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Parte Inicial

Básico
Um roteiro consiste em algo escrito que descreve/desenvolve uma
história. Um roteiro deve conter coisas como:

 Personagens da história
 Tema da história
 Força opositora da história
 Cenários
 Contexto histórico
 Desenvolvimento da história juntamente aos seus atos
O que significa que o roteiro é a base para construir toda a
história, baseando-se nas estruturas de roteiros já criadas os
autores podem adquirir uma base para desenvolver a sua própria
estrutura ou utilizar-se de estruturas já prontas e ir adaptando ao
seu ritmo narrativo e também ao seu formato de história.

 Ritmo narrativo
Ritmo narrativo mostra a velocidade narrativa da história que está
sendo contada. Um ritmo lento significa que as cenas no geral irão
possuir uma velocidade menor e por consequência consumirão mais
tempo, as vezes utiliza-se de um ritmo mais lento para gerar algum
sentimento maior por uma cena, uma frase, um cenário, algo do
gênero. Enquanto ritmos mais rápidos ditam que aquele momento talvez
não seja tão relevante e deve ser passageiro, afinal, o importante é
o que vem após a ele. Saber mesclar os ritmos é essencial para uma
história, por conta que, a cadência do ritmo narrativo irá ser muito
responsável por prender um leitor a história que ele está lendo.
Manter as coisas lentas o tempo todo gera monotonia, que por
consequência pode gerar tédio, que por consequência gera o abandono
da leitura. Enquanto um ritmo muito acelerado de forma constante
pode acabar fazendo informações valiosas passarem rápido demais,
momentos ou coisas que o autor poderia dar certa importância
simplesmente serem jogadas fora, quando isso acontece muitas vezes o
leitor pode acabar se perdendo na história, e por isso acabar
largando a mesma.
Planejar demais é ruim?
Planejar uma história não é um problema. O maior problema se
encontra na busca excessiva relacionada ao perfeccionismo, não
existem coisas perfeitas, e por decorrência disso não faz sentido
buscar algo perfeito. Revisões são sim necessárias, porém, não vale
a pena investir longas e longas horas ou até dias nisso, uma vez que
as imperfeições fazem parte do autor e da sua narrativa.

 Imperfeições na narrativa: As imperfeições narrativas geram


características próprias dessa narrativa, uma vez que sua
forma de se expressar possui qualidades e defeitos que formam
sua personalidade própria, com suas interpretações e suas
possibilidades de discussão. Um autor talvez não se dê bem com
uma fórmula X de narrativa, como por exemplo, a jornada do
herói. Contudo, mesmo com essa dificuldade narrativa ele
adapta essa fórmula para algo que ele se sinta confortável
para desenvolver, através dessa escolha o autor comete falhas
que tornam aquela narrativa única, as vezes nem sendo
necessariamente falhas, mas sim, adaptações baseadas no
conforto ou do ponto de vista do que o autor acha melhor para
a obra.

Eu sempre devo ir além


Uma afirmação referente ao fato de que autores iniciantes sempre
querem surpreender, ir além do padrão ou do “clichê”, ou “básico”
como preferir chamar. Sendo que, nem sempre usar do “clichê” é algo
ruim, uma vez considerando que sempre que aprendemos vemos novas
falhas ou possíveis formas melhores de ter feito algo, e é
justamente aí que esse básico, ou “clichê” nos salva. Eles são muito
utilizados por um simples fato, na maioria das vezes dão certo por
conta que, mesmo que pessoas mais habituadas a lerem “prevejam” uma
determinada cena, ou reconheçam um determinado estereótipo de
personagem, está tudo bem, o papel do autor é fazer esse estereótipo
se encaixar bem na narrativa de forma que pareça natural e crie
laços bem sólidos com o mundo que foi criado e bem vivido com todos
os demais personagens. Desde que o “clichê” cumpra a função de ser
bem encaixado, de ser bem trabalhado e etc. Tudo bem, porque isso
vai gerar um sentimento de conforto ao leitor, de identificação,
porque ele já viu aquilo antes, e isso pode gerar uma conexão ainda
mais rapidamente pelo sentimento de já conhecer.

