Você está na página 1de 3

Paroquia São Pedro – 30|08|21

Formação de Crisma

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – PECADO MORTAL E PECADO VENIAL “…uma falta


contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e
para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do
homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como ‘uma palavra, um ato ou um
desejo contrários à lei eterna.”

    O C.I.C. também aponta duas espécies de pecado (pecado mortal e pecado venial) que

derivam do grau de gravidade de nossas ações (Artigo 8, IV, parágrafo 1854).

Sobre o pecado mortal, no parágrafo 1855, encontramos vários esclarecimentos:

“O pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave da lei de

Deus; desvia o homem de Deus, que é seu fim último e sua bem-aventurança, preferindo um

bem inferior.

O pecado venial deixa subsistir a caridade, embora a ofenda e fira.”

 Nos parágrafos seguintes podem ser pinçados alguns ensinamentos chave que nos conduzem

a entender o que é um pecado mortal:

– “É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido

com plena consciência e deliberadamente”  (parágrafo 1857);

– “A matéria grave é precisada pelos Dez mandamentos, segundo a resposta de Jesus ao

jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho,

não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe (MC 10,19 ) (parágrafo 1858);

– “Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça.

Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a

exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de

fazer opções para sempre, sem regresso”  (parágrafo 1861)

 No tocante ao pecado venial, o C.I.C. revela que:

– “Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita

pela lei moral, ou então quando, se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno

conhecimento ou sem pleno consentimento”  (parágrafo 1862);


– “O pecado venial enfraquece a caridade; traduz uma afeição desordenada pelos bens
criados;

Os 7 pecados capitais
impede o progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem moral; merece penas

temporais. O pecado venial deliberado e que fica sem arrependimento dispõe-nos pouco a

pouco a cometer o pecado mortal. Mas o pecado venial não quebra a aliança com

Deus”  (parágrafo 1863).

Os sete pecados capitais são, segundo a doutrina católica, os principais erros ou vícios que
dão origem às diversas ações pecaminosas cometidas pelas pessoas. Em outras palavras,
pode-se dizer que eles são a raiz dos pecados, os "líderes" das más ações e dos maus
pensamentos. O termo "capital" tem origem na palavra latina caput, que significa "cabeça",
"parte superior".
Os sete pecados são a soberba, a avareza, a inveja, a ira, a luxúria, a gula e a preguiça.
1. Soberba
A soberba pode ser definida como orgulho excessivo. É a tendência a nos considerarmos
melhores do que todas as outras pessoas. A soberba é o pecado da pessoa extremamente
vaidosa, que pensa e age como se estivesse acima de tudo e de todos. O oposto da soberba é
a humildade.
Para os católicos, a soberba é o principal pecado ou raiz de todos os pecados, já que ela
participa do pecado original, descrito no Gênesis.
Deus proibiu que Adão e Eva provassem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Mas o demônio tentou Adão e Eva, dizendo que se eles provassem do fruto seriam tais como
Deus, conhecedores do bem e do mal. Querendo se tornar independentes de Deus, Adão e Eva
cometeram o pecado da desobediência e da soberba.
É possível encontrar referências ao pecado da soberba em outras passagens bíblicas, como
esta: \ Provérbios 16:5

2. Avareza
A avareza, também chamada de ganância, é o apego excessivo aos bens materiais e ao
dinheiro. A pessoa avarenta é mesquinha, isto é, não gosta de compartilhar o que tem e faz de
tudo para ter sempre mais. A avareza é o oposto da generosidade.
Há muitas passagens na Bíblia que fazem referência à avareza. Uma delas está na Primeira
Epístola 1 Timóteo 6:9-10

3. Inveja
A inveja é a tristeza pelo bem de outra pessoa. O invejoso é aquele que se sente mal pelas
conquistas alheias, sendo incapaz de ficar feliz pelos outros, como se a vitória alheia
representasse uma perda pessoal. O oposto da inveja é a caridade, o desapego e a
generosidade.
Há muitas passagens na Bíblia sobre a inveja, sendo uma das mais importantes aquela em que
é narrado o primeiro homicídio (Gênesis 4). No Antigo Testamento, lemos que Caim matou seu
próprio irmão porque Deus havia apreciado mais os sacrifícios feitos por Abel. Portanto, de
acordo com a Bíblia, o vício que está por trás do primeiro homicídio é a inveja.
Em Pedro 2:1 \ Gálatas 5:26

