Você está na página 1de 15

www.matematicaemexercicios.

com Integrais (volume 2) | 1


Índice

AULA 6 Integrais trigonométricas 3

AULA 7 Substituição trigonométrica 6

AULA 8 Frações parciais 8

AULA 9 Área entre curvas 11

AULA 10 Volumes 13

www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 2


AULA 6
𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑥)
𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥) = [1 − 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥)] ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑥)
Integrais trigonométricas
Agora resolvemos a integral com a substituição
Nessa aula usaremos as identidades 𝑢 = sen(𝑥), onde 𝑑𝑢 = 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑑𝑥, observe:
trigonométricas para resolver integrais que
apresentam certas combinações de funções ∫ 𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥) 𝑑𝑥
trigonométricas.

1º caso: = ∫[1 − 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥)] ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑑𝑥


∫ 𝑠𝑒𝑛𝑚 (𝑥)𝑐𝑜𝑠 𝑛 (𝑥) 𝑑𝑥 𝑑𝑢
= ∫[1 − 𝑢2 ] ∙ 𝑐𝑜𝑠(𝑥) ∙
Para calcular integrais nesse formato, 𝑐𝑜𝑠(𝑥)
observamos qual função trigonométrica possui
expoente ímpar: = ∫[1 − 𝑢2 ] 𝑑𝑢
 Se a potência do cosseno é ímpar, fatoramos
deixando um fator cosseno e usamos a 𝑢3
identidade 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) para =𝑢− +𝐶
escrever os demais fatores em termos de
3
seno. A seguir, basta fazer a substituição 𝑠𝑒𝑛3 (𝑥)
𝑢 = sen(𝑥). = 𝑠𝑒𝑛(𝑥) − +𝐶
3
 Se a potência do seno é ímpar, a diferença é
que devemos fatorar o seno, deixando um Exemplo 2:
fator seno e escrevendo os demais em
termos de cosseno com a identidade Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑛5 (𝑥)𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) 𝑑𝑥
2( 2(
𝑠𝑒𝑛 𝑥) = 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥).
 Se de seno e cosseno forem pares, O seno apresenta expoente ímpar nesse
utilizamos as identidades: caso, portanto, o fatoramos deixando um fator
1 − cos(2𝑥) 𝑠𝑒𝑛(𝑥) e escrevemos os demais em termos de
𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) = cosseno, sabendo que
2 2( ) 2( )
𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝑥 , ou seja:
1 + cos(2𝑥)
𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) = 𝑠𝑒𝑛5 (𝑥) = 𝑠𝑒𝑛4 (𝑥)𝑠𝑒𝑛(𝑥)
2
Algumas vezes é útil usar a identidade 𝑠𝑒𝑛5 (𝑥) = [𝑠𝑒𝑛2 (𝑥)]2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)
sen(2𝑥) 𝑠𝑒𝑛5 (𝑥) = [1 − 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥)]2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑠𝑒𝑛(𝑥)cos(𝑥) =
2 Fazendo a substituição 𝑢 = cos(𝑥), onde
Exemplo 1: 𝑑𝑢 = −𝑠𝑒𝑛(𝑥) 𝑑𝑥 , temos

Calcule ∫ 𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥) 𝑑𝑥 ∫ 𝑠𝑒𝑛5 (𝑥)𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) 𝑑𝑥

Note que a simples substituição 𝑢 = cos(𝑥)


= ∫[1 − 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥)]2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) 𝑑𝑥
não resolve o problema, pois
𝑑𝑢 = −sen(𝑥) 𝑑𝑥. Para integrarmos
𝑑𝑢
potências de cosseno, necessitamos de um = ∫[1 − 𝑢2 ]2 𝑠𝑒𝑛(𝑥)𝑢2 (− )
fator 𝑠𝑒𝑛(𝑥) no integrando, bem como para 𝑠𝑒𝑛(𝑥)
integrar uma potência de seno precisamos de
um fator 𝑐𝑜𝑠(𝑥) no integrando, daí a = − ∫[1 − 𝑢2 ]2 𝑢2 𝑑𝑢
necessidade de fatorar a função trigonométrica
que apresenta o expoente ímpar, da maneira
que vimos anteriormente. Fatorando 𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥): = − ∫(1 − 2𝑢2 + 𝑢4 )𝑢2 𝑑𝑢

