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Ferramentas BIM - Engenharia

Brasília-DF.
Elaboração

Inara de Camargo Gomes

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR........................................................................................ 9

CAPÍTULO 1
O ATUAL MODELO DE NEGÓCIOS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL.................................. 9

CAPÍTULO 2
QUE TIPO DE CONTRATAÇÃO DE CONSTRUÇÃO É MELHOR QUANDO O BIM É UTILIZADO?....... 23

CAPÍTULO 3
CONTROLE DE QUALIDADE NA MODELAGEM BIM................................................................... 37

UNIDADE II
IMPLANTAÇÃO DO BIM......................................................................................................................... 44

CAPÍTULO 1
SOFTWARES E TROCAS DE INFORMAÇÃO............................................................................... 44

CAPÍTULO 2
TECNOLOGIA PARA BIM: OS PRINCIPAIS SOFTWARES QUE PODEM SER UTILIZADOS ATUALMENTE. 62

UNIDADE III
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS............................................................................................. 75

CAPÍTULO 1
DIREITOS E RESPONSABILIDADES ENVOLVIDAS NA MODELAGEM BIM........................................ 75

CAPÍTULO 2
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA MODELAGEM BIM.................................................................. 88

CAPÍTULO 3
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................... 96

REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 104
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

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Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Atualmente, no setor da construção civil, todo projeto ocorre de forma segmentada e
de maneira sequencial, em que diferentes profissionais com especialidades distintas –
arquitetura, estrutural, instalações, etc. – finalizam sua parte no processo do projeto e
a enviam ao canteiro de obras. É muito raro ver dentro do canteiro um coordenador de
projetos realizar a compatibilização dos projetos e verificar se ocorre interferência ou
falhas dentro deles.

Em sua grande maioria, os projetos que seguem para o canteiro de obras estão
sem uma análise prévia, é somente durante a obra que os erros são encontrados e,
assim, resolvidos da maneira mais rápida possível para se atender ao cronograma
previsto. Nesse contexto, podemos afirmar que ocorre um crescimento de retrabalho,
construções com baixa qualidade, se comparadas ao esperado, e atrasos quanto a
prazos já estipulados. Com vistas a sanar essas necessidades crescentes dentro do
processo de um projeto, atualmente há um crescimento no setor de desenvolvimento
e gestão a fim de buscar inovações na área de Tecnologia da Informação.

Nessa esteira, surge o conceito de BIM (Building Information Modeling. Ele estabelece
uma nova interação e um maior desenvolvimento tanto virtual quanto participativo
dentro do setor da construção civil. Com o BIM, temos um novo conceito em projetar,
não são somente softwares com tecnologia de ponta, mas, também, é a utilização, com
maior eficiência, das informações que são geradas no desenvolvimento e na criação
do projeto por meio de ferramentas e de banco de dados que viabilizam a troca dessas
informações durante todo o processo do projeto. É importante destacar que, além da
vantagem de se projetar de maneira colaborativa, o BIM nos mostra que informações
podem ser agrupadas e não individuais, como nos modelos atuais utilizados, ele permite
uma modificação nas informações e a atualização automática delas, gerando, assim,
otimização do tempo que se gasta para revisão ou elaboração dos projetos.

Quando pensamos no cenário mundial, o BIM tem, de maneira positiva, alcançado


ótimos resultados. No Brasil, o cenário é um pouco diferente. A grande maioria dos
profissionais envolvidos no setor da construção civil, engenheiros e arquitetos, por
exemplo, não possui conhecimentos profundos sobre os conceitos e os benefícios que
podem trazer a utilização dessa ferramenta. Nesse sentido, podemos verificar um déficit
de qualificação profissional para se trabalhar utilizando a modelagem BIM.

Outro impeditivo do crescimento do bem dentro do país é a questão financeira.


As empresas de pequeno porte são as mais afetadas, isso porque o investimento na
7
aquisição de softwares e de máquinas, em treinamentos e consultoria sobre a utilização
desses recursos é muito alto. Contudo, é preciso destacar que, em face das dificuldades,
a implantação do conceito BIM traz benefícios, principalmente ao pensarmos em
qualidade, segurança e rapidez em todas as fases do projeto até aexecução.

No decorrer deste estudo, entenderemos melhor o conceito de BIM, sua evolução


dentro da indústria da construção, ineficiências quanto à sua utilização, melhores tipos
de contratação aplicáveis. Ademais, listaremos as principais ferramentas e tecnologias
envolvidas quando pensamos no processo de um projeto como um todo. Por fim,
discorreremos sobre o porquê de a utilização do conceito BIM dentro de projetos da
construção civil trazer tantos benefícios e como os profissionais podem se contextualizar
dentro desse conceito e trabalhar da melhor forma possível.

Objetivos
»» Apresentar o conceito BIM e como ele pode atuar positivamente dentro
do setor da construção civil.

»» Explicitar as ferramentas mais importantes utilizadas para que o BIM


seja eficiente.

»» Expor os benefícios e as dificuldades que o profissional pode enfrentar no


decorrer da implementação do conceito BIM.

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BIM E A EVOLUÇÃO
NO MODO DE UNIDADE I
PROJETAR

Nesta unidade, estudaremos o atual modelo de negócios da indústria da construção


civil e a utilização do BIM, o qual traz todas as informações de maneira integrada
com representações gráficas, textuais e numéricas, transformando o projeto em um
contrato mais eficiente, econômico e sustentável. Veremos quais os tipos de contratação
aplicáveis quando utilizamos o BIM e as possíveis ineficiências já documentadas por
quem utilizou essa ferramenta.

CAPÍTULO 1
O atual modelo de negócios da
indústria da construção civil

O controle de tempo, custo e desperdício é uma preocupação primordial para todas as


partes envolvidas em projetos de construção civil. Muitos problemas relacionados a
questões de controle resultam da comunicação inadequada de informações dentro de
organizações contratantes ou entre contratantes e outras organizações do projeto. A
quantidade de informação envolvida em qualquer projeto de construção civil do início
ao fim não deve ser subestimada. Em qualquer estágio específico do projeto, diferentes
tipos de informações são exigidos por várias pessoas em diferentes formatos. Por
exemplo, em grandes projetos industriais, foi revelado que mais de 50% dos problemas
de construção do local é atribuído ao projeto ou à comunicação do projeto e mais de
50% das modificações do contrato está relacionado a deficiências de projeto. Isso sugere
a necessidade de esforços iniciais de todos os participantes para identificar e resolver
possíveis problemas, garantindo a entrega de documentos completos de projeto e
construção.

Durante as duas últimas décadas, as empresas de construção adotaram sistemas de


TI com base funcional, na tentativa de apoiar as crescentes demandas por eficiência,
produtividade, qualidade e concorrência.

9
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

Considerada como um dos maiores avanços tecnológicos da atualidade, quando


pensamos em arquitetura e engenharia, a construção civil com a plataforma BIM torna
possível realizar uma edificação mediante modelos totalmente virtuais, em que estão
contidas todas as informações disponíveis e necessárias, o que garante, no projeto, a
construção eficiente e o ciclo de vida do edifício.

De acordo com Eastman et al. (2014), o conceito de Building Information Modeling


(BIM) não é tão recente, as primeiras aplicações datam de, pelo menos, 30 anos, quando
um artigo escrito por Robert Aish, “Modelo de Construção”, foi publicado. É possível
constatar esse novo conceito é discutido até hoje. Contudo, foi por meio de Laiserin, em
2002, que o BIM se popularizou.

Com efeito, a grande maioria das pessoas assevera ser o BIM apenas um software ou
uma plataforma digital que desenvolve projetos de forma rápida, ele, entretanto, vai
muito além disso. É uma forma de se projetar e gerenciar um empreendimento ou
uma edificação na qual ocorre a interação entre todos os profissionais envolvidos não
somente no desenvolvimento do projeto em si, mas durante todo o seu ciclo de vida.

A fim de explicar de maneira fácil e rápida o que é o BIM, vejamos os conceitos de


dimensão, os assim chamados projetos 2D, 3D, 4D, 5D, 6D e 7D. Conhecidos pela grande
maioria da população, os projetos 2D e 3D são realizados, respectivamente, em duas e
três dimensões coordenadas X e Y, ou plano horizontal e vertical. Nos projetos de três
dimensões, além das coordenadas X e Y, temos adicionalmente a coordenada Z, que,
ao pensarmos em projetos de arquitetura e de engenharia, representa a profundidade.

A novidade aparece nos projetos 4D em diante, neles é adicionado à gestão do tempo o


cronograma da obra. Em 5D, temos adição do orçamento e do custo. Em 6D, temos a
adição do aspecto do ciclo de vida do empreendimento ou da edificação que, atualmente,
conhecemos como gestão de operação e facilidades, reúne o fim da vida útil da edificação
e sua demolição. Por último, há os projetos 7D, que, além de tudo o que já foi exposto,
envolve a visão de sustentabilidade incorporada no processo do projeto. Por meio do
conceito BIM, temos a união de vários conceitos já existentes e muito utilizados na
engenharia e na gestão de processos de projeto. O BIM permite que todas as disciplinas
do projeto sejam realizadas de forma colaborativa e participativa e, assim, é feita uma
gestão efetiva das informações dos projetos prontos. Quando um projeto é iniciado
utilizando o BIM, ele já é criado compatibilizado, necessitando, assim, de um gerente
ou de um coordenador. Aí está a grande diferença entre a utilização do sistema BIM e a
utilização da forma tradicional de se projetar.

É possível afirmar que a implantação das novas máquinas e dos softwares não é eficaz
quando pretendemos alterar o modo de se projetar. São necessários envolvimento

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BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

e engajamento de toda a equipe de trabalho, a qual precisa compreender que essa


mudança trará benefícios e melhorias no processo do projeto.

Na Figura 1, compreendemos o funcionamento da plataforma BIM

Figura 1. Funcionamento da plataforma BIM.

Equipe do Equipe do
Análise projeto Equipe do
projeto projeto Equipe do
dos arquitetônic hidrossanit
modelos estrutural projeto
o ário elétrico

Dados
relativos à Contratante ou
demolição cliente

Serviços de
Modelo Demais
manutenção Integrado intervenientes da
edificação

Contratante ou
cliente recebe o Imagem do
modelo final modelo e
como passeios virtuais
documentação
ou referência Alimenta a
obra e é
alimentado Todos os Quantitativos
projetos para
por ela a obra

Fonte: ARAÚJO et al., 2011.

O que não podemos dizer que é BIM


Conforme o BIM vai ganhando espaço no mercado atual, desenvolvem-se outros
conceitos a ele ligados. Assim, podemos encontrar o BIMWash, tecnologia verde.
O termo BIMWash é semelhante a Green Wash, este utilizado para nomear falsas
iniciativas comparadas às verdadeiras propostas que as soluções sustentáveis traziam
sempre com o propósito da preservação do meio ambiente. Temos, atualmente, alguns
softwares que trazem soluções BIM, porém é preciso atenção e discernimento entre
a diferença do BIM e do que não é BIM, para tanto levantamos alguns dos principais
fatores que devem ser levados em consideração:

Nem todos os projetos em 3D são exatamente BIM, porém, se for realmente


BIM, será em 3D

11
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

Quando nos deparamos com um tipo de modelagem em que apenas temos a visualização
gráfica em 3D, não utilizando mais nenhuma outra informação, apenas a geometria,
não podemos considerá-lo como uma modelagem BIM.

Emulações de modelos tridimensionais por meio de


referências 2D

Nestes softwares, não se tem acesso a atualizações, simulações, análises, extrações da


quantidade de maneira automática.

Propostas em 3D que não são definidas de acordo com objetos paramétricos


e inteligentes.

Há no mercado softwares com a capacidade de projetar modelos tridimensionais tanto


da edificação quanto das instalações, porém estes não utilizam objetos paramétricos e
inteligentes. Assim, ocorre uma grande semelhança com softwares que geram soluções
BIM, porém é exatamente nessa possibilidade de mudanças que o BIM se destaca dos
comuns.

Propostas que não geram automáticas


atualizações

A fim de que sejam estabelecidas alterações em um determinado projeto, softwares que


não são da modelagem BIM não conseguem realizar tais alterações automaticamente,
o colaborador precisa, assim, dar comandos específicos e, no caso de falta de atenção,
parte do seu projeto ou a sua totalidade pode conter erros.

Softwares que não têm a função de gestão de


bancos de dados integrados

Quando temos uma modelagem BIM, conseguimos a visualização do conjunto de


dados e informações que constituem o projeto. Dentro desse conceito, estão inseridas
listas, tabelas, planilhas, orçamentos, unidade de documentos e descrições referentes
ao projeto; caso o colaborador necessite realizar alguma alteração da informação,
automaticamente ela é inserida na totalidade do projeto. Por exemplo: se, em uma
tabela, a largura de uma janela tenha sido alterada,esta irá realizar uma alteração
automática de todas as imagens tridimensionais onde a janela estiver representada.
Nesse contexto, portanto, os softwares BIM trabalham como gestores de bancos de
dados integrados, não levando em consideração a referência ou formato de visualização
e quando ocorre a realização de uma modificação ou uma revisão o sistema sempre

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BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

atualiza automaticamente todas as demais organizações onde estiver inserida esta


alteração.

BIM e seus benefícios


É muito comum iniciantes do BIM afirmarem que essa ferramenta é uma evolução
do sistema CAD (computer aided design). No entanto, o BIM não realiza apenas a
representação gráfica, ele possibilita uma associação de informações de objetos, com
isso realizam-se a extração de dados e sua análise.

As principais vantagens ligadas a essa ferramenta são a otimização do tempo de trabalho


e a redução de incertezas dentro dos projetos, uma vez que, no projeto modelado em
BIM, todas as informações estão referenciadas dentro dele e, com isso, é possível, de
maneira automática, conferir todo o projeto. Isso aumenta a confiabilidade e torna
desnecessária a compatibilização, já que o projeto se inicia todo compatibilizado.
Quando pensamos em uma maneira tradicional da construção, o arquiteto realiza toda
a concepção do projeto mentalmente em 3D, mas o projeto final é realizado no formato
2D, o que dificulta o resultado final podendo ocorrer perdas e conflitos de informações
durante todo esse processo.

Ao utilizarmos a ferramenta BIM, temos as seguintes vantagens durante as etapas:

»» Projetos

›› Projetos em 3D;

›› Visões e ciclos de controles, detalhes e documentos;

›› Utilização de raio laser para escaneamento de edificações;

›› Fotogrametria;

›› Representações realistas;

›› Ampliada realidade virtual.

»» Análise

›› Requisitos e normas verificadas;

›› Possibilidade de estimar o custo;

›› Por meio de elementos finitos, análises estruturais;

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UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

›› Simulações referentes à fumaça e ao fogo;

›› Luminotecnia;

›› Levantamentos quantitativos;

›› Análise da implantação no terreno local;

›› Radiação solar;

›› Análise de interferências e coordenação espacial;

›› Análise sobre a estrutura;

›› Análise sobre a sustentabilidade;

›› Estudo do impacto do vento sobre a edificação.

»» Construção

»» Execução

›› Segurança do trabalho;

›› Projeto de sistemas construtivos;

›› Construção virtual;

›› Novas tecnologias para utilização no canteiro;

›› Licitações e contratações;

›› Controle da produção e planejamento;

»» Fabricação

›› Concreto pré-moldado;

›› Estruturas metálicas.

»» Aquisição

›› Coordenação dos suprimentos;

›› Preparação dos pacotes de compras.

»» Operações

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BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

›› Rastreamento dos ativos;

›› Gerenciamento dos espaços;

›› Gerenciamento de reformas;

»» Simulações

›› Planejamento de simulações de emergência;

›› Análise do consumo energético;

›› Rastreamento das ocupações;

›› Processo;

›› Análise de valor;

›› Melhoria para se realizar no processo de comunicação;

›› Lean Construction;

›› Gestão do conhecimento.

Parametrização utilizando BIM


A parametrização dentro do BIM nada mais é que a capacidade de inserção de
informações sobre os objetos dentro do modelo ou do desenho digital. Por meio dessas
informações, há a possibilidade de se realizar uma interface de análises de emissões de
quantitativos com as atualizações automáticas e de estimar custos.

Quando realizamos a modelagem utilizando o BIM, todas as informações referentes


àquele projeto são associadas ao mesmo projeto, com isso, temos que, quando
qualquer alteração dentro do projeto precisa ser realizada, as demais interfaces são
automaticamente alteradas. Se compararmos ao CAD, essas mudanças deveriam
ser feitas manualmente. O sistema BIM, além de ser um facilitador no quesito de
representação gráfica, possibilita a realização de cortes automáticos, levantamento de
custos e quantitativos, monitoramento das fases da construção e simulação da eficiência
energética do projeto.

Pelo modelo parametrizado, edições automáticas podem ser realizadas diretamente no


sistema BIM. Assim, é possível afirmar que, quanto maior for o número de informações
colocadas junto ao modelo, maior integração do projeto. Após o modelo parametrizado

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UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

3D, é realizada a adição das etapas de cada fase do projeto e suas respectivas durações,
assim chegamos aos projetos 4D nos quais conseguimos realizar a verificação de todas as
etapas do projeto. Podemos, então, afirmar que erros de projeto e de construção podem
ser evitados, além de gerarem uma interação maior entre os profissionais envolvidos.

No mercado atual, softwares complementares já estão disponíveis para a realização de


vídeos que contêm todas as fases do projeto e, assim, permitem o acompanhamento
virtual, para isso temos o chamado 4D. Quando realizamos o acompanhamento dos
custos de todos os insumos, uma base de dados sempre atualizada possibilita a extração
de orçamentos, são utilizados os projetos de 5D. Nessa fase, temos a possibilidade, por
meio do BIM, de realizar simulações de possíveis alterações no cronograma e o que
pode acarretar custos.

O projeto 6D, por sua vez, possibilita que seja realizado todo o monitoramento da vida
útil do edifício. É durante esse período que ocorre o possível acompanhamento das
operações e da manutenção do projeto, a ferramenta BIM oportuniza que todo esse
monitoramento seja realizado de forma automatizada (MENEZES, 2011). Atualmente,
o projeto de construção civil traz todas as informações integradas dentro de si –
representação gráfica, apresentação numérica e textual.

É possível definir a parametrização como um aglomerado de definições geométricas e de


regras de forma associada. Nela, objetos podem ser modificados de modo automático e,
com isso, ao se realizar o projeto, os elementos de construção não são feridos, mas, sim,
um grupo de modelos que definimos de conjunto de regras para controlar os parâmetros
nos quais as instâncias de elementos são geradas.

Exemplificando: quando realizamos um projeto de um edifício, por exemplo, uma


abertura, seja ela uma porta seja uma janela, ajusta-se de forma automática a uma
parede por meio da associação de informações. Além dessa associação em grupos de
informações, há a possibilidade de diferentes níveis de agregação, oportunizando, assim,
a indicação de componentes de um objeto; no caso da parede, ocorre a possibilidade
de se verificarem informações pertinentes a cada componente, tais como idade de
argamassa, reboco, tijolos e tudo o que for pertinente à realização dessa parede.

No mercado, atualmente, é possível encontrar uma diversidade de softwares que


utilizam a modelagem em BIM:

»» Autodesk Revit Architecture e Structure;


»» Bentley Architecture;
»» GraphisoftArchiCAD;
»» Digital Project, Gehry Technology.

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BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

Existem muitos softwares que podem ser utilizados para realizar todas essas fases de
desenvolvimento de um projeto envolvendo equipes e colaboradores com a possibilidade
de integrar diversos escritórios e regiões. É mediante a interoperabilidade que ocorre
a possibilidade da exportação e importação de dados por meio do sistema desse
modelo integrado. Na Figura 2, visualizamos um tipo de parametrização de uma janela
utilizando a modelagem BIM.

Figura 2. Parametrização de uma janela utilizando a modelagem BIM.

Largura de Largura de
Montantes se mantêm
guarnição montante
equidistantes com
tamanhos fixos Largura de
requadro
Largura de
requadro
Quantidade
layout Altura
montantes
altura

largura Largura

Objeto fixo: não Semiparamétrico: Total paramétrico:


permite ajustes de ajusta apenas as ajusta as medidas
tamanhos ou detalhes medidas totais totais e os detalhes

Fonte: CBIC, 2016.

Interoperabilidade
Quando pensamos em BIM, possibilitamos a realização de um trabalho por meio de
um novo conceito, o qual é completamente distinto da forma tradicional. Temos aqui a
possibilidade de integrar todas as disciplinas do projeto e de estas trabalharem juntas e
não de forma individualizada e sequencial.

Na Figura 3, vemos um comparativo entre o novo conceito de modelagem BIM e a


forma tradicional de se projetar.

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UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

Figura 3. Diferença entre modelagem BIM e a forma tradicional de se projetar.

Projeto tradicional Projeto utilizando Modelagem BIM

Arquitet Arquitet
ura ura
Eng Eng Eng Eng
Civil Estrutur Civil Estrutur
as as

Proprietár Proprietár Modelo Conforto


io/Cliente Conforto io/Cliente compartil térmico
térmico hado

Gerenciame Gerenciame
nto nto Iluminaçã
Iluminaçã o
Manutenção Gerencia o Manutenção Gerencia
mento mento
Construçã Construçã
o o
Fonte: CBIC, 2016.

Podemos concluir verificando a Figura 3 que durante o processo tradicional as


especialidades são independentes e desorganizadas o que acarreta em um processo
passível de muitos erros e tempo maior de resolução já com matização de BIM a
integração da comunicação e colaboradores facilita e torna-o mais eficiente e muito
mais rápido comparado ao tradicional.

Nível de desenvolvimento (LOD)


Também conhecido como LOD, tem como objetivo aumentar o detalhamento e a
confiança do modelo BIM através de informações rápidas e claras entre os envolvidos
no projeto no decorrer das várias etapas de desenvolvimento e construção. O nível de
desenvolvimento pode variar entre LOD 100 até LOD 500.

Conforme Manzione (2013), podemos definir os níveis de desenvolvimento da seguinte


maneira:

»» LOD 100: fase conceitual;

»» LOD 200: a geometria de forma aproximada;

»» LOD 300: a geometria de forma precisa;

»» LOD 400: a fabricação ou execução do projeto;

»» LOD 500: a obra concluída totalmente.

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BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

A seguir, vemos uma representação de toda a evolução do nível de desenvolvimento ao


longo de um projeto (Figura 4).

Figura 4. Nível de desenvolvimento de um projeto LODs

• Modelo conceitual.
100 • Estudo de viabilidade.

• Modelo de geometria aproximada.


200 • Estudo preliminar.

• Modelo de geometria mais precisa.


300 • Anteprojeto.

• Modelo de fabricação.
400 • Projeto lega/projeto básico.

• Telas finais.
500 • Projeto executivo.

Disponível em: <http://maisengenharia.altoqi.com.br/wp-content/uploads/2018/03/lods-definicao-bim.jpg>. Acesso em:


14/05/2018.

Simulação
Com a realização de simulações, ocorre a possibilidade de se verificar, de forma
sistêmica, a realidade dentro de um projeto e com isso surge a possibilidade de ser
verificar e compreender a totalidade e também as fases de forma a inter-relacionar as
mesmas, possibilitando assim uma melhor compreensão e consequentemente uma
melhor tomada de decisões (TAVARES JUNIOR, 2001).

Por meio da modelagem BIM podemos obter as seguintes vantagens ao se apresentar


um projeto ao cliente:

»» A preservação histórica e todo o contexto da localização para


implementação do projeto através de uma visualização 3D fica clara e
simples;

»» A redução de erros e omissões;

»» Otimização das fases do projeto e a seguir a sequência da construção;

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UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

»» O cálculo automático dos espaços relevantes, no estudo preliminar e


também na concepção final possibilita a avaliação mais rápida e exata
do que o método tradicional; colaboradores trabalhando de forma mais
eficiente exata e com mais segurança, entre outros.

Aplicativos distribuídos
Até recentemente, os sistemas de computadores mainframe eram dominantes nas
organizações. Na melhor das hipóteses, os funcionários tinham um terminal em sua
mesa. Todos os aplicativos costumavam residir em um servidor central e eram acessados​​
por indivíduos, facilitando o gerenciamento de dados. No entanto, os avanços que foram
feitos na indústria de computadores (hardware e software) tornaram os computadores
acessíveis pela maioria. Hoje, não é incomum ver um computador em todas as mesas
da organização, conectadas em uma rede. Através de gateways, a comunicação pode ser
global. O próprio sistema deve controlar o gerenciamento de informações.

O núcleo central (com o qual aplicativos podem interagir) pode existir em uma máquina
e outros aplicativos que rodam em um site remoto podem trocar informações, por
exemplo, um desenho CAD é gerado em São Paulo, o cliente em Belo Horizonte pode
ver o modelo de realidade virtual. Isto é alcançado como se segue:

»» O aplicativo de realidade virtual envia uma solicitação ao núcleo central


para fornecer a visão de realidade virtual dos dados.

»» O núcleo central, em seguida, gera os dados necessários, informando o


aplicativo onde os dados existem.

Integração Baseada em Rede para uma


Cadeia de Suprimento Simplificada
Esta seção trata da questão da integração e elabora uma estrutura estratégica para o
estabelecimento da Construção Integrada por Computador (CIC).

