a pessoa considera como dano moral...
Depois temos o dano supremo que é o dano morte, ou seja, a perdo do direito à
vida. Na verdade a indemnização pela morte, o STJ tem fixado o valor na ordem de 70
ou 80 mil euros. Há um outro dano não patrimonial que no âmbito da morte é
indemnizável mas que é autónomo da perda do direito à vida que é a dor e
sofrimento que os familiares próximos estabelecidos na lei têm direito a receber
pelo morte do ente querido e a lei diz-nos que são os conjuges, o filhos, os unidos de
facto, os ascendentes, etc. Isto é por classe, se deixou mãe e filhos são estes que vão
receber, se deixou conjuges e descendentes são estes que vão receber, isto é por
classe, não dá para meter os consjuges, os filhos e os pais. Mas isto é um dano que
não se confunde com a indemnização pelo dano da perda do direito à vida.
Não confundir este dano morte com o dano sofrido pela vitima antes da morte, ou
seja, se do facto resulta a morte e a morte é imediata vamos aplicar o artigo 496º e
temos aqui estas pessoa com direito à indemnização, todavia se antes da morte a
vitima teve dores, teve em coma, etc isto é um sofrimento da vitima que deve ser
indemnizado mas que entram na sua esfera juridica porque ele sofreu estes danos
antes de morrer.
30 Novembro 2018
Danos
Artigo 496º
Direito da Responsabilidade
5 dezembro 2018
O que pode sair:
- Sai até ao 500º + 503º + artigo 508º.
- pode sair um caso pratico por factos ilícitos e depois um outro por responsabilidade
objetiva – se tem presunção de culpa; se ele pode afastar; quem responde ao abrigo no
503 nº1; etc.
Direito da Responsabilidade
Caso prático:
Nos sabemos que o facto tem que ser um facto voluntario, ou seja, um facto
humano, o que quer dizer que tem que ser um facto humano, controlável, dominável,
pela vontade. Concluímos com a analise da hipótese que o facto que nos é apresentado é
uma omissão, ou corresponde à omissão do dever de conservação por parte do
proprietário do edifício. Esta omissão dá lugar à responsabilidade civil no âmbito do
artigo 486º, e há por força da lei, a obrigação de praticar o facto omitido.
Ou seja, os proprietários do edifício tem a obrigação de reparar e conservar aquilo
que for necessário de modo a evitar que os edifícios possam causar danos a terceiros.
Portanto, estamos perante um facto por omissão que dá lugar à responsabilidade
civil porque se encontra no âmbito do artigo 486º, sendo que no âmbito deste
artigo, só é relevante para a responsabilidade civil, os factos por omissão quando
haja por força da lei ou do negocio jurídico a obrigação de praticar o facto
omitido.
Neste caso, havia porque resulta da lei.
Direito da Responsabilidade
2. Facto ilícito:
3. Culpa:
Temos aqui um problema, porque ele foi avisado pelos vizinhos que o edifício
ameaçava ruir, obviamente que é representado o resultado. Mas das duas uma: ou
ele representou o resultado e não se verificou a não verificação, ou seja,
conformou-se com a possibilidade do resultado se verificar, estamos perante uma
situação de dolo eventual; ou, representação o resultado, contudo acreditou na sua
Direito da Responsabilidade
Portanto esse pedido dele não é aceitável, uma vez que apesar desse valor
corresponder a tudo aquilo que ele deixou de auferir em virtude da lesão, tem que
descontar esse valor, tudo aquilo que ele teria que gastar para obter esse mesmo
valor.
4. Nexo de causalidade:
Direito da Responsabilidade
edifica, é normal que dessa destruição resulte a destruição de qualquer edifício que
esteja ao pé desse edifico.
Contudo, houve um terramoto. Todavia, ele vem a invocar que nessa mesmo
semana, ocorreu um terramoto de terra, e todos os edifícios adjacente aquele que ruiu
ficou destruído. No fundo, o que A esta a invocar é a relevância negativa da causa
virtual. Ou seja, o autor da causa real, quer ver afastada a sua causa de
indemnizar, através de uma causa virtual.