www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 3


3º caso:
= − ∫ 𝑢2 − 2𝑢4 + 𝑢6 𝑑𝑢
∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑚𝑥)𝑐𝑜𝑠(𝑛𝑥) 𝑑𝑥
3 5 7
𝑢 𝑢 𝑢
= −( −2∙ + )+𝐶 ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑚𝑥)𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥) 𝑑𝑥
3 5 7
𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥) 2𝑐𝑜𝑠 5 (𝑥) 𝑐𝑜𝑠 7 (𝑥) ∫ 𝑐𝑜𝑠(𝑚𝑥)𝑐𝑜𝑠(𝑛𝑥) 𝑑𝑥
=− + − +𝐶
3 5 7
Finalmente, para calcular as integrais
Exemplo 3: listadas acima, utilize a identidade
correspondente:
Encontre ∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 𝑑𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝑎 − 𝑏) + 𝑠𝑒𝑛(𝑎 + 𝑏)
𝑠𝑒𝑛(𝑎) cos(𝑏) =
2
Basta fazer 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) = [1 − cos(2𝑥)]⁄2:
𝑐𝑜𝑠(𝑎 − 𝑏) − 𝑐𝑜𝑠(𝑎 + 𝑏)
𝑠𝑒𝑛(𝑎) sen(𝑏) =
∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 𝑑𝑥 2
𝑐𝑜𝑠(𝑎 − 𝑏) + 𝑐𝑜𝑠(𝑎 + 𝑏)
1 − cos(2𝑥) 𝑐𝑜𝑠(𝑎) cos(𝑏) =
2
=∫ 𝑑𝑥
2
1 Exemplo 4:
= ∫ 1 − cos(2𝑥) 𝑑𝑥
2 Calcule ∫ 𝑠𝑒𝑛(4𝑥)𝑐𝑜𝑠(5𝑥) 𝑑𝑥
1
= (∫ 1 𝑑𝑥 − ∫ cos(2𝑥)) ∫ 𝑠𝑒𝑛(4𝑥)𝑐𝑜𝑠(5𝑥) 𝑑𝑥
2
A primeira integral é imediata e a segunda sai
𝑠𝑒𝑛(−𝑥) + 𝑠𝑒𝑛(9𝑥)
com a substituição 𝑢 = 2𝑥. =∫ 𝑑𝑥
2
1 𝑠𝑒𝑛(𝑢)
=(𝑥 − )+𝐶 1
2 2 = ∫ 𝑠𝑒𝑛(−𝑥) + 𝑠𝑒𝑛(9𝑥) 𝑑𝑥
2
1 𝑠𝑒𝑛(2𝑥)
= (𝑥 − )+𝐶 1
2 2 = (∫ 𝑠𝑒𝑛(−𝑥) 𝑑𝑥 + ∫ 𝑠𝑒𝑛(9𝑥) 𝑑𝑥)
2
𝑥 𝑠𝑒𝑛(2𝑥)
= − +𝐶 A primeira integral é resolvida com a
2 4
substituição 𝑢 = −𝑥 e a segunda sai com a
2º caso: substituição 𝑢 = 9𝑥:
1 cos(9𝑥)
∫ 𝑡𝑔𝑚 (𝑥)𝑠𝑒𝑐 𝑛 (𝑥) 𝑑𝑥 = (cos(−𝑥) − )+𝐶
2 9
Empregamos uma estratégia semelhante a cos(−𝑥) cos(9𝑥)
vista anteriormente para integrais nesse = − +𝐶
formato. São duas situações: 2 18
 Se a potência da secante é par, fatore
deixando um fator como 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 e escreva os
demais em termos de 𝑡𝑔 𝑥 , sabendo que EXERCÍCIOS
𝑠𝑒𝑐 𝑥 = 1 + 𝑡𝑔 𝑥 . A seguir , utilize a
2 2

substituição 𝑢 = 𝑡𝑔 𝑥.
 Se a potência da tangente for ímpar, fatore 1 a 5 - Calcule a integral
deixando um fator como sec 𝑥 𝑡𝑔 𝑥 e
expresse os outros fatores em termos de 1) ∫ 𝑠𝑒𝑛3 𝑥 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 𝑑𝑥
sec 𝑥, onde 𝑡𝑔2 𝑥 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝑥 − 1. A seguir,
faça a substituição 𝑢 = sec 𝑥 .
www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 4
2) ∫ 𝑠𝑒𝑛6 𝑥 𝑐𝑜𝑠 3 𝑥 𝑑𝑥

3) ∫ 𝑡𝑠𝑒𝑛2 𝑡 𝑑𝑡

4) ∫ 𝑡𝑔5 𝑥 𝑑𝑥

5) ∫ 𝑠𝑒𝑛 8𝑥 cos 5𝑥 𝑑𝑥

GABARITO

𝑐𝑜𝑠 5 𝑥 𝑐𝑜𝑠 3 𝑥
1) − +𝐶
5 3
𝑠𝑒𝑛7 𝑥 𝑠𝑒𝑛9 𝑥
2) − +𝐶
7 9
2
𝑡 𝑠𝑒𝑛 2𝑡 𝑐𝑜𝑠 2𝑡
3) + − +𝐶
4 4 8
𝑠𝑒𝑐 4 𝑥
4) − 𝑡𝑔2 𝑥 + ln|sec 𝑥| + 𝐶
4
cos 3𝑥 cos 13𝑥
5) − − +𝐶
6 26

ANOTAÇÕES

www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 5


AULA 7 Da mesma relação utlizada anteriormente,
1 + 𝑡𝑔2 𝜃 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝜃, podemos obter agora
𝑡𝑔2 𝜃 = 𝑠𝑒𝑐 2 𝜃 − 1, assim:
Substituição trigonométrica
√𝑎2 𝑡𝑔2 𝜃 = 𝑎 ∙ 𝑡𝑔 𝜃
A substituição trigonométrica é um método
útil na resolução de integrais contendo Exemplo 1:
expressões da forma √𝑎2 − 𝑥2, √𝑎2 + 𝑥2 ou
Calcule a integral
√𝑥 2 − 𝑎2 ,
onde utilizaremos as substituições
específicas indicadas na tabela abaixo: 𝑑𝑥