Uma estrutura de integração tem por finalidade integrar várias aplicações de construção
em um ambiente de construção integrado, onde as partes interessadas trabalham
em harmonia em toda a cadeia de suprimentos. O ambiente integrado permite a
orquestração através do design, construção e processos operacionais do ciclo de vida
do edifício.

20
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

A representação do ciclo de vida do projeto não é uma tarefa fácil e pode envolver
um número de especialistas, por exemplo, arquitetos, planejadores de construção e
planejadores de layout de site trabalhando em diferentes áreas.

Portanto, é útil segmentar os dados em vários modelos em que cada um se preocupa


com um estágio específico do ciclo de vida do projeto. Isso permite que especialistas
individuais trabalhem separadamente e facilita o gerenciamento de dados do ambiente.

Empresas e BIM
As empresas hoje estão se tornando largamente distribuídas e profundamente fundadas
na tecnologia de rede que permite o compartilhamento e o acesso de informações em
diferentes locais. Enquanto isso, os sistemas de informação baseados em computador
tornaram-se a medula espinhal das empresas modernas e novas ferramentas de
informação adequadas que satisfazem os requisitos de negócios reativos e rápidos estão
surgindo, como os sistemas Building Information Modeling (BIM).

Conceitos como “empresas virtuais”, que unem um conjunto de parceiros fragmentados


e geograficamente espalhados, se tornaram populares desde 1990, bem como discussões
estimuladas e pesquisa e desenvolvimento para a elaboração de novas estruturas
poderosas para apoiar modelos de negócios.

O CIC (Computer Integrated Construction) como um conceito inspirado no Computer


Integrated Manufacturing (CIM) é um exemplo específico de empresas virtuais para
o setor de construção, pois visa vincular um conjunto fragmentado e geograficamente
disperso de partes interessadas da construção que colaboram através da cadeia de
suprimentos.

Às vezes, era chamado de Building Product Models (BDP). No entanto,


contemporaneamente, é chamado de Building Information Modeling. Este é um termo
que surgiu originalmente nos EUA em meados dos anos 2000 e muitos fornecedores
de software CAD promoveram suas ferramentas de modelagem paramétrica como
ferramentas BIM, como Revit, ArchiCAD e Allplan. Embora a promoção do conceito
de BIM por parte dos fornecedores tenha ajudado a aumentar a conscientização e a
comunalidade do BIM, isso também resultou em falsos entendimentos e interpretações
do que realmente é o BIM entre os profissionais de construção. Além disso, recentes
pressões de mercado e políticas sobre a indústria da construção levaram a uma mudança
de paradigma para:

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UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

»» Aumentar: produtividade, eficiência, valor da infraestrutura, qualidade e


sustentabilidade.

»» Reduzir: custos do ciclo de vida, prazos e duplicações, mediante


colaboração e comunicação efetivas das partes interessadas em projetos
de construção com foco na criação e reutilização de informações digitais
consistentes pelas partes interessadas durante todo o ciclo de vida.

Industry Foundation Classes (IFC)


Para se realizar trabalho de forma integrada utilizando o BIM de maneira em que
ocorra a interoperabilidade entre o sistema criou o seu IFC ou Industry Foundation
Classes que nada mais são do que modelos de dados referentes a objetos de construção
onde se permite a importação e a exportação de modelo em muitos sistemas integrados
BIM. Segundo para que seja feito o planejamento projeto e a construção da edificação
gerando todo um gerenciamento do mesmo é utilizado o formato e IFC e também o
formato CIS/2 ou CIMsteelIntegration Standard Version 2 tanto para engenharia
quanto para fabricação de aço estrutural.

Para o conceito BIM, o IFC tornou-se padrão e muito utilizado, mas existe ainda muito
que se verificar nesse sentido, pois, em muitos softwares, o método funciona bem, mas,
em alguns, a troca de informação fica comprometida.

22
CAPÍTULO 2
Que tipo de contratação de construção
é melhor quando o BIM é utilizado?

No Brasil, não é cultural realizar medição em estatística, determinante para qualquer


tipo de pesquisa. Podemos afirmar o mesmo quando estamos pensando no planejamento
das nossas atividades e processos referentes à construção civil, reflexo disso impacta
diretamente na qualidade do que é documentado, registrado ou escrito em vários
setores. Quando pensamos em grandes projetos, existe uma dificuldade da comunicação
em alinhar, de forma organizada, o número de pessoas diferentes e de conseguir gerar
e administrar documentos, especialmente quando pensamos que estes são de diversas
versões das informações que estão se desenvolvendo no decorrer do projeto. É muito
comum em grandes projetos profissionais vivenciarem as seguintes questões:

»» onde está a versão mais atualizada?

»» qual o custo dessa modificação?

»» essa alteração do projeto foi aprovada por quem?

»» o fornecedor já foi auditado?

»» esse componente foi fornecido por quem?

»» onde estão suas especificações de acordo com o processo aprovado e


acordado?

»» como fazer com que as pessoas sigam o mesmo?

»» essa modificação requererá tempo tão grande, por quê?

É possível afirmar, de acordo com Peter Kamminga (2008) que seis fatores podem
diretamente contribuir para maior custo na construção civil:

»» maior quantidade de apresentações de propostas;

»» menor prazo para a preparação dessa proposta pelas concorrentes;

»» falta de foco no desenvolvimento e baixa valorização;

»» não compartilhamento das ferramentas de planejamento e de gestão do


projeto;

23
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

»» não entendimento entre as equipes de planejamento de obra e execução;

»» interferências e problemas verificados de forma tardia, o que gera uma


dificuldade para a solução deles.

É possível afirmar que a falta de clareza na comunicação e, também, nos documentos


acarretam:

»» imprevistos;

»» atrasos;

»» desgastes;

»» prejuízos;

»» conflitos entre os funcionários.

Atualmente, verificamos que têm sido realizados alguns processos dentro da comunicação
para se melhorar esse déficit, como, por exemplo, a criação de websites específicos
para os projetos em que se realiza a troca de informações, onde as principais decisões
são registradas e compartilhadas. Tanto a ferramenta 3D como a BIM podem sanar
algumas questões do processo de comunicação, porém o problema está diretamente
ligado à forma de contratação utilizada pela indústria ou empresa da construção civil em
questão. Por isso podemos afirmar que, para que os benefícios e todas as possibilidades
com a utilização do PIS sejam de fato supridos e contabilizados as mesmas precisam
estar previstas e refletidas dentro da contratação utilizada na modalidade.

Modalidades DBB (Design Bid Build) e EPC


(Engineering Procurement Construction)

Quando pensamos no setor da construção civil, no Brasil, temos a modalidade


de contratação mais realizada design big building (DBB) como podemos ver na
representação da Figura 5.

24
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

Figura 5. Modalidades DBB.

Gerenciadora, Eng. de Planejamento, Eng


Instalação, Construtora, Eng Estrutural,
demais engenharias.

Orçamentista, Advogado, Consultor


de projetos legais, Arquiteto

Proprietário/Investidor
Incorporador

Fabricantes e subempreiteiros

Fonte: CBIC, 2016.

Na Figura 6, verificamos as principais características das modalidades CPC e DDB, as


quais facilitam a senha, compreensão e comparação entre ambas, destacando também
os períodos que foram mais utilizadas dentro no Brasil bem como a abordagem da
conhecida engenharia de valor.

Figura 6. Principais características do CPC e DDB.

DBB (Design Bit Build) EPC (Engineering, Procurement and Construction)


PCC (Projeto Concorrência Construção) ECC (Engenharia Compras Construção)

Empresa de projetos de
construção desenvolve o
Proprietário Proprietário
escolhe Arquiteto desenvolve projeto projeto baseado nos
preliminar escolhe uma
Proprietário
arquiteto escolhede uma requisitos do proprietário e
empresa
empresa de seleciona outros
construção
construção projetistas conforme a
necessidade.

Arquitetos selecionam
engenheiros com base nos
menores custos

Empresa de projetos e
construção seleciona
subempreiteiros de acordo
Construtoras selecionam
empreiteiros com base no
com os requisitos de projeto,
menor orçamento Proprietário experiência anterior pelo
Arquiteto ou aprova projeto e menor orçamento.
engenheiro cronograma
seleciona físico-financeiro.
construtora com
base na menor
cotação

Construtora e Empresa de projeto e


subempreiteiros constroem a Proprietário
construção e subempreiteiros
edificação. constroem a edificação

Construção
1940-1990 1990-2000

25
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

E-engenharia
Proprietário Contratado
Proprietário

Contratado
E-engenharia

C-Construção Procurement/Compras

Procurement/Compras C-Construção

Direito da construção está vinculado ao direito administrativo. Nova lei das licitações com Programa de privatização.
O principal contratante é o poder público. Proinfra para incentivo de PCHs
Incentivo ao chamado value engineering. Introdução de modelos estrangeiros de construção.
Alguns incentivos ao chamado value engineering.

Fonte: CBIC, 2016.

Modelo e EPC
O modelo EPC fundamenta-se por definir e ter foco em um preço de forma global para
realização de um projeto.

Sua execução deve ser integrada de modo a incluir o fornecimento de todos os materiais,
a mão de obra, os equipamentos, as matérias-primas, os materiais consumíveis.

A definição de um prazo máximo é determinada para que sejam realizados o projeto


e uma nova entrega do projeto em condições de operação com a devida segurança e
suprindo as expectativas gerais e os requisitos previamente definidos pelo contratante.

O custo total do projeto acaba sendo majorado pelo contratado a fim de suprir riscos
adicionais e eventuais, tendo em vista que a responsabilidade é total em um único
agente, sendo concentrada e única.

Em comparação a esse modelo, temos no PC um jogo de batalha naval em que se reforça


a baixa divisibilidade entre as atividades realizadas por contratado e contratante.

Modalidade aliança estratégica


A aliança estratégica começou a surgir em meados dos anos 2000. Muito utilizada no
exterior, essa modalidade se compara ao matrimônio em que duas empresas decidem
que, trabalhando juntas, poderão ter melhores resultados do que sozinhas, ampliando,

26
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

assim, a sua potencialidade e sendo mais fortes e mais competitivas. Essa relação é
baseada na transparência e na confiança mútua, normalmente compartilham riscos,
ônus e bônus do empreendimento. O modelo caracteriza-se por:

»» duração indeterminada;

»» promoção máxima da cooperação entre as empresas para execução ou


implantação de um projeto;

»» trabalho de maneira cooperativa e transparente compartilhando o


sucesso ou o fracasso e toda a responsabilidade pelas decisões e pelo
gerenciamento dos riscos;

»» participantes dispostos a aceitar mais riscos do que em outras relações


contratuais; a colaboração entre as partes é mútua e assumem a
culpabilidade juntos.

Na Figura 7, visualizamos as características da modalidade de contratação “Aliança


Estratégica”:

Figura 7. Aliança estratégica.

Aliança
estratégica

Fonte: CBIC, 2016.

Esse tipo de modalidade de contratação resulta em números muito maiores quando


comparados à modalidade EPC e DBB. Quando comparamos as três formas distintas de
contratação, surge o seguinte esquema (Figura 8).

Figura 8. Esquema dos três tipos de contratação


DBB
DBB (design
(design bit build)bit build)
PCC
PCC (processo
(processo concorrência-construção)
concorrência-construção)

E-Engenharia

Proprietário Procurement/Compras
Contratado
C-Construção

EPC (engineering, procurement and construction)


27
ECC (engenharia, compras e construção)
Proprietário
Proprietário Contratado Procurement/Compras
Contratado C-Construção
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR C-Construção

EPC (engineering, procurement and construction)


EPC (engineering, procurement and construction)
ECC
EPC (engenharia,
(engineering, procurementcompras e construção)
and construction)
ECC
ECC (engenharia,
(engenharia, compras ecompras
construção) e construção)
E-Engenharia
Proprietário Contratado E-Engenharia
Procurement/Com
Proprietário Contratado
Procurement/Com

C Construção
C Construção

Aliança
Aliança estratégica
estratégica
Aliança estratégica
E-Engenharia
E-Engenharia
Proprietário Contratado
Proprietário P- Procurement/Custos Contratado
P- Procurement/Custos
C-Construção
C-Construção

Fonte: CBIC, 2016.

Ocorre a possibilidade da adoção do BIM tanto no DBB quanto no EPC, mas é dentro
das alianças estratégicas que talvez o conceito BIM seja melhor aplicado por meio do
chamado integrated project delivery (IPD). Esse sistema não está sendo utilizado no
Brasil e existem barreiras culturais quanto à sua adoção, porém os benefícios do BIM
poderiam ser muito mais difundidos e capturados pelos colaboradores. Viabilizar o
modelo IPD requer que se estabeleça um relacionamento entre os colaboradores baseado
na confiança mútua, em que o ambiente de trabalho seja totalmente colaborativo, sem
que haja nenhum tipo de restrição. Também se faz necessário que todos os colaboradores
envolvidos estejam adaptados e treinados de acordo com a modalidade. Esse tipo de
barreira cultural é esperado tanto dentro da comunidade técnica quanto da comunidade
jurídica. A fim de se conseguir que tal modalidade seja implantada, algumas ações são
recomendadas:

»» envolvimento da comunidade acadêmica;

»» envolvimento de formadores de opinião;

»» realização da promoção da plataforma BIM junto aos órgãos


governamentais e bancos públicos, em especial, o Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES), etc.

28
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

Integrated Project Delivery – IPD


Este tipo de modalidade contratual, relativamente novo, exprime um grande nível
de confiança entre todos os colaboradores o compartilhamento de decisões, riscos e
também de resultados. Na maioria dos aspectos, é similar às alianças estratégicas,
porém não envolve somente duas empresas, mas, sim, múltiplos participantes. De
forma simplificada, todos os colaboradores informam somente os custos relacionados à
sua participação no projeto, assim, a parcela de lucro só será calculada após a conclusão
do projeto proporcional a cada autor que atuou na elaboração do projeto.
Esta modalidade propõe um ambiente de trabalho aberto e totalmente colaborativo
em que a contabilidade é aberta a todos e que estes assumem a resolução de qualquer
problema de portas fechadas sem utilizar qualquer agente externo. Na Figura 9, vemos
algumas diferenças entre modalidade e IPD e os demais processos de execução de
projetos.

Figura 9. Principais diferenças entre a modalidade IPD e os demais processos de execução de projetos.

Aspectos Processo tradicional IPD


Equipes Fragmentadas Uma equipe integrada composta de representantes
de todos os principais envolvidos.
»» Montadas de acordo com as necessidades específicas.
»» Equipe montada desde as fases mais iniciais do
»» Equipes dimensionadas com os mínimos recursos
projeto.
imprescindíveis.
»» Equipe aberta.
»» Organizadas com hierarquia rígida.
»» Equipe focada no trabalho colaborativo.
»» Bastante controladas.
Processos Linear »» Concorrente e combinado entre os diferentes
níveis.
»» Específicos.
»» Antecipação das contribuições de especialidades
»» Segregados.
e conhecimento.
»» Conhecimentos acessados conforme as necessidades
»» Informações compartilhadas abertamente.
específicas.
»» Respeito e confiança mútua entre os
»» Informações acumuladas.
participantes.
»» Silos de conhecimento e especialidade.
Riscos »» Gerenciados de forma individual. »» Gerenciados coletivamente
»» Transferidos para a maior extensão possível. »» Apropriadamente divididos entre os participantes.
Remuneração/Compensação »» Perseguida individualmente. »» O sucesso da equipe é condicionado
diretamente ao sucesso do empreendimento.
»» Baseado no emprego do mínimo esforço para a obtenção
do máximo retorno. »» Baseado em valor agregado.
»» Em geral, baseado principalmente nos custos.
Comunicação/Tecnologia »» Fluxos baseados em documentos. »» Fluxos baseados em informações digitais,
construção virtual.
»» Desenhos desenvolvidos em CAD 2D.
»» BIM, abrangendo 3, 4 ou 5 dimensões.
»» Analógicos.
Acordos Encoraja esforços unilaterais »» Promove, estimula e apoia o compartilhamento
multilateral e o trabalho colaborativo.
»» Aloca e transfere riscos.
»» Riscos compartilhados.
»» Sem compartilhamento.

Fonte: CBIC, 2016.

29
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

Uma modalidade inédita no Brasil, e ainda muito recente no mundo todo, o IP se ajusta
perfeitamente ao trabalho de maneira colaborativa, alguns princípios do IP são:

»» respeito e confiança entre os colaboradores do empreendimento;

»» somente após a entrega e a conclusão do projeto se faz a contabilização de


todo o custo que realmente ocorreu e, assim, ocorre o compartilhamento
da remuneração;

»» a utilização de um compartilhamento de toda e qualquer decisão;

»» um planejamento focado e que seja realizado da melhor forma possível;

»» uma comunicação aberta e direta e a escolha e utilização de tecnologias


apropriadas;

»» a liderança definida de acordo com o tipo específico de organização.

Para que uma equipe de colaboradores possa realizar trabalhos na modalidade e IP, são
necessárias várias fases e processos: alinhamento da equipe, emissão de papéis, idades,
medição dos trabalhos, medição dos resultados gerados e questões legais.

Ressalta-se, devido a essa entrega integrada, que as relações contratuais são muito
diferentes dos modelos existentes que conhecemos, por isso é inevitável a participação
de advogados experientes e especializados para definição de modelos contratuais, já
que, no Brasil, ainda são inéditos.

Podemos afirmar que, devido à grande abrangência que o BIM pode alcançar, sua
compreensão de forma adequada torna-se difícil. Quando pensamos nessa tecnologia,
a utilização de referências concretas sempre é a melhor maneira de se estudar e utilizar
a ferramenta. Os entregáveis BIM consistem em uma lista organizada como referência
para cada ciclo de vida do empreendimento, demonstrando os principais resultados
gerados por processos. Na Figura 10, vemos as principais fases do ciclo de vida de um
empreendimento e a descrição dos principais entregáveis BIM.

30
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

Figura 10. Principais fases dos resultados gerados por processos.

Pré-obra
Concepção, conceituação,
Projeto e licitação
verificação de viabilidade

Obra
Construção

Pós-obra
Consentimento, uso e operação Manutenção, descomissionamento

Fonte: CBIC, 2016.

No Quadro 1, visualizamos a referência dos 25 casos de utilização do BIM que foram


mapeados e descritos pela Penn State University com a mesma numeração empregada
nos fluxos de trabalho BIM.

Quadro 1. Os 25 casos de utilização do BIM mapeados e descritos pela Penn State University.
Planejamento Projeto Construção Operação
1. Modelagem das condições existentes.
2. Estimativa de custos.
3. Planejamento de fases.
4. Programação.
5. Análise de locais.
6. Revisão de projetos.
7. Proj. Autocad.
8. Análise estrutural.
9. Análise energética.

10. Luminotécnica.
11. Análise mecânica.
12. Análise de outras engenharias.
13. Leed sustentabilidade.
14. . Coordenação espacial 3D.
16. Planejamento.
17. Projeto de sistema de construção.
18. Fabricação digital.
19. Planejamento e controle 3D.
20. Modelagem de registro.
21. Planejamento de manutenção.
22. Análise do sistema de construção.
23. Gestão de Ativos.
24. Gerenciamento de espaços.
25. Planejamento com desastres.

Fonte: CBIC, 2016.

31
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

No Quadro 2, vemos as fases do ciclo de vida do empreendimento.

Quadro 2. Concepção e verificação de viabilidade de um empreendimento.

1. Fases do ciclo de vida do • Dentro da fase de verificação de viabilidade, pode ser desenvolvido um modelo com informações específicas sobre o
empreendimento: concepção, endereço do empreendimento que possibilite a construção de análises e simulações específicas para avaliação do nível
conceituação e verificação de de agressão ao meio ambiente.
viabilidade.
2. Possíveis resultados de BIM 1: Modelagem das • 1. Modelo BIM com as informações das condições existentes. • 2. (Possíveis)
processos ou entregáveis. condições existentes Estudos, simulações e análises de alternativas de locação e tipologias.
Representação das condições físicas de um local (terreno), de uma edificação
ou instalação eventualmente existente, que pode ser feita em diferentes níveis de
detalhamento, conforme a intenção principal de uso das informações. Uma vez
desenvolvido um modelo BIM correspondente às condições existentes, no nível de
detalhamento compatível com os propósitos planejados, ele poderá ser utilizado
como base para a realização de estudos e simulações de diversos tipos – como,
por exemplo, para a comparação do desempenho de uma edificação considerando
diferentes alternativas de implementação ou a utilização de diferentes tipologias de uma
edificação (uma torre de 20 andares ou duas torres de 10 andares, por exemplo).
BIM 2: Estimativa de custos • 1. Modelo “Macro BIM” com informações mínimas (quantidades e especificações)
para extração de quantidades. • 2. Planilha de estimativa de custos (preliminar) •
3. Base de custos com composições agregadas, utilização de modelos BIM para a
retirada de quantidades, realizando a estimativa de custos, nesta fase do ciclo de vida,
ainda sem detalhamentos.
Desenvolvimento de estimativas de custos nas fases mais iniciais do empreendimento,
ensaiando alternativas e entendendo os efeitos nos custos de inclusões e modificações
de soluções para subsistemas construtivos ou para diferentes tipologias e alternativas
de implementação de uma edificação ou instalação. É fundamental não perder de vista
o “custo total” de um empreendimento, ou seja, considerar adequadamente os efeitos
de uma decisão ou escolha não apenas nos custos de construção de uma edificação
ou instalação, mas também as consequências durante as fases de uso, operação
e manutenção, que, aliás, sempre são as mais longas (podendo durar centenas de
anos, em alguns casos). As bases de custos devem ser “agregadas” para aplicação às
listas de quantidades também agregadas, como, por exemplo: custo por m2 de uma
fachada tipo pele de vidro, comparada ao custo por m2 de uma fachada convencional,
executada com alvenaria + esquadrias de alumínio.
BIM 3: Planejamento de fases 1. Modelo BIM 4D (variável tempo associada a componentes e montagens). • 2.
(ou modelagem 4D) (Possíveis) Animações correspondentes ao sequenciamento das atividades planejadas.
• 3. Cronogramas físicos correspondentes ao planejamento das atividades construtivas.
Desenvolvimento de modelos BIM 4D, modelos tridimensionais nos quais se adiciona
uma dimensão de tempo, associada aos componentes e às atividades relacionadas
às suas construções ou montagens. Os modelos 4D são utilizados para o estudo,
a simulação e o planejamento do sequenciamento de atividades de construção e
montagens e para o atendimento às restrições e aos requisitos de ocupação dos
espaços de um determinado projeto. Também podem ser utilizados para a simulação e
o planejamento efetivo da ocupação de uma edificação que se deseja renovar, reformar
ou ampliar. A modelagem 4D é um poderoso recurso de comunicação que pode
garantir um elevado nível de compreensão e alinhamento sobre as principais etapas
de um projeto e os planos de construção, para uma equipe de projeto, que inclua, por
exemplo, um proprietário ou investidor ou outros envolvidos que eventualmente não
possuam formação técnica.

