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FERRO FUNDIDO

CINZENTO
Davi Badaró
Fatores que influenciam na determinação da
estrutura micrográfica do ferro fundido cinzento:

• Composição química

• Velocidade de resfriamento

• Elaboração da liga
Influência da composição Química :

• Cada Elemento tem a sua influência sobre a formação


da estrutura do material e esta influência é ponto
determinante para se alcançar propriedades mecânicas
requeridas na peça produzida.
• Vamos ver a seguir a influência dos principais elementos
que constituem o ferro fundido cinzento
CARBONO:

▪ Grafitizante (promove a formação de grafitas) .


▪ Maior tendencia a solidificação estável .
▪ Quanto maior o teor de carbono maior tendencia
formar grafitas grandes(grosseiras),lamelas de grandes
dimensões.
▪ Grafitas muito grande diminuem propriedades
mecânicas.
SILÍCIO :

▪ Grafitizante (promove a formação de grafitas) .


▪ Maior tendencia a solidificação estável .
▪ Ferritizante (favorece a formação da ferrita )é
encontrado dissolvido na mesma .
▪ Em teores crescentes tende a aumentar a resistência
tração e dureza e diminuindo alongamento(teores acima
de 3%)
MANGANÊS :

▪ Anti-Grafitizante (promove a formação de carbonetos


Fe3C) .
▪ Favorece a solidificação metaestável .
▪ Perlitizante (favorece a formação da Perlita )
▪ Neutraliza o efeito prejudicial do enxofre no ferro
fundido cinzento.
MANGANÊS :
O equilíbrio entre o manganês e o enxofre é dado pela
seguinte expressão :
 %Mn = 1,72 x %S + K, onde:
◼ %Mn = percentual mínimo de manganês no ferro fundido
◼ %S = percentual de enxofre no ferro fundido
◼ K = coeficiente de segurança:
 K= 0,30 para combinar com o enxofre e garantir a nucleação
endógena;
 K = 0,75 para obtenção de perlita mais fina;
 K = 0,8 a 1,2 para impedir a formação de ferrita livre em peças
espessas.
Manganês
Nucleação nos ferros fundidos:
𝐹𝑒 + 𝑆 ↔ 𝐹𝑒𝑆 ≅ 1000°𝐶 C MeS C
𝑀𝑛 + 𝑆 ↔ 𝑀𝑛𝑆 ≅ 1600°𝐶

O manganês possui maior afinidade


pelo enxofre do que o ferro.

𝑀𝑛𝑒𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 + 𝐹𝑒𝑆 ↔ 𝐹𝑒 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 + 𝑀𝑛𝑆

Mn = 54,94 g/mol
S = 32,07 g/mol
1 mol = 6,02 x 1023 átomos.
Fósforo:
▪ Baixa tendência a formação de grafitas .
▪ Maior tendencia a solidificação metaestável .
▪ Em teores mais elevados > 0,10% tende a fragilizar o ferro
fundido.
Forma compostos denominados compostos fosforosos(steadita) e
podem ser do tipo :

