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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI

Centro de Ciências e Tecnologia


Laboratório de Mecânica dos Solos

RELATÓRIO DE ENSAIOS DE LABORATÓRIO

JOSÉ IGOR NORONHA SOUSA


KLINSMANN BEZERRA RABELO
MATEUS FLORENCIO SOUSA

Conteúdo: ENSAIO DE GRANULOMETRIA

ENSAIO DE TEOR DE UMIDADE

ENSAIO DE MASSA ESPECÍFICA REAL DOS GRÃOS

ENSAIO DE SENDIMENTAÇÃO

ENSAIO DE LIMITE DE LIQUIDEZ E LIMITE DE PLASTICIDADE

ENSAIO DE COMPACTAÇÃO

Cliente:
Prof. Dr. João Barbosa de Souza Neto

RE 00/2019/JKM – REVISÃO 00 (27/09/2019)

Juazeiro do Norte – CE, 27 de Setembro de 2019


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Sumário

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 5
PREPARAÇÃO DA AMOSTRA................................................................................................ 6
ENSAIO DE TEOR DE UMIDADE ........................................................................................... 7
ENSAIO DE GRANULOMETRIA ............................................................................................. 8
ENSAIO DE MASSA ESPECÍFICA DOS GRÃOS .............................................................. 10
ENSAIO SEDIMENTAÇÃO COM USO DE DEFLOCULANTE ......................................... 12
ENSAIO DE LIMITE DE LIQUIDEZ ....................................................................................... 14
ENSAIO DE LIMITE DE PLASTICIDADE............................................................................. 16
ENSAIO DE COMPACTAÇÃO ............................................................................................... 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 21
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 23
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Jazida escolhida para retirada do solo ............................................... 5


Figura 2: Secagem prévia da amostra .............................................................. 6
Figura 3: Peneira número 10 ............................................................................. 6
Figura 4: Destorroamento da amostra ............................................................... 6
Figura 5: Quarteamento da amostra com Repartidor de Amostras ................... 7
Figura 6: Curva granulométrica ....................................................................... 10
Figura 7: Aplicação do Vácuo.......................................................................... 11
Figura 8: Pesagem do Picnômetro mais água mais solo ................................ 12
Figura 9: Aparelho de Casa Grande com solo ................................................ 15
Figura 10: Gráfico do Limite de Liquidez utilizando regressão linear .............. 15
Figura 11: Gráfico ajustado para a curva de compactação ............................. 20
Figura 12: Curvas características gerais para cada solo ................................. 21
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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Quantitativo de Ensaios solicitados e realizados .............................. 5


Quadro 2: Dados – Ensaio de Teor de Umidade............................................... 8
Quadro 3: Resultado do peneiramento grosso .................................................. 9
Quadro 4: Resultado do peneiramento fino ....................................................... 9
Quadro 5: Análise da sedimentação ............................................................... 13
Quadro 6: Análise do ensaio do limite de platicidade ...................................... 16
Quadro 7: Limite de plasticidade adotada ....................................................... 17
Quadro 8: Análise da quantidade de água adicionada .................................... 19
Quadro 9: Análise da umidade utilizado para a curva de compactação .......... 19
Quadro 10: Cálculo do peso específico seco. ................................................. 20
Quadro 11: Peso específico seco correspondente a cada umidade ............... 20
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1. INTRODUÇÃO
O presente relatório mostra resultados de ensaios de caracterização,
solicitados pelo cliente para análise quanto ao uso do solo em obras de
pavimentação. Os ensaios de caracterização consistiram em: Granulometria, Teor
de Umidade, Densidade Relativa dos Grãos, Sedimentação com uso de
defloculante, Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade.
A amostra escolhida para estudo foi do tipo representativa deformada, o
material foi coletado de uma obra de Loteamento localizado na Rua Tenente
Raimundo Rocha, bairro Cidade Universitária, em frente ao campus da
Universidade Federal do Cariri, a amostra de solo foi retirada por intermédio de
escavação, de uma profundidade de aproximadamente 2 metros a partir do nível
do solo natural, com auxílio de pá e carrinho de mão, de acordo com a Figura 1
abaixo.
Figura 1: Jazida escolhida para retirada do solo

Este relatório foi elaborado seguindo os procedimentos de ensaios de


laboratório descritos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A
partir de uma breve análise táctil visual em campo, a equipe pode constatar que o
solo apresenta características de um solo silte argiloso. Quanto ao número de
repetições dos ensaios, segue abaixo o Quadro 1 com resumo do quantitativo.