32
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

BIM 4: Programação • 1. Modelo BIM com informações mínimas sobre os layouts das principais áreas
funcionais de uma edificação ou instalação, com suas correspondentes validações. • 2.
(Possíveis) Estudos, simulações de desempenho de diferentes alternativas de layouts. •
3. (Possíveis) Registros das alternativas estudadas e decisões tomadas (rastreabilidade
do processo realizado).
Utilização de modelos BIM através de aplicativos que possibilitem o ensaio
e a simulação do desempenho de alternativas de layout de uma edificação,
especificamente quanto aos requisitos de utilização de espaços. O modelo BIM
desenvolvido especificamente para esse uso possibilita que a equipe analise as áreas e
os espaços que estão sendo projetados e definidos, considerando diferentes padrões e
códigos de utilização (leis, regras, padrões).
BIM 5: Análises de locais 1. Modelo BIM com informações mínimas para análise energética preliminar. • 2.
(Possíveis) Estudos, simulações e análises energéticas preliminares.
Utilização de ferramentas BIM e GIS para a avaliação de diferentes locações, para
simular e determinar a melhor alternativa de endereço para a construção de um
dado empreendimento (localização ótima). As informações e os dados coletados
e utilizados para a escolha de um endereço ótimo para a construção de um
empreendimento podem ser posteriormente utilizados para a decisão sobre a locação
e o posicionamento de edificações ou instalações no terreno, com base em outros
critérios específicos.
3. Fases do ciclo de vida do Projeto:* Ao destacar a fase Projeto, pressupõe-se que todas as fases anteriores (o montante) já tenham sido realizadas.
empreendimento: Projeto
4. Possíveis resultados de BIM 7: Projeto Autoral 1. Modelo BIM autoral de Arquitetura. 2. Modelo BIM autoral de Estruturas (inclusive
processos ou entregáveis Fundações) 3. Modelo BIM autoral de Instalações ...etc. X1. Desenhos – Plantas,
Cortes, Fachadas, Detalhes de Arquitetura X2. Desenhos – Plantas, Cortes, Fachadas,
. Possíveis resultados de
Detalhes de Estruturas X3. Desenhos – Plantas, Cortes, Fachadas, Detalhes de
processos ou entregáveis
Instalações ...etc. Xn. (Possíveis) Listas de quantidades de materiais e serviços
Xn+1(Possíveis) Memoriais descritivos e Listas de requisitos de projeto
Dois grupos de aplicativos estão no centro dos processos de desenvolvimento de
projetos baseados em BIM: Ferramentas para desenvolvimento de Projetos Autorais
e Ferramentas de Análise e Auditoria de modelos BIM. As ferramentas para projetos
autorais costumam ser o primeiro passo dos processos de projetos baseados em BIM
e a chave é gerar um modelo 3D conectado com um poderoso banco de dados de
propriedades, quantidades, métodos, processos construtivos, custos e cronogramas. A
maioria das ferramentas de Análise e Auditoria de modelos BIM pode ser usada para a
coordenação e a revisão de projetos e para as simulações e análises BIM.
BIM 8: Análise Estrutural 1. Modelo BIM das Estruturas com informações mínimas para análise estrutural. 2.
(Possíveis) Estudos, simulações e análises estruturais. 3. (Possíveis) Dimensionamentos
e verificações de estruturas
Utilização de modelos BIM para a simulação e a definição das melhores soluções
estruturais e dos correspondentes métodos de engenharia considerando alternativas de
premissas de projeto e especificações.
BIM 9: Análise Energética 1. Modelo BIM com informações mínimas para análise energética. 2. (Possíveis)
Estudos, simulações e análises energéticas.
Utilização de modelos BIM para a simulação e definição dos melhores métodos
de engenharia considerando alternativas de premissas de projeto e especificações.
Análises detalhadas de consumo de energia podem ser realizadas com base em um
modelo BIM especificamente preparado para essa finalidade, ou seja, com todos os
objetos contendo (neles integradas) as informações mínimas para a realização dos
cálculos.
BIM 10: Análise Luminotécnica 1. Modelo BIM com informações mínimas para a análise luminotécnica. 2. (Possíveis)
Ensaios, simulações, estudos de iluminação natural e artificial.
Utilização de modelos BIM para a simulação e a definição das melhores soluções
para iluminação natural e artificial de uma edificação e os métodos de engenharia
relacionados, considerando alternativas de premissas de projeto e especificações.
Lembrando que é bem comum que as soluções luminotécnicas estejam diretamente
relacionadas a aspectos de consumo energético e análises de sustentabilidade.

33
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

BIM 11: Análise Mecânica 1. Modelo BIM com informações mínimas para análises mecânicas. 2. (Possíveis)
Ensaios, simulações, estudos de desempenho mecânico.
Utilização de modelos BIM para a simulação e a definição das melhores soluções
para o desempenho mecânico de uma edificação e os correspondentes métodos
de engenharia relacionados, considerando alternativas de premissas de projeto e
especificações.
BIM 12: Análise de outras • 1. Modelo BIM com informações mínimas para outras análises específicas. • 2.
Engenharias (Possíveis) Ensaios, simulações, estudos de desempenho específicos.
Utilização de modelos BIM para a simulação e a definição das melhores soluções para
aspectos específicos e particulares de uma edificação e os correspondentes métodos
de engenharia relacionados, considerando alternativas de premissas de projeto e
especificações. Dependendo das finalidades específicas, uma edificação pode ser
destinada a um laboratório, por exemplo, e pode ter requisitos específicos para áreas
classificadas, ou restrições também específicas para vibração, ruído, etc. que podem
ser simuladas e estudadas com base em modelos BIM também específicos.
BIM 13: Avaliação LEED de 1. Modelo BIM com informações mínimas para a avaliação Leed de sustentabilidade.
Sustentabilidade • 2. (Possíveis) Ensaios, simulações, estudos de sustentabilidade, utilização de
modelos BIM para a simulação e a definição das melhores soluções para iluminação,
ventilação, consumo de energia, consumo de água, reaproveitamento de água,
reciclagem de resíduos, etc., e os métodos de engenharia relacionados, considerando
alternativas de premissas de projeto e especificações. As especificações de materiais
e o desempenho de alguns subsistemas construtivos também estão diretamente
relacionados à sustentabilidade de uma edificação. As avaliações de sustentabilidade de
uma edificação podem ser aplicadas a todas as principais macrofases do seu ciclo de
vida, ou seja, no Planejamento, no Projeto, na Construção e na Operação. Em geral, as
análises de sustentabilidade costumam ser mais efetivas quando são realizadas durante
as fases mais iniciais de um empreendimento (definição do produto, especificações e
planejamento), que então poderão gerar premissas específicas para serem aplicadas
nas fases de construção e operação. A modelagem de todos os aspectos de
sustentabilidade de um empreendimento por meio do seu ciclo de vida para obter um
determinado nível de certificação Leed desejado é uma das maneiras mais eficientes
para o tratamento dessa questão, porque possibilita a condensação de todas as
análises em uma única base de dados estruturada.
BIM 14: Validação de Códigos 1. Modelo BIM validados como “em conformidade” com códigos específicos (que
podem ser relacionados à segurança, ou às regras de uso e ocupação do solo,
códigos sanitários, etc.). • 2. (Possíveis) Estudos e relatórios críticos de conformidades
e não conformidades. Utilização de um software capaz de analisar e verificar se um
determinado modelo BIM atende ou não a um conjunto de regras pré-programadas e
correspondentes a códigos específicos.
BIM 6: Revisão de Projetos • 1. Modelo BIM de múltiplas disciplinas coordenados e validados. • 2. (Possíveis)
Lista com histórico das revisões realizadas e decisões tomadas. Utilização de modelos
BIM para mostrar um projeto a todos os envolvidos no seu desenvolvimento, para
que possam avaliar o cumprimento do programa e definir critérios como layout, linhas
de visão, iluminação, segurança, ergonomia, acústica, cores, texturas, etc. Podem ser
desenvolvidas maquetes virtuais, com alto nível de detalhamento de uma parte da
edificação, como uma fachada, possibilitando uma análise rápida e eficiente de diversas
alternativas para a resolução de questões de projeto ou de construtibilidade.
BIM 15: Coordenação Espacial • 1. Modelos BIM com múltiplas disciplinas consolidadas. • 2. Relatórios de
3D interferências detectadas. • 3. Relatórios das análises e decisões tomadas para
solucionar problemas e eliminar interferências.
Utilização de um aplicativo BIM específico capaz de realizar o que se chama de “Clash
Detection”, ou identificação automática de interferências, durante o processo de
coordenação de diferentes disciplinas de projeto (Arquitetura, Estrutura, Instalações,
etc.). A detecção de interferências é feita através da comparação dos modelos 3D BIM
das diferentes disciplinas. O principal objetivo da coordenação espacial 3D é eliminar a
maioria dos conflitos e interferências ainda na fase de projeto.
5. Fases do ciclo de vida do • Construção
empreendimento: Construção
* Ao destacar a fase Construção, pressupõe-se que todas as fases anteriores (o montante) já tenham sido realizadas.

34
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

6. Possíveis resultados de BIM 16: Planejamento de • 1. Modelo BIM 4D incluindo informações sobre o canteiro de obras e os recursos
processos ou entregáveis Utilização programados para serem utilizados durante o processo de construção, mas que
não serão incorporados à obra (gruas, bandejas de proteção, recursos do canteiro,
6. Possíveis resultados de etc.) • 2. (Possíveis) Animações 4D • 3. (Possíveis) Cronogramas • 4. (Possíveis)
processos ou entregáveis Histogramas de mão de obra, de equipamentos, etc. X1. Desenhos – Plantas, Cortes,
(Continuação) Fachadas, Detalhes das fases do canteiro de obras X2. Listas de quantidades de
materiais e recursos.
Utilização de um modelo 4D BIM (3D mais variável tempo associada a componentes
e montagens) para representar graficamente tanto as instalações provisórias
quanto as instalações permanentes previstas para a construção de um dado
empreendimento. Informações adicionais e relacionadas à mão de obra, localização
de equipamentos (Gruas, elevadores de obra, etc.), entrega e estocagem de materiais
durante a construção também podem ser incorporadas aos modelos para estudo
e simulação tanto das alternativas para o plano de ataque das obras quanto para o
dimensionamento das diversas fases da estrutura do canteiro de obras. A conexão
direta dos objetos e montagens com cronogramas e planejamentos e com funções
específicas de gerenciamento, como o planejamento visual, os replanejamentos e
recursos podem ser estudados e simulados a partir de diferentes visões tanto da
localização física (partes da obra) quanto das datas planejadas.
BIM17: Projeto do Sistema • 1. Modelo BIM detalhado de um determinado subsistema construtivo, ou de uma
de Construção (detalhamento parte específica de uma edificação ou instalação. • 2. (Possíveis) Desenhos (Plantas,
de um sistema construtivo Cortes, Vistas e detalhes) e demais documentos. • 3. (Possíveis) Listas das quantidades
específico) de materiais e serviços.
Utilização de softwares 3D BIM para o desenvolvimento do projeto e análise de
edificações complexas ou para o detalhamento de partes complexas de uma
edificação, como, por exemplo, o detalhamento construtivo das formas de uma
estrutura de concreto moldado in loco, ou de uma fachada tipo “pele de vidro”, ou de
um sistema de cimbramento estrutural.
BIM18: Fabricação Digital • 1. Modelo BIM dividido e organizado de acordo com equipamentos automatizados
de corte, dobra e montagens de componentes. • 2. (Possíveis) Arquivos preparados
para leitura e ajuste de equipamentos de produção automatizada específicos.
Utilização de equipamentos automatizados para corte, dobra e pré-fabricação
de componentes e montagens de uma edificação ou instalação. As informações
dimensionais são retiradas diretamente de um modelo 3D BIM e adequadamente
divididas e organizadas em partes para serem carregadas em equipamentos de
produção automatizada, para a pré-fabricação de peças e partes das instalações
necessárias à construção de uma edificação ou instalação.
BIM19: Planejamento e • 1. Layouts das principais montagens da edificação ou instalação. • 2. Desenhos de
Controle 3D elevação – para planejamento e controle das principais atividades da construção.
Utilização de modelos 3D BIM para produzir layouts das principais montagens previstas
em uma edificação ou instalação. Esse processo pode gerar desenhos de elevações,
que são documentos específicos utilizados pelos mestres de obras ou encarregados,
nos canteiros, durante a fase de construção da obra, tanto para o planejamento quanto
para o controle das principais atividades programadas.
7. Fases do ciclo de vida • Uso e Operação e • 1. Modelo BIM com informações específicas para a gestão da manutenção de
do empreendimento: uso e Manutenção: uma edificação ou instalação. • 2. (Possíveis) Planos de manutenção preventiva. •
operação e manutenção 3. (Possíveis) Dados, informações e registros sobre ações de manutenção corretiva
* Ao destacar as fases uso,
e preventiva, etc. Utilização de modelos 3D BIM como fonte de dados e informações
operação e manutenção,
para embasar os processos de manutenção dos principais subsistemas construtivos
pressupõe-se que todas as
de uma edificação ou instalação (paredes, pisos, tetos, equipamentos e sistemas, etc.).
fases anteriores (o montante) já
Um programa de manutenção de sucesso melhora o desempenho de uma edificação
tenham sido realizadas.
ou instalação, reduz as quantidades de reparos e os custos totais dispendidos com a
manutenção.
8. Possíveis resultados de BIM21: Planejamento de • 1. Modelo BIM com informações específicas para a gestão da manutenção de
processos ou entregáveis Manutenção uma edificação ou instalação. • 2. (Possíveis) Planos de manutenção preventiva. •
3. (Possíveis) Dados, informações e registros sobre ações de manutenção corretiva
e preventiva, etc. Utilização de modelos 3D BIM como fonte de dados e informações
para embasar os processos de manutenção dos principais subsistemas construtivos
de uma edificação ou instalação (paredes, pisos, tetos, equipamentos e sistemas, etc.).
Um programa de manutenção de sucesso melhora o desempenho de uma edificação
ou instalação, reduz as quantidades de reparos e os custos totais dispendidos com a
manutenção.

35
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

BIM 22: Análise do sistema de • 1. Modelo 3D BIM com informações detalhadas sobre os sistemas construtivos
construção analisados. • 2. (Possíveis) Registros de medições de parâmetros específicos. • 3.
(Possíveis) Relatórios técnicos comparando dados reais medidos com as informações
(avaliação do desempenho especificadas no desenvolvimento dos correspondentes projetos. Utilização de
de um sistema construtivo softwares 3D BIM para medição do desempenho de um determinado sistema
específico construtivo específico, comparando parâmetros medidos (reais) com as especificações
definidas pelo projeto. Inclui análises das características operacionais de sistemas
mecânicos e os consumos de energia dos subsistemas que compõem uma edificação
ou instalação. Outros aspectos específicos das análises de sistemas de construção
podem incluir estudos de ventilação de fachadas, análises da iluminação natural e
artificial, fluxos dos sistemas de ar condicionado, análises de insolação, etc.
BIM 23: Gestão de ativos • 1. Modelo BIM com dados específicos sobre os ativos, subsistemas construtivos
e equipamentos, para uso específico na gestão da manutenção e da operação. • 2.
(Possíveis). Expectativas de vida útil dos principais sistemas e equipamentos, planos
de manutenção, planos de atualização de sistemas e equipamentos. Utilização de
softwares específicos para facilitar a realização da gestão - organizada e eficiente - da
operação e da manutenção de uma edificação ou instalação e dos seus equipamentos
e subsistemas componentes. Os ativos consistem na construção física propriamente
dita, nos sistemas que a cercam, e nos equipamentos que devem ser mantidos,
operados e atualizados de maneira eficiente, para satisfazer tanto o proprietário quanto
os usuários, ao menor custo possível. Os sistemas de gestão da manutenção utilizam
os dados e informações armazenados em modelos 3D BIM para calcular os impactos
de custos para a atualização ou alteração de ativos componentes de uma edificação;
para separar e organizar os custos de grupos de ativos para cálculo de depreciação; e
para manter uma base de dados compreensível, que pode ser utilizada para maximizar
o desempenho dos ativos de uma empresa ou organização.
BIM24: Gerenciamento de • 1. Modelos BIM com a identificação das diferentes zonas e áreas que compõem
Espaços / Rastreamento uma edificação ou instalação (identificando áreas “locáveis”, áreas comuns, áreas
administrativas, etc.). • 2. Layouts da ocupação dos espaços, Planos de mudanças
e alterações, registro de layouts já utilizados, construção de diferentes cenários para
a utilização dos espaços etc. Utilização de modelos 3D BIM para alocar, gerenciar e
mapear espaços de trabalho e recursos relacionados. Os modelos 3D BIM permitem
que a equipe responsável pela gestão da operação de uma edificação analise os atuais
usos dos espaços e gerenciem apropriadamente as mudanças, o uso das áreas, as
futuras mudanças durante a vida dessa edificação. O Gerenciamento de Espaços é uma
aplicação prática dos modelos de registros.
BIM25: Planejamento contra • 1. Modelos BIM com dados específicos para uso durante situações emergenciais.
Desastres • 2. (Possíveis) Integração de modelos BIM com sistemas BAS – Building Automation
Systems. • 3. (Possíveis) Procedimentos para desligamento de sistemas críticos
durante situações emergenciais. • 4. (Possíveis) Planos de ações específicos para
execução no caso da ocorrência de situações emergenciais específicas (incêndios,
inundações, etc.).
Utilização de modelos 3D BIM para fornecer informações e dados críticos de uma
edificação ou instalação, por uma equipe responsável por ações de emergências
ou resposta a catástrofes ou acidentes. As informações estáticas sobre a edificação
ou instalação, como layouts e divisões dos diversos pavimentos, esquemas dos
equipamentos e sistemas etc. podem ser armazenadas e se manterem facilmente
acessíveis através de modelos BIM enquanto as informações dinâmicas poderão ser
fornecidas por um sistema de automação predial do tipo BAS – Building Automation
System. Os sistemas BAS e BIM podem ser integrados através de uma conexão sem
fio (wireless) possibilitando que a equipe de emergência tenha acesso ao sistema como
um todo. O BIM acoplado ao BAS seria capaz de fornecer informações claras sobre
qualquer local de uma edificação onde poderia ocorrer uma situação emergencial,
informando possíveis rotas de acesso, apontando outros locais críticos dentro da
edificação, dentre outras funcionalidades.

Fonte: CBIC, 2016.

36
CAPÍTULO 3
Controle de qualidade na modelagem
BIM

Ao se utilizar a ferramenta BIM, é de suma importância que verificações sejam realizadas


nos trabalhos já desenvolvidos, de forma a garantir que os projetos sejam verificáveis
e previsíveis, atendendo a critérios já estipulados no contrato e com a finalidade de
poderem ser repetidos posteriormente.

Qualidade dos dados lançados no sistema


Esta qualidade está diretamente relacionada às normas técnicas, aos requisitos
especificados para cada disciplina e aos padrões utilizados pela indústria. Esse tipo
de qualidade não precisa de uma validação de um profissional técnico, como um
engenheiro, por exemplo, um piso com uma resistência à abrasão inferior as classes
padronizadas dentro do modelo BIM configuram-se como uma não conformidade de
qualidade de dados.

Qualidade de projetos

A qualidade de um projeto está diretamente relacionada à representação das tomadas


de decisão tanto da engenharia quanto da arquitetura, portanto está diretamente ligada
à avaliação de profissionais que tenham conhecimento e embasamento teórico sobre a
mesma.

É possível visualizar, em um determinado projeto em desenvolvimento, alta qualidade de


dados, porém podemos visualizar também dentro do mesmo projeto dados imprecisos e
incorretos, os quais seriam impossíveis de serem reutilizados posteriormente. Com isso
podemos afirmar que dentro de um projeto utilizando modelagem BIM os documentos
como plantas, tabelas, desenhos confeccionados a partir de modelos BIM devem ter
também uma alta qualidade, para além de possibilitar uma reutilização posterior do
mesmo, gerar um projeto claro e com qualidade para que sua execução seja satisfatória
e atinja os objetivos esperados.

Com isso, temos que tanto o controle da qualidade quanto as verificações que são
realizadas devem garantir que os modelos a serem desenvolvidos e entregues atendam
aos requisitos mínimos especificados, assegurando, assim, utilizações em processos
que serão embasados nesses modelos.
37
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

De forma geral, os especialistas em áreas específicas ou o gerente responsável


pela modelagem BIM, mais conhecido como gerente BIM são os responsáveis pela
verificação da qualidade dos dados que são utilizados. Engenheiros e arquitetos avaliam
a qualidade dos projetos, em geral a verificação da qualidade dos dados é realizada em
uma primeira fase e, em uma segunda, a avaliação da qualidade dos projetos, assim
se evita a utilização de profissionais mais caros e muito mais especializados, no caso
engenheiros e arquitetos, os quais serão utilizados apenas para verificação de lacunas
de informações ou inconsistência de dados lançados.

Quando ocorre o intercâmbio de informações ou, ao final de um plano de trabalho, os


testes de verificação da qualidade dos dados e qualidade dos projetos são realizados,
levam-se em consideração a equipe que entrega e a equipe que recebe, as quais devem
fazer suas verificações referentes à qualidade. No momento, ocorre a troca de informação
em que a entrega dos modelos BIM é completa.

Quando as etapas são completadas, outros testes de verificação de qualidade de dados


e projetos são realizados, são muito mais detalhados e criteriosos incluindo ciclos
completos de interações, importações e exportações de arquivo, sendo os testes feitos
de maneira manual ou automática, verificando a integridade dos dados lançados.

É necessário levar em consideração que o principal foco do teste de qualidade dentro


do modelo BIM é verificar a integridade e o atendimento aos requisitos mínimos
necessários para que se realize o processo específico, como, por exemplo, a análise
energética e estrutural ou a extração de quantidade.

Metodologia e ferramentas para verificação da qualidade dos dados e do


projeto

Quando pensamos em testes de verificação da qualidade e dados do projeto, é possível


pensar nas seguintes ferramentas utilizadas:

»» listagens e cronogramas;

»» softwares BIM que realizam verificações automáticas;

»» listas de verificações;

»» vistas específicas para o controle da qualidade do projeto e de dados.

38
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

Vistas específicas
Simples procedimento para se verificar a qualidade de projetos modelados em 3D,
em que se realiza a visualização deles de acordo com cada especificação, checando
se está tudo nos conformes ou se existem inconformidades (Figura 11), visualmente
identificaram-se erros no desenho.

Figura 11. Erros apontados em um trecho específico de um projeto 3D.

Fonte: CBIC, 2016.

Quando utilizamos a metodologia de desligar disciplinas dentro de modelo BIM, a


visibilidade de todas as demais fica em destaque e as desligadas somem, com isso a
verificação dos grupos distintos para uma análise mais completa pode ser feita de forma
eficaz.

Outro método utilizado são os filtros de componentes e o ajuste de vista que facilitam
a verificação visual e podem ser realizados de maneiras inusitadas, como, por exemplo,
na Figura 12, em que as paredes externas do pavimento estão representadas pela cor
azul, e as internas, pela cinza. Na Figura 12, visualizamos as vistas e, na Figura 13, um
erro identificado.

39
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

Figura 12. Vista 3D em que as paredes azuis representam as externas e a cor cinza

representa as paredes internas do projeto.

Fonte: CBIC, 2016.

Figura 13. Erros apontados em um trecho específico do projeto, em que uma parede interna está na cor azul,

quando era para estar na cor cinza.

Fonte: CBIC, 2016.

Cronograma para verificação da qualidade


de dados e do projeto
Quando utilizamos cronogramas com a finalidade de controlar a qualidade de modelos
BIM, identificamos algumas não conformidades:

»» Utilização de componentes em excesso;

»» Objetos de forma corrompida que podem conter informações dos


fabricantes, caracteres impróprios ou muito longos;

»» Objetos que são inseridos uma única vez devem ser verificados, já que
podem ter sido inseridos de maneira correta, aumentando, assim, o
tamanho do arquivo de um modelo BIM.

Outro tipo de listagem que pode ser muito utilizado para teste e verificação da
qualidade é uma lista de todos os documentos gerados a partir da modelagem. Por
meio desta listagem é possível verificar quais documentos ainda não foram gerados

40
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

para a correspondente vista do modelo. Há, ainda, a possibilidade de se realizar a troca


de alguma vista e de se ajustar os documentos correspondentes.

Verificações automáticas
A verificação automática é realizada por meio de softwares específicos como o
Autodesk Navisworks. Esses softwares localizam a existência de componentes
duplicados, realizam uma comparação entre as disciplinas duas a duas ou em conjuntos
predeterminados, podendo também realizar verificações que foram programadas
previamente. Os plugins disponíveis no mercado podem ser instalados diretamente
sobre a plataforma, como o Autodesk Revit. Esse tipo de solução foi desenvolvido
visando a facilitar a realização do controle de qualidade dos modelos 3D BIM.

Diversas verificações podem ser realizadas por meio do Revit Model Review, como as
listadas no Quadro 3 a seguir.

Quadro 3. Verificações que são possíveis de serem realizadas através do Revit Model Review.

Run Time (seconds) Check CheckType


0.665 Classification - Assembly Code (UniFormat) Parameter Requirements
0.592 Classification - Kaynote (MasterFormat) Parameter Requirements
0.031 Classification - OmniClass Parameter Requirements
0.374 Dimension Standards Check Duplicate Elements
1 Duplicate Elements Number of Families
0.031 Family Content - Generic Models Family Category Parameter Requirements
0.078 FindImported .dwg files Parameter Requirements
0.109 Link NotPinned Parameter Requirements
0.592 Manufacturer Data - Manufacturer Parameter Requirements
0.405 Manufacturer Data - Model Space Matches Room
0.015 MEP Spaces Match Arch Rooms Model File Size
0.015 Model File Size Model Name
0 Model Namimng Convention – Local Parameter Requirements
0.031 Roof Bounding Room Calculation Settings
0 Rooms – Room Calculation Settings Room Enclosing Room
0.046 Rooms – Room Enclosing Room Room Inner Boundaries
0.031 Rooms – Room Inner Boundaries All Circuits Have Rooms
0.327 Rooms - Room Missing in Enclosed Boundary Element Parameter Case
0.031 Rooms – Room Names Uppercase Room Height Levels
0.093 Rooms – Room Upper Limit Unenclosed Rooms
0 Rooms – Unenclosed Rooms Unplaced Rooms
0 Rooms – Unplaced Rooms Parameter Requirements
0.062 Text Font Style Element parameter case
0.153 Text Uppercase - Notes Element parameter case
0 Unenclosed Spaces Unenclosed Spaces

41
UNIDADE I │BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR

0 Unplaced Spaces Unplaced Spaces


0.031 Unused Sheets Parameter Requirements
0.124 View Purpose - Check For Specific Values Parameter Requirements
0.093 View Purpose - Not Set Parameter Requirements
0.031 Views Not On Sheets Parameter Requirements
16 Views With Hidden Elements Views With Hidden Elements
0.046 Wall - Min/Max Height Dimension Parameter Requirements
0 Wall - Min/Max Lenght Dimension Parameter Requirements
0 Wall - Show Any Unconnected to Levels Parameter Requirements
21.02 Total Time (seconds)
0.601 Average

Fonte: CBIC, 2016.