No nosso ordenamento jurídico, por regra, a causa virtual não tem qualquer
relevância, todavia, excecionalmente, admite-se a relevância negativa da causa
virtual. Não é por acaso que se admite no artigo 492º onde está escrito segunda parte
importante do artigo – ‘’ou que mesmo a ...... não se tinha evitado o dano real’’. ou seja,
isto quer dizer que, se não existisse a causa real, ou seja, se A tivesse feito as
devidas reparações e se o prédio deste não tivesse ruido e por isso nenhum dos
outros prédios/edifícios/fabrica tivessem estado bem, havia uma outra coisa –
causa virtual, que é a ocorrência natural de um terramoto – que está apta a provar
os mesmos danos, não fosse os danos provocados pela causa real. E essa causa
virtual é o terramoto, e ao invocar a causa relativa negativa da causa virtual, ele
quer afastar a sua obrigação de indemnizar.
Artigos: 491º 493 e 493º(não se admite o nº2 deste artigo, apenas o nº1) - onde a
relevância negativa da causal virtual é admite e no âmbito da responsabilidade
contratual – 1207º, nº3.
Caso prático:
Resposta:
Direito da Responsabilidade
Portanto, é um facto por omissão que releva por responsabilidade 486º - no âmbito
de uma omissão relativamente a um facto, sendo que havia por força de um
negocio jurídico, a obrigação de indemnizar um facto omitido.
2. Facto ilícito:
3. Nexo de causalidade:
Direito da Responsabilidade
dever de vigilância, nunca o menor teria morrido. O facto foi o qual o dano nunca
se teria resultado.
Todavia, no âmbito da vertente negativo no âmbito da teoria da causalidade
adequada. Em que ao lesado basta provar que o facto é que condição do dano, cabe
ao lesante demonstrar que existiram condições extraordinárias e anómalas, que se
interpuseram entre o facto e o dano, e que resultaram efetivamente, ou que
levaram à produção daquele dano.
Logo temos dois factos, duas ilicitudes, duas culpas, dois danos, e dois danos
causais que têm que ser separados. Relativamente à morte poderá ocorrer
efetivamente a omissão de cuidar por parte dos médicos que assistiram a criança.
É normal, é provável é previsível, que da administração daquele medicamento
resulte a morte. Não, apenas se fosse alérgico. Então e caberia aos médicos fazerem
uma analise à criança para saber se esta era ou não era alérgica aquele
medicamento?
Se concluirmos que só médicos omitiram uma pratica que deveriam ter seguido,
eles vão ser responsáveis os médicos porque não trataram daquela criança como
deveriam ter cuidado. Foram imprudentes, foram negligentes. Aqui provavelmente
é uma imprudência.
Provavelmente, tanto aqui na parte dos médicos como na parte da enfermeira, ela
distraiu-se. Estaríamos em qualquer das situações perante uma negligencia
consciente, uma imprudência. Deveriam ter feito aquela criança, e a criança
faleceu.
Portanto, esses médicos, são responsabilizados pela morte e é sobre eles que
recairá a morte de indemnizar.
Direito da Responsabilidade
Este artigo fala desde que caia a comissão de indemnizar, mas não diz que
âmbito da responsabilidade. É unanimo na doutrina e na jurisprudência, que essa
obrigação de indemnizar deve resultar da responsabilidade por factos ilícitos
porque não encontramos nenhum outro partido de responsabilidade objetiva que
permita responsabilizar o preço do comissario. Por outro lado, o elemento que nos
parece mais forte é que seja por factos ilícitos.
Nº3 – exceto se o comitente também tiver culpa – é porque é pressuposto da
responsabilidade do comissario, o pressuposto da culpa.
Qual é a responsabilidade por culpa ? – responsabilidade por factos ilícitos –
subjetiva por factos ilícitos.
Direito da Responsabilidade
Em suma, não tem que ser por ocasião da função, não tem que ser temporal da função.
O facto praticado, ou seja, no exemplo a cima, a omissão de dever de vigilância, que
dá lugar ao dano, tem que se inserir no quadro da função que lhe foi confiada.
Mesmo que a entidade lhe dê uma atuação, e ele faça outra, ele continua a estar
no quadro da função que lhe foi confiada. Ainda que esteja a agir contra as funções que
lhe foi dado.