4. Ira
Ira, raiva ou fúria é uma manifestação intensa de indignação que pode levar a agressões
verbais ou físicas. O oposto da ira é a paciência.
A ira humana é um dos pecados capitais, e há muitas passagens bíblicas que abordam o vício
da pessoa irritadiça, iracunda ou violenta. É o que se vê, por exemplo, em Provérbios 15:18:
Provérbios 15:18 \ Em Salmos 37:8, \ Salmos 37:8 \ Romanos 1:18

5. Luxúria
A luxúria é o pecado associado aos desejos sexuais. Para os católicos, a luxúria tem a ver com
o abuso do sexo ou a busca excessiva do prazer sexual. O oposto da luxúria é a castidade.
Das passagens bíblicas que tratam desse pecado, uma das mais incisivas é a que está em
Gálatas 5:19 \ Em Colossenses 3:5-6,
Leia mais sobre os significados de Luxúria e Concupiscência.

6. Gula
A gula é o pecado associado ao desejo de comer e beber de maneira exagerada, para além das
necessidades. Esse é um pecado que tem a ver com a perda de controle em relação ao próprio
corpo. O oposto da gula é a moderação.
Quase todos os pecados estão relacionados à falta de moderação. No caso da gula, trata-se do
consumo em excesso de comida e bebida, ao qual se atribuem males físicos e espirituais, já
que a gula pode levar a outros pecados, como a preguiça. O pecado da gula é uma
manifestação da busca da felicidade em coisas materiais.
Em Provérbios 23:20-21,

7. Preguiça
A preguiça é a falta de vontade ou interesse em atividades que exigem algum esforço, seja
físico ou intelectual. A preguiça pode ser definida como a falta de ação, a ausência de ânimo
para o trabalho e outras tarefas do nosso dia a dia. O oposto da preguiça é o esforço, a força
de vontade, a ação.
Para os adeptos do catolicismo, o pecado da preguiça tem a ver com a recusa voluntária ao
dever do trabalho (da busca do pão de cada dia), mas também se relaciona com a falta de
ânimo nas práticas de devoção e na busca da virtude.
Dentre as passagens bíblicas em que se faz referência a esse pecado, destacam-se as
seguintes: Provérbios 13:4 \ Provérbios 6:6 \ Provérbios 21:25
Leia mais sobre o Significado de Preguiça.

A origem dos pecados capitais


A origem dos sete pecados está numa lista escrita pelo monge cristão Evágrio Pôntico (345-
399 d.C.) a fim de enumerar os principais maus pensamentos que atrapalham uma rotina de
práticas religiosas. Em vez de sete, essa lista era composta por oito pecados. Além dos
atualmente conhecidos, havia a tristeza. Não havia a inveja, mas a vanglória (vaidade).
Mais tarde, essa lista foi traduzida para o latim, sendo reescrita pelo Papa Gregório I (540-604
d.C.). Ele excluiu a preguiça, adicionou a inveja e elegeu a soberba como o pecado principal.
No século XIII, o frei Tomás de Aquino (1225-1274) recuperou a lista, incluindo novamente a
preguiça no lugar da tristeza. Os 7 pecados tais como conhecemos hoje remontam à lista de
Tomás de Aquino.
Assim, fica claro que apesar de estarem relacionados à temática bíblica, os 7 pecados capitais
não são assim denominados nem listados na Bíblia. Foram criados tardiamente pela Igreja
Católica e assimilados por muitos cristãos.
Mas qual seria a explicação religiosa para a origem dos pecados na vida das pessoas? Em
Marcos 7:21-23, há uma passagem que lança luz sobre essa questão:

Marcos 7:21-23

Você também pode gostar