Expressão 𝑥 2 √16 − 𝑥 2
Expressão Substituição
resultante Trata-se de uma integral contendo uma
√𝑎 2 − 𝑥 2 𝑥 = 𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑎 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝜃 expressão do tipo √𝑎 2 − 𝑥 2 , onde 𝑎 = 4.
√𝑎 2 + 𝑥 2 𝑥 = 𝑎 ∙ 𝑡𝑔 𝜃 𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑐 𝜃 Fazendo a substituição adequada,
𝑥 = 4 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃, temos 𝑑𝑥 = 4 ∙ cos 𝜃 𝑑𝜃.
√𝑥 2 − 𝑎 2 𝑥 = 𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑐 𝜃 𝑎 ∙ 𝑡𝑔 𝜃
Assim, a integral ficará:
Noprimeiro caso, quando fazemos 4 ∙ cos 𝜃 𝑑𝜃

𝑥 = 𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃, a expressão fica: (4 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃)2 (4 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝜃)
√𝑎2 − (𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃)2 1 1
= ∫ 𝑑𝜃
16 𝑠𝑒𝑛2 𝜃
= √𝑎2 − 𝑎2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃
1
= ∫ 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 2 𝜃 𝑑𝜃
= √𝑎2 (1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝜃) 16
Lembrando que 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 = 1, 1
= (−𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃) + 𝐶
temos 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 , logo, a expressão 16
será:
Note que a integral está na variável 𝜃 ,
√𝑎2 (𝑐𝑜𝑠 2 𝜃) = 𝑎 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝜃 portanto precisamos retornar para a variável
original x. Para isso precisamos determinar
No
segundo caso, √𝑎2 + 𝑥 2 , fazemos 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃. Sabemos que:
𝑥 = 𝑎 ∙ 𝑡𝑔 𝜃, pois: cos 𝜃
𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 =
√𝑎2 + (𝑎 ∙ 𝑡𝑔 𝜃)2 𝑠𝑒𝑛 𝜃
Logo, precisamos determinar quem é 𝑠𝑒𝑛 𝜃
= √𝑎2 + 𝑎2 𝑡𝑔2 𝜃
e 𝑐𝑜𝑠 𝜃 , o primeiro já vêm da substituição
inicial:
= √𝑎2 (1 + 𝑡𝑔2 𝜃)
𝑥 = 4 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃
2 2
Como 1 + 𝑡𝑔 𝜃 = 𝑠𝑒𝑐 𝜃 𝑥
𝑠𝑒𝑛 𝜃 =
√𝑎2 (1 + 𝑡𝑔2 𝜃) 4
E 𝑐𝑜𝑠 𝜃 encontramos na relação
= √𝑎2 𝑠𝑒𝑐 2 𝜃 = 𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑐 𝜃
𝑠𝑒𝑛2 𝜃 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 = 1
E no terceiro caso, −√𝑥 2 𝑎2 ,
a substituição
𝑥 2
é 𝑥 = 𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑐 𝜃 , veja o que acontece. ( ) + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 = 1
4
√(𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑐 𝜃)2 − 𝑎2
𝑥2
𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 = 1 −
= √𝑎2 𝑠𝑒𝑐 2 𝜃 − 𝑎2 16

= √𝑎2 (𝑠𝑒𝑐 2 𝜃 − 1) 2
16 − 𝑥 2 √16 − 𝑥 2
𝑐𝑜𝑠 𝜃 = ⟹ cos 𝜃 =
16 4
www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 6
Finalmente: Basta voltar para a variável original x:
cos 𝜃 𝑢 = 2𝑥
𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 =
𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = 2𝑥
√16 − 𝑥2 4
𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 = ∙ 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 (2𝑥) 𝑜𝑢 𝜃 = 𝑠𝑒𝑛−1 (2𝑥)
4 𝑥
Já encontramos 𝜃 , falta 𝑠𝑒𝑛 (2𝜃), para isso,
√16 − 𝑥 2 basta lembrar a fórmula do seno do arco duplo:
𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 =
𝑥 𝑠𝑒𝑛 (2𝜃) = 2𝑠𝑒𝑛(𝜃)𝑐𝑜𝑠(𝜃)
E portanto: Sabemos que 𝑠𝑒𝑛(𝜃) = 2𝑥 𝑒
𝑑𝑥 1 √16 − 𝑥 2 𝑐𝑜𝑠(𝜃) = √1 − 4𝑥 2 , logo:
∫ = ∙ (− )+𝐶
𝑥 2 √16 − 𝑥 2 16 𝑥 𝜃 𝑠𝑒𝑛 (2𝜃)
∫ √1 − 4𝑥 2 𝑑𝑥 = + +𝐶
4 8
𝑑𝑥 √16 − 𝑥 2
∫ =− +𝐶 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 (2𝑥) 2 ∙ 2𝑥√1 − 4𝑥 2
𝑥 2 √16 − 𝑥 2 16𝑥
= + +𝐶
4 8
Exemplo 2: 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 (2𝑥) 𝑥√1 − 4𝑥 2
= + +𝐶
4 2
Calcule a integral ∫ √1 − 4𝑥 2 𝑑𝑥