Quadro 1: Quantitativo de Ensaios solicitados e realizados


Total de ensaios Total de ensaios
Ensaios
solicitados realizados
Granulometria 1 1
Teor de Umidade 1 1
Densidade Relativa dos Grãos 1 1
Sedimentação 1 1
LL 1 1
LP 1 1

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2. PREPARAÇÃO DA AMOSTRA
Para realização dos ensaios, inicialmente, a amostra foi devidamente
preparada de acordo com os critérios da ABNT NBR 6457/2016: Amostra de solo
– preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Do local,
foram coletados cerca de 50 kg de solo que foram posteriormente depositadas em
uma bandeja metálica para a secagem prévia (Figura 2).

Figura 2: Secagem prévia da amostra

Após a secagem ao ar livre até atingir umidade hidroscópica, o material


passou por processo de destorroamento, o qual consiste no desmanche de torrões
presentes na amostra, de acordo com a Figura 4. O material foi destorroado até
apresentar grãos que passem na peneira número 10 (abertura 2mm). (Figura 3)

Figura 4: Destorroamento da amostra Figura 3: Peneira número 10

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Durante este processo, pode-se constatar uma quantidade mediana de


torrões, que foram desmanchados com facilidade, também ficou perceptível a
mudança de coloração em diferentes partes do solo (marrom claro e marrom
escuro), este fato deve-se a pequena presença da umidade higroscópica.
Finalizado o destorroamento, foi realizado o quarteamento do material
(Figura 5), com auxílio do repartidor de amostras, até reduzir a uma quantidade
significativa para os ensaios de caraterização. Concluída estas duas etapas, após
amostra devidamente preparada, ela foi depositada em saco plástico, armazenada
sobre um caixote de madeira, distante da umidade do solo, identificada pela
equipe para posterior utilização.

Figura 5: Quarteamento da amostra com Repartidor de Amostras

Durante a preparação da amostra, novamente foi realizada a análise táctil


visual, agora em laboratório, ao entrar em contato com água a amostra de solo
apresentou uma boa facilidade de moldar uma esfera, ao esfregar a amostra sobre
as mãos, verificou-se pequenos arranhões indicando a presença de material
granular, logo, caracterizando-se com um solo silto argiloso.

3. ENSAIO DE TEOR DE UMIDADE


Para o seguinte ensaio foi tomada como parâmetro a ABNT NBR 6457/2016,
já citada anteriormente. Deu-se início tomando-se três amostras de solo com
umidade higroscópica, com a finalidade de determinar a umidade como forma de
média das três amostras, essas amostras foram colocadas em cápsulas

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previamente pesadas, onde foram submetidas à verificação da massa bruta úmida


– massa do solo mais massa da cápsula – posteriormente, foram colocadas em
estufa à temperatura de aproximadamente 107°C por um período de 24 horas.
Passado esse período, as cápsulas foram pesadas novamente para a
determinação da massa bruta seca, com essa massa, descontando o valor da
capsula, resultando o valor da massa de solo seca, com isso, obteve-se o valor
da massa de água, em que ao dividir pela massa seca e multiplicar o valor por
100, obtêm-se o valor da umidade do solo em forma de percentual. Finalizado o
ensaio, foi determinado o valor para a umidade higroscópica de 0,52%. Os dados
obtidos estão expostos no Quadro 2 a seguir:

Quadro 2: Dados – Ensaio de Teor de Umidade

Nº da Cápsula 21 77 78
Peso da Cápsula (g) 15,42 18,92 15,02
Massa Bruta Úmida (g) 82,2 74,8 81,6
Massa de Solo Úmida (g) 66,78 55,88 66,58
Massa Bruta Seca (g) 81,85 74,52 81,25
Massa de Solo Seco (g) 66,43 55,60 66,23
Massa da água (g) 0,35 0,28 0,35
Umidade (%) 0,53 0,50 0,53
Umidade Média (%) 0,52