Eutético binário - Ferrita+Fe3P


Eutético terciário - Ferrita+Cementita+Fe3P
Enxofre:
▪ Nucleante entre os % de 0,05 a 0,15% ,valores acima ou
abaixo deste % promovem o coquilhamento formação de
Fe3C.
▪ Geralmente encontrado na microestrutura na forma de sulfeto
de ferro ou sulfeto de Manganês.
▪ Aumenta se o teor de enxofre utilizando Pirita (mineral rico
em enxofre)
Cromo:
▪ Pode estar presente naforma Residual até 0,10 %,oriundos de
sucatas.
▪ Perlititizante (aumenta a resistência a tração e Dureza)
▪ Usual de 0,15 a 1,0%
▪ Até 0,30% pode ser adicionado isoladamente ,acima desta
faixa recomenda se utilizar um elemento grafitizante para
evitar a formação de carbonetos Fe3C,principalmente
em peças de seções finas e cantos vivos.
▪ Em teores acima de 1,5% aumenta a resistência a oxidação.
Cromo:
Molibdênio:
▪ Aumenta a resistência a tração ,dureza e o módulo de
elasticidade
▪ Teores usuais 0,20 a 0,80%,a faixa mais comum é entre 0,30 a
0,50%,melhores efeito quando o Fosforo está inferior a 0,10%.
▪ Refina a perlita e favorece a formação da estrutura
bainitica ,em teores baixos quando
usados isoladamente favorece a obtenção de ferrita na matriz .
▪ Extensamente utilizado para aumentar as propiedades
mecânicas a temperaturas elevadas.
▪ Elemento de liga Caro por isso raramente usa se de
forma isolada.
Molibdênio:
Níquel:
▪ Grafitizante médio,diminui a tendencia de formação de
carbonetos na solidificação.
▪ Atua como perlitizante na reação eutetóide,como consequência
tende a aumentar a resitência a tração e Dureza.
▪ Teores usuais 0,25 a 3,0%,a faixa mais comum em ferros
fundidos de baixa liga é entre 0,50 a 1,50%.
▪ Usado para estabilizar o efeito do Cromo,Molibidênio e do
Vanádio.
Níquel:
Cobre :
▪ Grafitizante médio, diminui a tendencia de formação de
carbonetos na solidificação.
▪ Seu efeito grafitizante em relação ao silício é de 1
para 4,como consequência recomenda se uma redução no teor
de silício de 0,25% para cada 1,0% de Cobre
▪ Atua como perlitizante(refinador da perlita) aumenta a
resistência a tração e Dureza.
▪ Melhora a usinabilidade
▪ Teores usuais 0,50 a 2,0%,pode ser usado até 3,0% em
peças de grande espessura.
Cobre :
Estanho :
▪ Forte estabilizador da perlita, sem apresentar tendência a
formação de carbonetos.
▪ Perlitizante 10 vezes mais forte que o cobre.
▪ Atua como perlitizante aumenta a resistência a tração e
Dureza, A resistência a tração em geral atinge o máximo de
resistência quando a estrutura é 100% perlitica.
▪ Teores usuais até 0,10%,pode ser usado até 0,15% em peças de
grande espessura.
▪ É um elemento muito utilizado atualmente em peças de ferro
fundido para indústria automobilística e de máquinas em
geral.
Estanho :
Vanádio :
▪ Tem um efeito similar ao do molibdênio
▪ Teores máximos de 0,20%
▪ Estabilizador de Carbonetos 2,5 vezes maior do que o cromo .
▪ Tem efeito favorável nas propriedades a quente o ferro
fundido cinzento.
▪ Pouco utilizado
Titânio :
▪ Atua como grafitizante em baixos teores e como estabilizador
de carbonetos em teores mais elevados
▪ Baixos teores na faixa de 0,05% a 0,20% promovem
grafitização, reduzem tendencia ao coquilhamento e refina a
grafita.
▪ Teores na faixa de 0,15 a 0,20 tendem a produzir a grafita do
tipo D que é indesejável .
▪ O efeito grafitizante em baixos teores seria devido ao efeito
indireto pela reação do Ti com Oxigênio e Nitrogênio, estes
gases favorecem o eutético metaestável e sua remoção
resulta em efeito grafitizante.
Alumínio :
▪ É pouco utilizado como elemento de ligas no ferro fundido
porém muito presente na composição dos inoculantes .
▪ O alumínio em baixos teores menor que 0,20% tem forte ação
grafitizante tanto durante a solidificação quanto no estado
sólido.
▪ A presença de residuais de alumínio tem siso apontado
como principal causa do aparecimento de PIN-
HOLES(porosidades em forma de agulha logo abaixo da
superfície do fundido) em ferro fundido cinzento resulta em
efeito grafitizante.
Estruturas típicas dos ferros fundidos Cinzentos :

Grafita

Ferrita
Estruturas típicas dos ferros fundidos Cinzentos :

Grafita Perlita fina


Estruturas típicas dos ferros fundidos Cinzentos :

Perlita

Grafita
Estruturas típicas dos ferros fundidos Cinzentos :

Ferrita

Grafita

Perlita
Estruturas típicas dos ferros fundidos Cinzentos :

Grafita

Perlita

Cementita
Estruturas típicas dos ferros fundidos Cinzentos :
◼ Outras estruturas:
 Sulfetos (FeS ou MnS):