Lista de verificação
Uma das ferramentas mais utilizadas na modelagem BIM para controle de qualidade
envolvendo modelagens 3D. No Quadro 4, temos um exemplo de aplicação de uma lista
de verificação.

Quadro 4. Lista de verificação para modelagem 3D BIM.

Item DESCRIÇÃO Data SIM NÃO Responsável


Diretrizes de modelagem
Modelo desenvolvido na versão especificada? 19/06/2014 S
Modelo inclui todos os pavimentos previstos no programa? 09/09/2014 S
Modelo inclui todos os ambientes previstos no programa? 09/09/2014 S
1 Todos os ambientes estão identificados? 09/09/2014 S
Há sobreposição de espaços? 09/09/2014 N
As formas e os tamanhos dos ambientes coincidem com as paredes? 09/09/2014 S
Modelo inclui todos os subsistemas previstos nas diretrizes de 09/09/2014 S
modelagem?
Os subsistemas foram modelados com os tipos de objetos especificados? 09/09/2014 S
As alturas dos ambientes seguem as definições dos programas? (inclusive 09/09/2014 S
as alturas de sobreforro / forros suspensos?)
As áreas dos ambientes coincidem com as áreas especificadas pelo 09/09/2014 S
programa?
Validação dos dados
As alturas dos ambientes seguem as definições dos programas? (inclusive 09/09/2014 S
as alturas de sobreforro / forros suspensos?)
2
As áreas dos ambientes coincidem com as áreas especificadas pelo 09/09/2014 S
programa?
Verificação de interferência
Há conflitos significativos entre objetos? 09/09/2014 N
3 Há conflitos entre os modelos de arquitetura e de estrutura? 09/09/2014 N
Há conflitos entre os modelos de arquitetura, estrutura e instalações? 09/09/2014 S

42
BIM E A EVOLUÇÃO NO MODO DE PROJETAR │ UNIDADE I

Validação dos dados BIM utilizados para coordenação de modelos de diferentes disciplinas
Modelo BIM inclui volumes de reserva para instalações de ar 09/09/2014 S
condicionado, elétricas e hidrossanitárias?
Todos os componentes se ajustam aos seus respectivos volumes de 09/09/2014 S
4 reserva?
As cores dos subsistemas foram definidas sistematicamente, seguindo as 09/09/2014 S
diretrizes de modelagem?
Aberturas para passagem de tubulações em vigas e pilares já foram 09/09/2014 S
ajustadas e aprovadas?

Fonte: CBIC, 2016.

Principais qualidades que se consegue atingir


com a utilização da modelagem BIM
Conforme um ciclo de vida de um projeto de edificação, podemos definir que a
utilização da modelagem BIM favorece muitos fatores. Na Figura 14, visualizamos o
ciclo estabelecido pela sua utilização.

Figura 14. Ciclo de vida de um projeto de edificação e o acompanhamento pela modelagem BIM.
Envolver o proprietário os usuários
adequadamente desde as fases
mais iniciais do empreendimento.
Compreensão e entendimento das
premissas e requisitos.
Processo de prospecção
Processo de prospecção e
e aquisição just-in-time
aquisição just-in-time desculpa
desculpa melhor es Startup virtual.
melhor es processos de métodos
processos de métodos de Melhor transição
de projeto e construção.
projeto e construção. da construção de
Adequada compreensão
Melhores processos e áreas para
entendimento das premissas e
métodos de projeto e testes e startups
requisitos
Construção sistêmicos.
Proj.
conceitual, Uso e
Projeto Procurement Construção Startup
planejamento operação
, anteprojeto

Rápida avaliação e análise de Equipes mais produtivas. Conhecimento e


uma proposta de projeto Eliminação das interferências. acompanhamento
sobre diversos pontos de Redução de aditivos proativo das
vistas. econômicos mais contratuais. Registro da condições de
rápidos. Menor estrutura pressão em tempo real. instalações e
administrativa. Conhecimento Ciclos econômicos mais edificações.
e acompanhamento proativo rápidos.
das condições das
Menor estrutura
dedicações e instalações.
administrativa

Fonte: CBIC, 2016.

43
IMPLANTAÇÃO UNIDADE II
DO BIM

Nesta unidade, entenderemos quais softwares são utilizados para a modelagem BIM,
quais os mais usuais atualmente e como funcionam operando em interoperabilidade.

CAPÍTULO 1
Softwares e trocas de informação

Com certeza, dentro da modelagem BIM, o compartilhamento de informações ainda é


um grande desafio desse método, ainda mais quando envolve softwares diferentes, os
quais têm de exercer funções compartilhadas dentro de um todo. É sabido que, sem o
compartilhamento total das informações, os colaboradores envolvidos no projeto não
conseguem atingir os objetivos dentro da modelagem BIM e ela deixa de ser satisfatória.

Atualmente, existem infinitos métodos para se monitorar e colocar em prática padrões,


boas práticas e protocolos dentro do setor de construção civil, a fim de atingir esse
compartilhamento de forma mais eficaz.

A caminhada para que tenhamos um compartilhamento 100% eficaz é longa, em que as


informações inseridas no sistema integrado de informações fiquem à vista de todos que
dela necessitam, isso seria uma realização.

É possível definir que a troca de informações entre os softwares BIM é dividida em três
setores:

»» a formatação dos investidores ou proprietários;

»» a formatação de modo público, utilizada por setores mais específicos


como CIS;

»» a formatação aberta a todos como o IFC.

44
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

A formatação dos investidores ou proprietários


São tipos de formatação estabelecidas para a troca de informação entre dois softwares
distintos. Este tipo de formatação segue apenas o que realmente foi desenvolvido e não
serve como interação com mais nenhum processo.

Normalmente, esse tipo de formato é de alta qualidade, já que se excluem as configurações


externas.

Como exemplo, citam-se os seguintes softwares:

»» DXF;

»» 3DS;

»» SAT;

»» STL.

A formatação de modo público


Neste tipo de formatação utilizando o CIS/2, os arquivos são direcionados para o
intercâmbio de informações eletrônicas dos projetos de estrutura metálica, ele permite
um intercâmbio de dados eletrônicos por meio de independentes softwares que são
utilizados para análises estruturais, atualmente considerado um dos mais eficientes
softwares para essa funcionalidade.

Industry Foundation Classes (IFC)


É um tipo de arquivo neutro, em que as informações são descritas, compartilhadas
e armazenadas. Ele simplesmente viabiliza a interoperabilidade entre disciplinas
diferentes ou empresas diferentes com suas soluções desenvolvidas. São orientados
para objetos 3D que, normalmente, são abertos, padronizados, atendendo a:

»» contratações;

»» fabricação;

»» montagem;

»» manutenção;

»» projeto, etc.

45
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

O IFC recebe uma certificação ISO 16739 que viabiliza a interoperabilidade e a


colaboração no trabalho na plataforma BIM.

Portanto, é possível dizer que o IFC é aberto a todos os que quiserem adquiri-
lo para desenvolver softwares. Com alta capacidade de adaptar-se, ele apresenta
representação geométrica 3D da totalidade de um projeto e as relações entre os
objetos e armazenamento de dados, padronizados e específicos de cada elemento,
como materiais, funções, entre outros. Sendo as informações importantes para cada
disciplina, podem ser filtradas rapidamente e identificada.

Existem muitos formatos de arquivo que podem exercer o suporte a codificações dos
mesmos conjuntos como:

IFC – XML

Definido pela ISSO 1303-28, tem como função a interoperabilidade com ferramentas
do formato XML e intercâmbio entre partes da modelagem BIM;

IFC – SPF

Arquivo de texto em que os objetos são registrados linha por linha e possuem a extensão
.ifc, sendo definidos pela ISSO 1303-21;

IFC – ZIP

Nada mais é do que arquivo ZIP compactado e está dentro do IFC – SPF.

Especificações do IFC

O IFC abrange o relacionamento entre as entidades de forma organizada e referenciada


a objetos. Exemplos de disciplinas:

»» Geometria: ifcextrudedareasolid.

»» Construções básicas: ifccartesianpoint.

»» Elemento de edificação: ifcwall.

Na Figura 15, entendemos melhor a organização ao se utilizar o IFC.

46
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

Figura 15. Organização utilizando o IFC.

Domínio de
Domínio dos Instalações Domínio de Domínio de
controles da Hidráulicas e Esquemas de dados de
Elementos Análises
edificação Proteção contra domínios específicos
Estruturais Estruturais
incêndios

Domínio de sistemas Domínio de Domínio dos Domínio de


de aquecimento, instalações Controles da Gerenciament
ventilação e ar elétricas Edificação o da
condicionado Construção

Esquemas de dados para


Elementos de Elementos Elementos de Elementos de Elementos de elementos compartilhados
Serviços Componentes Construção Gestão Instalações
Compartilhados Compartilhados Compartilhados Compartilhado Compartilhados

Extensões de Extensões de Extensões de


processo Esquemas de dados centrais (núcleo)
controle produto

Núcleo

Restrição Esquemas de
Data e Materiais Referência Modelagem Geométricos
geométricas dados para
hora s externas geométrica definição de
recursos
Quantidade (entidades de
base)
Participantes Perfil Propriedades Topologia Utilitários Medidas

Representação Restrição

Organização Carga
Apresentação Resolução de Aprovação Custos
estrutural
apresentação

Fonte: CBIC, 2016.

As entidades de base, como podemos verificar na parte inferior da figura, são os recursos
utilizáveis, a geometria, a topologia, os materiais, as propriedades e os participantes.
Elas ficam responsáveis por definir e combinar objetos comumente utilizados na
indústria da construção civil, como, por exemplo, paredes genéricas, pisos, elementos
estruturais, entre outros.

Os dados-base, utilizados com a finalidade de definir recursos existentes, não podem


existir de maneira independente. As entidades e os tipos definidos nessa camada
são referenciados por todo tipo de entidade da camada principal, de elementos
compartilhados e de domínio específico.

Muitos objetos podem ser referência para a mesma instância de uma entidade-base,
sem que exista um relacionamento entre eles. Exemplo: uma line compartilhando
a mesma instância com um ponto e duas lines utilizando diferentes instâncias para
pontos idênticos (quando, por exemplo, possuírem coordenadas 0, 0, 0).

Sendo o IFC um modelo totalmente voltado a objetos, de forma extensiva, onde podem
ser vistos os tipos de objetos através das unidades básicas, o que possibilita a criação de
infinitos números de suas entidades. Já por meio dos subtipos, conseguimos adicionar

47
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

novas classes de objetos, objetos têm as mesmas propriedades dos seus antessessores
que já foram utilizados em outro projeto por exepmplo, ou seja, nos tipos, porém,
quando se adiciona outra propriedade aos mesmos, eles tornam-se distintos.

Dados centrais
É o esquema que define a camada genérica da arquitetura de dados do UFC. Todas as
entidades que foram definidas dentro dessa camada podem ter suas especificações ou
referências por meio das entidades da camada de domínios específicos e compartilhados.
É na camada central que encontramos a estrutura básica, os conceitos comuns e os
relacionamentos fundamentais para as demais especificações e aspectos dos modelos.

Elementos compartilhados
Para esses dados, estão contidas as especificações intermediárias da entidade.
Identidadesontidas nesta camada são especificadas e referenciadas pela totalidade das
entidades da camada de domínio específico. Já a camada de elemento compartilhado
tem os relacionamentos de forma mais específica e compartilhado por domínios
múltiplos.

Domínios específicos
Dentro dos dados do IFC, encontra-se a arquitetura de dados ou seja, os domínios
específicos que são responsáveis por definir as entidades específicas para se realizarem
tarefas em diversos tipos e subtipos. A “porta” entidade apareceria da seguinte forma:

IfcRoot > IfcObjectDefinition > IfcProduct > IfcElement > IfcBuildingElement > Ifcdoor

Em que:

»» IfcRoot: é uma forma de identificação de informações globais;

»» IfcObjectDefinition: demonstra a porta como integrante da montagem,


identificando os seus componentes, se eles já estiverem definidos como
o tipo de material empregado para sua confecção, tipo de maçaneta, etc.;

»» IfcProduct: temos aqui a definição da localização da porta e de sua


forma;

»» IfcElement: estabelece o relacionamento entre a porta e outros


elementos, como, por exemplo, o espaço que ela delimita. Temos que
48
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

as entidades que são definidas na camada central e acima dela derivam


do IFC root e têm controladas suas alterações e informações. Portanto,
de acordo com os esquemas de dados e FC, temos a divisão de todas as
entidades de um modelo em:

›› não enraizadas;

›› enraizadas.

Não enraizadas
Não possuem identidade e passam a existir somente quando passam por alguma
referência sendo ela direta ou indireta para uma entidade enraizada.

Enraizadas
Possuem uma única identidade e atributos para o detalhamento da identificação com
descrição, controle de revisões e nome. Deriva diretamente do IFCroot.

IFCroot
O IFCroot é dividido da seguinte forma:

»» IfcObjectDefinition: Responsável por fixar objetos e tipos;

»» IfcRelationship: Responsável por relacionamentos entre objetos distintos;

»» IfcPropertyDefinition: Responsável pelas propriedades dos objetos.

IfcObjectDefinition

Pode ser estabelecida tanto para ocorrências de tipos de objeto quanto para ocorrências
de objetos. Responsável por apresentar o número de série e posicionamento físico do
modelo em questão.

IfcTypeObject

Responsável por definir as classes ou o tipo de objeto que tenha um determinado


formato característico e um modelo específico com modelo comum. Temos, então, tipos
e ocorrências subdivididos em alguns conceitos:

49
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

IfcActor
Especifica quem, sendo colaborador ou empresa, que realiza atividade do
desenvolvimento.

IfcControl
Especifica o porquê, apresentando as regras de controle de custo, corpo e tempo.

IfcGroup

Especifica o quê, sendo o conjunto de objetos que são utilizados para um projeto em
específico.

IfcProduct

Específica onde, apresentando, no espaço, as ocorrências.

IfcProcess

Especifica o tempo em que ocorrem as entidades, como, por exemplo, atividades,


eventos e procedimentos.

IfcResource
Especifica algo que tem a utilização limitada por sua disponibilidade, como, por
exemplo, mão de obra.

IfcRelationship

Especifica algo que possua alguma interoperabilidade entre objetos. Sendo cinco
importantes interoperabilidades que podemos destacar:

IfcDecomposes
Estabelece o relacionamento entre a divisão dos objetos e a composição deles. Por
exemplo, quando dividimos uma edificação em pavimentos e estes em ambientes, ou a
divisão de uma parede em blocos e revestimentos.

IfcRelAssigns

Estabelece a relação entre as características de um objeto e os serviços que um outro


objeto venha a prestar. Por exemplo, a mão de obra que é utilizada para um elemento
de construção.

50
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

IfcRelConnects

Estabelece a conexão entre os objetos, por exemplo, uma laje que está sobre uma viga.

IfcRelAssociates

Estabelece a forma associativa entre as referências externas e internas para um objeto.

IfcRelDefines

Estabelece um local onde acontece uma interoperabilidade, por exemplo, uma tubulação
que pertence a um tipo específico.

IfcPropertyDefinition

Estabelece características que podem ser maximizadas. Responsável pela segurança e


a relação de dados corretos quanto a valores únicos, como, por exemplo, tamanho do
texto de uma tabela.

IfcPropertySet

Estabelece as propriedades de ocorrência de um objeto ou de um tipo de objeto.

IfcPropertySetTemplate

Estabelece as definições sobre as propriedades e os seus tipos de dados correspondentes.

IfcProduct

Estabelece a classe básica para a totalidade de objetos, sendo dividida em elementos


físicos, espaciais e análises, como a estrutural, por exemplo.

Podemos distinguir os elementos espaciais em endereço, edificação, ambiente e


pavimentos da edificação. Já os materiais que são empregados recebem as seguintes
denominações:

IfcMaterial

São os materiais específicos que detêm propriedades especiais como textura, cor, ou
mesmo propriedades térmicas e mecânicas.

51
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

IfcMaterialLayerSet

Tem como funcionalidade pegar uma lista de camadas e nela apontar espessura e
tipologia do material.

IfcMaterialProfileSet

Tem como função pegar perfis e apontar a cada um o material e a seção em específico.

IfcMaterialConstitunetSet

Tem como função captar conjunto de partes que constituem o projeto e indicar o
material a ser utilizado.

Building Information Modeling


“Representations”
É a forma tridimensional. Cada representação recebe a identificação pelo
IfcShapeRepresentation, que possui nome definido e específico.

Body

Representa a forma tridimensional, podendo ser expressa pelo: B-rep28, NURBS29,


CSG30 ou por meio de perfis de varredura. São derivados da aplicação direta de
definições de materiais e representações.

Axis

Representam os eixos e a direção para os elementos lineares, por exemplo, paredes,


vigas, tubulões, etc.

FootPrint

Representa o limite entre os elementos planos, como lajes, escadas, etc.

Profile

Representa o perfil lateral para os elementos responsáveis pelas aberturas como: portas,
janelas, etc.

52
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

SurveyPoints

Representa o conjunto de pontos determinados a elementos de superfície, como, por


exemplo, aplicação a um terreno descrevendo seus contornos.

IfcLocalPlacement

Representa a posição de um elemento de fechamento de acordo com sua hierarquia.

IfcGridPlacement

Representa a posição de uma grelha de acordo com eixos predefinidos, podendo ser
definida quanto à extração de quantidades e ao volume bruto, peso bruto, etc.

IfcProcesses

Classificam os processos e subdividem em atividades, procedimentos e eventos. Os


processos podem vir a se programados e acontecerem de maneira prevista em intervalos
referidos de tempo, sendo programados para que aconteçam da melhor forma possível,
evitando erros.

IfcResources

Classificam, de forma básica, os recursos, e dividem em matérias, colaboradores,


equipamentos, entre outros.

IfcProject

Envolve todo o projeto em seus contextos como nome, unidade, moeda, sistema
coordenadas, etc.

MODEL VIEW DEFINITION – MVD


Desenvolvido pela Building SMART International, é o IFC mais utilizado e muito
implantado. Sua principal atuação é ser a visão da coordenação, possibilitando assim
que modelos sejam compartilhados entre as disciplinas.

53
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

É responsável pelas definições da estrutura quanto ao espacial e elementos que a


compõem e sua forma de coordenar corretamente o projeto, através de uma boa gestão
das disciplinas.

Visão de coordenação de geometria superficial

Atualmente, temos o lançamento de softwares, em alguns casos determinado por meio


de um modelo definido de visão. Como exemplo, a Graphisoft lançou seu software
Archicad embasado na visão de coordenação que segue o padrão da versão e FC 2 x 3.

A visão de coordenação de geometria superficial nada mais é do que uma simplificação


da divisão de coordenação. É utilizada para coordenar projetos, prevenir interferência
que possa vir a surgir durante o projeto e verificá-las. Neste tipo de visão, a totalidade
dos elementos está vista apenas como a representação geométrica de suas superfícies.
Essa metodologia permite uma realidade dos elementos bem próxima ao real. Contudo,
ocorre a perda de elementos, quando os mesmos são transferidos do UFC para a
modelagem BIM, e eles não podem ser mais editáveis.

Atualmente, existem vários modelos definidos com visão de coordenação, eles são
utilizados por colaboradores de desenvolvimento que não estão unidos ao Building
SMART International. Podemos citar, como exemplo, o MVD, que é um projeto BIM
requerido e suportado pela General Services Administration e SenatProperties.

Os MVDs colocados depois exigem que programas de fornecimento de dados e FC extra


sejam adquiridos fora os preexistentes na coordenação. Esses tipos de dados extras
incluem:

»» referenciar classificação;

»» qual tamanho e consequente espaço consumido pelo arquivo;

»» os atores;

»» propriedades específicas.

A totalidade dos MVDs pode ser estendida por MVDs adicionais que funcionam de
modo a estabelecerem uma relação de transferência de informações. Proporção que a
base de quantidades seja transmitida para todos os elementos espaciais da edificação em
questão ou de uma instalação já modelada. Para superfícies espaciais MDV, estabelece-
se o relacionamento entre os elementos espaciais e os modelos específicos de modo a
suportá-lo para garantir uma análise térmica e energética.

54
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

O MDV de anotações 2D, por sua vez, trabalha com intercâmbio de representações de
elementos e de edificações e instalações da maneira 2D.

Informações carregadas modelo IFC


Como ocorre a hierarquia dentro de um modelo de instalação ou de edificação:

»» qual o tipo de elemento;

»» qual a geometria com do sistema de layer ou camadas;

»» as padronizadas ou específicas propriedades do IFCE;

»» as conexões;

»» entre outros.

A comunicação via BIM colaboration format (BCF)

Este esquema XML, elaborado por um dos colaboradores voltado ao software BIM e
que mais tarde foi submetido para o BuildingSMART, tornou-se um padrão aberto de
fluxo de comunicação a fim de suportar fatores baseados em BIM e IFC. Caso o BCF
esteja ativo durante o projeto de coordenação, quando ocorre uma interferência pela
utilização do recurso chamado clashdetection, este pode ser realizado automaticamente
por intermédio de diversos softwares BIM. Ele pode registrar por meio de um arquivo
em que parte do projeto modelo ocorreu interferência e com isso o colaborador
pode colocar suas notas, ou recomendações aos demais colaboradores da equipe que
desenvolvem o projeto.

Com isso, os colaboradores que participam das soluções da interferência podem


reproduzir a vista dela na tela do seu computador utilizando softwares nativos.
Visualizam, também, as recomendações e anotações realizadas pelo coordenador do
projeto. Mediante o PCf, são emitidas somente as coordenadas do problema que foi
localizado o ângulo de visão, os comentários e as recomendações adicionadas pelo
primeiro colaborador.

55
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

Formatos de arquivo para realização de troca


de informações
No Quadro 5, vemos os tipos de formatos de arquivos para imagem utilizados para
a troca de informações dentro do setor da construção civil, conforme suas básicas
especificações.

Quadro 5. Formatos de arquivos para realização de troca de informações de imagens.

FORMATOS DA IMAGEM (matricial) Formatos matriciais variam em compacidade, número de cores possíveis por
pixel; alguns comprimem com alguma perda de dados
Extensão Referência Descrição
Usado intensivamente para fotos na web. Usa compressão com perda
.jpeg .jpg Joint Photographic Experts Group de informação; a qualidade pode variar extremamente dependendo das
informações das definições de compressão.
Usado intensivamente na web, suporta imagens animadas. Suporta somente
255 cores por quadro (perdas de informação para fotos full-color (16.7
.gif GraphicsInterchange Format
milhões de cores). Usa compressão sem perda de informação, compressão
LZW patenteada.
Usado extensivamente para gráficos tradicionais impressos. Compressões
.tiff TaggedImage File Format com e sem perdas de informação disponíveis (LZW, ZIP e JPEG), assim como
outras opções.
Comumente usados pelos programas Microsoft Windows e pelo próprio
sistema operador de Windows. Compressão sem perdas de informação
. bpm Windows Bitmap
pode ser especificada, mas alguns programas usam apenas arquivos não
comprimidos.
Formato padrão para armazenar imagens nos sistemas operacionais
.pic Picture
Macintosh anteriores à versão OS X.
Formato de imagem bitmap (mapa de bits) comprimido sem perda de
.png Portable Networks Graphics informação, originalmente designado para substituir o uso de GIF na web. Livre
de patente, vencido em 2003, associado a GIF.
Formato de arquivos de imagens digitais que contém a totalidade dos dados
.raw arquivo cru
das imagens tal como captada pelo sensor da câmera fotográfica.
Desenvolvido para sistemas com a placa de vídeo Truevision, suporte
.tga Targa File Format aplicativo em cores MS-DOS. Suporte para imagens RGB de 16 bits, RGB 24
bits e RGB 32 bits.
Compactação sem perdas do que é suportado por alguns formatos de
rle RunLenghEncoding
arquivos de Windows.

Fonte: CBIC, 2016.

No Quadro 6, verificamos os tipos de formatos de arquivos para vetores que são


utilizados para a troca de informações dentro do setor da construção civil, conforme
suas básicas especificações.

56
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

Quadro 6. Formatos de arquivos para realização de troca de informações vetoriais.

FORMATOS VETORIAIS 2D Formatos vetoriais variam em compacidade, controle de espessura e


padrões de linha, cor, camadas e tipos de curvas suportados
Extensão Referência Descrição
.dxf ASCII DrawingInterchange Arquivos de texto no padrão ASCII utilizados para armazenar dados de programas CAD (e
intercâmbio para modelos de CAD).
.dwg arquivo nativo do AutoCAD Formato proprietário Autodesk para desenhos 2D e 3D AutoCAD DWG, arquivos de texto no
padrão ASCII utilizados para armazenar dados de programa CAD.
.ai Adobe Illustator Document Formato vectorial do Adobe Illustrator. As primeiras versões suportavam apenas imagens
vetoriais. É uma variante do Postscripttal, tais como os formatos PDF, EPS e PS.
.cgm Computer GraphicsMetafile Definido pelo padrão ISO 8632. Normalmente usado para desenhos complexos de
engenharia, por exemplo, na aviação.
.emf Windows EnhancedMetafile Versão avançada do Windows Metafile.
.igs InitialGraphics Exchange Extensão para desenhos IGES, para vetores 2D e 3D. Estrutura de texto baseada em ASCII
utilizados em diversos programas CAD.
.wmf Windows Metafile Formato nativo do Microsoft Windows para armazenar imagens.
.raw
.dgn Microstation Design Format Formato nativo do Bentley Microstation - CAD

Fonte: CBIC, 2016.