4. ENSAIO DE GRANULOMETRIA
Para o ensaio de granulometria, foi utilizada a ABNT NBR 7181/2018:
Análise Granulométrica, como base para os procedimentos. Para o presente
ensaio, depois de feita a preparação da amostra seguindo a ABNT NBR
6457/2016, foi tomada uma amostra de 1500 gramas do material seco ao ar livre
– umidade higroscópica – e passado esse material pela sequência de peneiras
para peneiramento grosso e anotados os valores de massa retida e massa
passante, em seguida, foi selecionada uma amostra de 70 gramas para realizar o
peneiramento na série de peneiras finas e com o auxílio do agitador de peneiras,
a amostra foi separada e anotadas as massas passantes e retidas. Finalizados os
processos pôde-se determinar a curva granulométrica (figura 6), e chegar à
seguinte conclusão: Pela Classificação Unificada, o resultado foi um solo SM–SC
Areia Silto Argilosa, já pela Tabela HRB, que é o Sistema Rodoviário de

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Classificação, o resultado foi um solo Silto Argiloso do Tipo A-4. Os resultados dos
peneiramentos estão expostos no Quadro 3 e no Quando 4..

Quadro 3: Resultado do peneiramento grosso

Quadro 4: Resultado do peneiramento fino

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Figura 6: Curva granulométrica

A partir da curva granulométrica, chega-se à conclusão que trata-se de um


solo mal graduado de baixa compressibilidade, sendo recomendado para uso
em aterros ou construção de barragens.

5. ENSAIO DE MASSA ESPECÍFICA DOS GRÃOS


Para o ensaio de Massa Específica dos Grãos, utilizou-se embasamento
técnico a ABNT NBR 6508/1984: Grãos de solos que passam na peneira de 4,8
mm – determinação da massa específica. O ensaio teve início com a separação
de cerca de 500 gramas de solo passante na peneira de 4,8 mm de abertura. Em
seguida, foram separadas três cápsulas cada qual com 50 gramas de solo, uma
vez que o solo foi identificado pela análise táctil visual como silto argiloso. Dessa
forma, essas três amostras foram imersas em água destilada e deixadas em
repouso por um período de mais de 12 horas.
Em seguida, cada amostra foi colocada no copo dispersor, de modo a
garantir rigorosamente que todo o material tenha sido retirado, sendo que o
excesso aderido à cápsula foi retirado com o uso de água destilada. Depois, o
copo foi preenchido até a metade com água destilada e deixado no processo de

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dispersão por 15 minutos. Foi realizado também um ensaio do teor de umidade


especialmente para a determinação da massa específica dos grãos com o
restante da massa inicial da amostra, resultando em umidade de 0,55%.
Com isso, o material é transferido do copo dispersor para o picnômetro com
a utilização do funil de vidro, sendo que o excesso retido no copo foi tirado com a
água em questão. Dessa forma o picnômetro é completado até a metade com
água destilada e é submetido a uma bomba de vácuo (Figura 7) que proporciona
um vácuo de 88 kPa, durante um tempo de 15 minutos com o intuito de retirar o
ar aderido as partículas. É importante destacar que durante o vácuo foi realizado
movimento no picnômetro para que o próprio ar possa sair com facilidade. Feito
isso, o processo continua com o preenchimento de água destilada até 1 cm abaixo
do gargalo do picnômetro, sendo seguido com o uso da bomba por mais 15
minutos.

Figura 7: Aplicação do Vácuo

É indispensável relatar que por questões de segurança com os


equipamentos e com os resultados, o picnômetro não foi submetido a mais um
vácuo de 15 minutos com a água até 1 cm abaixo da marca de calibração, como
a norma manda, uma vez que a bomba suga a água mais solo e pode interferir no
resultado. Depois foi colocado água até a marca de calibração do picnômetro e foi

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realizado a verificação da massa (M1), mostrado na Figura 8, do conjunto


(picnômetro+solo+água) e sua temperatura (T).