7 dezembro 2018
Resolução de uma das hipóteses dada no dia 5:
É um facto que ao abrigo do 503º, nº1, o comitente A é chamado a responder como
detentor do veiculo, uma vez que o veiculo é conduzido pelo comissário no interesse
do comitente e portanto o A é aquele que no artigo 503º é identificado como o
detentor do veiculo. Mas nos termos do nº 1 do 503º quem é chamado a responder
como detentor, unicamente pode ser chamado a responder pelos danos que
resultem dos riscos inerentes ao próprio veiculo. No âmbito dos riscos inerentes ao
próprio veiculo, incluem-se os riscos inerentes ao veiculo quer ele esteja em
circulação quer ele esteja imobilizado, assim como os riscos inerentes ao condutor
no âmbito de um binómio condutor-veiculo. Todavia, sendo o veiculo conduzido
pelo comissário ao abrigo do 503º, nº3 sobre o comissário recai uma presunção de
culpa, o que quer dizer que se o comissário não afasta a presunção legal de culpa
que sobre si recai ele é chamado a responder no âmbito da responsabilidade por
factos ilicitos e têm que estar reunidos relativamente ao comissário todos os
restantes pressupostos relativos à responsabilidade por factos ilicitos, para além do
pressuposto de culpa que se verifica porque ele não fez prova de que não tinha
culpa.
Se o comissário é chamado a responder pela responsabilidade de factos ilicitos, o
comitente já não é chamado a responder nos termos do 503º, nº1 mas sim nos
termos do artigo 500º como garante da obrigação de indemnizar pelo comissário.
Mas para tanto é necessário verificarmos se o comissário estava ou não na função
do exercicio que lhe foi confiado. Se realmente o acidente ocorre quando o
comissário está no exercicio da função que lhe foi confiada, estão reunidos os
pressupostos do artigo 500º (existência da relação de comissão, responsabilidade de
factos ilicitos a recair sobre o comissário em exercicio da função) quem responde
pelos danos causados a C é obviamente o comitente como garante da obrigação de
indemnizar ao abrigo do artigo 500º e o comissário no âmbito da responsabilidade
por factos ilicitos. Responsabilidade solidária, pelo que se o comitente for demando
por C a liquidar a obrigação tem direito de regresso sobre B, ao abrigo do nº3 do
Direito da Responsabilidade
- Alinea b)
A doença súbita do condutor é ou não é entendido como risco inerente ao próprio
veiculo? Sim, então não é uma causa de força maior que ao abrigo do 505º nós
possamos excluir a responsabilidade. Não confundir causas de força maior com um
risco inerente ao próprio veiculo. Ou seja, os casos furtuitos entram nos riscos
inerentes ao próprio veiculo, os casos de força maior não e exclui-se a
responsabilidade ao abrigo do 505º. Se dizemos que o B tem 1 ataque de coração uma
doença subita, despista-se e embate no veiculo conduzido por C. Se esta prova foi feita
como se diz na hipótese que foi feita, o B prova que não teve culpa e estava ou não
no exercico da função que lhe foi confiada? Está, então quem é que é chamado a
responder? O A pelo nº1 do 503º como detentor da viatura, ou seja, o A responde
pelos danos que resultem dos riscos inerentes ao próprio veiculo. Porque a doença
subita de B considera-se que é um risco inerente ao próprio veiculo, não é uma
causa de exlusão da responsabilidade ao abrigo do 505º, o 505º exclui o caso de
força maior não exclui nunca os casos furtuitos.
Os casos de força maior são por exemplo problemas da natureza, nos casos de riscos
inerentes ao próprio veiculo o que a professora quis dizer é tudo o que esteja
associado aos riscos do próprio condutor considera-se que é um risco inerente ao
próprio veiculo.