 No fim das contas, não é necessário fugir dos clichês ou do


básico, apenas encaixa-los de uma maneira fluida na narrativa
e no universo que foi criado. Isso pode aumentar o conforto do
leitor e faze-lo se entreter mais com a obra. Além de que,
mesmo os clichês possuem seus toques particulares que dão uma
outra cara para aquele clichê.
Exemplo: Naruto (do anime Naruto), Asta (do anime de Black clover) e
Luffy (Do anime de One Piece), todos são protagonistas de um gênero
chamado Shounen. Que em uma tradução literal seria algo como
“jovem”, esse gênero é direcionado ao público mais jovem, contendo
cenas de ação, motivações fortes, sonhos distantes e etc. Em outro
momento descrevemos mais essa parte. Mesmo todos os 3 sendo
protagonistas desse gênero, e possuindo uma personalidade “clichê”,
todos os 3 em seus respectivos universos funcionam de maneira
diferente, possuem sonhos diferentes e características únicas que os
tornam clichês, por conta que são facilmente reconhecíveis, mas ao
mesmo tempo possuem um toque único dos seus respectivos autores, que
os tornam únicos em suas respectivas narrativas. Uma fórmula básica
aplicada de maneiras diferentes de acordo com as visões dos autores,
a proposta narrativa de cada obra, e mesmo que ambos os 3 queiram
passar a mesma mensagem, de superação, de perseguir seus sonhos,
todos os 3 fazem isso de maneira única em cada uma das obras.
Gerar Empatia Com O Personagem
Gerar um vínculo entre os personagens e expectador da narrativa é
uma das mais difíceis tarefas para os autores, apesar de que hoje em
dia existam algumas fórmulas que são muito funcionais. Porém, não
vou me atentar muito as fórmulas em si, mas sim ao centro da
técnica. Para gerar empatia entre o personagem e o leitor é
necessário saber inicialmente qual narrativa será feita. Usaremos
como exemplo o Shounen, por ser o gênero que mais entendo.

 Azar ou obstinado: Uma das formas mais utilizadas para gerar


um vínculo emocional entre o leitor e o personagem que o autor
deseja é a dor, seja ela física ou emocional, gerada pelo
azar, ou pelo protagonista ser destinado a passar por coisas
horríveis. Isso cria um vínculo pois o leitor cultiva o
sentimento de raiva pelos agressores da história, e raiva é um
dos sentimentos que gera mais engajamento, a partir de um dado
ponto o leitor estará do lado do personagem, por querer ver
aqueles que lhe fizeram mal pagando por tal ato.
 Enigmático: O enigmático se trata daquele personagem que gera
indagações referentes ao seu passado, seja por ele ser
extremamente forte com uma explicação boba (semelhante ao
Saitama do anime One punch man ou Meliodas do anime Nanatsu No
Taizai), por não falarem sobre o passado do personagem ou por
ele ser sempre citado de forma indireta, porém aparecendo
raramente ou até mesmo demorando longos arcos/atos para
finalmente aparecer de forma concreta.
 Sonho inalcançável: O protagonista de sonho inalcançável é
algo muito utilizado em battle shounens da atualidade. São
personagens que nos identificamos de forma empática por conta
de possuírem sonhos distantes, que muitos de nós temos. Um
sonho que possui um gigante obstáculo que parece muito difícil
de ser superado.
Ex: Naruto (Anime: Naruto), um garoto que nunca teve a
presença dos seus pais e sempre foi odiado por todos e não
possui nenhuma capacidade especial, possui o sonho de ser um
hokage, o nível mais alto de um ninja. Asta (Anime: Black
Clover), deseja ser o rei mago como sonho absoluto, porém, não
possui magia. Hinata Shouyo (Anime: Haikyuu!!), Hinata tem o
sonho de se tornar um Ace, o principal pontuador do time de
vôlei, porém, possui uma altura muito baixa.
Nos identificamos com esse tipo de personagem por ele possuir
um sonho distante, repleto de dificuldades, porém, o mesmo
possui uma fé inabalável no seu esforço (seja ele lógico ou
físico) e passa por qualquer obstáculo que atrapalhe seu
sonho. E nós, na vida real também acreditamos sermos assim,
lutamos contra as marés que o mundo nos roga, e essa
semelhança entre a realidade e a ficção é o que causa nossa
empatia com uma persona.
Kishotenketsu
O que significa:

 Ki: Introdução - Aqui são apresentados os personagens e o


contexto necessário para entendermos a história.
 Sho: Desenvolvimento – Momento onde a situação é elaborada.
 Tem: Reviravolta – Onde normalmente ocorre a quebra de
expectativa e também o climax.
 Ketsu: Finalização - É o fim da história, também pode ser
chamada de reconciliação, uma vez que conecta a reviravolta
(ou o Tem) com o final da mesma.

Filhas dos Itoya, em Honmachi, Osaka.


A mais velha tem 16 anos, e a mais nova 14,
durante a histórias, generais mataram seus inimigos com arcos e flechas;
As filhas dos Itoya, matam com seus olhos.

Ki: Filha dos Itoya, em Honmachi, Osaka.

 Isso apresenta os personagens, as filhas da casa Itoya, e


também o local, Honmachi, Osaka.
Sho: A mais velha tem 16 anos, e a mais nova 14.

 Desenvolve a informação apresentada anteriormente


Tem: Durante a história, generais mataram seus inimigos com arcos e
flechas

 Isso apresenta uma reviravolta mudando o foco e o tema do


poema de maneira abrupta
Ketsu: As filhas dos Itoya, matam com seus olhos.

 Finaliza o poema reconciliando a informação destoante que foi


apresentada antes e dar sentido a história. A arma das filhas
da casa Itoya é a sedução.
Nessa história não possui conflito, e sim administra a expectativa e
o interesse do leitor.

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