Figura 8: Pesagem do Picnômetro mais água mais solo

Depois desse processo, foi feito a pesagem do conjunto picnômetro+água


até a marca de calibração (M2), Com o valor da umidade do solo seco ao ar, foi
feita a transformação do valor dessa massa úmida para a massa seca (M3). Foi
utilizado a teoria da Arquimedes para a determinação da massa de água
deslocada (Ma), sendo que:
(M2)+M3-(M1) =Ma
Assim com esse valor da massa de água deslocada e com o valor da
temperatura T, foi verificado o valor da massa específica da água e calculado o
seu volume, que necessariamente o volume de água deslocada é o volume de
solo. Dessa forma com M3 e o volume, é determinado a massa específica dos
grãos.
É imprescindível relatar que foram realizadas as 3 determinações dos
valores da massa específica dos grãos, e foi observado que dois estavam muito
próximos e não se diferiam mais do que 0,02 g/cm³, como a norma infere, sendo
o resultado final a média dos dois ensaios, resultando em uma valor de 2,71 g/cm³.

6. ENSAIO SEDIMENTAÇÃO COM USO DE DEFLOCULANTE


Para o ensaio de sedimentação, utilizou-se como respaldo técnico a ABNT
NBR 7181/2018: Análise Granulométrica – Procedimento de Ensaio. Após o

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peneiramento grosso, por ser definido pela análise tátil visual como um solo silto
argiloso, foram obtidas 70 gramas de amostra de solo do material passante na
peneira número 10 (abertura 2 mm), pesada a referida quantidade, utilizou-se uma
solução de hexametafosfato de sódio, numa concentração de 45,7 gramas de sal
a cada 1000 mililitros de água, já previamente preparada pelo corpo técnico do
laboratório. As 70 gramas de solo foram depositadas em um béquer e ficaram em
repouso por 12 horas.
Finalizada a dispersão química, a solução foi transferida para o copo de
dispersão preenchido com água destilada até 5 cm abaixo da borda, a fim de
proceder a dispersão mecânica por 15 minutos. Após ambas as dispersões, o
material foi transferido para a proveta de 1000 mililitros preenchida com água
destilada e depois cuidadosamente tampada com plástico filme, com isso, pode-
se realizar a agitação das partículas através de movimentos de virada da proveta
por 1 minuto.
Concluídos os procedimentos anteriores, colocou-se a proveta sobre a mesa
e foi inserido lentamente o densímetro nº 1915610, logo, teve-se início a
realização das leituras do densímetro e da temperatura, de acordo com o Quadro
5 abaixo.
Quadro 5: Análise da sedimentação

Sedimentação com Defloculante


Nº do Densímetro 1915610
Proveta Uniglass
Temperatura
Tempo Hora Leitura
(°C)
30 s 09:21 15 25
1 min 09:21 14,5 25
2 min 09:22 14.0 25
4 min 09:25 13,5 25
8 min 09:29 13,3 25
15 min 09:37 13,2 24,8
30 min 09:51 13,2 24,4
1 hora 10:21 13,1 24
2 horas 11:21 13 23,6
4 horas 13:20 13 23,1
8 horas 17:20 13 23,3
24 horas 09:21 12,1 26,5

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É importante ressaltar que a calibração do densímetro foi realizada


previamente pelo corpo técnico do laboratório. Sendo assim, todos os cálculos
realizados para obtenção de resultados quanto ao ensaio de sedimentação foram
baseados nos dados de calibração do densímetro 1915610, e ambos os cálculo
desenvolvidos a partir de planilha didática do Microsoft Excel também
disponibilizadas pelo laboratório.
Alguns aspectos do ensaio necessitam serem descritos, como por exemplo,
boa parte do ensaio foi realizado em período de funcionamento do laboratório, o
qual encontrava-se com os aparelhos de ar condicionado ligados, fator importante
para a leitura de baixas temperaturas comparadas a última leitura que foi realizada
no período da manhã do dia seguinte, sendo que durante o intervalo de tempo
entre a penúltima e última leitura, o laboratório não estava em seu período de
funcionamento, logo, os aparelhos de ar condicionado estavam desligados,
justificando uma temperatura mais elevada do que as demais na última anotação.