Portanto, nesta hipótese o A é chamado a responder como detentor da viatura,
responde pelos danos causados nos limites do 508º. Atenção que há quem entenda
que é possivel aplicar a esta situação o artigo 494º, para quem entende que os requisitos
do 494º não são cumulativos, porque se forem cumulativos jamais podemos aplicar a
esta situação porque se são cumulativos 1 dos requisitos é o grau de culpabilidade do
agente, ora se estamos no âmbito da responsabilidade de A como detentor estamos no
âmbito da responsabilidade pelos risco, para quem entende que não são cumulativos e
como o artigo 499º nos diz que podemos aplicar à responsabilidade pelo risco toda a
dispositivo da secção anterior ou seja da responsabilidade por factos ilicitos desde que
esses dispositivos não colidam com a natureza da responsabilidade pelo risco. Quando é
punido? Sempre que o presuposto de culpa estiver presente nesse dispositivo. Então
como é que aplicariamos o 494º, para quem entende que estes requisitos não são
Direito da Responsabilidade
- Alinea c)
O facto de o C conduzir sob o efeito do alcóol, se a única prova que foi feita foi esta,
não é suficiente para responsabilizar C pela responsabilidade por factos ilicitos. Tem
que haver um nexo entre a condução sob o efeito do alcool e a produção dos danos.
Vamos imaginar que o C estava estacionado e bem estacionado e é abalrroado por B, é
feito o teste de alcoolémia ao C quando o C não contribuiu para o acidente. Há que
estabelecer um nexo entre a condução sobre o efeito de alcool e o acidente. Não
basta a condução sob o efeito do álcool para que alguém seja responsabilizado pelo
acidente é necessário que entre a condução sob o efeito do alcool e o próprio
acidente haja uma conexão, ou seja, foi porque estava alcoolizado que praticou
algum facto de onde resultaram os danos. Como é que teriamos de resolver a
questão? Vamos supor que C estava alcoolizado, vamos supor que foi feita prova
que foi culpado não só porque estava alcoolizado mas que o acidente lhe é
imputável, ou seja, ele não só estava alcoolizado como há um nexo entre a
condução sob o efeito do alcool e o facto por ele praticado provocar um dano, ou
seja, em que medida é que ele contribuiu para a verificação daquele resultado. Mas
a hipótese diz-nos que B provocou danos a C. 1ª fórmula de resolver esta hipótese,
não é suficiente a prova da culpa de ser para afastar a presunção de culpa que
recai sobre B, de resto podemos ter aqui, e a hipótese não acrescenta nada mais, nós
temos uma culpa provada relativamente a C e uma culpa presumida relativamente
a B. Seriam os 2 chamados à responsabilidade. Todavia à 1 artigo que é o 570º, o
nº2 do 570º leva-nos à responsabilidade de B, mas isto só acontece se a culpa do
lesante se basear numa presunção legal de culpa, porque se a culpa do lesante para
além da presunção legal de culpa for provada, passamos para o nº1, não tem
necessariamente que excluir a responsabilidade do lesante pela culpa do lesado. A
diferença entre nº1 e o nº2 do 570º é que o nº2 exclui a responsabilidade do lesante
quando essa responsabilidade deriva de uma presunção legal de culpa e é provada
a culpa do lesado, se a culpa do lesante não resulta de uma presunção mas resulta
de prova já não exclui e aplicamos o nº1. E então o C tem culpa e o B também tem
culpa mas é baseada numa presunção e se é baseada numa presunção ao abrigo do
570º nº2 a responsabilide de B é excluida. E a de A? Também é excluida ao abrigo
do 570º, porque a responsabilidade eventual de A era só baseada no risco havendo
culpa do lesado esta exclui no âmbito do 505º em que o legislador diz-nos que a
culpa do lesado exclui a repsonsabilidade daquele que pode vir a ser chamado a
responder como detentor. Alguém não pode vir a ser chamado para se
responsabilizar quando há um interveniente com culpa.
Não estamos num acidente de viação simples em que 1 veiculo conduzido por B
embate no veiculo conduzido por C, mas estamos numa colisão de veiculos. O
artigo 506º diz-nos que no âmbito da colisão, que se houver uma colisão entre 2
veiculos primeiro temos que determintar quem é que é chamado a responder e em
que qualidade. Ou seja teriamos que aferir da responsabilidade de B com base na
presunção do 503,nº3, tinhamos que aferir se sobre C estão reunidos os
pressupostos da responsabilidade por factos ilicitos. Vamos supor que há prova de
que não teve culpa e de que não é feita prova da culpa de C, todavia C e A são
chamados a responder no âmbito do 506º .
