Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Questão 1: Descreva e compare o modo como Karl Marx e Max Weber constroem suas
narrativas a respeito da origem do capitalismo.
A luta assumida por Marx, nada mais é do que a luta de classes que, em sua
concepção, esteve presente em toda a História: “luta entre explorados e exploradores, entre as
classes dominadas e as dominantes nos vários estágios da evolução social” (MARX;
ENGELS, 2010, p. 74), neste caso, correspondente à luta do proletariado contra a burguesia.
No entanto, qual a relação da burguesia como ordem a ser suprimida com o capitalismo
moderno?
A burguesia tem por origem os burgos da Idade Média, como parte da organização
feudal. Entretanto, com a abertura de novos mercados, a estrutura feudal tornou-se
insuficiente à burguesia emergente, logo, as corporações fechadas foram suplantadas pela
burguesia industrial e a manufatura ultrapassada pela grande indústria, revolucionada pelo
vapor e pela maquinaria. Com efeito, por burguesia entende-se classe dos capitalistas
modernos, proprietária dos meios de produção social e empregadora do trabalho assalariado,
isto é, os proletários (concebidos por Marx como simples mercadorias, no processo capitalista
de acumulação) que vendem sua força de trabalho a fim de sobreviver. Não obstante, o
capitalismo racionalizado é, portanto, efeito da conscientização burguesa de sua classe que
por consequência estabeleceu a grande indústria, o mercado mundial, além de conquistar a
soberania política no Estado (MARX E ENGELS, 2010, P. 41-42).
Já Max Weber em sua visão histórica, aponta o capitalismo moderno como uma possível
consequência do protestantismo em contraste à conduta tradicionalista do catolicismo. Para
Weber, o rompimento com as atitudes tradicionais impostas pelas autoridades da igreja
católica gerou uma nova ética: o “espírito do trabalho” ou de "progresso" (WEBER, 2004, P.
19). Deste modo, enquanto o católico quer “dormir sossegado”, o pretestante prefere “ bem
comer” e enquanto o tradicionalista, diante de uma proposta de aumento remuneratório,
continuará produzindo a mesma quantia, recebendo o suficiente para si, o protestante
responderá com mais trabalho, agarrando-se a qualquer possibilidade de granjear mais bens.
O espírito do capitalismo, portanto, origina-se de uma nova forma de interpretar a bíblia
(possibilitada por Lutero na reforma protestante), até então não acessada por leigos: “Por que
afinal é preciso fazer das pessoas dinheiro? [...] Vês um homem exímio em sua profissão?
Digno ele é de apresentar-se perante os reis" (WEBER, 2004, p. 47). Por conseguinte, o
trabalho e a acumulação de riquezas foram ressignificados e não mais vistos como
condenáveis e, além disso, conceberam um sentido próprio dentro do conceito cristão de
vocação.
Questão 2:
“A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória do proletariado
são igualmente inevitáveis” (MARX & ENGELS, 2001: p.8).
a) Tendo em vista a afirmação acima, discuta por que se poderia dizer que Marx e
Weber têm posições bastante distintas quanto ao desenvolvimento da história.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista, 1848. Porto Alegre: L&PM,
2009.
WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo, São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.