Você está na página 1de 2

Em resumo

O fingimento artístico
• é uma arte poética, uma vez que apresenta o processo de criação artística, não só na
perspetiva do sujeito poético, mas também ao nível da receção do texto pelo leitor;

• consiste na transfiguração da emoção pela razão;

• expõe a fragmentação do "eu" e a tensão entre o sentir e o pensar:

• resulta da consciencialização da impossibilidade de o sujeito fazer coincidir o que


sente com o que pensa que sente;

• o pensar domina o sentir — a poesia é um ato intelectual.

A dor de pensar
• reflete a consciência da dicotomia sentir/pensar;

• resulta da lucidez do "eu" e da sua obsessão pela análise;

• decorre da tendência excessiva para a abstração e intelectualização;

• torna o sujeito incapaz de atingir a felicidade;

• conduz o sujeito ao desejo de atingir a inocência inicial de uma vida instintiva;

• faz o sujeito debater-se entre a consciência e a inconsciência;

• surge em poemas como "Ela canta, pobre ceifeira" e "Gato que brincas na rua?
O Sonho e a realidade
• Sonho e realidade são muitas vezes difíceis de distinguir.

• A sensação do sonho torna-se, por vezes, mais profunda do que a própria realidade.

• Perante a oposição entre o sonho e a realidade, o "eu" fica perplexo e angustiado.

• Alguns poemas abordam o tema do sonho em contraste com a realidade. Exemplos:


Às vezes, em sonho triste': "Dormi, sonhei. No informe labirinto": "Entre o sono e o
sonho" "Sonho sem fim nem fundo"

• Alguns poemas exemplificam a evasão do sujeito através do sonho, no entanto, essa


tentativa de alcançar a felicidade num espaço imaginário termina em desilusão.
Exemplo: "Não sei se é sonho se realidade"

Nostalgia da infância
• A infância para o sujeito é um tempo idílico, símbolo da inocência e da incapacidade
de racionalizar.

• Este "paraíso perdido" representa a felicidade, a inconsciência e a ausência de


intelectualização.

• O poema "Quando as crianças brincam" apresenta uma evocação de um tempo


nostálgico em que a reflexão e a capacidade de pensar revelam um paraíso perdido.

• A infância, simbolizada pelos contos infantis, contrapõe-se ao real violento e


agressivo que só o sonho consegue atenuar.

Você também pode gostar