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Moss nos lembra que “Regeneração, transportado pelo batismo, deve ser distinta da
conversão”. E continua: “A conversão é uma mudança consciente da alma para Deus. Isto
pode ocorrer antes do batismo, como é o caso de Paulo; mas com mais frequência, ocorre
depois. (…) A regeneração, por outro lado, é geralmente subconsciente: ela é o princípio da
vida na graça e é dada também às crianças” (MOSS, p. 343). Quando batizamos oramos pela
água do batismo e pedimos a Deus que aquele(s) que serão por ela batizados, sejam também
regenerados e tenham seus pecados lavados. Vejamos a oração contida no Livro do Culto
Divino: “Abençoa esta água para que o teu servo, purificado nela, seja unido a Cristo na sua
morte e ressurreição, e seja limpo e liberto de todo o pecado. Envia sobre ele o teu Espírito
Santo, para que tenha novo nascimento na família de tua Igreja, e se erga com Cristo até a
plenitude da vida eterna” (LCD, 2010, p. 456). Essa oração é um pedido a Deus para que
purifique, limpe e liberte do pecado os que serão batizados e não apenas, uma assertiva de que
todos os que foram batizados serão livres de seus pecados e regenerados. Se o batismo é um
sacramento, é, também, um meio de graça. E por meio dele o Espírito Santo haverá de agir na
mente da criança convencendo-o de que ele faz parte da comunidade dos filhos de Deus. De
que forma o Espírito vai agir? Isso não podemos prescrever, pois o “vento sopra onde quer”.
Cabe aos pais cumprir as promessas feitas no momento do batismo.
Ademais, devemos ter sempre em mente as palavras do documento A confissão da fé
apostólica, um documento da Comissão de Fé e Ordem do Conselho Mundial de Igrejas,
comentando o Credo Niceno, no número 252, que diz: “O credo, com sua tremenda ênfase no
batismo enquanto sacramento para a remissão dos pecados, exorta-nos a levar a sério este
sacramento uma vez que se liga ao início de nova vida com mudança
decisiva e fundamental de nossa história pessoal que só ocorre uma única vez. Além disso, a
afirmação do Credo nos lembra que mesmo em arrependimentos posteriores, qualquer
confissão e absolvição deve ser relacionada com o batismo. Serão sempre reapropriações do
que aconteceu de uma vez para sempre no batismo. Assim, o batismo deve ser levado a sério e
não apenas como uma mera cerimônia efêmera. Ele provê o fundamento da continuidade da
vida cristã dentro da comunhão da família de Deus (cf. Ef 2: 19)”.
1. As crianças não podem crer, logo, não podem ser batizadas (Marcos 16:16). Ora, o
texto citado se refere apenas àqueles capazes de crer: “quem crer e for batizado
será salvo”. Se esse texto for aplicado às crianças, teríamos que levar a sério o
restante do versículo que diz: “quem não crer será condenado”. Ora se as crianças
não são capazes de crer, serão todas elas condenadas ao inferno. A mesma leitura
podemos fazer do texto onde Paulo afirma que “quem não quer trabalhar, também
não coma”. Será que você deixaria seu filho morrer de fome porque não pode
trabalhar sendo um bebê? Lembremos das palavras de Cristo: “das tais é o Reino
dos Céus”.
2. Não há no NT nenhum mandamento expresso para se batizar criança. Não há
necessidade, pois que não há nenhum que o proíbe. Então, o princípio não foi ab-
rogado. Já que o batismo substituiu a circuncisão, o batismo infantil está
absolutamente legitimado no NT.
3. O batismo não pode substituir a circuncisão, por que esta era só era aplicada aos
meninos. Lembremos, contudo, que na Nova Aliança, não há diferença entre
homens e mulheres (Gl 3.28).
4. A circuncisão era apenas uma marca de nacionalidade para os judeus. Não é bem
assim que as Escrituras ensinam, conforme Rm 4.10,11; Dt 10.16; 30.6.
5. Quando se batiza uma criança não podemos ter certeza de que ela seguirá a fé
cristã. É verdade! Mas a mesma coisa pode ser dita de um adulto. Também não
sabemos se ele, efetivamente, seguirá o cristianismo. Nós batizamos pela
ordenança do pacto (Pv 22.6).
6. Jesus só foi batizado com 33 anos. Porque temos que batizar crianças? Em
primeiro lugar, Jesus era judeu, e como judeu, foi circuncidado ao oitavo dia. Em
segundo lugar, Jesus não foi batizado pelo batismo cristão (em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo), mas o batismo de arrependimento, comum entre muitas
seitas judaicas daquele período O batismo cristão só seria instituído depois da
ressurreição de Cristo (Mt 28.19).
Conclusão: Por um lado sinto uma imensa tristeza ao ver que os pais acham que devem
impor sobre seus filhos uma série de elementos sociais, tais como: seu nome, a escola em que
vão estudar, as roupas que vestirão e, até mesmo, o comportamento que devem ter. No
entanto, quando o assunto é religião – ou seja, a relação com Deus – eles, para se dizerem
“modernos” argumentam que vão esperar a criança crescer para que ele mesmo escolha qual
Deus irão adorar. Eles acham que isso é uma violação de sua liberdade. Mal compreendem
que, quando ele crescer, escolherá de qualquer forma, e os pais já terão perdida a
possibilidade de apresentar ao infante os princípios da religião cristã. Lembremos que os
judeus circuncidam seus filhos ao oitavo dia. Lembremos, também, da palavra de Josué que
afirmou com toda convicção: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor,
escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do
rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos
ao Senhor” (Josué 24: 15). Para Josué, assim para todos os pais cristãos, essa é a única
posição esperada. Somos responsáveis por levar nossos filhos até o conhecimento de Deus.
Por outro lado sinto tristeza em ver que muitas igrejas antipedobatistas não aceitam o batismo
ministrado pelas igrejas pedobatistas e acabam praticando o re-batismo. A Bíblia nos diz que
só há uma Igreja, uma fé e um só batismo (Efésios). Mas para que um sacramento seja válido
ele precisa satisfazer cinco condições: i) o sujeito que é a pessoa que receberá o sacramento
deve ser apto para tal; ii) a matéria, que é o material que será usado, no caso do batismo, a
água; iii) a forma, ou as palavras que são ditas nesse momento, que no caso do batismo são:
“Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”; iv) o ministro deve ser
autorizado pela igreja para administrá-lo, e, v) a intensão do ministro deve ser a mesma da
Igreja ao realizar o ato. Por isso, as igrejas Anglicanas, Luteranas, Metodistas, Ortodoxas e
Romanas, não praticam o rebatismo, mas reconhecem os batismos realizados nessas igrejas.
Referências bibliográficas:
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1993
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LIVRO DO CULTO DIVINO. Jundiaí: Mitra Diocesana do Japi, 2010
MCGRATH, Alister. Teologia sistemática, histórica e filosófica. São Paulo: Shedd, 2005
MOSS, C.B. The christian Faith: na introduction to dogmatic theology. New York: SPCK,
1946
PACKER, J.I. Teologia Concisa. São Paulo: Mundo Cristão, 1998
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REPORT THIS AD
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