Numa colisão de veiculos 2 situações: eventualmente aferimos pela
responsabilidade de ambos os veiculos e vamos repartir a responsabilidade na
Direito da Responsabilidade
proporção em que cada um dos veiculos tiver contribuido para os danos. Naquelas
situações em que foi só 1 veiculo que embateu só esse veiculo é que responde, o
causador dos danos.
Somam-se os valores dos danos e temos assim 2500 euros, se não conseguirmos
determinar a contribuição a nivel de risco vamos presumir iguais então vamos dividir
por 2 e dá 1250 euros que cada um tem que suportar. Isto quer dizer que A teve danos
de 1500 tem que receber 250 euros de C porque ele só tem que suportar 1250 euros. O
C que teve danos de 1000 tem que pagar a A os 250 euros para que cada um suporte a
nivel de risco o mesmo montante.
Vamos pensar que vai sair uma hipótese no âmbito do 491º e vamos pensar que um
interdito causa danos a terceiro, quem é que é chamado à responsabilidade? Aquele que
tem obrigação de vigilância, essa obrigação pode resultar da lei ou de negócio juridico.
Se o interdito/inabilitado/ menor de 7 anos, se estava a cargo dos pais a obrigação de
vigiar o menor decorre da lei, se estava a cargo de 1 empregada a obrigação resulta de
um contrato do negócio juridico. Portanto todos os casos por omissão só relevam se no
caso do 486º concluirmos que havia por força da lei ou negocio juridico a obrigação de
praticar o facto omitido, vamos partir do principio que sim, o vigilante é chamado a
responder porque omitiu dever de vigilância, omissão releva para a responsabilidade
civil que pela lei ou negocio juridico tinha obrigação de praticar o facto omitido, é
ilicito, tem culpa porque não afastou a presunção de culpa consagrada no artigo 491º e
concluimos pela responsabilidade. Vamos considerar que apesar de haver uma causa
virtual esta não tem relevância para efeitos de aplicação de este artigo porque se a causa
virtual que for invocada corresponder a um facto humano já sabemos que não tem
relevância e portanto temos o vigilante chamado à responsabilidade. Todavia, vamos
supor que não é possivel obter a reparação do vigilante porque não tem património ou
bens. Por motivos de equidade à luz do 489º é possivel fazer recair sobre o menor a
obrigação de indemnizar.
1.
Requisitos do artigo 500º, mas todavia, há um acidente de viação, o professor acha
que pode haver aqui uma obrigação e que sendo um veiculo conduzido pelo
comissario no exercício das suas funções, não se coloca a hipótese de o A, o
motorista, ser responsabilizado pelo nº3 do 503º. Se a responsabilidade como
detentor, portanto só pode ser chamada no âmbito do artigo 503º nº3, tendo culpa,
partindo do principio que estava no exercício da função.
Quanto a A, fala-se em presunção de culpa de acordo com o artigo 503 nº3, e faz
com que A, seja chamado a responder por danos por factos ilícitos, e o B como
comitente dos termos do 503º nº3. Portanto, o B, também não responderia como
detentor, ao obrigo do nº1, porque há responsabilidade do comissario (500º, o B, a
empresa só é chamado como garante de responsabilizar a cargo do comissário).
Tenho responsabilidade subjetiva de A. E objetiva de B (artigo 500º). Com limite
máximo de 508º do CC.
Levanta-se a questão de saber se a presunção de culpa do artigo 503 nº3 se aplica
do caso da colisão de veículos – partimos do caso do principio que sim. E, A culpa
M. M entende que a culpa é de A.
NOTA: a professora continua a ler a correção da pergunta numero 1 do 2 teste.
Direito da Responsabilidade
Sendo que, sempre que sendo uma colisão também devemos de partir do princípio
que M devia ser chamada a responder nos termos do artigo 503º nº1. E a
responsabilidade seria repartida em função de que cada um dos veículos tiver
contribuído.
Quanto aos danos, são os danos provocados pelos próprios veículos. Atribuem-se os
danos patrimoniais não verificados. E quanto ao dano de Lurdes, obviamente o
mesmo não pode ser considerado por fala de nexo de causalidade, ou seja, a Lurdes
veio a falecer a caminho do hospital.
