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Caso clínico

Uma mulher de 28 anos de idade foi encaminhada, por seu clínico geral, para uma consulta
pré-natal de rotina na 36ª semana gestacional. Nem a paciente nem o clínico estavam
preocupados com a gestação. Entretanto, a paciente queixava-se de um edema unilateral
na perna esquerda, que, gradualmente, aumentou nos últimos dois dias. Além disso, na
noite anterior, ela desenvolveu dor torácica aguda, que era exacerbada com a respiração
profunda. O clínico solicitou uma ultrassonografia com Doppler do sistema venoso da perna
esquerda. As imagens de ultrassonografia do leito vascular podem demonstrar o fluxo e a
oclusão das veias e artérias. A sonda foi colocada sobre a veia femoral esquerda, e nenhum
fluxo foi demonstrado. Além disso, a veia não podia ser comprimida, e não foi observada a
alteração do fluxo com a respiração. Algum fluxo foi demonstrado na veia femoral profunda
e na veia safena magna. Não foram demonstrados fluxos na veia femoral esquerda, na veia
poplítea e nas veias tibiais. O técnico fez imagens do lado oposto, no qual foi demonstrado
um fluxo excelente dentro do sistema venoso femoral direito. Além disso, quando a região
sural foi suavemente massageada, foi observado aumento do fluxo. Foi possível demonstrar
a alteração do fluxo com a excursão respiratória e a compressão venosa foi satisfatória.

Foi feito um diagnóstico de trombose venosa profunda extensa à esquerda. Certos pacientes são
mais propensos à trombose venosa profunda. Os três principais fatores predisponentes são: fluxo
sanguíneo reduzido ou estagnado nas veias — pode ocorrer estase significativa do sangue (que pode
ser causada pela falta de movimento), bombeamento reduzido pelos músculos da região sural e
obstrução do fluxo; lesão da parede venosa — o trauma venoso pode danificar as paredes das veias,
promovendo a formação de trombos; hipercoagulabilidade do sangue — os estados hipercoaguláveis
estão frequentemente associados a níveis anormais de certos fatores da coagulação, como a
antitrombina III, proteína C e proteína S. Nessa paciente, a compressão das veias ilíacas esquerdas
pelo útero gravídico provavelmente foi a causa da estase, que levou a uma trombose venosa
profunda. A dor torácica foi causada por uma embolia pulmonar. Pequenos êmbolos soltaram-se da
borda superior do trombo, passaram pelo coração e se alojaram nos pulmões. Pequenos êmbolos
tipicamente causam dor torácica pleurítica, que é exacerbada pela respiração. Isoladamente, esses
pequenos êmbolos pulmonares podem afetar a função pulmonar, mas podem ser precursores de um
êmbolo pulmonar grande e potencialmente letal

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