Na Quadro 7, visualizamos os tipos de formatos de arquivos para formatos de superfícies


e formas 3D que são utilizados para a troca de informações dentro do setor da construção
civil, conforme suas básicas especificações.

Quadro 7. Formatos de arquivos para realização de troca de informações sobre formato de

superfície e formas 3D.

FORMATOS DE SUPERFÍCIES e FORMAS 3D Formatos de superfícies e formas 3D variam conforme os tipos de


superfícies e arestas representadas. Variam também caso representem
superfícies ou sólidos, e ainda conforme as propriedades da forma (cor,
imagem bitmap, mapa de textura) ou informação, mostradas a partir do
ponto do observador
Extensão Referência Descrição
Formato Nativo de software Autodesk 3D Studio Max. Armazena informações sobre objetos,
.3ds 3D Studio Max
ambientes 3D (formas, propriedades de materiais, fontes de luz, etc.).
Formato de arquivo 3D associado ao Cosmo Player VRML Worlds. Também associado ao
.wrl VRML Worlds Format Live3D Plug-in for Netscape 3D Live Picture, Plain Text VRML File e ao FileViewPro. (VRML -
Virtual Reality Modeling Language)
Formato nativo de arquivo CAD baseado em estereolitografia (tecnologia comum para
.stl Sterolithography Format manufatura e prototipagem rápida - produção de peças de alta precisão e finalização de
superfícies).

Extensão para desenhos IGES, para vetores 2D e 3D. Estrutura de texto baseada em ASCII
.igs InitialGraphics Exchange
utilizados em diversos programas CAD.

Formato nativo de arquivo CAD baseado em estereolitografia (tecnologia comum para


.sat 3D ACIS Model Format manufatura e prototipagem rápida - produção de peças de alta precisão e finalização de
superfícies).
.dwg arquivo nativo do AutoCAD Arquivos de texto no padrão ASCII utilizados para armazenar dados de programas CAD (e
intercâmbio para modelos de CAD).

57
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

.obj Wavefront 3D Formato proprietário Autodesk para desenhos 2D e 3D AutoCAD DWG, arquivos de texto no
padrão ASCII utilizados para armazenar dados de programa CAD.
.dgn Microstation Design Format Arquivo objeto Wavefront 3D contendo coordenadas 3D, mapas de textura e outras
informações. Formato 3D padrão. Arquivos de objetos podem ser em formato ASCII (obj) ou
formato binário (.mod).
pdf (3D) Adobe PortbableDocument Format Formato Nativo do BentlleyMicrostation - CAD
.xgl OpenGL 3D U3D - Universal 3D é um padrão de arquivo comprimido para dados gráficos computacionais
tridimensionais. Formato desenvolvido por um consórcio de empresas incluindo Intel, Boeing,
HP, Adobe Systems, Bentley Systems, RighHEmisphere e outros. Foi padronizado pela ECMA -
European Computer ManufacturersAssociation.
.dwf Design Web Format São arquivos associados em formato de texto contendo informações Open GL 3D escritas em
XML (eXtensible Markup Language).
.u3d Universal 3 Dimension Formato de arquivo altamente comprimido desenvolvido pela Autodesk para viabilizar a
distribuição e a comunicação de arquivos com dados complexos de projetos para visualização,
revisão e impressão. Contém metadados para pranchas, objetos e dados de comentários de
revisões. É baseado na ISO/IEC 29500-2:2008 Open PackingConventions.
.u3d Universal 3 Dimensions U3D - Universal 3D é um padrão de arquivo comprimido para dados gráficos computacionais
tridimensionais. Formato desenvolvido por um consórcio de empresas incluindo Intel, Boeing,
HP, Adobe Systems, Bentley Systems, RighHEmisphere e outros. Foi padronizado pela ECMA -
European Computer Manufacturers Association.
.ipt Inventor Part Format Formato desenvolvido pela Autodesk para protótipos digitais 3D, utilizados nos projetos,
visualizações e simulações de produtos. (Inventor Utiliza um kernel de modelagem geométrica
proprietário “Shape Manager)”.
.pts PointCloud 3D São formatos de arquivos associados com ao 3D Points File, ao ABBYY Finereader 5.0 Pro, ao
InfinityEngine Game Tileset, ao Halfline Map Creation Debug File e ao FileViewPro

Fonte: CBIC, 2016

No Quadro 8, observamos os tipos de formatos de arquivos para intercâmbio de objetos


tridimensionais utilizados para a troca de informações dentro do setor da construção
civil, conforme suas básicas especificações.

Quadro 8. Principais formatos de arquivos de intercâmbio de objetos tridimensionais.

FORMATOS VETORIAIS 2D Formatos vetoriais variam em compacidade, controle de espessura e


padrões de linha, cor, camadas e tipos de curvas suportados
Extensão Referência Descrição
.stp STEP Product Data Format ISO-10303 STEP Product Data Format - Arquivos CAD 3D, formato ASCII proprietário utilizado
por softwares gráficos de modelagem CAD. Possibilita renderizações 3D dinâmicas.
.exp CATIA Export Format São arquivos 3D associados ao CATIA Export File (proprietário da DassaultSystémes)
cis/2 CIMSteelIntegration Standards É um formato de arquivo neutro, público e padronizado específico para intercâmbio de
informações de projetos de estruturas metálicas.

Fonte: CBIC, 2016

No Quadro 9, a seguir podemos verificar os tipos de formatos de arquivos de GIS


(GeographicInformation Systems) que são utilizados para a troca de informações
dentro do setor da construção civil, conforme suas básicas especificações.

58
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

Quadro 9. Principais formatos de arquivos de GIS (GeographicInformation Systems)

FORMATOS VETORIAIS 2D Formatos vetoriais variam em compacidade, controle de espessura e


padrões de linha, cor, camadas e tipos de curvas suportados
Extensão Referência Descrição
.shp ShapefileShape Format São formatos de arquivo de dados para sistemas de informações georeferenciadas (GIS -
GeographicInformation Systems), desenvolvidos pela ESRI. Suportam vetores, pontos, linhas,
polígonos representando rios, lagos e outros corpos d’água. Cada item possui atributos
descritivos, como nome, temperatura. Trata-se de um formato digital para armazenamento
de vetores que agregam localização geoespacial com atributos associados a elas. Consiste
numa coleção de 3 arquivos com o mesmo prefixo, armazenados no mesmo diretório. SHP
é a característica geométrica propriamente dita. SHX é uma indexação do posicionamento na
geometria definida por SHP, para acelerar buscas. DBF são atributos organizados em colunas,
para cada geometria, em formato dBase IV.
.shx ShapefileShape Index Format Formatos desenvolvidos pela ESRI, para indexação de posicionamentos em geometrias
definidas por um arquivo extensão .shp associado. A indexação acelera buscas.
.dbf dBaseTable File Formatos desenvolvidos pela ESRI, para armazenagem de atributos, em colunas, que são
associados a geometrias definidas por um arquivo com extensão .shp associado, com
localizações indexadas por arquivos .shx.
.dem Digital ElevationModel Formato digital USGS (United StatesGeologicalSurvey) representando elevações de terreno
para posições no solo em intervalos horizontais regularmente espaçados.
.ned NationalElevationDataset Formato digital USGS (United StatesGeologicalSurvey) que fornece elevações básicas de
terreno (nu) para estudos científicos da terra e aplicativos de mapeamento nos Estados Unidos.
Fonte:CBIC, 2016

Na tabela 9 a seguir podemos verificar os tipos de formatos de arquivos .XML que são
utilizados para a troca de informações dentro do setor da construção civil, conforme
suas básicas especificações.

Tabela 9. Principais formatos de arquivos .XML (eXtensible Markup Language)

FORMATOS VETORIAIS 2D Formatos vetoriais variam em compacidade, controle de espessura e


padrões de linha, cor, camadas e tipos de curvas suportados
Extensão Referência Descrição
AecXML Architecture, Engineering&Construction Desenvolvido pela buildingSMART (parte do NIBS - National Institute of Building Sciences).
XML
Obix Open BuildingInformation Exchange Obixestásendodesenvolvido pela OASIS (Organization for the Advancement of Structured
Information Standarts). Trata-se de um padrão para interfaces de controle de serviços, capaz
de ler e gravar dados em uma rede de dispositivos XML e URI’s, seguindo um esquema
desenvolvido especificamente para automação predial.
AEX Architeture&Engineering XML o “schema“ FIATECH“FIATECH AEX cfiXML foi desenvolvido para automatizar a troca de
informações sobre projeto, compras e contratações (procurement), entrega, instalação,
operação (uso) e manutenção de equipamentos.
bcXML BuildingandConstruction XML Meta-schema XML composto de 4 partes: Taxonomia, Dicionário, PDT (esforço para eliminar
as descontinuidades entre projeto e construção) e Colaboração.
AGCxml Associated General Contractors O “schema“ AGCxml foi desenvolvido para automatizar e facilitar o intercâmbio de informações
durante as fases de projeto e construção de edificações. Inclui processos de RFI (Request For
Information) e também solicitações de alterações de projeto (ChangeOrders).

Fonte:CBIC, 2016.

59
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

Templates
Como em qualquer outro software não diferente também na modelagem BIM é oferecido
o recurso para geração de templates, moldes ou modelos que podem ser seguidos e que
geram resultados positivos. Quando giramos um template no software, cuja função é o
desenvolvimento de modelos, faz-se necessário um pré-ajuste das configurações:

»» as unidades de medida devem ser definidas;

»» as famílias e os objetos que serão disponibilizados para utilização em


modelos específicos devem ser definidos;

»» para visualização no modelo e dos documentos gerados, os tipos de


hachura e de preenchimento devem ser definidos;

»» a espessura e o estilo das linhas utilizadas tanto na modelagem quanto


em documentações devem ser definidas;

»» os carimbos a serem utilizados nas documentações dos projetos deverão


ser definidos;

»» os níveis da edificação deverão ser configurados;

»» os tipos de terreno, telhado, esquadria, pisos deverão ser definidos;

»» as etiquetas de nome, perímetro, dentes, precisam ser configuradas;

»» as cotas como tipo de fonte e de seta deverão ser configuradas;

»» os materiais que serão associados aos objetos na modelagem em BIM que


serão inseridos nos modelos deverão ser configurados.

Sabe-se que existem variações de função entre diferentes fatores comercializados e


que eles têm combinações de diversos templates, é possível ajustar a forma em que
os relatórios das quantidades de materiais são extraídos. Os ajustes de acordo com
critérios de cálculo podem ser alinhados como se preferir ao se alinhar os ajustes de
configuração e templates, assim se faz possível organizar as tabelas de quantidade de
materiais e serviços e resgatá-las.

A maioria dos softwares BIM possibilita a gravação em arquivo e compartilhamento


para os colaboradores do projeto dos templates gerados. Há uma infinidade de templates
que podem ser desenvolvidos de acordo com disciplinas como arquitetura, instalações
elétricas, estruturas, entre outros.

60
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

Existem empresas que já trabalham com templates específicos para diferentes projetos
como para: edifícios comerciais, templos, hospitais, etc.

A possibilidade também de se estabelecer regras para verificar os modelos criados de


maneira autoral. Estes são conferidos automaticamente por um verificador de modelos
e é por meio da definição de regras também que alguns softwares BIM podem verificar
de forma automática rotas de fuga, se as condições de acessibilidade estão corretas
entre outras situações.

61
CAPÍTULO 2
Tecnologia para BIM: os principais
softwares que podem ser utilizados
atualmente

Softwares BIM
Na Figura 16, vemos os dez passos principais para que um projeto de implementação
utilizando o BIM seja realizado.

Figura 16. 10 passos principais para que um projeto de implementação utilizando o BIM seja realizado.

Interoperabilidade e
Infraestrutura e
procedimentos de
tecnologia
comunicação
Estratégias e requisitos
de contratação
Informações

Localizar fases do
ciclo de vida do
Processo de ajuste e Projeto piloto e seus
empreendimento
controle da qualidade objetivos
dos modelos

Objetivos
coorporativos Casos de usos e
processos BIM
Pessoas, papéis
equipes, papéis e
organizações.

Fonte: CBIC, 2016.

Apresentaremos, em seguida, os softwares utilizados com a tecnologia BIM. Para


facilitar a compreensão deles, mostraremos de acordo com as principais fases do ciclo
de vida de um projeto dentro do setor da construção civil, tal representação não é
totalmente precisa, já que podem ocorrer modificações durante o decorrer de algum
modelo de projeto. Vale salientar que os portfólios de softwares não são estáticos,
requerem autorizações que, geralmente, são recomendadas anualmente, e a inserção
de novos produtos, salientando a necessidade de compreender fusões e aquisições de
empresas.

62
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

Autodesk
Líder do mercado de softwares BIM no país, a Autodesk é uma empresa norte-americana
e lançou o AutoCAD, uma das ferramentas mais utilizadas no setor da construção civil
para desenhos 2D. A maioria de seus softwares é para o segmento de edificações,
direcionados exclusivamente ao fluxo de trabalho em BIM.

Autocad
Ferramenta que presta suporte à modelagem BIM. Não pode ser considerada como em
uso dentro da modelagem.

Recap
Utilizada no começo do projeto para tomada de dados reais e informações que podem
ser utilizadas para o desenvolvimento do projeto.

Navisworks
Programa pelo qual se pode realizar uma referência à segurança e, com isso, a integração
com o Field que é responsável pela referência de equipamentos e status dos mesmos.

Em seguida, podemos ver os softwares que trabalham com infraestrutura e realizam


tarefas específicas para a edificação em geral.

Inventor
Programa que pode ser utilizado pontualmente para montagens de equipamentos de
forma específica, por exemplo, é voltado para manufatura.

Vault
É uma ferramenta da Data Management que pode ser utilizada de diversas formas.

63
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

Dynamo
É uma ferramenta que suporta todo desenvolvimento de projeto, já que se trata de ação
visual e projeto generativo.

BIM 360 DocseBuzzsaw


Ferramentas do Data Management que possibilitam várias aplicações.

Revit
O sistema RevitBuilding da Autodesk é um software que possui objetos corretos de
construção, como pisos, coberturas e paredes. Na família da parede, por exemplo,
existe parede exterior e parede interior. Todos os elementos selecionados na barra de
desenho são representados de forma tridimensional, a vista 2D também é possível de
ser visualizada a qualquer momento, tendo total liberdade para arrastar objetos no
espaço de desenho e, assim, possibilitando a visualização de detalhes da modelagem a
ser construída.

Os elementos dentro desse software têm suas propriedades paramétricas pré-


fixadas, o colaborador só pode modificar seus valores. Alguns elementos têm fórmulas
embutidas que podem ser utilizadas pelo colaborador, consequentemente ele tem um
comportamento de objeto modelado, o qual podemos editar de forma inteligente, já
que interagem com o que o colaborador definiu como seu parâmetro.

Quando uma equipe trabalha de modo colaborativo, a fim de uma modelagem de


um edifício, por exemplo, o único modelo é visto por todos os colaboradores, cada
colaborador trabalha no seu ambiente local e, de forma assíncrona, atualiza o banco de
dados central, toda e qualquer mudança é sinalizada a todos os colaboradores que têm
como obrigação analisar tal mudança e permitir tais alterações.

Nessa modelagem compartilhada, somente as versões legais que são concedidas por
todo o grupo podem atualizar o banco de dados central, com isso concluímos que
problemas que possam vir a surgir de compatibilização são minimizados, uma vez que
tudo depende da validação do grupo (ROSENMAN et al, 2007)

Há a possibilidade da extração de informações relativas aos objetos dispostos em tabelas


e de importá-las para outros softwares.

64
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

Interfaces
Os arquivos do Revit possuem extensão ryt, é possível extrai-los para o Green Building
e Xtensible Markup Language (gbXML), a fim de se estudar a insolação térmica de um
ambiente qualquer a ser projetado. Em seguida, apresentam-se alguns sistemas que
suportam o BIM do Revit:

»» dBase;

»» Paradox;

»» Oracle;

»» Access;

»» SQL Server;

»» Fox Pro;

»» Sybase.

A partir do lançamento do RevitStructure versão 2005 a totalidade dos detalhes


pode ser representada. No final de 2007, o RevitBuilding foi substituído pelo Revit
Architecture versão 2008, com isso pode-se gerar regras de acesso ao modelo guardado
em um banco central. Tornou-se o acesso ao controle das alterações por qualquer uma
das partes.

Atualmente, os colaboradores de estrutura escolhem em qual programa querem realizar


seus cálculos e, depois, retornam com os resultados que, automaticamente, atualizam o
modelo e toda a documentação, daí elimina-se retrabalho de informações que possam
vir a ocorrer.

NEMESTSCHEK
Desenvolvido em 1984, o Archicad foi adquirido em 2006 pelo grupo Nemetschek, é
uma empresa com sede em Munique, fundada em 1963 por Jorge. No Quadro 11, estão
listados os principais produtos da Nemetschek. Nesse quadro, vemos os principais
produtos que compõem a oferta do grupo para o setor da construção civil.

65
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

Quadro 11. Principais produtos da Nemetschek e suas especificações.

FUNÇÃO
FORMATOS FORMATOS CERTIFICAÇÃO
PRINCIPAL CERTIFICAÇÃO USUÁRIOS MAIS
It PRODUTO
(breve
ARQUIVOS DE ARQUIVOS
IFC IMPORTAÇÃO
IFC
TÍPICOS
OBSERVAÇÃO
GERADOS LIDOS EXPORTAÇÃO
descrição
1 SciaEngineer Cálculo e esa, ifc, dwg, r2s esa, ifc, dwg, r2s CV2.0 2013/09/1 CV2.0-Struct Engenheiros calculistas de
dimensionamento (Revit), t2s (Tekla), (Revit), t2s (Tekla), 2013/04/16 infraestrutura, edificações,
de estruturas xml, pdf, sdnf sdnf, xml obras de arte, etc.
2 Allplan Modelagem 3De ndw, dwg, pdf, ifc, ndw, dwg, pdf, ifc, CV2.0 2014/05/07 CV2.0-Struct Projetistas e engenheiros
detalhamento skp, 3dm skp, 3dm 2013/04/16 de estruturas de concreto
de estruturas de
concreto
3 Solibri Validação, análises mc, bcf, pdf,xlf ifc, dwg, bcf CV2.0 2013/10/30 BIM Managers em Mais completo
e extração de construtoras, e todos software de análise
informações de engenheiros e arquitetos BIM, destaca-se
modelos BI envolvidos em fluxos de dos concorrentes
trabalho BIM por ser totalmente
automatizado
baseados em
grupos de regras
configurados pelo
usuário.
4 Vectorworks Modelagem BIM na ifc, 3ds, dwg, sat, iges, Rhino, CV2.0 2013/11/11 CV2.0-Arch Arquitetos, Designers e Através do engine
área de arquitetura dwf, pdf skp, ifc, dwg, 3ds, 2013/05/30 Paisagistas de modelagem 3D
com recursos pdf, bcf Parasolid (Siemens
avançados de PLM) é atualmente
modelagem 3D e o modelador BIM
documentação. com os recursos
mais avançados
em modelagem
3D, incluindo
modelagem NURBs
e por subdivisão.
Oferece também
recursos de
estudos incluindo
planejamento
de espaços,
modelagem de
terrenos, análise
energética, e outros.
5 Archicad Solo Desenvolve pln, ifc, dwg, pln, ifc, dwg, dxf, CV2.0 2013/09/20 CV2.0-Arch Arquitetos independentes
Edition modelos autorais dxf, dwf, pdf, xls, dwf, pdf, xls, plt, obj, 2013/04/16
de arquitetura. plt, obj, 3ds, stl, 3ds, stl, e57, xyz
Mac &Win. Versão GbXML, bimx
sem teamwork e
cinerender.
6 Archicad Solo Desenvolve pln, ifc, dwg, pln, ifc, dwg, dxf, CV2.0 2013/09/20 CV2.0-Arch Escritórios de arquitetura,
Edition modelos autorais dxf, dwf, pdf, xls, dwf, pdf, xls, plt, obj, 2013/04/16 engenharia e construtora
de arquitetura. Mac plt, obj, 3ds, stl, 3ds, stl, e57, xyz
&Win. GbXML, bimx
7 Archicad MEP Add-on para pln, ifc, dwg, pln, ifc, dwg, dxf, CV2.0 2013/09/20 CV2.0-Arch Escritórios de arquitetura,
Modele modelos autorais de dxf, dwf, pdf, xls, dwf, pdf, xls, plt, obj, 2013/04/16 engenharia e construtoras
instalações Elétricas, plt, obj, 3ds, stl, 3ds, stl, e57, xyz
Hidráulicas e de GbXML, bimx
Ar-Condicionado.
Mac & Win.

Fonte: CBIC, 2016.

Bentley
Empresa americana fundada em 2004, lidera softwares para engenheiros e arquitetos.
O Quadro 12 lista todos esses softwares.

66
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

Quadro 12. Principais softwares da Bentley que trabalham em conjunto com a modelagem BIM.

FORMATOS USUÁRIOS
FUNÇÃO PRINCIPAL FORMATOS DE CERTIFICACÃO IFC CERTIFICAÇÃO
it Produto ARQUIVOS MAIS
(breve descrição) ARQUIVOS LIDOS IMPORTAÇÃ IFC EXPORTAÇÃO
GERADOS TÍPICOS
1 AECOsimBuilding Modelagem, Documentação, SALVA / EXPORTA: Common RasterFormats (*.tif; “CV2.0 CV2.0-Arch Principais
Designer - Visualização e Análises de MicroStation V8 DGN *.tiff;*. itiff; *.bmp; *.jpg; *.jpeg; 2015/02/28 Usuários:
Architecture Projetos Arquitetônico Files (*.dgn); MicroStation *.jpe; *.sid; *.pdf; *.png); AEC, Plantas
V7DGN Files (*.dgn); Common GeorefRasterFormats Industriais,
Autodesk (R) DWG Files (*.tif; *.tiff;*.itiff; *.hmr; *.itiff64; Mineração,
(*dwg); Autodesk (R) *.cit; *.tg4; *.ecw; *.jp2; *.j2k; Governo,
DXF (*.dxf); DGN Library .*doq; *.img); JT Files (*.jt); Offshore e
Files (*.dgnlib); Redline Obj Files (*.obj); OpenNurbs OnShore.
Files (*.rdl). EXPORTA (Rhino) Files (*.3dm);
Arquivos: Energy Analysis SketchUp Files (*.skp);
(ASM); CAMduct; Vulcan Acute3D ContextCapture
Trimble MEP; IFC (* (*.3mx). IMPORTA ARQUIVOS:
IFC2x3 CV2.0; IFC2x3 IGES Files (*.igs); Parasolids
Facilities management XMT Files (*.x*); ACIS SAT
Handover; IFC4 Files (*.sat); CGM Files
Technoloy Preview);COBie (*.cgm); STEP AP203/
Spreadsheet; IGES Files AP214 File (*.stp); STL Files
(*.igs); Parasolids XMT (*.stl); landXML File (*xml),
Files (*.x*); ACIS SAT image files. NUVEM DE
Files (*.sat); CGM Files PONTOS:Terrascan BIN (*.bin);
(*.cgm); STEP AP203/ Topcon CL3 (*.cl3); Faro FLS
AP214 File (*.stp); (*.fls); Faro FWS (*.fws); LAS
STL Files (*.stl); SVG; (*.las); Leica PTG (*.ptg); Leica
Luxology (*.lxo);Obj Files PTS (*.pts); Leica PTX (*.ptx);
(*.obj); FBX; SketchUp Riegl 3DD (*3. dd); Riegl
Files (*.skp); Google RXP (*.rxp); Riegl RSP (*.rsp);
Earth files (*.kml;*. kmz); ASCII Files (*.xyz); Optech
Collada; U3D (*.u3d); IXF (*.ixf); ASTM E57 (*.e57);
JT Files (*.jt); PDF 2D/ Pointools POD (*.pod); ASCII
3D, Adobe Photoshop Files (*.txt). SCRIPTS: Animator
(*.psd); Windows Media Script Files (*.msa); Microsoft
(WMV)(*.wmv); Word Project XML file (*.xml);
Perfect (WPG) (.wpg); Microsoft Project Exchange
Windowns AVI (*.avi); File (*.mpx); Delimited Text
Tag Image File Format File for Primavera v.3 (*.txt);
(*.tif); Targa (*.tga); Sun Schedule Files (*.xml; *.mpx;
Raster (*.rs); PostScript *.txt). BIBLIOTECAS DE
(*.eps); Portable Network COMPONENTES: Revit Files
Graphics (*.png); Apple (*.rfa); SketchUP (*.skp);
PICT (*.pct); JPEG CAD Files ( * .dgn;*.dwg;*.
(*.jpg); RLE (*.rle); RGB dxf); MicroStation Files (*.bxf;
(*.rgb); COT (*.cot); CIT *.paz;*.cel; *.bxc).
(*.cit); Image RGB (*.a);
Img (*.p) Cals Type 1
CCITT4 (*.cal). LumenRT,
SCRIPTS: Animator
Script Files (*.msa);
Microsoft Project XML file
(*.xml); Microsoft Project
Exchange File (*.mpx);
Schedule Files (*.xml;
*.mpx;). Excel (*.xls);
Text (*.txt); CSV (*.csv);
XML file (*.xml); i.model
(*.i.dgn; *.i-model);
RELUX; VISUAL;

2 AECOsimBuilding Modelagem, Documentação, Todos os Arquivos Todos os Arquivos Acima “CV2.0 “CV2.0-Struct
Designer - Structures Visualização e Análises de Acima + Arquivos de + Arquivos de Importação
Projetos Estruturais Exportação Estrutural: Estrutural: CIS/2; *.dat;
CIS/2; *.dat; STAAD. STAAD. Pro (*.std); OasysGSA
Pro (*.std); OasysGSA (*.gwb); ISM Repository *Revit
(*.gwb); ISM Repository Structures; TeklaStructures;
*RevitStructures; Dlubal; RAM; ProStuctures;
TeklaStructures; Dlubal; STAAD.
RAM; ProStuctures;
STAAD.
3 AECOsimBuilding Modelagem, Documentação Todos os Arquivos Acima Todos os Arquivos Acim CV2.0-MEP
Designer - MEP para Construçao, Visualização e
Análises de Projetos MEP

Fonte: CBIC, 2016.e para quem algum dia pretende implementar tal modelagem em seus projetos.