7. ENSAIO DE LIMITE DE LIQUIDEZ


Para o ensaio de Limite de Liquidez, utilizou-se como embasamento técnico
a ABNT NBR 6459/1984: Solo – Determinação do Limite de Liquidez. Tal ensaio
é realizado mediante a preparação adequada do solo, conforme relatado
anteriormente. Dessa forma, de início foi separada uma amostra de cerca de 200
gramas de solo que passa na peneira de 0,42 mm de abertura. Com isso, foi feito
uma pasta de solo e água destilada em um recipiente, misturado por
aproximadamente 15 minutos de modo a garantir a homogeneização. Essa pasta
teve inicialmente um baixo teor de umidade, de modo a garantir que os próximos
ensaios de Limite de Liquidez fossem obtidos com umidade crescente, já que o
ensaio consiste de pelo menos 5 pontos para realizar a plotagem do gráfico. Em
seguida foi verificado a calibração do aparelho de Casa Grande, de modo a
garantir com rigor uma altura de queda constante e igual a 1 cm. Com a pasta
formada, retirou-se uma parte da pasta com uma espátula flexível de modo a
colocá-la de maneira correta na concha do aparelho de Casa Grande (figura 9),
garantindo que a mesma ocupe cerca de 2/3 da superfície da concha do
equipamento citado.

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Figura 9: Aparelho de Casa Grande com solo

Depois de realizar o acomodamento da pasta de solo no aparelho de Casa


Grande, verificou-se a espessura da pasta de modo a seguir com rigor o
procedimento. Depois foi realizado uma ranhura na mesma com um cinzel, de
modo a repartir a pasta com simetria e garantir que a espessura da pasta na parte
central seja de 1 cm. O procedimento é seguido pela contagem do número de
golpes do equipamento necessário para que cerca de 13 cm da ranhura se feche.
Assim, foi realizado imediatamente a remoção de uma parte da pasta que fechou
a ranhura e obtido a umidade esta que proporcionou aquele fechamento. Com
isso, se obteve o primeiro ponto, número de golpes e umidade, sendo os outros
pontos realizados com o retorno do material e adicionando mais água destilada
para repetir o ensaio.
O ensaio sucedeu-se de modo a proporcionar 7 pontos. Com esses pontos
foi plotado um gráfico (Nº de golpes Log versus Umidade) utilizando uma
regressão linear (Figura 10).
Figura 10: Gráfico do Limite de Liquidez utilizando regressão linear

LI MI T E DE LI Q UI DE Z
22
20,63
21 20,35
UMIDADE (%)

19,93
19,63
20
18,7318,85
19

18 17,43

17
1
y = -1,92ln(x) + 24,876
25
NÚMERO DE GOLPES

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De acordo com o gráfico, o Limite de Liquidez é determinado pela umidade


que corresponde a 25 golpes, sendo esse valor encontrado por interpolação.
Dessa forma, o valor do Limite de Liquidez para este caso é de 18,70%.
Como o valor do Limite de Liquidez deu um resultado menor que 50%,
significa que o solo é de baixa compressibilidade, o que mostra que o mesmo é
menos susceptível ao recalque.

8. ENSAIO DE LIMITE DE PLASTICIDADE


O ensaio de Limite de Plasticidade foi executado seguindo os parâmetros
da ABNT NBR 7180/1984: Solo – Determinação do Limite de Plasticidade. O
Limite de Plasticidade é definido como o menor teor em que o solo passa do
estado semi sólido para o estado plástico. Para esta análise, após a realização do
ensaio de Limite de Liquidez, foi adicionado solo à mistura anteriormente utilizada
até formar uma pasta moldável e de consistência plástica, formando-se um cilindro
com cerca de 3 milímetros de diâmetro e 10 centímetros de comprimento, sem
fissurar, rolando-se o solo com a palma da mão sobre uma placa de vidro
esmerilhada até verificar o início do fissuramento do cilindro moldado.
Verificado o aparecimento de pequenas fissuras, foram coletadas amostras
de solo oriundas do cilindro devidamente moldado, depositadas em cápsulas e
armazenadas em estufa à temperatura constante de 106 °C para posterior
obtenção do teor de umidade. O procedimento foi realizado 7 vezes até obter a
média dos resultados, ou, Limite de Plasticidade do solo de acordo com o Quadro
6. A equipe encontrou certa dificuldade em moldar o cilindro, pelo fato do solo
sofrer com o aparecimento de fissuras antes de chegar às dimensões ideais de
realização do ensaio, porém, o solo apresentou mediana plasticidade, sendo fácil
de ser moldado.
Quadro 6: Análise do ensaio do limite de platicidade