O esquema que a professora vai dar agora não é para aplicar num acidente de
viação porque estas definições que a professora vai dar, não cabem todas em
qualquer acidente. Portanto, temos que partir dos pressupostos que a professora
vai partir, para dar a resposta adequada.
Direito da Responsabilidade
Estas são assim as hipóteses que a professora deu, no âmbito de uma cidente de viação
conduzido por um comissário por conta de um comitente. Tudo se reconduz à mesma
coisa, porque alguém só pode ser chamado a responder nos termos do artigo 506º no
âmbito da repsonbilidade objetiva, se cada um dawueles que é interveniente do acidente
responder ao abrigo do artigo 503º nº1. Ou seja, previamente aplicação do 506º temos
que determinar a respinsabilidade ao abrigo do 503º porque se a pessoa não for detentor
não vai responder pelo 506º. Mesmo estando perante uma presunção legal de culpa.
4 Janeiro 2019
Correção do teste
Relativamente ao comissário temos uma presunção legal de culpa do 503º, nº3 que ele
afasta ou não afasta. A prova de que ele faz de que a Maria vinha em excesso de
velocidade não é suficiente para provar que ele não teve culpa, mais se não existir um
nexo entre a condução em excesso de velocidade e o acidente, não podemos dizer que a
Maria, contribui para os danos, certo? Portanto, quando o professor refere na hipótese
que ele alega que ela ia em excesso de velocidade e a Maria alega que não, isto do
alegar não chega. Ou partíamos do principio que era – sobre o comissário recai a
presunção legal de culpa que ele não consegue afastar porque não basta alegar que a
Maria não ia em excesso de velocidade. É preciso demonstrar que pelo o facto de a
Maria ir em excesso de velocidade ela contribui para os danos a nível de culpa. Não
tendo feito essa prova ele responde em termos de responsabilidade no âmbito de factos
ilícitos, e o comitente que à partida responderia ao abrigo do 503º, nº1, não responde,
responde ao abrigo do 500º, desde que um outro principio esteja verificado que era o
Direito da Responsabilidade
comissário estar em exercício da função e não há nada que nos indique no sentido
contrário. Portanto tínhamos o comitente a responder no âmbito do 500º,
responsabilidade objetiva como garante de indemnizar a cargo do comissário, o que
quer dizer que se fosse ele a liquidar a indemnização tinha direito de regresso sobre o
comissário.
Quando a avó morre não há nexo de causalidade, nem pela teoria da causalidade
adequada nem pela teoria do escorpo da norma é possível considerar que aquela morte
resulta da prática do facto ilícito provocado pelo comissário. No âmbito da teoria da
causalidade adequada, na vertente negativa desta teoria, que é aquela que se considera
adotada pelo nosso código, o 563º diz-nos que o lesante só responde pelos danos que
provavelmente resultaram do facto. O que quer dizer que o lesado só tem que provar
que o facto foi condição do dano, ou seja, que se não fosse o acidente ela não teria
morrido, mas cabe ao lesante demonstrar que são condições extraordinárias e anómalas
que se interpuseram entre o facto e o dano. E, portanto, estava afastada pelo nexo de
causalidade a responsabilidade.
Caso admitíssemos que a prova feita pelo comissário, era no sentido de não ter tido
culpa, ainda assim relativamente à Maria, já que era ela que conduzia o veiculo e que
era proprietária do mesmo, para ela ser chamada à responsabilidade no âmbito da
responsabilidade por factos ilícitos havia que provar a culpa dela, porque a culpa dela
não recai numa presunção legal de culpa. Portanto, vamos partir do principio que
ninguém prova a culpa dela nem B e nem A. Se não provam a culpa dela, há que ver que
para poder aplicar o 506º, se ao abrigo do 503, nº1 ambos veículos contribuíram a nível
de risco para o acidente. Porque só assim é que é possível chamar o 506º para repartir a
responsabilidade na proporção em que o risco de cada um dos veículos tiver contribuído
para o acidente. No teste, muitos de nós partimos da culpa do comissário, mas fomos
aplicar o 506º para repartir a responsabilidade em função dos riscos, ora ou há culpa e o
acidente resulta de um facto ilícito culposo do lesante, ou há riscos. De resto, o próprio
506º diz que se houver culpa de algum ou alguns só os culpados respondem. Portanto, o
comissário afastando a presunção de culpa que sobre ele recai, era possível aplicar o
506º, no sentido de se chamar ambos á responsabilidade no âmbito do risco, desde que
se fosse demonstrado que o veiculo conduzido pela Maria também contribuiu a nível de
risco para o acidente, para poder fazer a repartição relativamente ao nível de risco de
cada um. De qualquer modo, relativamente à morte da Lurdes não havia nexo de
causalidade e portanto, nem no âmbito da responsabilidade objetiva, nem subjetiva
podíamos responsabilizar.