67
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

TQS
De origem brasileira, é um software específico para estruturas de concreto armado,
atende a todas as normas técnicas brasileiras vigentes oferecendo:

»» análise estrutural;

»» detalhamentos;

»» desenho dos elementos estruturais;

»» de modelagem 3D;

»» entre outros.

Este software é totalmente direcionado a engenheiros estruturais e projetistas e a demais


colaboradores que se envolvam com estruturas de concreto armado e protendido. O
software contém módulos especiais desenvolvidos para alvenaria estrutural e de
estruturas de concreto armado e pré-moldado, também há uma nuvem que realiza o
gerenciamento da execução de estruturas de concreto armado nas obras, o que, de modo
geral, garante a interoperabilidade das informações entre colaboradores e a realização
da obra e de fornecedores.

No Quadro 13, um resumo do software para melhor compreensão.

Quadro 13. TQS, breves informações sobre o software.

Produto Funcionalidade principal Formatos arquivos Formatos de Usuários mais típicos


gerados arquivo lidos
TQS Modelagem, estrutural, de amento, IFC, DXF, DWG, PDF, PDF3D, TQR, DXF, DWG, RTQ,TQS Engenheiros estruturais, consultores
de, desde documentação de TQS de estruturas, textos e desenhistas
estruturas reticulares em concreto de estrutura de concreto armado,
armado e protendido, , alvenaria entendido, dado e alvenaria
estrutural

Fonte: CBIC, 2016.

Synchro
Empresa com início em 2001, do Reino Unido, com representação no Brasil pela Verano,
possui soluções para planejamento e desenvolvimento de cronogramas 4D para serem
utilizados na modelagem BIM, este software tem a capacidade de associação de recursos
quanto à mão de obra e aos equipamentos materiais, entre outros.

68
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

Possui capacidade para modelagem 4D baseada na modelagem BIM, em que podemos


trabalhar com a associação das disciplinas como equipamentos, materiais, etc. É
possível, por meio dele, utilizar recursos como análise de risco e folgas durante o
planejamento. No Quadro 14, vemos as funcionalidades do programa Synchro.

Quadro 14. Synchro, breves informações sobre o software.

Produto Finalidade Formatos arquivos gerados Usuários mais típicos


principal
Synchro Planejamento BIM 4D Planejamento BIM 4D sequenciamento e interdependência Construtoras, engenheiros de planejamento,
de atividades, estudo de folgas e cálculo do caminho crítico, profissionais e consultores especializados em
análise de riscos, associação de recursos para as atividades, planejamento, logística e controle de obras.
animações, comparação de planejado X executado

Fonte: CBIC, 2016.

ARCHIBUS
Com sede em Boston, fornece soluções dentro da modelagem BIM, declara-se como uma
das melhores soluções de Enterprise Information Modeling, através do COBie interage
com as demais soluções em modelagem BIM com plugins para outros softwares. Todas
essas informações seguem para a modelagem BIM, interagem com dados financeiros e
corporativos, estes, como todos, são de acesso direto a todos os colaboradores envolvidos
no projeto. Assim, possibilita uma tomada de decisão de maneira mais clara e o projeto
e a empresa têm todas as informações integradas mediante painéis de situação caso
a caso, de forma clara e com toda a qualidade esperada. O conjunto de soluções e
informações é disposto em plataformas dos tipos móveis que geram uma facilidade de
acesso a elas, assim todos os processos passam a ser agilizados.

Há a possibilidade de uma gestão mais eficiente nas seguintes áreas:

Gestão para as propriedades e para as carteiras imobiliárias

»» Possibilidade de se realizar um cadastro imobiliário;

»» Gerenciamento para contrato e locação;

»» Análise de forma estratégica das finanças;

»» Análise e de certa forma previsão do portfólio imobiliário.

Gestão para orçamentos e para projetos

»» Gerenciamento da melhor forma dos projetos;

»» Gerenciamento da melhor forma dos orçamentos.

69
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

Gestão para os espaços

»» Realizar o inventário para ocupação, equipes e espaços;

»» Desempenhar de forma correta os layouts e edifícios;

»» Levantamento dos custos de ocupação;

»» Navegadores do tipo 2D e 3D.

Realizar reservas para espaços

»» Gerir as reservas de recursos e também de espaços;

»» Gerir os postos de trabalho compartilhados;

»» Integração com MS Outlook.

Gestão aliada a mudanças

»» Possíveis mudanças individuais quanto em grupo;

»» Realização de mudanças relacionadas a projeções.

Gestão para os ativos

»» Enterprise Asset Management (EAM);

»» Realização de inventário e de controle de garantia;

»» Realização de cálculo para possível depreciação;

»» Gerir os ativos.

Gestão para a manutenção

»» Realização de manutenção de maneira corretiva e preventiva;

»» Gerir conforme acordos de níveis de serviço;

»» Controlar os estoques tanto de peças quanto de ferramentas.

Gestão para os riscos

»» Realizar verificação das condições de risco;

»» Gerir os possíveis acidentes de trabalho;

»» Gestão de treinamentos.
70
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

Gestão para a sustentabilidade

»» Gerir as certificações como exemplo a Leed, entre outras;

»» Calcular a quantidade de carbono;

»» Controlar o meio ambiente;

»» Gerir os resíduos gerados.

Gestão para a energia

»» Gerir o gasto energia;

»» Realizar o mapeamento temático de consumo;

»» Tipologia de consumo.

No Quadro 15, vemos, de forma resumida, as informações sobre o Archibus.

Quadro 15. Informações resumidas sobre o Archibus.

Formatos
Formatos de Usuários mais
Produto Finalidade principal arquivos
arquivos lidos típicos
gerados
Archibus O Archibus é uma solução integrada para gestão imobiliária e Proprietários,
gerenciamento de instalações e ativos, capaz de gerir portfólios investidores,
imobiliários, engenharia e manutenção, postos de trabalho e operadores, gestores
infraestrutura de trabalho. A solução é muito abrangente e possui de manutenção e de
diversos módulos específicos para gestão de espaços, gerenciamento operação
de mudanças, de portfólio imobiliário, de orçamentos e de projetos,
gestão de riscos, manutenção predial, gerenciamento de ativos e
gestão de serviços de suporte

Fonte: CBIC, 2016.

IBM TRIRIGA
Esta é uma proposta apresentada pela IWMS – Integrated Workplace Management
System, capaz de realizar um sistema integrado de gerenciamento de ambiente de
trabalho.

Há a possibilidade de muitos módulos de trabalho, assim como o Archibus, que se


distribuem em várias possibilidades de frente de trabalho como:

Possíveis formas de se ocupar os espaços

»» Gerir de espaços;

71
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

»» Realizar os custos de áreas ocupadas;

»» Realizar a requisição de áreas;

»» Realizar o planejamento de forma estratégica;

»» Realizar o gerenciamento das possíveis mudanças;

»» Gerir por meio de CAD.

Gestão da manutenção

»» Possui uma central de atendimento;

»» Gerir os possíveis serviços;

»» Gerir as possíveis garantias;

»» Realizar a manutenção preventiva;

»» Realizar as inspeções prediais;

»» Realizar a segurança ou gerir as chaves de acesso;

»» Gerir os possíveis inventários;

»» Planejar os possíveis investimentos;

»» Planejar os possíveis recursos.

Gerenciamento de projetos

»» Gerir os programas;

»» Gerir os escopos;

»» Gerir os custos;

»» Gerir os recursos/fundos;

»» Gerir o tempo/cronograma;

»» Gerir a qualidade;

»» Gerir as possíveis permissões;

»» Gerir os fornecedores;

»» Gerir os suprimentos/compras.

72
IMPLANTAÇÃO DOBIM│ UNIDADE II

Gestão imobiliária

»» Gerir o portfólio de sites;

»» Realizar a seleção de sites;

»» Gerir as transações;

»» Administração de locações;

»» Gerir as contas a receber;

»» Realizar o processamento de pagamentos;

»» Gerir as requisições feitas pelos clientes.

Sustentabilidade (EHS – Environment, Health & Safety)

»» Realizar o controle de emissão de CO2;

»» Gerir os resíduos;

»» Realizar a verificação do consumo de água;

»» Realizar a verificação do consumo de energia;

»» Realizar o rastreamento de oportunidades;

»» Realizar a certificação do Leed/BREEAM;

»» Realizar a integração Energy Star.

Serviços compartilhados

»» Realizar as reservas de salas de reunião;

»» Realizar o hotdesking (hotelaria);

»» Realizar as reservas de equipamentos;

»» Realizar as reservas de veículos;

»» Realizar os serviços de buffet;

»» Gerir os visitantes.

73
UNIDADE II │ IMPLANTAÇÃO DOBIM

Podemos definir que a união entre os módulos de trabalho cria a possibilidade de se


gerenciar a totalidade dos dados compartilhados, de maneira eficaz e com qualidade.

Com o gerenciamento de todos os dados de maneira compartilhada, permitem-se que o


trabalho e que alguns processos sejam realizados com uma maior mobilidade, podendo
haver, ainda, o controle mais eficaz de:

»» diversas métricas;

»» documentos e também de relatórios;

»» scorecards;

»» realização de integrações de forma interna e externa.

No Quadro 16, observamos as informações sobre o IBM Tiriga.

Quadro 16. Informações resumidas sobre o IBM Tiriga.

Formatos Usuários mais


Formatos de
Produto Finalidade principal arquivos típicos
arquivos lidos
gerados
IBM Tiriga O IBM Tririga é uma solução de IWMS – Integrated Workplace Proprietários,
Management System ou sistema integrado de gerenciamento investidores,
de ambiente de trabalho. Possui vários módulos: Ocupação de operadores, gestores
espaços, Gestão da Manutenção, Gestão de Projetos, Gestão de manutenção e de
Imobiliária, Sustentabilidade e Serviços Compartilhados. operação

Fonte: CBIC, 2016. 

74
QUAIS DESAFIOS
PODEM SER UNIDADE III
ESPERADOS
Nesta unidade, analisaremos as responsabilidades e os direitos envolvendo o BIM
aplicado dentro do setor de construção civil.

CAPÍTULO 1
Direitos e responsabilidades envolvidas
na modelagem BIM
O setor da construção civil enfrenta, ainda, algumas questões legais e riscos quanto à
adoção da modelagem BIM que não foram resolvidos adequadamente mesmo quando
olhamos para o cenário exterior em que países já adotaram tal tecnologia há vários
anos.

Quando pensamos em questões contratuais e de ordem jurídica, no cenário atual do


Brasil, vemos quão incipiente é a adoção do BIM. Novamente, não há alternativa senão
a de utilizarmos referências de outros países, mesmo sendo poucas, mas úteis para que
consigamos construir uma lógica de raciocínio e estruturação.

É claro que devemos nos atentar que existem diferenças jurídicas entre Brasil e os
demais países pelo mundo, porém a essência e os fundamentos parecem válidos e,
portanto, podem colaborar, sendo como uma boa base de referência. Se tomarmos
como base o sistema legal em que a preservação dos direitos e a responsabilidades dos
indivíduos é normatizada, ele estaria em oposição aos fundamentos do BIM, os quais
pregam o esforço colaborativo da organização e de seus colaboradores. Justamente essa
preservação dos direitos da pessoa em contrapartida os benefícios de um esforço coletivo
na modelagem BIM acabam resultando em certa tensão entre a individualização e a
necessidade de promover colaboração de forma compartilhada por meio do modelo de
construção BIM. De maneira resumida, as questões relacionadas às responsabilidades
e aos direitos podem ser classificadas em três categorias distintas:

»» comercial;
»» técnica;
»» legal.

75
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

A relação entre a empresa e os engenheiros pode ter um grande nível de variação


dependendo sempre da experiência de cada empresa. Contudo, as empresas de
Engenharia dificilmente fornecem informações como lista de quantidade e serviços
para uma construtora, o que implica uma cobrança errada pelo fornecimento dessa
informação e, se ocorre algum problema, a exposição da empresa de engenharia a
riscos e a desgastes em relação à sua imagem e reputação. Com isso, as construtoras, na
maioria das vezes, fazem seus cálculos e extrações de quantidade mesmo tendo ciência
de que os engenheiros já realizaram essa tarefa e de que possuem essa informação,
vemos um trabalho duplicado desnecessariamente.

Compartilhar informações permite que a reutilização de dados seja possível por meio
de todo o ciclo de vida do projeto em questão. Investir na aquisição de softwares BIM
pode agregar um valor há um projeto que, no decorrer da obra, viabiliza-se mediante
processos, como planejamento do uso dos espaços, registros específicos para a gestão
de manutenção, rastreabilidade das alterações ao longo do ciclo de vida da edificação,
extração automática da quantidade de materiais a ser utilizada e serviços, entre outros.
Há, ainda, na utilização desses softwares a possibilidade de se aprimorar o conteúdo
a ser oferecido ao proprietário em forma de um manual digital, após a conclusão e a
entrega do projeto, o que facilita o trabalho dos gerentes de operação e de manutenção,
que podem executar suas tarefas com maior precisão e eficiência.

É sabido que os direitos de um projeto, mesmo após a conclusão da obra, continuam


sendo do arquiteto ou do engenheiro que o desenvolveu. Por meio do BIM, é possível o
fornecimento de diversas informações que podem ser úteis tanto para operações quanto
para manutenção da edificação em questão. Com isso, temos a noção de que é de grande
interesse tanto do proprietário quanto dos usuários continuar a utilizar e a desenvolver
um modelo BIM que tenha sido criado para viabilizar tal construção.

Atualmente, alguns contratos exigem que os arquitetos utilizem os modelos BIM,


justificam-se por muitas razões:

»» os proprietários creem estar recebendo por algo que já tem pago;

»» a facilidade para acessar dados e informações sobre o projeto que está em


desenvolvimento;

»» a utilização dessa ferramenta com propósito de operações e manutenções


da edificação construída durante todo o seu ciclo de vida.

Sendo esta última uma das mais citadas com o benefício da adoção de BIM para projetos
e construções de uma edificação. Porém, isso levanta algumas preocupações tanto

76
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

quanto à posse quanto à utilização do modelo o que pode acarretar responsabilidades


futuras para o seu criador.

O fluxo de informações que é viabilizado pelo BIM tem acarretado também em outras
preocupações, tais como de quem são as propriedades dos dados de um projeto. Vamos
exemplificar dois um especialista em projetos de instalações de ar condicionado detalha
um modelo a fim de resolver algum. cri dentro de um projeto, o mesmo pode querer
seus direitos sobre as soluções sobre os dados e informações utilizadas após o projeto
ser concluído, porém como de laje em BIM todo seu trabalho é compartilhado com
todos os demais colaboradores da equipe que é envolvida no desenvolvimento.

Esses detalhes específicos que foram inseridos pela especialista fazem parte agora do
modelo BIM que será utilizado também pelo proprietário do empreendimento sendo
assim estes dados podem acabar nas mãos de um concorrente após a obra ser concluída.
Podemos verificar que as maiorias das questões envolvendo BIM são direcionadas a
questão da propriedade dos modelos e sobre a utilização das informações Integradas
a ele. Quantas questões de propriedade intelectual que são Integradas dentro do
modelo as mesmas ainda não foram resolvidas ou equacionada adequadamente.
Dentro da modelagem o compartilhamento das informações de um projeto que está
em desenvolvimento é como camadas de propriedades de vários colaboradores que
estão sendo incorporadas pelos participantes do projeto ao modelo que está sendo
gerado ao final dos trabalhos. A grande questão é quanto a quem tem direitos autorais
e direitos sobre as soluções que estão sendo utilizadas num dado projeto que poderão
ser utilizadas em outros Empreendimentos. Podemos pensar mais adiante quanto à
Segredos comerciais ou a processos patenteados já que estes direitos de propriedade
confidencialidade podem ser totalmente comprometidos com a utilização deste tipo de
modelagem.

Riscos ao se utilizar modelagem BIM


Quando se utiliza a modelagem BIM alguns colaboradores vêm seu papel quanto ao
envolvimento e desenvolvimento dentro de uns projetos confundidos. Tendo em vista
que em um ambiente de trabalho colaborativo as responsabilidades podem se confundir.
Nos Estados Unidos eles pressupõem que o trabalho seja de forma menos colaborativas
e com uma clara delimitação das responsabilidades cabíveis a cada colaborador.

Temos que nos atentar que a medida que a modelagem BIM é mais utilizada os possíveis
riscos ficam mais comuns e precisão ser colocados de forma racional e com base em
benefícios para que cada parte envolvida não fique prejudicada.

77
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

É sabido que a prevalência do BIM irá criar uma modificação inevitável na maneira
como os projetos são concebidos como são desenvolvidos documentados publicados e
também construídos, porém a responsabilidade dos colaboradores que são membros das
equipes não irá mudar nunca. A exemplo temos que caso um projeto seja entregue em
modelo eletrônico 3D, impresso em 2D em nenhum momento esta mudança de entrega
possibilita a mudança de responsabilidade dentro do make-up. Portanto é crucial
entender a diferença entre a coordenação de um projeto e seu desenvolvimento. Quando
um coordenador organiza um modelo BIM é muito semelhante a utilização das antigas
mesa de luz onde se sobrepunham desenhos de arquitetura de estrutura de instalações
hidráulicas feitos em papéis vegetais, com isso fica claro a diferenciação e a valorização
das informações que são agregadas por cada diferente colaborador que compõem a
equipe que é responsável pelo desenvolvimento do projeto. Gerentes e coordenadores
de projetos com modelagem BIM precisão se consequência o compartilhamento de
modo fácil e a distribuição das informações do projeto caberá a eles e a forma de como
irão encorajar os seus colaboradores.

Os subempreiteiros serão ainda os responsáveis por transmitir e confirmar a sua


interpretação de como será realizado o projeto aos seus autores. Os mesmos também
coordenam o seu trabalho como sendo uma empresa subcontratada, porém tudo é
através de informações eletrônicas utilizando sempre arquivos compatíveis com os
utilizados nos desenvolvimentos já realizados.

Contratos e privacidade de terceiros


Temos que dentro de uma privacidade de um contrato o mesmo não pode impor
obrigações nem direitos a qualquer parte ou a gente exceto as questões envolvidas no
mesmo. Portanto podemos afirmar que dentre as partes que integram o contrato pode-
se abrir um processo a fim de valer em seus direitos ou exigir indenizações. Porém existe
uma grande lacuna problemática justamente por contratos regidos para benefício de
terceiros o que são incapazes de cumprir as obrigações das partes contratantes.

Quando se utiliza a modelagem BIM de maneira colaborativa ocorre a redução da


possibilidade de que um engenheiro possa dizer que existe falta de privacidade em um
contrato como exemplo um argumento jurídico de defesa. Eles devem estar cientes que
quando envolvidos em um projeto utilizando a modelagem BIM outros colaboradores
utilizaram estas informações geradas por eles e confiarão na precisão delas de maneira
comum a utilização da modelagem BIM fornece informações para que a construtora e
seus colaboradores utilizem as na execução de um projeto que resulta em uma edificação
ou instalação.

78
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

Por exemplo, caso algo dê errado numa execução a construtora poderia comprovar que
os danos ou prejuízos podem não ter sido causados por confiar nos dados presentes
no modelo BIM o que pode vir acarretar em ações contra os autores das mesmas
informações. Com isso temos que considerar nos contratos a possibilidade de incluir
uma cláusula de renúncia sobre possíveis danos ou as limitações de responsabilidades
que venham ser decorrentes de erros eventuais existentes nos modelos BIM.

Responsabilidades dos engenheiros e


arquitetos
No modelo atual temos que as práticas profissionais tanto de engenheiros quanto
arquitetos exigem que para cada projeto o mesmo seja licenciado e que no setor se
tornará o responsável técnico por aquele projeto ou obra. Também a exigência do
número de registro do profissional em todos os desenhos do projeto. Este tipo de
normatização faz sentido quando consideramos documentos e desenhos 2D impressos
em papel, já na modelagem BIM que garantem que diversos colaboradores tenham
acesso a esses projetos e os mesmos podem ser licenciados ou não, esta normatização
já não faz tanto sentido.

Em praticar veio a garantir que os profissionais licenciados e responsáveis por cada uma
das disciplinas no decorrer do desenvolvimento do projeto irão modificar ou acessar
um modelo digital compartilhado.

Ao contrário disto é cada vez mais comum que ocorridas decisões sobre um projeto
de algum elemento ou função as mesmas sejam passadas a colaboradores não
regulamentados como exemplo construtores ou fabricante. Portanto na modelagem
BIM não são todos colaboradores que são credenciados licenciados naquela tomada de
decisão como especificado definido por contrato.

Com isso nem todas tomadas de decisões ficam a cargo de responsáveis técnicos
geralmente entidades ligadas à construção ou até mesmo programas de computadores
que trabalham através de regras pré-definidas criadas pela organização e que não estão
sujeitas a lei de registro e com isso não ficam sujeitos assumir responsabilidades.

Caracterizando possíveis negligências na


aplicação da modelagem BIM
É possível se exigir de um colaborador por meio de contrato que dedique um nível
mínimo de cuidado para execução de qualquer ato que possa prejudicar algum terceiro.

79
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

Essa obrigação pode ser colocada como uma formalização de um contrato de sociedade
porque fica diretamente relacionado a responsabilidade do colaborador em relação
a outros de acordo com a posição ou função ocupada dentro de uma sociedade. O
engenheiro arquiteto tem o dever de prezar por serviços profissionais realizando com
cuidado e habilidade e ter a diligência razoável na aplicação dos seus conhecimentos
técnicos sendo que a falha ou a incapacidade da realização de uma destas tarefas é tida
como negligência.

Responsabilidade sobre o projeto versus


responsabilidade sobre a execução
A exemplo podemos citar casos que passam nos Estados Unidos onde você um construtor
em posse de projetos especificações do proprietário constrói uma estrutura e a mesma
não se apresenta da forma esperada o Construtor não pode ser responsabilidade
responsabilizado mas sim a responsabilidade de volta proprietário que pode então mover
uma ação contra o engenheiro ou arquiteto que ficou responsável pelo desenvolvimento
do projeto.

Costuma-se dizer uma garantia implícita do proprietário as garantias que são


estabelecidas dividem-se e. Primeiramente pressupõe-se que informações do projeto
são precisas; caso os projetos e especificações forem seguidos corretamente resultam
em uma construção adequada dentro do esperado e planejado. Quando utilizamos o
BIM devemos levar em consideração duas grandes questões que ainda precisam ser
debatidas:

»» Num primeiro momento durante o processo colaborativo levando-se


em conta o construtor, o mesmo fica isento da proteção contra erros de
projetos.

»» Já num segundo momento no caso de engenheiros e arquitetos que


projetam construção utilizando da modelagem BIM fica corrompido
a proteção tradicional contra a responsabilidades que são referentes a
utilização de métodos construtivos materiais e meios e formas como
foram utilizados pelos construtores.

Portanto o contrato de construção quando utilizado a modelagem BIM deve ser


vigorosamente verificado quanto aos papéis das partes e devidamente definido
mantendo assim um controle adequado do processo colaborativo. Não afirmando que
ocorrer a alteração da divisão de responsabilidade dos colaboradores envolvidos no
desenvolvimento do projeto, sim uma melhor aplicação dos mesmos de forma que não
brechas para possíveis erros.

80
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

Prejuízos dentro da aplicação da modelagem


BIM
Quando pensamos nas regras para o prejuízo econômico é outro fator muito contestado
entre construtores e profissionais de projeto. A lei exprime o conceito muito simples de
que um acusador só pode acionar a outra parte caso tenha um contrato com acusado.

A possibilidade de ser processar profissionais sem que haja um contrato gera um grande
impacto muito evidente nos projetos de construção onde as informações geralmente são
fornecidas por arquitetos, engenheiros, geólogos, agrimensores, etc. Com a utilização
da modelagem BIM onde o trabalho colaborativo existe o construtor fica favorecido
caso seja movida alguma ação contra o projetista com a finalidade de recuperação de
prejuízos de ordem econômica.