A princípio, parece que não temos uma


expressão adequada para aplicar a substituição EXERCÍCIOS
trigonométrica, mas note que com a substituição
𝑢 = 2𝑥 , isso acontece:
1 a 5 – Calcule a integral.
∫ √1 − 4𝑥 2 𝑑𝑥 = ∫ √1 − (2𝑥)2 𝑑𝑥
1 𝑥3
𝑢 = 2𝑥 ⟹ 𝑑𝑢 = 2 𝑑𝑥 1) ∫ 𝑑𝑥 2) ∫ 𝑑𝑥
𝑥 2 √𝑥 2 − 9 √𝑥 2 + 9
𝑑𝑢 1 𝑑𝑥
∫ √1 − 𝑢2 = ∫ √1 − 𝑢2 𝑑𝑢 3) ∫ 4) ∫ √1 − 4𝑥 2 𝑑𝑥
2 2 √𝑥 2 + 16
Agora, fazemos a substituição trigonométrica 𝑥
𝑢 = 𝑠𝑒𝑛 𝜃, onde 𝑑𝑢 = 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝑑𝜃 e a 5) ∫ 𝑑𝑥
expressão resultante para o radical é cos 𝜃: √𝑥 2 − 7
1 1
∫ 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝑑𝜃 = ∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 𝑑𝜃
2 2 GABARITO
1 1 + 𝑐𝑜𝑠 (2𝜃)
= ∫ 𝑑𝜃
2 2 √𝑥 2 − 9
1) +𝐶
1 1 9𝑥
= ∙ ∫ 1 + 𝑐𝑜𝑠 (2𝜃) 𝑑𝜃
2 2 (𝑥 2 − 18)√𝑥 2 + 9
2) +𝐶
1 3
= [∫ 1 𝑑𝜃 + ∫ 𝑐𝑜𝑠 (2𝜃) 𝑑𝜃 ] 3) ln (√𝑥 2 + 16 + 𝑥) + 𝐶
4
1 𝑠𝑒𝑛 (2𝜃) 𝑠𝑒𝑛−1 (2𝑥) 𝑥√1 − 4𝑥 2
= [𝜃 + ]+𝐶 4) + +𝐶
4 2 4 2
𝜃 𝑠𝑒𝑛 (2𝜃) 5)√𝑥 2 − 7 + 𝐶
= + +𝐶
4 8
www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 7
AULA 8 Na etapa seguinte vamos expressar a função
racional própria como uma soma de frações
parciais da forma
Frações parciais 𝐴 𝐴𝑥 + 𝑏
𝑚
𝑜𝑢
A técnica de integração por frações parciais (𝑎𝑥 + 𝑏) (𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐)𝑛
2

é utilizada para integrar funções racionais, ou Agora veremos detalhadamente como isso
seja, funções do tipo 𝑝(𝑥)⁄𝑞(𝑥), onde acontece nos quatro casos que ocorrem.
devemos escrever a função racional como uma
soma de frações mais simples, chamadas 1º caso: O denominador é um produto de
frações parciais. fatores lineares distintos
O primeiro passo, é para o caso de funções
racionais impróprias, isto é, funções racionais Significa que todos os fatores do produto são
onde o grau do numerador é maior que o grau da forma 𝑎𝑥 + 𝑏, onde nenhum fator é
do denominador. Precisamos fazer a divisão de repetido. Nesse caso, cada fator é denominador
polinômios entre o numerador e o denominador, de uma fração parcial, onde temos que
para escrever 𝑝(𝑥)⁄𝑞(𝑥) como determinar seu numerador, vejamos como isso
𝑠(𝑥) + 𝑟(𝑥)/𝑞(𝑥) onde 𝑠(𝑥) é o resultado da ocorre no exemplo seguinte.
divisão, 𝑟(𝑥) é o resto da divisão e 𝑞(𝑥) o
Exemplo 2: Calcule
denominador. Em alguns casos, apenas a
divisão de polinômios já resolve a integral. 𝑥 2 + 2𝑥 − 1
∫ 3 𝑑𝑥
2𝑥 + 3𝑥 2 − 2𝑥
Exemplo 1: Encontre
𝑥3 + 𝑥 Como o grau do numerador é menor que o
∫ 𝑑𝑥 grau do denominador, não precisamos dividir.
𝑥−1 Fatoramos o denominador como
Dividindo 𝑥 3 + 𝑥 para 𝑥 − 1: 2𝑥 3 + 3𝑥 2 − 2𝑥 = 𝑥(2𝑥 2 + 3𝑥 − 2)

𝑥3 + 𝑥 |𝑥−1 = 𝑥(2𝑥 − 1)(𝑥 + 2)