FeS MnS
◼ Outras estruturas:
 Fosfetos (Ferrita-Fe3P ou Ferrita-Fe3P-Fe3C):
Influência da velocidade de resfriamento na
formação da estrutura do ferro fundido cinzento:
▪ Quanto maior a velocidade de resfriamento maior a tendencia
de solidificar segundo o diagrama metaestavel,isto é maior
tendência a formação de Carbonetos ao invés de grafitas.
▪ Na fundição esta variação na velocidade de resfriamento está
basicamente condicionada a troca de calor que ocorre entre o
metal líquido e o material do molde .
Influência da velocidade de resfriamento na
formação da estrutura do ferro fundido cinzento:

◼ Para resfriamento lento:


Influência da velocidade de resfriamento na
formação da estrutura do ferro fundido cinzento:
◼ Para resfriamento rápido:
◼ Para velocidades de resfriamento intermediárias (entre
os limites de velocidade lenta e rápida):
Fatores que interferem diretamente na velocidade
de resfriamento
▪ Espessura da peça:Quanto mais fina a espessura da parede
peçamaior será a velocidade de resfriamento do metal líquido.
▪ Tipo de areia do molde : Diferentes tipos de areias terão
diferentes coeficientes de condutibilidade térmica ,isto é
velocidade diferentes de troca de calor .
▪ Tempo de desmoldagem : Quanto mais rápido for o tempo de
desmoldagem da peça maior será a sua velocidade de
esfriamento.
Fatores que interferem diretamente na velocidade
de resfriamento
▪ Espessura de areia em torno da peça :Quanto maior for a
espessura de areia em torno da peça, menor será a
interferência do ambiente externo no resfriamento da peça,
assim o resfriamento da peça será mais lento favorecendo a
solidificação segundo o diagrama estável.
▪ A variação de estruturas micrográficas devido a variação de
espessuras é denominada sensibilidade a espessura.
Elaboração do ferro fundido cinzento
▪ A elaboração de uma liga é um dos pontos mais importantes
do processo de fabricação de uma peça fundida.
▪ Controles rígidos na elaboração da liga pode evitar
interferências na composição química e na velocidade de
resfriamento ,vimos que estes fatores interferem diretamente
na estrutura do material.
▪ Fatores como sobreaquecimento, limpeza e tratamento do
banho, entre outros se não controlados podem gerar alterações
irreversíveis a qualidade da peça fundida.
Rotina básica da elaboração de uma liga
▪ 1-Seleção da Carga
Um dos principais problemas da elaboração de ligas em uma
fundição é a heterogeneidade de alguns constituintes da carga
metálica. (composição química,recobrimento)

▪ 2-Carregamento do forno (seqência de carregamento)

▪ 3-Fusão da Carga
Rotina básica da elaboração de uma liga
▪ 4-Primeiro controle do metal líquido(temperatura e
composição química)
✓ Verificar se o objetivo da liga está de acordo com o
especificado
✓ A temperatura não se deve elevar para não ter queima de
elementos.
✓ A coleta da amostra deve ser o mais rápido possível.
Rotina básica da elaboração de uma liga
▪ 5-Tratamentos e adições (correção da composição química e
iniculação)
✓ Este procedimento deve acontecer de forma tranquila rápida e
organizada.
✓ Pequenas variações na preparação da quantidade dos aditivos
e erros operacionais podem provocar alterações significantes
da liga.
Rotina básica da elaboração de uma liga
▪ 6-Vazamento do molde
✓ Um dos maiores problemas durante o processo de elaboração
da liga é o controle rígido de temperatura .
✓ Quando a temperatura do metal líquido não é controlada,
além da perda de energia e tempo, há comprometimento na
sanidade interna e externa da peça.
✓ Um sobre aquecimento elevado levará a uma taxa maior de
contração volumétrica do material.
✓ Um sobreaquecimento elevado a um tempo longo de
manutenção ,pode ocasionar um maior grau de
superesfriamento e solidificar segundo diagrama metaestável.
◼ Temperatura durante a permanência do metal no
forno:
Tratamentos de elaboração
▪ Inoculação
✓ Adição de compostos ao banho em geral contendo silício,
antes do vazamento com a finalidade de garantir a
nucleação da grafita evitando a formação de carbonetos no
ferro fundido.
✓ A inoculação terá efeito fundamental sobre a sensibilidade
a espessura, gantindo uma estrutura mais homogênea na
peça.
✓ A inoculação também é usada quando se deseja obter na
estrutura do ferro fundido grafitas do tipo A com
tamanhos de 4 a 6.
Inoculação:
Independente da natureza do
substrato, este necessita de algumas
características para apresentar uma
boa atuação na formação
da grafita.
Condições primordiais para a
efetividade do substrato:
✓ Estabilidade termodinâmica na
temperatura do líquido.
✓ Estrutura cristalina do composto
similar com a grafita (hexagonal)
para obter coerência entre os
parâmetros de rede do reticulado
cristalino.
✓ Compatibilidade entre as
estruturas eletrônicas.
(HARDING et al., 1998; LOPER e
GUNDLACH, 1998; LOPER, 1999).
Fatores que influem sobre a inoculação
Casca: MnOSiO2
2MnOSiO4