ENSAIO DE LIMITE DE PLASTICIDADE

Nº da Cápsula 1 2 3 4 5 6 7
Peso da Cápsula (g) 4,02 3,88 4,74 4,12 4,08 3,89 4,04
Massa Bruta Úmida (g) 5,79 5,28 5,92 5,12 5,32 5,61 6,21
Massa de Solo Úmida (g) 1,77 1,40 1,18 1,00 1,24 1,72 2,17

Massa Bruta Seca (g) 5,58 5,12 5,80 5,00 5,19 5,39 5,98

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Massa de Solo Seco (g) 1,56 1,24 1,06 0,88 1,11 1,50 1,94
Massa da água (g) 0,21 0,16 0,12 0,12 0,13 0,22 0,23
Umidade (%) 13,46 12,90 11,32 13,64 11,71 14,67 11,86

Umidade Média (%) 12,79

Como citado, o solo apresentou uma certa dificuldade para se moldar um


cilindro com as dimensões impostas no ensaio, rompendo antes do aparecimento
das fissuras, por conta deste fator preponderante e de possíveis erros do
operador, os resultados obtidos ficaram dispersos da umidade média além do
limite permitido por norma, na qual considera satisfatórios os valores de umidade
obtidos quando, de pelo menos três, nenhum deles diferir da respectiva média de
mais que 5% dessa média. Portanto, foram escolhidas 3 umidades (Quadro 7)
dentre as 5, que se enquadram no critério de aceitação do ensaio de acordo com
a ABNT NBR 7180/1984.
Quadro 7: Limite de plasticidade adotada

ENSAIO DE LIMITE DE PLASTICIDADE

Nº da Cápsula 3 5 7
Peso da Cápsula (g) 4,74 4,08 4,04
Massa Bruta Úmida (g) 5,92 5,32 6,21
Massa de Solo Úmida (g) 1,18 1,24 2,17

Massa Bruta Seca (g) 5,80 5,19 5,98


Massa de Solo Seco (g) 1,06 1,11 1,94
Massa da água (g) 0,12 0,13 0,23
Umidade (%) 11,32 11,71 11,86

Umidade Média (%) 11,63

Pela escolha das 3 umidades, obteve-se um Limite de Plasticidade de


11,63%. Dados os valores de Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade, pode-se
determinar os seguintes aspectos:
 IP = LL – LP IP = 7,07%
Segundo a classificação de Jenkis, solos com IP entre 7 e 15 são
classificados como medianamente plásticos.
𝐼𝑃 7,07 %
 IA = 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎 (𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 0,002 𝑚𝑚) = 24,61 %
= 0,29

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De acordo com a classificação de Skempton, solos com IA menor que 0,75


são classificados como presença de argila inativa.
Legenda: IP Índice de Plasticidade
IA Índice de Atividade

9. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO
A compactação de um solo é a sua densificação por meio de equipamento
mecânico, geralmente um rolo compactador, embora, em alguns casos, como em
pequenas valetas, até soquetes manuais possam a ser empregados. A
compactação é empregada em diversas obras de engenharia, como os aterros
para diversas utilidades, as camadas construtivas dos pavimentos, a construção
de barragens de terra, etc.
O ensaio de compactação foi realizado de acordo com os parâmetros
descritos na ABNT NBR 7182: Solo – Ensaio de Compactação. Realizada a
preparação da amostra, foram pesados 15 kg de solo, divididos em 3 kg para cada
ponto a ser plotado, sendo realizados 5 pontos de análise da umidade e do peso
específico seco. A energia especificada pelo cliente, foi o ensaio de proctor com
energia normal, utilizando-se o cilindro (nº 2) e o soquete, ambos pequenos.
As dimensões do cilindro foram medidas com auxílio de paquímetro
analógico, este processo é fundamental para o ensaio, pois a partir dele é possível
determinar o volume do cilindro e posteriormente utilizar como parâmetro para
cálculo do peso específico seco, logo abaixo pode-se analisar tais dimensões.
 Diâmetro = 9,99 cm
 Altura = 12,73 cm
 Volume = 997,81 cm³
 Massa = 2313,10 g
O ensaio foi realizado sem reuso da amostra, compactando-se 3 camadas
com 26 golpes cada. Antes de iniciar a compactação, foram realizados cálculos a
fim de se determinar a umidade ótima presumível, de acordo com os dados abaixo.
 Umidade Higroscópica = 0,52 %
 Massa Úmida = 500 g
𝑀ú𝑚𝑖𝑑𝑎 500
 Massa Seca = 𝑈𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 0,52 = 497,41 g
1+ 1+
100 100

 Massa da Água = 2,59 g

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Logo, foram acrescentadas 20 g de água à umidade higroscópica até


perceber o comportamento do solo quanto a umidade ótima (aderência das
partículas quando amolgadas, sem o solo ficar aderido às mãos, formando-se um
espécie de “bolinho’). Realizados sucessivos acréscimos, obteve-se uma umidade
ótima presumível de 10,57% correspondente à 52,59 g de água.
Portanto, para iniciar o ensaio, foi considerado como ponto de partida o valor
de umidade 5% abaixo da umidade ótima presumível, de acordo com o Quadro 8
abaixo.
Quadro 8: Análise da quantidade de água adicionada

VOLUME DE ÁGUA A SER ADICIONADO


PONTO 1º 2º 3º 4º 5º
Massa de Solo Seco (g) 3000 3000 3000 3000 3000
Umidade (%) 5,57 7,57 9,57 11,57 13,57
Massa de Água (g) 167,10 227,10 287,10 347,10 407,10
Volume de Água (ml) 167,10 227,10 287,10 347,10 407,10

Finalizados os cálculos prévios, obteve-se os dados para gerar a curva de


compactação e consequente obtenção da umidade ótima e da massa específica
seca máxima, de acordo com os (Quadros 9, 10 e 11) a seguir.
Quadro 9: Análise da umidade utilizada para a curva de compactação

Massa Massa
Peso da Massa Massa Umidade
Nº da Bruta Bruta Umidade
Ponto Cápsula da Água de Solo Média do
Cápsula Úmida Seca (%)
(g) (g) Seco (g) ponto (%)
(g) (g)
1 1 16,13 64,12 61,77 2,35 45,64 5,15
1 2 15,75 42,40 41,11 1,29 25,36 5,09 5,10
1 3 16,75 66,83 64,42 2,41 47,67 5,06
2 4 15,16 37,54 35,87 1,67 20,71 8,06
2 5 14,96 48,55 46,06 2,49 31,10 8,01 8,04
2 6 13,42 38,42 36,56 1,86 23,14 8,04
3 7 15,34 34,90 33,13 1,77 17,79 9,95
3 8 15,89 38,67 36,58 2,09 20,69 10,10 10,05
3 9 14,64 34,27 32,47 1,80 17,83 10,10
4 10 14,91 48,95 45,54 3,41 30,63 11,13
4 11 13,94 49,57 46,08 3,49 32,14 10,86 11,08
4 12 13,48 55,92 51,63 4,29 38,15 11,25
5 13 12,48 64,15 57,61 6,54 45,13 14,49
5 14 14,59 47,92 43,72 4,20 29,13 14,42 14,41
5 15 16,80 58,17 52,99 5,18 36,19 14,31

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Quadro 10: Cálculo do peso específico seco.