Implementação do BIM e questões jurídicas todos os profissionais envolvidos em um


processo construtivo utilizando A modelagem BIM devem se atentar que o BIM não
se resume apenas a um software, mas sim a um novo conceito de trabalho podendo
ser visualizado como uma decisão de negócio de estratégia e mudança. Uma das
principais recomendações quanto à implementação do BIM é iniciar sua utilização
somente para produção de documentação para uma construção de maneira que a
mesma se dê de forma rápida e precisa e a partir daí começar uma transição para a
realização de várias disciplinas que são utilizadas dentro de um projeto pronto um
roteiro de transição definido a partir de um. Deve ser aprimorado pela gestão da
organização quando pensamos na implementação do BIM. É fundamental que este
colaborador esteja motivado para realizar tal mudança após o roteiro de transição
um plano de implementação deve ser desenvolvido onde ocorrerá o início do projeto-
piloto. O treinamento dos colaboradores envolvidos na implementação é primordial é
extremamente necessário. Após a implementação se faz necessário realizar um manual
BIM que seja específico para empresa embasado nos colaboradores envolvidos no
projeto piloto.

Todo este processo descrito acima deve ser repetido em futuros projetos 1 a 1 até que
em sua totalidade todos estejam utilizando o BIM com isto um programa de melhorias
contínuas deverá ser realizado a fim de garantir a evolução dos processos de forma
aprimorada. Quando pensamos em um plano de implementação é de suma importância
a avaliação das habilidades e conhecimento dos colaboradores a fim de que seja
possível estabelecer metas objetivas e Claras. Uma dica muito importante é focar em
um determinado mercado da construção como, por exemplo, hospitais ou prédios antes
de se estender o atendimento a vários segmentos.

81
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

O manual BIM deve detalhar todos os procedimentos para cada tipo de trabalho e
condições específicas praticadas dentro da empresa é claro que estes procedimentos
não serão iguais para todos as empresas, mas criando estes templates facilitam a adoção
de padrões e contribui diretamente para eficiência de projetos futuros.

Com isto o manual e as templates poderão ser utilizados para treinamento dos
colaboradores que ficaram responsáveis pela transição dos futuros projetos bem como
o treinamento de novos colaboradores.

Quando se implementa o BIM, fica previsível que alguns colaboradores como


construtores, por exemplo, possam se sentir motivados a expandir os seus serviços:

»» passar a fornecer também estudo de viabilidade, programação e


planejamento;

»» estimativas de custo de projetos executivos;

»» serviços de pré-construção;

»» revendendo os dados de um modelo para ações de marketing;

»» coordenação de modelos, gestão de operações, entre outros.

A implementação do BIM poderá beneficiar:

»» a entrega de valor na realização da atividade principal;

»» beneficiários do processo de comunicação com o cliente, consultor,


construtores e subempreiteiro;

»» aumento dos serviços que oferecem aos clientes;

»» aumento da receita líquida;

»» maior rapidez nos fluxos de trabalho.

O processo de trabalho evolui conforme as informações são compartilhadas e, assim,


podem ocorrer novas possibilidades. À medida que as interações do desenvolvimento do
projeto são compartilhadas, a coordenação dele e a detecção de interferências são feitas
de forma rápida e precisa por meio dos engenheiros e subempreiteiros especializados.

Com a programação, as estimativas dos custos reais podem ser desenvolvidas e revistas,
garantindo, assim, construções com qualidade, menores erros, menor geração de
resíduos e um prazo mais curto.

82
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

Direitos e responsabilidades dentro da


modelagem BIM
Quando pensamos em uma situação ideal na área jurídica, costuma-se sempre ficar do
lado das empresas incorporadoras e construtoras. A área jurídica deveria ser incluída e
participar dos projetos de implementação dos mesmos, assim compreenderiam as reais
mudanças provocadas pela utilização da nova tecnologia acompanhando na prática
desde oprojeto piloto com as considerações já realizadas.

É possível, de forma resumida, indicar os principais comparativo entre as


responsabilidades na construção levando em consideração os processos
tradicionaisembasado apenas em documentos 2D e os direitos e responsabilidades
em processos baseados em modelagem BIM.

Documentos ainda são importantes mesmo com a utilização do BIM fa documentação


necessária e legal é necessária com a finalidade de orientar as equipes de obra durante
toda a fase da construção. Até mesmo empresas que já utilizam o BIM a muito tempo,
estipulam a convivência da modelag BIM com desses documentos comprobatórios
como por exemplo de corpo de bombeiro ou desenhos assinados e carimbados pelos
órgãos controladores que ainda são imprescindíveis mesmo para empresas que já
dominam a modelagem BIM.

Projeto conceitual, executivo


De acordo com a decisão normativa no 106, cabe ao sistema CREA/CONFEA a definição
de todas as áreas de atuações e as atribuições e atividades do profissional a eles vinculado,
não possuindo qualquer efeito legal resoluções e normas editadas e ou divulgadas por
outros conselhos de fiscalização profissional e operacionais abrangidos pela pelas áreas
de atuação e atribuições dos profissionais da Engenharia e Agronomia.

De acordo como Decreto-Lei no 2.300 (1986), determina, em seu artigo 6o, que “as
obras e os serviços só podem ser licitados quando houver Projeto Básico aprovado pela
autoridade competente”

No mesmo diploma legal, determina, em seu artigo 5o, inciso VII, o projeto básico como
sendo:

“o conjunto de elementos que defina a obra ou serviço, ou o complexo


de obras ou serviços objeto da licitação, e que possibilite a estimativa de
seu custo final e prazo de execução”

83
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

De acordo com os dispositivos acima citados, determina que:

Art. 1o - O Projeto Básico é o conjunto de elementos que define a


obra, o serviço ou o complexo de obras e serviços que compõem o
empreendimento, de tal modo que suas características básicas e seu
desempenho almejado estejam perfeitamente definidos, possibilitando
a estimativa de seu custo e seu prazo de execução.

Art. 2o - O Projeto Básico é uma fase perfeitamente definida de um


conjunto mais abrangente de estudos e projetos, precedido por estudos
preliminares, anteprojeto, estudos de viabilidade técnica, econômica
e avaliação de impacto ambiental, e sucedido pela fase de projeto
executivo ou detalhamento.

§ 1o - As fases do projeto citadas neste Artigo podem ou não ser objeto


de um único contrato, em função do porte da obra.

§ 2o - A qualidade do projeto deverá ser assegurada em cada uma das


fases, bem como a responsabilidade técnica de seus autores.

Art. 3o - As principais características de um Projeto Básico são:

a. desenvolvimento da alternativa escolhida como sendo viável, técnica,


econômica e ambientalmente, e que atenda aos critérios de conveniência
de seu proprietário e da sociedade;

b. fornecer uma visão global da obra e identificar seus elementos


constituintes de forma precisa;

c. especificar o desempenho esperado da obra;

d. adotar soluções técnicas, quer para conjunto, quer para suas partes,
devendo ser suportadas por memórias de cálculo e de acordo com
critérios de projeto pré-estabelecidos de modo a evitar e/ou minimizar
reformulações e/ou ajustes acentuados, durante sua fase de execução;

e. identificar e especificar, sem omissões, os tipos de serviços a executar,


os materiais e equipamentos a incorporar à obra;

f. definir as quantidades e os custos de serviços e fornecimentos com


precisão compatível com o tipo e porte da obra, de tal forma a ensejar a
determinação do custo global da obra com precisão de mais ou menos
15% (quinze por cento);

84
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

g. fornecer subsídios suficientes para a montagem do plano de gestão


da obra;

h. considerar, para uma boa execução, métodos construtivos compatíveis e


adequados ao porte da obra;

i. detalhar os programas ambientais, compativelmente com o porte da obra, de


modo a assegurar sua implementação de forma harmônica com os interesses
regionais.

Documentação das responsabilidades


técnicas para utilização da modelagem BIM
Quando um acidente durante o projeto ocorre, verificamos a real importância de se
especificar as responsabilidades sobre o projeto. Temos de ter em mente que quando
um acidente ocorre em uma edificação seja ele de qualquer grau, sempre caberá a
responsabilidade do mesmo alguém. Temos ciência que com a utilização do BIM um
número maior de colaboradores estará envolvidos desde o início do projeto conceitual
porém não é correto afirmar que o mesmo possa ser extinto de falhas que gerem
acidentes ou não conformidades.

Com a utilização do BIM temos uma melhora nos processos do projeto, de seu
planejamento, no controle da obra em si, porém sempre embaçado e com pensamento
de que métodos eficazes de engenharia arquitetura embasados em análises de risco e
controle sejam realizados e cumpridos.

Outro fator importante que devemos levar em consideração que com a utilização do
BIM todos os documentos do projeto executivo são automaticamente gerados como
plantas cortes detalhes e seta, porém ocorre a necessidade de se preencher os dados
sobre a identificação do possível responsável e após o preenchimento a impressão do
mesmo para que se recolham as assinaturas devidas.

Portanto, podemos concluir que tanto no processo realizado com BIM quanto em
documentos 2D é preciso haver uma rígida disciplina e controle para que diferentes
responsabilidades sejam documentadas e evidenciados de acordo com o que pede a lei.
Com isso definimos que todo e qualquer documento deve ter os carimbos dos autores
revisores e aprovadores de acordo com cada disciplina concretizando e documentando
assim as responsabilidades dos envolvidos.

Concluímos, então, que ainda continua com total importância a definição de quem
é o proprietário da edificação e quais os responsáveis técnicos por cada projeto das

85
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

diferentes disciplinas e de quem também se recolhe anotação de responsabilidade


técnica para todos.

Atualmente nos projetos legais ocorre a necessidade de carimbos que identifiquem


os órgãos controladores além da identificação dos principais envolvidos e de suas
respectivas assinaturas. O clássico controle das versões dos arquivos mesmo sendo
gerados a partir de modelo BIM também são uma forma de controle e devem ser
guardados.

Controle de arquivos
Sendo o sistema de Gestão Eletrônica de Documentos (GED) utilizado ou não, os
colaboradores que participam do desenvolvimento de um projeto BIM são responsáveis
por registrar e controlar os arquivos entregues. Arquivos devem ser armazenados
como comprobatórios antes de serem compartilhados na rede, para se garantir a
responsabilidade de um arquivo, caso revisões ou alterações sejam necessárias, apenas
o profissional responsável pode realizar.

Como exemplo, no caso de uma alteração de uma viga em um projeto estrutural, esta
deve ser realizada pelo engenheiro estrutural responsável.

No caso da participação, de mais colaboradores para o desenvolvimento de uma mesma


disciplina, por exemplo: quatro pessoas responsáveis pelo projeto estrutural, apenas
uma delas é o profissional responsável técnico, todas devem ter acesso a possíveis
alterações e trabalhar de forma colaborativa interagindo com as demais equipes para
seguir um protocolo de entrega de informações a fim de que todos os colaboradores
tenham acesso às revisões e sigam com seus modelos de trabalho.

Direitos autorais
No Brasil, de acordo com a Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1988, reconhece-se que são
obras protegidas, entre outros projetos, textos científicos, desenhos, cartas geográficas,
esboços, relativos à geografia e à engenharia em seus vários ramos, já obras intelectuais
são criações de espírito expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte
conhecido ou que se invente no futuro.

Essa mesma lei gerou a divisão de registrar autoria de obras intelectuais entre alguns
órgãos nacionais, no caso da engenharia, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
se apresenta como um desses poucos órgãos autorizados e legalmente registrados para
operar o registro do direito autoral.
86
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

Quando o colaborador de uma equipe trabalhando na plataforma BIM detiver


informações próprias e que pretende utilizar no projeto em desenvolvimento, deverá
entrar em contato com o gerente BIM com antecedência para verificar a possibilidade
de compartilhá-las.

Tais informações ficam a cargo do gerente BIM e o detentor das informações, sendo que
a compartilhação ou não de informações pode ser exposta através de um resultado de
análise de risco específico para cada caso.

87
CAPÍTULO 2
Critérios de avaliação para
modelagem BIM

Nos projetos convencionais embasadas em documentos 2D desenhos plantas


cortes vistas detalhes etc. o setor da construção civil costuma contratar serviços
de desenvolvimento para projetos conforme as pranchas de desenho produzidas
entregues.

Já em processos baseados em modelagens com BIM toda a documentação é realizada


através de modelos afinal é através deles que os modelos são realizados os colaboradores
realizarem trabalho, ajustando as fórmulas para se estabelecer critérios de avaliação
do Progresso do desenvolvimento do modelo BIM se faz necessário realizar um
detalhamento é um escopo e se considerar o modelo de contrato realizado.

Quando dentro do contrato existem várias fases de desenvolvimento de um mesmo


empreendimento em BIM, portanto o projeto conceitual, projeto e projeto executivo
esta avaliação pode ser realizada nos diferentes níveis de LOD – Level of Development
para cada disciplina presente em projeto.

É de suma importância também levar em consideração as principais atividades que


são previstas no escopo do desenvolvimento do projeto dentro da modelagem de um
para cada disciplina contratada. Os manuais de escopo são uma ótima referência para
definição e detalhamento da contratação de diversas disciplinas. A fim de se controlar
e medir os avanços e Progressos das modelagens em BIM não se faz necessário um
grande detalhamento, mas sim considerar as atividades mais agregadas. Portanto no
caso da arquitetura uma lista de atividades para controle de progressão dos pagamentos
poderia ser:

»» ajustar os padrões da documentação;

»» ajustar os padrões para extração de quantidades;

»» separar e organizar objetos que irão ser usados nas modelagens;

»» modelagem dos ambientes previstos no programa;

»» realização da modelagem das aberturas;

»» realização da modelagem com as especificações de revestimentos;

88
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

»» realização da modelagem com as especificações de forros;

»» realização da modelagem com as especificações de pontos de luz e


tomadas;

»» realização da modelagem com as especificações de louças, bancadas e


metais;

»» realização da modelagem com as especificações de fachadas;

»» realização da modelagem com as especificações das áreas externas;

»» coordenação de arquitetura x arquitetura;

»» documentação (plantas, cortes, vistas, detalhes);

»» extração de quantidades de materiais e serviços.

Tanto contratante quanto contratado poderiam acordar pesos de forma percentual


para cada uma dessas atividades listadas acima e utilizá-los para calcular seus valores
em percentagem em relação ao total do contrato.

Após estabelecido os pesos de cada atividade e realizando a divisão pelo tempo


estipulado para o desenvolvimento de cada trabalho seria então possível a construção
de um cronograma físico-financeiro.

No Quadro 17, temos um cronograma físico-financeiro de uma obra.

Quadro 17. Cronograma físico-financeiro de uma obra.

ARQUITETURA
Área da Quant Área Área Peso 2000 2000 6000 20000 10000
edificação total Ajustes dos Separação e Modelagem Modelagens e
Ajustes dos
padrões da padrões de organização dos especificações
documentação extração de dos Objetos ambientes de aberturas
quantidades BIM p/ previstos no (portas,
quantidades programa janelas, etc.)
Pavimento
16 1500 24000 0,7921 4,7525 15,8416 7,9208
Tipo
Térreo 1 2400 2400 0,7921 0,4752 1,5842 0,7921
20000 20000
Subsolo 1 2400 2400 0,7921 0,4752 1,5842 0,7921
Cobertura 1 1380 1380 0,0455 0,2733 0,9109 0,4554
Ártico 1 120 120 0,0040 0,0238 0,0792 0,0396
Total 30300 1,0000 20000 20000 60000 200000 100000

Fonte: CBIC, 2016.

89
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

De acordo com CBIC (2016), essa mesma metodologia deve ser empregada a todas as
disciplinas que fazem parte do projeto. Podemos exemplificar também a disciplina de
instalações de água fria da seguinte maneira, seguindo estes passos:

»» dimensionamento e cálculos;

»» especificações;

»» ajuste dos padrões da documentação (carimbos, layers, linhas, fontes,


etc.);

»» ajuste dos padrões de extração de quantidades;

»» separação e organização dos objetos BIM que serão utilizados nas


modelagens;

»» modelagem e especificação dos ramais de distribuição/alimentação dos


pontos;

»» modelagem e especificação das prumadas;

»» modelagem e especificações dos reservatórios;

»» modelagem e especificações das bombas e barriletes;

»» modelagem e especificações das entradas, alimentações e medições;

»» coordenação de instalações de água fria x instalações de água fria;

»» documentação (plantas, cortes, vistas, detalhes);

»» extração de quantidades de materiais e serviços.

Construction Operation Building Information


Exchange – COBie
Quando estamos chegando ao fim de uma obra, é fundamental que ocorra uma
organização dos documentos gerados ao investidor ou ao proprietário da edificação. A
seguir, são listados os documentos necessários para serem entregues:

»» memorial descritivo;

»» projeto executivo;

»» projeto aprovado;
90
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

»» alvarás como vistoria do corpo de bombeiro, o habite-se;

»» manuais referentes a equipamentos que foram instalados;

»» notas fiscais, entre outros.

Em um projeto, todo conjunto tem informações a serem entregues que


consequentementegeram um significativo volume de papel, o que acarreta uma
dificuldade de organização para quem vai recebê-los.

Por volta de 2005, umformato de dados padronizado intitulado de COBie foi criado nos
Estados Unidos por meio de dois órgãos públicos, através destes é possível organizar
um subgrupo de informações não geométricas relacionadas à manutenção da edificação
e sua operação. Esse formato recebeu o nome de COBie, ele está diretamente ligado ao
BIM e segue o mesmo padrão de abordagem, construção e gestão.

Podemos afirmar que COBie é um formato padronizado de dados que realiza o


armazenamento de um conjunto mínimo de informações que definem o gerenciamento
de um projeto, mesmo entregue aos proprietários e investidores do empreendimento,
contém também as informações sobre a manutenção e operações dentro de uma
edificação construída.

Essas especificações vão sendo apresentadas à medida que se desenvolvem o projeto e


as fases da edificação. O engenheiro estrutural registra no formato COBie um resumo
dos memoriais de cálculo. Esses dados poderão ser utilizados futuramente caso o
proprietário investidor deseje realizar uma reforma ou mudanças nas estruturas da
edificação.

As especificações dentro do COBie servem para registro de todas as informações úteis


para serem utilizadas futuramente incluindo os responsáveis pelo registro delas.

Na conclusão da obra, um arquivo contendo todas as informações que foram registradas


pelos colaboradores técnicos será entregue ao investidor ou ao proprietário, este
possuirá um valioso recurso para gerir a edificação de forma eficaz. Esse formato
COBie tem sido utilizado e incorporado em muitos softwares de projeto de construção,
manutenção e gestão de ativos. Em seguida, são apresentados alguns softwares que já
utilizam o COBie.

Softwares para planejamento:

»» DRofus – dRofus;

»» Onuma – OnumaSystem.

91
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

Softwares de projeto:

»» AutoDesk – Revit 2014

»» Bentley Systems – AECOsim Building Designer (beta)

»» DDS – DDSCADD 2009

»» Graphisoft – ArchiCAD 17

»» Nametscheck – Vectorworks

Softwares de construção:

»» 4Projects – 4BIM

»» Asite – cBIM

»» Chinook Systems – Quicx

»» CxAlloy – CxAlloy TQ

»» EcoDomus – EcoDomus

»» Facility – Grid Inquire

»» LATISTA – LATISTA Field

»» Onuma – Onuma System

»» VELA – VELA Softwar

Softwares de construção de componentes de ar-condicionado

»» East Coast CADD/ CAM - Fabrication for AutoCAD MEP 5.1

Softwares de gestão de manutenção e operação

»» ARCHIBUS - ARCHIBUS 20.1

»» AssetWORKSAiM 6.3

»» Bentley BentleyFacilities

»» EagleCMMSProteus MMX

»» FaMEFaME

92
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

»» FM: Systems FM: Interract 8.0.2


»» Granlund RYHTI
»» IBM MAXIMO EAM 7.5.0 test, 7.1.18+ support
»» MicroMainMicroMain
»» Onuma – Onuma Systems
»» Planon – Planon Enterprise Talk
»» Project BluePrint Code Book & Room Data
»» SMB Morada
»» TMA Systems Web TMA 4.3.5
»» VizeliaFacility Online (PPT)
Podemos afirmar que o COBie possui vários níveis de informações sobre as disciplinas
que estão presentes no projeto em questão como os desenhos, projetos legais,
equipamentos, etc. A Figura 17 expõe os diferentes grupos que o COBie cobre e apresenta
dois novos conceitos também utilizados por ele.

Figura 17. Grupos de informações que são apresentados no COBie.

Ambientes, sistemas e
funções

Agentes que utilizam


informações

Pré-obra Obra Pós-obra

Projeto Construção Operação

Agentes que produzem


informações
Dados de produtos
Documentação as-built
Etiquetas e números de série
Garantias e peças de reposição

Informações adicionadas pelo construtor


fabricantes, n. série, data de instalação
programação de atividades de manutenção
dados do comissionamento

Fonte: CBIC, 2016.

93
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

Durante as fases do projeto, as principais de seu ciclo são coletadas e armazenadas,


como podemos verificar nas Figuras 18 e 19 abaixo.

Figura 18. Quem produz e quem utiliza os dados armazenados no COBie.

Ambientes, sistemas e
funções

Agentes que utilizam


informações

Pré-obra Obra Pós-obra

Projeto Construção Operação

Agentes que produzem


informações
Dados de produtos
Documentação as-built
Etiquetas e números de série
Garantias e peças de reposição

Informações adicionadas pelo construtor


fabricantes, n. série, data de instalação
programação de atividades de manutenção
dados do comissionamento

Fonte: CBIC, 2016.

Figura 19. Exemplo de algumas informações que são armazenadas o COBie.

• CRITÉRIOS DO CLIENTE • CLASSIFICAÇÃO (CÓDIGOS PADRONIZADOS?) • REQUISITOS DE INSTALAÇÕES •


REQUISITOS DE AMBIENTES • REQUISITOS DE EQUIPAMENTOS
Programação

• FOLHAS DE DADOS DOS AMBIENTES • PROGRAMAÇÃO DE EQUIPAMENTOS VINCULAR O PAGAMENTO DOS


INSTALADORES À ENTREGA DOS ARQUIVOS COBIE APÓS A CONCLUSÃO DOS TRABALHOS. PARA OS
INSTALADORES SERÁ BEM MAIS FÁCIL FAZER A LEITURA E O REGISTRO DOS NÚMEROS DE SÉRIE DOS
EQUIPAMENTOS NO MOMENTO DA INSTALAÇÃO.• REQUISITOS DE EQUIPAMENTOS • LOCALIZAÇÃO DE
Projeto EQUIPAMENTOS • DEFINIÇÃO DE SISTEMAS

• REGISTRO DA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS PARA APROVAÇÃO • DOCUMENTOS APROVATIVOS •


PROPRIEDADES DE PRODUTOS • DATAS DE INSTALAÇÃO • NÚMEROS DE SÉRIE • DATA DE INÍCIO DA
GARANTIA • NÚMERO DE ETIQUETAS • NUMERAÇÃO DOS AMBIENTES • MANUAIS DE OPERAÇÃO E
Construção MANUTENCÃO • PEÇAS DE REPOSIÇÃO

• EQUIPAMENTOS FORNECIDOS • MANUTENÇÕES EM ANDAMENTO • PROGRAMA DE MANUTENÇÃO


GARANTIA • TERMOS DAS GARANTIAS • PEÇAS DE REPOSIÇÃO • INFORMAÇÕES DA OPERAÇÃO REAL
Operação

VINCULAR O PAGAMENTO DOS INSTALADORES À ENTREGA DOS ARQUIVOS COBIE APÓS A CONCLUSÃO DOS TRABALHOS. PARA
OS INSTALADORES SERÁ BEM MAIS FÁCIL FAZER A LEITURA E O REGISTRO DOS NÚMEROS DE SÉRIE DOS EQUIPAMENTOS NO
MOMENTO DA INSTALAÇÃO.DE EQUIPAMENTOS • LOCALIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS • DEFINIÇÃO DE SISTEMAS

Fonte: CBIC, 2016.

94
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

Quando estamos na fase inicial de um projeto, espaços horizontais e verticais são


definidos seguindo sempre o que é exigido pelos proprietários a partir da listagem da
edificação as instalação previstas para acontecer na edificação são então inseridas no
COBie. Dentro do projeto da edificação, geralmente os ambientes são identificados
ou com números ou por nome, das áreas externas identificadas pela função como
estacionamento, por exemplo, essa identificação é uma informação muito importante
para os gerentes de ativos, já que ela é uma das primeiras informações a serem inseridas
no COB de maneira que se possa organizar e captar informações e futuramente
compartilhá-las.

Por definição temos:

»» ambientes: são organizados de acordo com a sua localização e função,


dentro da edificação, são organizados por sistema e tipos.

»» sistema: são processos que fornecem algum tipo de serviço dentro da


edificação, como proteção contra fogo, ar-condicionado, etc.

»» conexões: são aglomerados de dados COBie cuja função é especificar as


conexões entre equipamentos. Este auxilia o projetista para detalhar em
algumas partes que são necessárias.