3 2
−𝑥 + 𝑥 𝑥2 + 𝑥 + 2 Como o denominador possui três fatores
𝑥2 + 𝑥 lineares distintos, a decomposição em frações
−𝑥 2 + 𝑥 parciais do integrando tem a forma
2𝑥 𝑥 2 + 2𝑥 − 1 𝐴 𝐵 𝐶
= + +
−2𝑥 + 2 𝑥(2𝑥 − 1)(𝑥 + 2) 𝑥 2𝑥 − 1 𝑥 + 2
2 Para determinar 𝐴, 𝐵 𝑒 𝐶 , tomamos o produto
Obtemos 𝑥 2 + 𝑥 + 2 como resultado e 2 como dos denominadores como denominador comum,
resto. Então, a integral fica: e fazemos como se fosse uma soma de frações
2 simples. Os numeradores serão:
∫ 𝑥2 + 𝑥 + 2 + 𝑑𝑥
𝑥−1 𝐴(2𝑥 − 1)(𝑥 + 2), 𝐵𝑥(𝑥 + 2) 𝑒 𝐶𝑥(2𝑥 − 1)
𝑥3 𝑥2 Agora efetuamos a soma desses numeradores:
= + + 2𝑥 + 2 ln |𝑥 − 1| + 𝐶
3 2 𝐴(2𝑥 − 1)(𝑥 + 2) + 𝐵𝑥(𝑥 + 2) + 𝐶𝑥(2𝑥 − 1)
A próxima etapa consiste em fatorar o = 𝐴(2𝑥 2 + 3𝑥 − 2) + 𝐵(𝑥 2 + 2𝑥) + 𝐶(2𝑥 2 − 𝑥)
denominador 𝑞(𝑥) o máximo possível, onde
Sabemos que tal soma deve resultar
podemos escrever qualquer polinômio como um
𝑥 2 + 2𝑥 − 1, assim encontramos 𝐴, 𝐵 𝑒 𝐶 por
produto de fatores lineares (da forma 𝑎𝑥 + 𝑏 ) e
igualdade de polinômios, onde o coeficiente de
fatores quadráticos irredutíveis (da forma
𝑥 2 deve ser 1, o coeficiente de 𝑥 deve ser 2 e o
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑏2 − 4𝑎𝑐 < 0).
termo independente de 𝑥 deve ser -1.
Por exemplo:
𝐴(2𝑥 2 + 3𝑥 − 2) + 𝐵(𝑥 2 + 2𝑥) + 𝐶(2𝑥 2 − 𝑥)
𝑥 4 − 16 = (𝑥 2 + 4)(𝑥 2 − 4)
= 2𝐴𝑥 2 + 3𝐴𝑥 − 2𝐴 + 𝐵𝑥 2 + 2𝐵𝑥 + 2𝐶𝑥 2 − 𝐶𝑥
= (𝑥 2 + 4)(𝑥 + 2)(𝑥 − 2)
= 𝑥 2 (2𝐴 + 𝐵 + 2𝐶) + 𝑥(3𝐴 + 2𝐵 − 𝐶) − 2𝐴
www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 8
Logo,
𝑥2 + 𝑥 + 4
2𝐴 + 𝐵 + 2𝐶 = 1 ∫ 𝑑𝑥
3𝐴 + 2𝐵 − 𝐶 = 2 (𝑥 − 1)3
−2𝐴 = −1 1 3 6
=∫ + + 𝑑𝑥
Portanto, 𝐴 = 1⁄2 , 𝐵 = 1⁄5 𝑒 𝐶 = −1⁄10. 𝑥 − 1 (𝑥 − 1)2 (𝑥 − 1)3
1 1 1 3 3
𝑥 2 + 2𝑥 − 1 − = ln|𝑥 − 1| − − +𝐶
∫ 3 𝑑𝑥 = ∫ 2
+ 5
+ 10
𝑑𝑥 𝑥 − 1 (𝑥 − 1)2
2𝑥 + 3𝑥 2 − 2𝑥 𝑥 2𝑥 − 1 𝑥 + 2
A primeira integral é imediata, já a segunda e a
1 1 1 1 1 1
= ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥 − ∫ 𝑑𝑥 terceira saem com a substituição 𝑢 = 𝑥 − 1.
2 𝑥 5 2𝑥 − 1 10 𝑥 + 2
1 1 1 3º caso: O denominador contém fatores
= ln|𝑥| + ln|2𝑥 − 1| − ln|𝑥 + 2| + 𝐾 quadráticos irredutíveis, onde nenhum se repete
2 10 10

Se o denominador tiver o fator 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 ,


2º caso: O denominador é um produto de
fatores lineares, e alguns dos fatores são onde 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 < 0, além das frações parciais
repetidos vistas nos casos 1 e 2 (caso o denominador
fatorado apresente fatores lineares), teremos
Suponha que o denominador fatorado de um termo da forma
uma função racional apresente o fator 𝐴𝑥 + 𝐵
(𝑎𝑥 + 𝑏)𝑛 , ou seja, esse fator repete-se 𝑛 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐
vezes. Nesse caso, não teremos uma única
fração parcial com esse fator de denominador, onde 𝐴 e 𝐵 são constantes a serem
mas sim 𝑛 frações parciais. Tomamos o mesmo determinadas. Por exemplo, a função dada por
fator com o expoente inteiro de 1 até n, onde 𝑓(𝑥) = 𝑥/[(𝑥 − 2)(𝑥 2 + 1)(𝑥 2 + 4)] tem uma
cada fator será denominador de uma fração decomposição em frações parciais da forma
parcial. Veja o exemplo a seguir. 𝑥 𝐴 𝐵𝑥 + 𝐶 𝐷𝑥 + 𝐸
= + 2 +
(𝑥 − 2)(𝑥 2 + 1)(𝑥 + 4) 𝑥 − 2 𝑥 + 1 𝑥 2 + 4
2
Exemplo 3: Calcule
Para determinar as constantes dos
𝑥2 + 𝑥 + 4 numeradores, assim como no caso 2, tomamos
∫ 𝑑𝑥
(𝑥 − 1)3 o denominador da fração racional fatorado como
múltiplo comum entre os denominadores das
O fator 𝑥 − 1 aparece três vezes, logo, frações parciais, e em seguida o processo é
teremos três frações parciais e o integrando terá análogo ao visto no caso 1.
a forma Se houver um único fator quadrático
𝑥2 + 𝑥 + 4 𝐴 𝐵 𝐶 irredutível no denominador, o termo
= + +
(𝑥 − 1) 3 𝑥 − 1 (𝑥 − 1) 2 (𝑥 − 1)3 𝐴𝑥 + 𝐵
Para determinar as constantes, tomamos como 𝑎𝑥 2+ 𝑏𝑥 + 𝑐
denominador comum o produto de todos os pode ser integrado completando o quadrado (se
fatores distintos, cada um com seu maior necessário) e usando a fórmula:
expoente (denominador fatorado da função
racional), em seguida o procedimento é análogo 𝑑𝑥 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(𝑥⁄𝑎)
ao visto no caso 1. ∫ = +𝐶
𝑥 2 + 𝑎2 𝑎
𝑥 2 + 𝑥 + 4 (𝑥 − 1)2 𝐴 + (𝑥 − 1)𝐵 + 𝐶
= Exemplo 4: Calcule
(𝑥 − 1)3 (𝑥 − 1)3
2𝑥 2 − 𝑥 + 4
2
𝑥 +𝑥+4 (𝑥 2 − 2𝑥 + 1)𝐴 + 𝐵𝑥 − 𝐵 + 𝐶 ∫ 𝑑𝑥
= 𝑥 3 + 4𝑥
(𝑥 − 1)3 (𝑥 − 1)3
Como o grau do numerador é menor que o
2 2 grau do denominador não precisamos dividir.
𝑥 + 𝑥 + 4 = 𝐴𝑥 − 2𝐴𝑥 + 𝐴 + 𝐵𝑥 − 𝐵 + 𝐶
Fatorando o denominador, temos:
Assim, 𝐴 = 1, −2𝐴 + 𝐵 = 1 𝑒 𝐴 − 𝐵 + 𝐶 = 4,
𝑥 3 + 4𝑥 = 𝑥(𝑥 2 + 4)
onde 𝐴 = 1, 𝐵 = 3 𝑒 𝐶 = 6.