Diâmetro Altura Peso do Volume Peso Peso


Peso do
do do Solo Úmido do Específico Específico
Ponto Cilindro
Cilindro Cilindro no Cilindro Cilindro Natural γ Seco γd
Vazio (g)
(cm) (cm) (g) (cm³) (g/cm³) (g/cm³)
1 9,99 12,73 2313,1 3911,90 997,81 1,60 1,52
2 9,99 12,73 2313,1 4240,80 997,81 1,93 1,79
3 9,99 12,73 2313,1 4408,00 997,81 2,10 1,91
4 9,99 12,73 2313,1 4465,70 997,81 2,16 1,94
5 9,99 12,73 2313,1 4437,80 997,81 2,13 1,86

Quadro 11: Peso específico seco correspondente a cada umidade

Peso
Umidade
Específico Seco
(%)
γd (g/cm³)
1,52 5,10
1,79 8,04
1,91 10,05
1,94 11,08
1,86 14,41

Assim, obteve-se a seguinte a curva de compactação (Figura 11).

Figura 11: Gráfico ajustado para a curva de compactação

Curva de Compactação - Energia Proctor Normal


2,00
Peso Específico Seco γd (g/cm³)

1,90

1,80

1,70

1,60

1,50
y = -0,0094x2 + 0,2204x + 0,6396
R² = 0,9956
1,40
5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00
Umidade (%)

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A partir da curva, pode-se retirar os seguintes valores:


 Umidade ótima (%) = 11,64%
 Peso Específico Seco Máximo (γd) = 1,93 g/cm³
De acordo com Carlos de Souza Pinto, uma curva de compactação com
essas características representa um solo areno silto-argiloso ou uma areia siltosa
(Figura 12) condizente com a caracterização do solo a partir da análise
granulométrica.
Figura 12: Curvas características gerais para cada solo

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Todos os ensaios solicitados foram realizados no Laboratório de Mecânica
dos Solos da Universidade Federal do Cariri – Campus Juazeiro do Norte – CE.
Os ensaios foram realizados seguindo os procedimentos descritos por norma
baseados na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), tendo como
auxílio o corpo técnico do laboratório e o professor orientador.
Quanto ao resumo dos resultados, de acordo com a classificação HRB trata-
se de um solo Silte-Argiloso (A4) e quanto a classificação unificada o solo foi
caracterizado como Areno Silto-Argiloso. Para os limites de consistência, o solo
apresentou um Limite de Liquidez de 18,70%, caracterizando-se como um solo de
baixa compressibilidade, e um LP de 11,63%, apresentando um IP (índice de
Plasticidade) de 7,07% e um IA (índice de Atividade) de 0,29 constatando-se que

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a presença da argila é de um material inativo e que o solo possui mediana


plasticidade, logo, possui uma pequena parcela de consistência. Para a
compactação deste solo, deve-se utilizar em campo a umidade ótima calculada
de 11,64 g/cm³ e o peso específico máximo de 1,93 g/cm³, controlando ambos os
parâmetros através do teste speedy ou outro semelhante para determinação da
umidade e o método do frasco de areia para controle do peso específico seco
máximo.
Portanto, de acordo com a classificação HRB, não é muito recomendável a
utilização do solo analisado para pavimentação de rodovias já que é caracterizado
de regular a mau para esta finalidade. Outro ponto importante é a classificação da
curva como mal graduada, assim, o solo não apresenta uma boa distribuição de
tamanho dos grãos, podendo apresentar vazios que dificultem o processo de
compactação.

A Universidade Federal do Cariri agradece a preferência e estaremos


a disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.

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11. REFERÊNCIAS

ABNT NBR 6457: Amostra de solo – preparação para ensaios de


caracterização e ensaios de compactação. ABNT. 2016

ABNT NBR 7182: Solo – Ensaio de compactação. ABNT 2016.

ABNT NBR 9895: Solo – Determinação do Índice de Suporte Califórnia


utilizando amostras não trabalhadas. ABNT 2016.

ABNT NBR 6508: Grãos de solo que passam na peneira de 4,8 mm –


Determinação da massa específica. Rio de Janeiro, 1984. 8 p.

ABNT NBR 7181: Solo – Análise granulométrica. Rio de Janeiro, 1984.


13 p.

ABNT NBR 7180: Solo – Determinação do limite de plasticidade. Rio de


Janeiro, 1984. 3 p.

ABNT NBR 6459: Solo – Determinação do limite de liquidez. Rio de


Janeiro, 1984. 6 p.

PINTO, Carlos de Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos, em


16 Aulas. 1 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 247 p.

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