Núcleo: Óxidos
MnS
CaS
Nova Casca: XOSiO2
XOAl2O32SiO2

Onde X = Ca, Ba ou Sr
Fatores que influem sobre a inoculação
◼ Inoculação:
 Os teores destes três elementos devem ser controlados:
◼ Ca + Ba + Sr = 0,6 a 1,5% → boa inoculação;
◼ Ca + Ba + Sr < 0,6% → inoculação ineficiente;
◼ Ca + Ba + Sr > 1,5% → aumenta a tendência à formação de drosses
(óxidos de baixo ponto de fusão, muito fluídos).
 O ferro e o silício atuam como veículo para o Ca, o Ba e o
Sr.
◼ Variáveis que afetam a inoculação:
 Temperatura do banho;
 Granulometria;
 Quantidade de liga;
 Limpeza do metal;
 Tempo de “Fading”;
 Método de tratamento:
◼ Nas panelas:
▪ sem metal;
▪ com certo volume de metal (1/3 a 1/2 do volume total).
◼ No jato de metal:
▪ do forno para a panela;
▪ de panela para panela.
◼ No molde através de processos especiais.
◼ Taxa de inoculação:
O % de inoculante pode variar de 0,05 a 0,7% do peso de metal
a ser tratado confor
 Espessura da peça;
 Método de inoculação;
 Tipo de inoculante;
 Granulometria;
 Temperatura de tratamento:
◼ Precisa se de 0,3 a 0,6% de inoculante para tratar na panela,um ferro
fundido hipoeutético de grafita lamelar,Quando se utiliza tratamento
no molde a taxa de adição nãio deve exceder de 0,05 a 0,10%.
Métodos de inoculação
Métodos de inoculação
Métodos de inoculação
Simples transferência no jato
Métodos de inoculação

Requer
• um inoculante granulado, fino,
• com composição química apropriada
• baixo teor de oxigênio
•Sensores são empregados
para interromper o fluxo de
inoculante.
Métodos de inoculação
câmara reação com granulado 0,1 a 0,7mm
• 0,05 a 0,1% do peso do conjunto de cada
molde.
•Câmara de reação deve promover que o fluxo
de
metal dissolva de forma gradativa a liga,
minimizando
as inclusões de inoculante nas peças fundidas
ou
dissolução incompleta do inoculante.
Métodos de inoculação
•Inoculante deve estar na forma de briquetes ou
blocos
pré-fundidos.
•Velocidade de dissolução é um fator
importantíssimo,
durante o enchimento do molde/peça.
•é colocado no fundo do canal de descida.
•À medida que o metal entra no molde, o inoculante
dissolve gradativamente, promovendo uma
inoculação
eficaz.
Métodos de inoculação

Empregar filtros para prevenir


inclusões de partículas
não dissolvidas.
Tratamentos de elaboração
▪ Desoxidação :
Tratamento feito no metal líquido no forno ou na panela com
o objetivo de reduzir a quantidade de oxigênio dissolvido no
banho.
A oxidação dos ferros fundidos é geralmente devido:
✓ Operação indevida do forno cubilô(pé de coque
insuficiente e excesso de ar.
✓ Cargas compostas de sucatas muito oxidadas.
Utiliza se para desoxidação ligas a base de Silício e Cálcio
(CaSi),Ferro silício,Alumínio e algumas ligas CaSi contendo
Zircônio .
Tratamentos de elaboração
▪ Desulfuração :
Tratamento efetuado no metal líquido no forno ou na panela
com o objetivo de reduzir a quantidade de enxofre dissolvido
no banho.
Utiliza se :
❑ NaCo3-Carbonato de sódio ,eficiência 40 a 60% ,faixa
usual de 0,5% a 1,0%,(armazenar em local seco).
❑ CaCo3-Carbonato de Cálcio, Bastante exotérmico,40 a
80%,faixa usual de 0,8% a 1,5% do peso de metal a ser
tratado.
Controles de elaboração