www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 9


A decomposição em frações parciais é da forma EXERCÍCIOS
2𝑥 2 − 𝑥 + 4 𝐴 𝐵𝑥 + 𝐶
= + 2
𝑥 3 + 4𝑥 𝑥 𝑥 +4 1 a 5 – Calcule a integral.
2
Tomando 𝑥 (𝑥 + 4) como múltiplo comum
entre os denominadores, encontramos os 𝑥−9
1) ∫ 𝑑𝑥
numeradores 𝐴(𝑥 2 + 4) 𝑒 (𝐵𝑥 + 𝐶 )𝑥, basta (𝑥 + 5)(𝑥 − 2)
agora fazer a igualdade de polinômios:
𝑥2 + 1
𝐴(𝑥 2 + 4) + (𝐵𝑥 + 𝐶 )𝑥 = 2𝑥 2 − 𝑥 + 4 2) ∫ 𝑑𝑥
(𝑥 − 3)(𝑥 − 2)2
𝐴𝑥 2 + 4𝐴 + 𝐵𝑥 2 + 𝐶𝑥 = 2𝑥 2 − 𝑥 + 4
𝑥 2 (𝐴 + 𝐵) + 𝐶𝑥 + 4𝐴 = 2𝑥 2 − 𝑥 + 4 𝑥 3 − 2𝑥 2 − 4
3) ∫ 𝑑𝑥
𝑥 3 + 2𝑥 2
Assim, 𝐴 + 𝐵 = 2, 𝐶 = −1 𝑒 4𝐴 = 4, onde
𝐴 = 1 𝑒 𝐵 = 1, logo: 10
4) ∫ 𝑑𝑥
2𝑥 2 − 𝑥 + 4 (𝑥 − 1)(𝑥 2 + 9)
∫ 𝑑𝑥
𝑥 3 + 4𝑥
𝑥 2 − 3𝑥 + 7
1 𝑥−1 5) ∫ 2 𝑑𝑥
=∫ + 2 𝑑𝑥 (𝑥 − 4𝑥 + 6)2
𝑥 𝑥 +4
1 𝑥 1
=∫ + 2 − 2 𝑑𝑥
𝑥 𝑥 +4 𝑥 +4
GABARITO
A primeira integral é fundamental, a segunda
sai por substituição, onde fazemos 𝑢 = 𝑥 2 + 4,
de modo que 𝑑𝑥 = 𝑑𝑢/2𝑥 e a terceira é
resolvida com a fórmula
1) 2 ln|𝑥 + 5| − ln|𝑥 − 2| + 𝐶
5
1 𝑥 1 2) 10 ln|𝑥 − 3| − 9 ln|𝑥 − 2| + +𝐶
∫ + 2 − 2 𝑑𝑥 𝑥−2
𝑥 𝑥 +4 𝑥 +4
2
𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥 3) − 5 ln|𝑥 + 2| + ln|𝑥| + 𝑥 + + 𝐶
= ln|𝑥| + ∫ ∙ −∫ 2 𝑥
𝑢 2𝑥 𝑥 +4
ln|𝑥 2 + 9| 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 (𝑥⁄3)
4) ln|𝑥 − 1| − − +𝐶
ln|𝑥 2 + 4| 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 (𝑥⁄2) 2 3
| |
= ln 𝑥 + − +𝐾 𝑥−2
2 2 7√2𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) 3𝑥 − 8
√2
5) + +𝐶
4º caso: O denominador contém fatores 8 4(𝑥 2 − 4𝑥 + 6)
quadráticos irredutíveis repetidos

Se o denominador tiver um fator


(𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐 )𝑛 , onde 𝑏2 − 4𝑎𝑐 < 0, em
2 ANOTAÇÕES
vez de uma única fração parcial como no caso
anterior, teremos 𝑛 frações parciais assim como
no caso do 2. Por exemplo:
𝑥3 + 𝑥2 𝐴𝑥 + 𝐵 𝐶𝑥 + 𝐷 𝐸𝑥 + 𝐹
2 3
= 2 + 2 2
+ 2
(𝑥 + 1) 𝑥 + 1 (𝑥 + 1) (𝑥 + 1)3
Para determinar as constantes dos
numeradores, o procedimento é análogo ao
visto no caso anterior.

www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 10


AULA 9 Exemplo 2:

Encontre a área da região delimitada pelas


Área entre curvas parábolas 𝑦 = 𝑥 2 e 𝑦 = 2𝑥 − 𝑥 2 .