»» fase inicial da instalação de produtos: no decorrer da instalação de


produtos e de materiais, fabricantes e modelos podem ser verificados e
documentados nos dados de componentes. Se, porventura, algum nome
de ambiente foi mudado, os responsáveis deverão atualizar as etiquetas,
caso seja diferente do projeto original.

»» comissionamento fase final: nada mais é do que o desenvolvimento


do plano de manutenção de forma preventiva ou programada. A partir da
garantia de muitos benefícios, o formato COBie tem sido muito utilizado
por vários gestores, no Brasil ainda não se tem notícia da sua utilização.

95
CAPÍTULO 3
Considerações finais

Quando a empresa decide adotar o BIM, ela tem de ter em mente que traçará uma
trajetória evolutiva qual chamamos de pré-BIM até alcançar o BIM integrado. De
acordo com Succar (2016) existem dois estágios que separam projeto integrado que são
os estágios de modelagem onde a ênfase é para os objetos estágio da colaboração onde
é imposição para os modelos e o mesmo ainda definiu uma fase que chamou de posse
BIM na Figura 20 abaixo podemos visualizar melhor a etapa pré-BIM e de modelagem.

Figura 20. Estágios da aplicação e estruturação da modelagem BIM.

Modelagem baseada Colaboração baseada Integração baseada


Pré-BIM em objetos em modelos em redes
Pós-BIM

Fonte: Succar, 2016.

Conforme Succar (2016), os estágios da modelagem BIM se resumem a:

Anterior implementação do BIM:

Empresas realizam os projetos em esboços feitos à mão e em desenhos baseados e


auxiliados por computadores.

Início com a utilização da modelagem BIM:

Empresas começam a realizar modelagem e utilização de softwares para disciplinas


esporádicas. Os principais documentos gerados e entregues são os 2D gerados a partir
de modelos preexistentes, afinal ainda não ocorre a troca de informação entre as
disciplinas.

Na Figura 21, podemos verificar o pré-BIM e a modelagem a partir de objetos


predefinidos.

96
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

Figura 21. Modelagem de objetos pré-definidos no pré BIM.

Modelagem baseada
Pré BIM
em objetos

Desenho Cinco tipos de


CAD 2D entregáveis baseados
feito a mão
em modelos

Fonte: Succar, 2016.

Temos, no segundo estágio, os colaboradores participando de forma colaborativa entre


si em um mesmo desenvolvimento de projeto.

As trocas de informações são realizadas por meio de formatos proprietários e diferentes


disciplinas através da ferramenta IFC, sendo baseada em trocas de arquivos e realizada
uma a uma. Nesse contexto, temos colaboradores trabalhando de forma isolada e
realizando diferentes fluxos de trabalho.

É nesse estágio que são realizados e compartilhados de maneira colaborativa modelos


BIM que são agregados ao sistema durante todo o ciclo do projeto. O cruzamento de
informações ocorre por intermédio dos servidores.

No estágio 3, toda a modelagem ocorre de forma multidisciplinar, possibilitando, assim,


a realização de análises mais criteriosas, mesmo no começo de uma obra, o que possibilita
aqui a criação de uma construção virtual, ou VDC, em que ocorre a possibilidade de
se verificar a edificação através do computador, levando em consideração todos os
equipamentos e elementos que não serão incorporados definitivamente à edificação.
Entretanto, são utilizados durante todo o processo de construção. Ocorre, nesse estágio,
uma integração entre as tecnologias, o que permite maior cobertura de todo o ciclo de
vida do empreendimento, alcançando, assim, não somente o projeto e sua construção,
mas, sim, todo o processo de simulação de operações e manutenções.

97
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

Succar (2016) criou o que definimos de Matrix de Maturidade, nela é apresentada, de


maneira sequencial, toda a síntese dos principais fatores que interferem na implantação
do BIM, no Quadro 18 a seguir podemos verificá-la.

Quadro 18. Matrix de maturidade de acordo com Succar (2016)

A b c d e
Áreas-chave de
DEFINIDO (máx. GERENCIADO (máx. INTEGRADO OTIMIZADO
maturidade - G1 INICIAL (pts. 0)
pts. 10) pts. 30) (máx. pts. 30) (máx. pts. 40)
O uso de softwares O uso e a A seleção e o A seleção e a A seleção e o uso
não é monitorado introdução de uso de softwares implementação de ferramentas
nem regulamentado. softwares são são gerenciados de softwares de software são
Os modelos 3D unificados dentro da e controlados de seguem os continuamente
são utilizados organização ou das acordo com o tipo de objetivos revistos para
principalmente para equipes de projeto. entregáveis definidos. estratégicos aumentar a
gerar representações Os modelos 3D são Os modelos BIM são da empresa, e produtividade
precisas em 2D. produzidos para bases para as vistas não somente e alinhar com
O uso de dados, o gerar entregáveis 3D, representações os requisitos os objetivos
armazenamento e em 2D, bem 2D, quantificações, operacionais. estratégicos.
as trocas não são como em 3D. O especificações e O processo de Os entregáveis
PROCESSOS BASEADOS NO CONJUNTO DE CAPACIDADES V5.0

definidos dentro das uso de dados, o estudos analíticos. modelagem e do processo de


organizações ou das armazenamento e O uso de dados, seus entregáveis modelagem BIM
equipes de projeto. as trocas são bem o armazenamento são bem são otimizados
As trocas sofrem de definidos dentro da e as trocas são sincronizados e revisados
Software:
uma grande falta de organização e das monitoradas e através dos ciclicamente para
aplicações,
interoperabilidade. equipes de projeto. controlados. O projetos e se beneficiarem
entregáveis e dado
A interoperabilidade fluxo de dados é firmemente de novas
é definida e documentado e integrados com funcionalidades
priorizada. bem gerenciado. A os processos dos softwares e
interoperabilidade do negócio. O suas extensões
é obrigatória e uso de dados disponíveis. Todos
monitorada de perto. interoperáveis, o os assuntos
armazenamento relacionados ao
e as trocas são armazenamento, uso
regulamentados e e troca de dados
executados como interoperáveis são
parte global da documentados,
organização ou controlados,
como estratégia refletidos e
de uma equipe proativamente
de projetos reforçados.

pontos pontos pontos pontos pontos

As especificações Existe uma estratégia As implantações Os equipamentos


dos equipamentos estabelecida de equipamentos existentes e as
Os equipamentos - apropriadas para documentar, são tratadas soluções inovadoras
para uso do BIM para a entrega do gerenciar e manter o como são continuamente
são inadequados; produtos e serviços equipamento para uso viabilizadoras testadas, atualizadas
as especificações em BIM são do BIM.O investimento do BIM. O e implantadas. O
técnicas existentes definidas, orçadas em hardware é investimento em hardware torna-se
Hardware: são muito baixas e normalizadas em bem orientado equipamentos parte da vantagem
equipamento, para a organização. toda a organização. para melhorar a é integrado competitiva da
entregáveis, A troca ou As atualizações mobilidade do pessoal firmemente organização ou da
localização atualização dos e substituições (quando necessário) com os planos equipe do projeto.
mobilidade equipamentos são de hardware são e aumentar a financeiros, as
tratadas como itens itens de custo bem produtividade do BIM. estratégias de
de custo e realizadas definidos. negócios e com
apenas quando são os objetivos de
inevitáveis. desempenho

pontos pontos pontos pontos pontos

98
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

Rede: soluções, As soluções de rede As soluções para As soluções de As soluções de As soluções de rede
entregáveis e são inexistentes compartilhamento rede para a coleta, rede permitem são continuamente
segurança e ou provisórias. de informações e o armazenamento e múltiplas facetas avaliadas e
controle de acesso
Indivíduos, controle de acesso o compartilhamento do processo BIM substituídas pelas
organizações (único são identificadas do conhecimento para ser integrado últimas inovações
local / dispersos) e dentro e entre dentro e entre as através do testadas. As redes
equipes de projeto organizações. No organizações são compartilhamento facilitam a aquisição
usam qualquer projeto, as partes geridos através de em tempo de conhecimento, o
ferramenta para se identificam as suas plataformas comuns. real de dados, armazenamento e
encontrar, comunicar necessidades de As ferramentas de informações e o compartilhamento
e compartilhar compartilhamento gerenciamento de conhecimento. entre todas as
dados. As partes de dados/ conteúdo e de ativos As soluções partes interessadas.
interessadas não têm informações. As são implantadas para incluem redes/ A otimização
a infraestrutura de organizações regular os dados portais de projeto dos canais de
rede necessária para e as equipes através de conexões específicos dados, processos
coletar, armazenar são conectadas de banda larga. que permitem e comunicações
e compartilhar por meio de o intercâmbio integradas é rígida
conhecimento. conexões de banda de dados
relativamente baixas. intensivos (troca
interoperável)
entre as partes
interessadas.
pontos pontos pontos pontos pontos

Recursos: O ambiente de As ferramentas de O ambiente de Os fatores Os fatores físicos


Infraestrutura Física trabalho não é trabalho, o ambiente trabalho é controlado, ambientais no local de trabalho
e de Conhecimento reconhecido como e o local de trabalho modificado e internos e são revisados para
fator de satisfação são identificadas seus critérios externos são garantir a satisfação
pessoal ou pode como fatores que são gerenciados integrados em pessoal e um
não ser favorável afetam a motivação para aumentar estratégias de ambiente propício
à produtividade.
à produtividade. e a produtividade. a produtividade, desempenho. O As estruturas de
O conhecimento O conhecimento a satisfação e a conhecimento conhecimento
não é reconhecido é reconhecido motivação do pessoal. é integrado responsáveis pela
como um ativo; o como um ativo O conhecimento em sistemas aquisição, pela
conhecimento em compartilhado, é documentado e organizacionais representação e
BIM é compartilhado recolhido, adequadamente é, acessível pela divulgação são
informalmente entre documentado e, armazenado. e facilmente revistas e reforçadas
pessoal (através de assim, transferido recuperável. sistemicamente
dicas, técnicas e de tácito para
lições aprendidas). explícito.
ponto ponto ponto ponto ponto

Ausência de As funções são Aumenta a As funções e Os objetivos de


processos definidos; informalmente cooperação interna os objetivos de competência são
as funções são definidas. Cada dentro da organização competência continuamente
ambíguas, as projeto BIM e são disponibilizadas fazem parte atualizados para
estruturas/dinâmicas é planejado ferramentas de dos valores da corresponderem
das equipes são independentemente. comunicação para organização. aos avanços
inconsistentes. A competência é projetos transversais. As equipes tecnológicos e
O desempenho identificada; e o O fluxo de informação tradicionais se alinharem
é imprevisível e heroísmo se dilui é estabilizado; as são trocadas aos objetivos
a produtividade conforme aumenta funções em BIM são por equipes organizacionais. As
depende do a competência, mas visíveis e os objetivos orientadas ao BIM práticas em relação
heroísmo individual. a produtividade é são atingidos de forma na medida que os ao RH são revisadas
Uma mentalidade de ainda imprevisível. mais consistente. novos processos proativamente
‘dar voltas ‘ocorre na se tornam parte para garantir que
organização. da cultura. A o capital intelectual
produtividade corresponda às
é consistente e necessidades dos
previsível processos.

ponto ponto Ponto ponto ponto

99
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

Produtos & As entregas de Existem diretrizes Adoção de produtos Os produtos e Os produtos em BIM
Serviços: modelos 3D (um para a quebra dos e serviços de forma serviços são são constantemente
Especificação, produto BIM) sofrem modelos e nível de similar ao modelo especificados avaliados e ciclos
diferenciação e de muitos altos detalhes. Passa a de progressão de e diferenciados de retroalimentação
P&D e baixos e níveis existir preocupação especificações (AIA de acordo com promovem
inconsistentes em se manter a 2012) ou similares. o modelo de melhorias contínuas.
de detalhe e coerência comercial A inovação passa a progressão de A empresa passa
PROCESSOS BASEADOS NO CONJUNTO DE CAPACIDADES V5.0

desenvolvimento. com a técnica. ser um valor a ser especificações. a ser reconhecida


perseguido como A inovação é como padrão
diferencial. incorporada de referência de
nas ações mercado.
estratégicas e
de marketing da
organização.
ponto ponto ponto ponto ponto

Liderança & Líderes sêniores Líderes sêniores e A visão para a A visão é Os agentes externos
Gerenciamento: e gerentes têm gerentes adotam implementação do compartilhada internalizaram a
Organizacional, visões variadas a uma visão comum BIM é comunicada e através de toda visão do BIM.
estratégico, respeito do BIM. A sobre BIM. A entendida pela maioria a equipe da A estratégia de
gerencial e atributos implementação do implementação dos colaboradores. organização e implementação
de comunicação; BIM é conduzida BIM sofre por falta A implementação pelos parceiros do BIM é
inovação e sem uma estratégia de detalhes. O BIM do BIM é casada externos de continuamente
renovação e através de é tratado como com planos de projetos. A revista e realinhada
“tentativa e erro”. O uma mudança de ações detalhados e implementação a outras estratégias.
BIM é tratado como processos baseada com um regime de do BIM, seus
uma tecnologia; em tecnologia. monitoramento. requisitos,
a inovação não é processos e
reconhecida como inovações de
um valor. produtos e
serviços são
integrados na
estratégia.

ponto ponto ponto ponto ponto

Não existem As diretrizes As linhas-guia As diretrizes As linhas-guia do


diretrizes para o básicas do BIM detalhadas do BIM do BIM são BIM são continua
BIM; documentação estão disponíveis estão disponíveis integradas e proativamente
de protocolos (ex.: manual (treinamento, nas políticas e refinadas para refletir
ou padrões de de treinamento padrões, fluxo de estratégias de as lições aprendidas
modelagem. Há e padrões de trabalho). Modelagem, negócios. Os e as práticas
uma ausência de entrega do BIM). representação, padrões em BIM recomendadas do
documentação Os padrões de quantificação, e critérios de setor. A melhoria
e padrões de modelagem e especificações e desempenho da qualidade e
modelagem. documentação propriedades analíticas são incorporados a adesão aos
O controle de estão bem definidos dos modelos 3D em sistemas regulamentos
qualidade não de acordo com os são gerenciadas de melhoria e códigos são
existe ou é informal; padrões aceitos através de planos de de gestão da continuamente
nem para modelos no mercado. As qualidade e padrões qualidade. alinhadas e
3D nem para a metas de qualidade de modelagem refinadas. Os valores
documentação. Não e as avaliações de detalhados. O de referência
há nenhum valor desempenho estão desempenho em são revistos
de referência de definidas. relação aos valores repetidamente para
desempenho dos de referência garantir a melhor
processos, produtos é rigidamente qualidade possível
ou serviços. monitorado e em processos,
controlado. produtos e serviços

100
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

ponto ponto ponto ponto ponto

Os contratos Os requisitos Há um mecanismo A organização As


seguem os modelos do BIM são para gerenciar a está alinhada responsabilidades,
convencionais reconhecidos. propriedade intelectual através de os riscos e as
pré-BIM. Os riscos “Declarações compartilhada do BIM confiança e da recompensas são
Contratual: relacionados com definindo a e existe um sistema dependência continuamente
responsabilidades, base em modelos de responsabilidade de de resolução de mútua, indo além revistos e
recompensas e colaboração não são cada interessado conflitos do BIM. das barreiras realinhados. Os
alocação de risco reconhecidos ou são em relação à gestão contratuais. modelos contratuais
ignorados. de informação” são modificados
estão agora para conseguirem
disponíveis. as melhores práticas
e o maior valor para
todas as partes
interessadas.
ponto ponto ponto ponto ponto

Modelagem Implementação de Os projetos-piloto Os processos e As tecnologias, os As tecnologias,


baseada em uma ferramenta são concluídos. políticas em BIM processos e as os processos e
objetos: simples de modelagem São identificados são estimulados, políticas do BIM as políticas do
disciplina utilizada baseada em objetos. os requisitos padronizados e são integrados BIM são revistos
em uma fase do Nenhuma alteração de processo e controlados na estratégia continuamente para
Estágio 1

ciclo de vida de processo ou política do BIM. organizacional e se beneficiarem


política identificada São preparados nos objetivos do da inovação e
para acompanhar planos detalhados negócio. adquirirem alvos de
essa implementação e sua estratégia de alto desempenho
implementação

ponto ponto ponto ponto ponto

Colaboração A colaboração em A colaboração A colaboração A colaboração A equipe


baseada na BIM acontece para em BIM está bem é proativa e de vários multidisciplinar
modelagem: um fim específico; definida, mas ainda multidisciplinar; os segmentos inclui inclui todos os
multidisciplinar, as capacidades é reativa. Existem protocolos são bem agentes à jusante agentes-chave
intercâmbio de colaboração sinais identificáveis documentados e do processo. em um ambiente
Estágio 2

acelerado de internas à empresa de confiança e gerenciados. Há Caracteriza-se caracterizado pela


modelos são incompatíveis respeito entre os confiança mútua, pelo envolvimento boa vontade, pela
com os parceiros de participantes do respeito e partilha de dos principais confiança e pelo
projeto. Pode haver projeto. riscos e recompensas participantes respeito.
falta de confiança entre os participantes durante as
e respeito entre os do projeto. primeiras fases
participantes do do ciclo de vida
projeto dos projetos.
ponto ponto ponto ponto Ponto

Integração Os modelos Modelos integrados Os modelos Os modelos A integração dos


baseada em integrados são são gerados por um integrados (ou integrados modelos e dos
rede: intercâmbio gerados por um grande subconjunto partes) são gerados são gerados e fluxos de trabalho
simultâneo e conjunto limitado de dos agentes e gerenciadas pela gerenciados por é continuamente
interdisciplinar agentes interessados envolvidos no maioria dos agentes todos os agentes revista e otimizada.
de modelos 3D do projeto - projeto. A integração envolvidos no projeto. envolvidos As novas eficiências,
através das fases possivelmente por segue guias de As responsabilidades no projeto. os alinhamentos,
do ciclo de vida da trás dos firewalls processo pré- são claras dentro de A integração e os resultados
edificação corporativos. A definidas, padrões alianças temporárias baseada em são ativamente
integração ocorre e protocolos de do projeto ou rede é a norma perseguidos
Estágio 3

com pouco ou intercâmbio. As parcerias de longo e o foco não por uma equipe
nenhum processo responsabilidades prazo. Os riscos e é mais sobre de projeto
pré-definido, normas são distribuídas as recompensas como integrar interdisciplinar
ou protocolos de e o riscos são são ativamente modelos e fluxos firmemente unida.
intercâmbio. Não há atenuados através gerenciados e de trabalho, mas Os modelos
nenhuma resolução de mecanismos distribuídos. proativamente integrados
formal dos papéis contratuais. detectando e contribuem para
e responsabilidades resolvendo a muitos agentes
dos agentes tecnologia, os envolvidos ao longo
envolvidos. processos e os da cadeia produtiva.
desalinhamentos
das políticas.

101
UNIDADE III │ QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS

ponto ponto ponto Ponto ponto

Organizações: A liderança no A liderança no As funções As funções no A liderança


Dinâmicas e processo BIM processo BIM é pré-definidas no processo BIM no processo
entregáveis em BIM não existe e a formalizada; os processo BIM se são integradas BIM se alterna
Micro

implementação diferentes papéis complementam na em estruturas continuamente


depende de são definidos dentro gestão do processo de liderança da para permitir
“campeões” da da implementação. de implementação. organização. novas tecnologias,
tecnologia. processos e
resultados
ponto ponto ponto Ponto ponto

Equipes de Cada projeto é As partes A colaboração entre Os projetos Os projetos


projeto: (múltiplas executado de forma interessadas várias organizações colaborativos colaborativos são
organizações): independente. pensam além de ao longo de vários são realizados realizados pela
dinâmicas inter- Não existe acordo um único projeto. projetos é gerenciada por organizações auto-otimização das
organizacionais e entre as partes Os protocolos de através de alianças interdisciplinares equipes de projeto
Meso

entregáveis em BIM interessadas para colaboração entre temporárias entre as ou equipes interdisciplinar
colaborar além do os participantes partes interessadas de projeto e incluem a
seu projeto atual em do projeto são multidisciplinar; maioria das partes
comum. definidos e uma aliança de interessadas.
documentados. muitos agentes-
chave.
ponto ponto ponto Ponto ponto

Markets: dinâmicas Muito poucos Os componentes Os componentes Os acessos aos O intercâmbio de


e entregáveis em fornecedores de BIM gerados por BIM estão disponíveis repositórios de componentes BIM é
BIM (Aplique esse componentes fornecedores estão através de repositórios componentes dinâmico, de vários
tópico apenas gerados pelo BIM cada vez mais centrais altamente são integrados caminhos entre
assessorado por (bibliotecas virtuais disponíveis, bem acessíveis e aos softwares todos os agentes
um consultor) de componentes como os fabricantes pesquisáveis. Os de modelagem envolvidos através
e materiais). e fornecedores componentes não BIM. Os de repositórios
Macro

A maioria dos identificam os são interativamente componentes são centrais ou


componentes são benefícios do conectados às interativamente mesclados.
preparadas pelos negócio. bases de dados dos ligados aos
usuários finais e os fornecedores. bancos de
desenvolvedores de dados de origem
software. (por preço,
disponibilidade,
etc....).

Fonte: Succar, 2016.

A implantação da modelagem BIM pode aparentar ser muito difícil, ainda mais quando
envolve várias disciplinas, em contrapartida temos que a modelagem em 3D pode ser
simples e econômica, os benefícios são percebidos no decorrer das visualizações, já que
elas são mais precisas e mais corretas.

Iniciar o projeto com um projeto piloto quando se pretende adotar a modelagem BIM
é o fator crucial para se alcançar o sucesso almejado. Não dizemos aqui que o BIM é o
remédio para todos os males envolvendo o setor da construção civil, mas ele possibilita
que projetos melhores elaborados sejam realizados, com planejamento e menores
falhas durante sua execução.

102
QUAIS DESAFIOS PODEM SER ESPERADOS │ UNIDADE III

Existe ainda certa resistência quanto à implementação da modelagem devido aos


custos de investimento com softwares Treinamentos e mapeamentos de possíveis
mudanças a serem realizadas dentro da empresa, porém estes custos já existem
estão embutidos em várias disciplinas dentro do processo tradicional e normalmente
se paga mais quando existem retrabalhos hora extra novos projetos etc. Algumas
ponderações podem ser feitas como:

»» quando acontece a tomada de decisão errada, pois não tinham informações


corretas e não foram esgotadas possíveis alternativas;

»» execução de obras mal projetadas, mal especificadas, mal orçadas e mal


planejadas;

»» correção de erros dentro da obra que geram desgastes entre contratados


e contratantes;

»» correção de erros mesmo após a entrega da obra;

»» perda de material no transporte e descarte de resíduos;

»» horas de serviço e equipamento quando o serviço precisa ser refeito ou


desfeito;

»» tempo gasto na procura de informações importantes;

»» gastos com advogados para solucionar problemas de seus


empreendimentos ocasionados por uma engenharia precariamente
desenvolvida;

»» penalidades contra o atraso no desenvolvimento do projeto e conclusão


da obra, entre outros.

103
Referências

ARAÚJO, N. S.; FLORIO, W.; SEGALL, M. Gestão de projetos arquitetônicos


em espaços virtuais e prototipagem. São Paulo: Universidade Presbiteriana
Mackenzie, 2011.

CÂMARA BRASILEIRA DE INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Implementação do


BIM para construtoras e incorporadoras: formas de contratação BIM. Brasília:
CBIC, 2006. v. 5.

EASTMAN, C. et al. Manual de BIM. Bookman, 2014.São Paulo. S.P.

GLBIMG. Usinas eólicas de Osório. 2018. Disponível em: <http://s.glbimg.com/


jo/g1/f/original/2011/07/11/usinas-eolicas-de-osorio-s.jpg>. Acesso em:

LAISERIN, J. Comparing pommes and naranjas,: analysis, strategy and


opinion for technology leaders in design business. 2002. The Laiserin Letter.
Disponível em:< http://www.laiserin.com/features/issue15/feature01.php>. Acesso
em: 10.05.2018.

MAIS ENGENHARIA. Lods: definição BIM. 2018. <http://maisengenharia.altoqi.com.


br/wp-content/uploads/2018/03/lods-definicao-bim.jpg>. Acesso em: 14.05.2018.

MANZIONE, L. Posição de uma estrutura conceitual de gestão do processo


de projeto colaborativo com uso do BIM. 2013. 343 f. Tese (Doutorado em
Construção Civil) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo.

MENEZES, G. Breve histórico de implantação da plataforma BIM. Cadernos de


Arquitetura e Urbanismo, Belo Horizonte, v. 18, n. 22, 2011, p. 153-171.

KAMMINGA P. Towards effective governance structures for contractual


relations. 2008 Tilburg University..

ROSENMAN et al. Multidisciplinary collaborative design in virtual environments.


Automation in Construction, v. 16, 2007, p. 37-44.

SUCCAR, B. Building information modelling: point of adoption. In: CIB World


Congress, Tampere, Finland, 2016.

TAVARES JÚNIOR, W. Desenvolvimento de um modelo para compatibilização


das interfaces entre especialidades do projeto de edificações em empresas

104
REFERÊNCIAS

construtoras de pequeno porte. 2001. 124 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia


Civil) – Faculdade de Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis.

105

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