❑ Métodos prático (aspectos físicos e visuais)


❑ Análise térmica (solidificação e refriamento)
❑ Análise de coquilhamento
Controles de elaboração
❑ Análise térmica (solidificação e resfriamento)
Controles de elaboração
❑ Análise térmica (solidificação e resfriamento)
Controles de elaboração
❑ Análise térmica (solidificação e resfriamento)

Ferro fundido Cinzento:


ΔTEE (Variação da Temperatura do Eutético Estável): diferença entre a TTE (Temperatura teórica do Eutético
Estável) e a TSE (Temperatura de Solidificação do Eutético). Define a distribuição da grafita.
Controles de elaboração
❑ Análise térmica (solidificação e resfriamento)
Controles de elaboração
❑ Análise de Coquilhamento
Este tipo de análise permite através de corpos de prova, verificar
a tendência ao coquilhamento de determinada liga com
determinada composição química .
Controles de elaboração
❑ Análise de Coquilhamento
Expansão Grafítica
❑ Todas as ligas contraem durante ,porém o ferro fundido
cinzento apresenta além desta contração uma expansão
volumétrica bem peculiar devido a nucleação e forma de
crescimento da grafita .

❑ Tal expansão ,chamada expansão grafitica ,ocorre durante a


formação do eutético austenita-grafita e promove o aumento e
o deslocamento do líquido residual dentro da cavidade do
molde.
❑ Esta expansão será tanto maior quanto for a nucleação da
grafita (inoculação).
TRATAMENTO TÉRMICO
❑ Consiste basicamente em submeter-se uma peça a um ciclo
térmico controlado de aquecimento, manutenção e resfriamento.
❑ Objetivo: modificar a microestrutura dos fundidos, obtendo-se os
seguintes resultados:
– Alívio de tensões provocadas pela solidificação;
– Homogeneização e melhora da usinabilidade;
– Homogeneização e melhora das propriedades mecânicas;
– Decomposição de carbonetos;
– Aumento da dureza superficial.
TRATAMENTO TÉRMICO
• Comportamento do Fº Fº em temperatura elevada:
– Até 400ºC: a microestrutura não sofre modificação
importante;
– De 400 a 600ºC:
• não há modificação notável da microestrutura;
• há o desaparecimento progressivo das tensões internas.
TRATAMENTO TÉRMICO
– Entre 600 e o intervalo 730-830ºC: o intervalo 730-830ºC
significa a faixa de temperatura em que a reação
eutetóide pode ocorrer (temperatura crítica).
• A cementita da perlita dissocia-se em ferrita e grafita;
• Nesta temperatura efetua-se tratamento térmico para
facilitar a usinagem;
• A velocidade de dissociação aumenta com a elevação
da temperatura.
TRATAMENTO TÉRMICO
– Acima do intervalo 730-830ºC:
• a cementita se decompõe e os átomos de carbono
dissolvem-se na austenita;
• parte das grafitas também se dissolve para prencher os
interstícios do arranjo atômico CFC da austenita até o
limite de solubilidade que varia com a temperatura.
TRATAMENTO TÉRMICO
• Tipos de tratamento:
1. Recozimento, também chamado ferritização:
– Objetivo deste tratamento:
• alívio de tensões;
• eliminação da perlita;
• eliminação da cementita;
• melhoria da usinagem.
– Existem dois tipos de recozimento:
TRATAMENTO TÉRMICO
– Sub-crítico, que permite eliminar pequena quantidade de perlita
e não consegue eliminar cementita livre. Ciclo recomendado:
T (ºC)

700 a 760 ºC

1 hora por pol.


100ºC por hora

t (h)
TRATAMENTO TÉRMICO
• Pleno, que permite eliminar grande quantidade de perlita e
cementita livre. Ciclo recomendado:
T (ºC)
800 a 900 ºC

1 a 2 horas + 40ºC por hora


1 hora por pol.
700 ºC
1 hora por pol.

100ºC por hora

t (h)
TRATAMENTO TÉRMICO
2. Normalização:
Objetivo deste tratamento:
– aumento das propriedades mecânicas do material;
– eliminação da cementita;
T (ºC)
890 a 930 ºC

1 hora por pol.


Ao ar

t (h)

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