Já vimos no início do estudo de integrais, Nesses casos, onde não há retas verticais
que a integral definida fornece a área de uma limitando a região, devemos encontrar as
região delimitada pelo pelo gráfico de uma abcissas dos pontos de interseção entre as
função. Agora, usaremos as integrais para curvas, que serão os limites de integração, para
calcular áreas de regiões entre gráficos de duas isso, igualamos as funções resolvendo a
funções. equação em seguida.
Considere a região 𝑆 que se encontra entre
𝑥 2 = 2𝑥 − 𝑥 2
duas curvas 𝑦 = 𝑓(𝑥) e 𝑦 = 𝑔(𝑥) e entre as
2𝑥 2 − 2𝑥 = 0
retas 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏 , onde 𝑓 e 𝑔 são funções
𝑥 (2𝑥 − 2) = 0
contínuas e 𝑓(𝑥) ≥ 𝑔(𝑥) para todo 𝑥 em
𝑥 = 0 𝑜𝑢 2𝑥 − 2 = 0 ⟹ 𝑥 = 1
[𝑎, 𝑏], como ilustra a figura abaixo:
Agora precisamos esboçar o gráfico das curvas
para observar qual está limitando a região por
cima e qual está limitando por baixo. A parábola
𝑦 = 2𝑥 − 𝑥 2 tem raízes 𝑥 = 0 𝑒 𝑥 = 2,
com vértice no ponto (1,1). Já a parábola
𝑦 = 𝑥 2 , tem vértice na origem com
concavidade para cima, passando pelo ponto
(1,1), observe os gráficos e a região cinza que
buscamos a área:

A área dessa região S, é dada pela integral


definida:
𝑏
𝐴 = ∫ [𝑓 (𝑥) − 𝑔(𝑥)] 𝑑𝑥
𝑎

Exemplo 1:

Encontre a área da região limitada acima por


A curva que está por cima é a 𝑦 = 2𝑥 − 𝑥 2 e a
𝑦 = 𝑒 𝑥 , limitada abaixo por 𝑦 = 𝑥 , e limitada
curva 𝑦 = 𝑥 2 está por baixo, logo, a área
nos lados por 𝑥 = 0 e 𝑥 = 1.
procurada é dada por
1
1 1
𝐴 = ∫ 𝑒 𝑥 − 𝑥 𝑑𝑥 𝐴 = ∫ 2𝑥 − 𝑥 − 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 2𝑥 − 2𝑥 2 𝑑𝑥
2 2
0
0 0
1 1
1 1
𝐴 = ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 − ∫ 𝑥 𝑑𝑥 𝐴 = 2 ∫ 𝑥 𝑑𝑥 − 2 ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥
0 0
0 0
𝑥 1
𝑥2 1 2𝑥 2 1 2𝑥 3 1
𝐴=𝑒 | − | 𝐴= | − |
0 2 0
2 0 3 0
1
12 02
0
3 2 1
𝐴 =𝑒 −𝑒 −( − )=𝑒− 𝐴 =1− =
2 2 2 3 3

www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 11


EXERCÍCIOS

1 - Encontre a área da região sombreada.

2 a 5 - Calcule a área da região delimitada pelas


curvas indicadas.
2) 𝑦 = 𝑥 e 𝑦 = 𝑥 2 .
3) 𝑦 = 12 − 𝑥 2 e 𝑦 = 𝑥 2 − 6.
4) 𝑦 = 5𝑥 − 𝑥 2 e 𝑦 = 𝑥.
5) 𝑦 = 𝑥 3 e 𝑦 = 𝑥.

GABARITO

5⁄
16 − 2 2
1) − ln 3
3
2) 1/6
3) 72
4) 32/3
5) 1/2

ANOTAÇÕES

www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 12


AULA 10 Então, usando a definição de volume onde
𝑎 = −𝑟 e 𝑏 = 𝑟, temos
𝑟
Volumes 𝑉 = ∫ 𝜋(𝑟 2 − 𝑥 2 ) 𝑑𝑥
−𝑟
Com a integral, além de calcular área de 𝑟
regiões entre curvas, podemos calcular o
volume de um sólido, utilizando áreas de 𝑉 = 2𝜋 ∫ (𝑟 2 − 𝑥 2 ) 𝑑𝑥
0
secções transversais.
𝑟 𝑟
Dado um sólido compreendido entre 𝑥 = 𝑎
e 𝑥 = 𝑏, onde A(x) é a área da secção
𝑉 = 2𝜋 [∫ 𝑟 𝑑𝑥 − ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥]
2
0 0
transversal perpendicular ao eixo x, que está em
função de x, então o volume do sólido é 𝑟 𝑥3 𝑟
𝑉 = 2𝜋 [𝑟 2 𝑥 | − | ]
𝑏 0 3 0
𝑉 = ∫ 𝐴(𝑥) 𝑑𝑥
𝑎 𝑟3 3
𝑉 = 2𝜋 [𝑟 − ]
Da mesma maneira, podemos tomar o sólido 3
compreendido entre 𝑦 = 𝑎 e 𝑦 = 𝑏, e a área 2𝑟 3
A(y), área da secção transversal perpendicular 𝑉 = 2𝜋
ao eixo y, onde o volume é dado por 3
𝑏 4
𝑉 = 𝜋𝑟 3
𝑉 = ∫ 𝐴(𝑦) 𝑑𝑦 3
𝑎