Depois tínhamos o facto de a criança atirar a pedra, não nos podíamos esquecer que a
criança é imputável, porque só se presumo falta de imputabilidade aos menores de 7
anos. A criança podia então ser chamada à responsabilidade, mas quem teria de ser
demandado teria de ser a mãe da criança, como representante legal da mesma. Mas
ainda assim, a mãe da criança também podia ter responsabilidade, por falta do dever de
vigilância. E portanto, nem se colocava a hipótese de a criança ser chamada a responder
no âmbito do artigo que permite responsabilizar os incapazes no sentido de os chamar a
pagar a indemnização quando não for possível obter a compensação do lesante, porque
ele era chamado a responder. Porque, relativamente a ele verificava-se o pressuposto de
culpa já que é inimputável. Era na ação representado pela mãe e, portanto, temos uma
responsabilidade solidária. Se ela é solidária, quer dizer que o lesado pode exigir a
indemnização a qualquer um deles, assistindo-lhes depois o direito de regresso na
medida das suas culpas. Não sendo possível determinar a medida da culpa, presumem-
se iguais.
Direito da Responsabilidade
Depois tínhamos a GNR a querer uma indemnização, e estamos aqui no âmbito dos
danos reflexos. No nosso ordenamento jurídico é preciso realmente que possamos
admitir a consagração destes danos puramente económicos, fazendo uma interpretação
que os nossos tribunais não têm aceite. E portanto, a GNR jamais poderia ser
indemnizada pela perda daquele agente. Quando vamos para os danos de wrongfull
birth e wrongfull life as situações são distintas, no âmbito em que se for o próprio, que
vive uma vida triste com muitas incapacidades e que alega que foi violado um direito de
informação dos pais e que ele teria o direito a não ter nascido. Aqui não nos podemos
esquecer que são os danos próprios desta pessoa, por violação de um dever de
informação dos pais, mas os danos são causados na própria pessoa, de resto se a pessoa
está incapaz pode ser representada pelos pais para poder fazer a demanda, na situação
em que são os próprios pais a pedir essa indemnização em nome próprio, porquê? Pelos
maiores gastos que tenham que fazer com aquele filho em virtude daquelas
incapacidades de que ele sofre desde que nasceu. Portanto, não são danos reflexos, são
danos próprios causados diretamente pelo facto ilícito. Suponham que os pais de alguém
põem uma ação contra o lesante porque o filho vive em virtude de um acidente de
viação, foi para o hospital teve um coma e tiverem durante muito tempo preocupados,
recearam pela vida. Estas ações não têm forma de proceder, isto é um dano reflexo.
Pode a ação ser proposta por aquele que sofreu o dano no sentido de alegar e provar que
daquele acidente resultaram danos não patrimoniais e tudo isto seria indemnizado, mas
em nome do lesado.
Relativamente à última questão, obviamente que estamos numa situação de estado de
necessidade. Poderíamos entrar aqui com uma outra situação que é o facto de a avó
poder ser ou não responsabilizada pelo ___? Na medida em que não ajudou a criança,
mas temos outra questão, que é estaria a avó em condições de ter esse encargo de vigiar
a criança? Caso em que, se não tivesse em condições a violação do dever de vigilância
estava nos pais e não na avó. A avó devido á sua idade podia não ter condições de vigiar
a criança de forma efetiva e neste caso seriam os pais. Eu não posso incumbir a
vigilância de um menor a uma pessoa que não tem capacidade para o fazer de forma a
responsabilizar-lhe, porque se não a responsabilidade é “minha”.