Exemplo 1: Exemplo 2:

Mostre que o volume de uma esfera de raio r é Encontre o volume do sólido obtido pela rotação
4 3 em torno do eixo x da região sob a curva
𝜋𝑟 . 𝑦 = √𝑥 de 0 a 1.
3
Colocamos o centro da esfera na origem do Observe o esboço da região:
plano cartesiano e tomamos a secção
transversal perpendicular ao eixo x, que é um
círculo cujo raio é obtido por pitágoras, observe.

Rotacionando a região em torno do eixo x,


obtemos um sólido de secção transversal
perpendicular ao eixo x circular, cujo raio é o
valor da função para o x da secção, ou seja, é
√𝑥 , onde x é a altura em que é feita a secção.
𝑟2 = 𝑥2 + 𝑦2 Observe a seguir o sólido obtido com uma
secção destacada:
𝑦 = √𝑟 2 − 𝑥 2
Portanto, a área da secção transversal, que está
em função de x, é
𝐴(𝑥) = 𝜋(𝑟 2 − 𝑥 2 )
www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 13
Em seguida, devemos notar que fazendo a
rotação de tal região em torno do eixo x,
teremos um sólido cuja secção transversal
perpendicular ao eixo x é uma região de coroa
circular ou arruela, ou seja, região
compreendida entre dois círculos, como ilustra a
figura abaixo.

Como √𝑥 é o raio, a área da secção será


2
𝐴(𝑥) = 𝜋(√𝑥)
𝐴(𝑥) = 𝜋𝑥
Aplicando a definição de volume com 𝑎 = 0 e
𝑏 = 1, temos
1
𝑉 = ∫ 𝜋𝑥 𝑑𝑥
0 A área da secção transversal é a área de cada
1 coroa circular, que obtemos subtraindo a área
𝑥2 1 do círculo maior (que está por fora) da área do
𝑉 = 𝜋 ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 𝜋 | círculo menor (que está por dentro). O raio do
0 2 0
círculo maior é x e o raio do círculo menor é 𝑥 2 ,
𝜋 onde x é a altura da secção. Logo:
𝑉=
2
𝐴(𝑥) = 𝜋𝑥 2 − 𝜋(𝑥 2 )2
Exemplo 3:
𝐴(𝑥) = 𝜋(𝑥 2 − 𝑥 4 )
A região delimitada pelas curvas 𝑦 = 𝑥 e 1

𝑦 = 𝑥 2 é girada em torno do eixo x. Calcule o 𝑉 = ∫ 𝜋(𝑥 2 − 𝑥 4 ) 𝑑𝑥


volume do sólido resultante. 0
1
Primeiro, esboçamos a região referida. 𝑉 = 𝜋 ∫ 𝑥 2 − 𝑥 4 𝑑𝑥
0
1 1
𝑉 = 𝜋 [∫ 𝑥 𝑑𝑥 − ∫ 𝑥 4 𝑑𝑥 ]
2
0 0

𝑥3 1 𝑥5 1
𝑉 = 𝜋[ | − | ]
3 0 5 0
1 1 2𝜋
𝑉 = 𝜋[ − ] =
3 5 15

www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 14


EXERCÍCIOS REFERÊNCIAS

1) Mostre que o volume de um cilindro reto de STEWART, James. Cálculo, vol.1. 7a. ed. São
altura h e raio da base r, é 𝜋𝑟 2 ℎ. Paulo, Cengage Learning.

2) Calcule o volume do sólido obtido pela


rotação da região delimitada pelas curvas
𝑦 = 1 − 𝑥2 e 𝑦 = 0 em torno do eixo x.

3) Calcule o volume gerado pela parábola


𝑦 = 𝑥 2 girando em torno do eixo y, no
intervalo [0,4]

4) Ache o volume do sólido obtido pela rotação


ao redor do eixo y da região entre 𝑦 = 𝑥 e
𝑦 = 𝑥2.

5) Calcule o volume do sólido obtido pela


rotação em torno do eixo x, da região sob a
curva 𝑦 = 𝑥3 de 1 a 2.

GABARITO

1) Basta colocar o centro da base do cilindro na


origem do plano cartesiano. Assim, qualquer
secção transversal perpendicular ao eixo x, na
altura x, é sempre uma região circular de área
𝜋𝑟 2 . Logo, o volume é dado por:

𝑉 = ∫ 𝜋𝑟 2 𝑑𝑥
0


𝑉 = 𝜋𝑟 2 ∫ 𝑑𝑥 = 𝜋𝑟 2 𝑥 |
0 0
𝑉 = 𝜋𝑟 2 ℎ
8𝜋
2)
15
3) 8𝜋
𝜋
4)
6
127𝜋
5)
7

www.matematicaemexercicios.com Integrais (volume 2) | 15

Você também pode gostar