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DADO, INFORMAÇÃO, BANCO DE DADOS E SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE BANCO DE DADOS:

Rob e Coronel (2011) afirmam que um dado representa um fato que ainda não foi
processado para revelar o seu significado. Por exemplo: nome,
endereço e telefone. A informação é o resultado do processamento de dados,
revelando assim seu significado dentro de um contexto com
precisão, relevância e rapidez, permitindo ao usuário uma tomada de decisão mais
adequada. Por exemplo: dados das peças em estoque,
quando processados, possibilitam a obtenção de uma lista de peças em falta.
Um banco de dados, segundo Alves (2014), é uma estrutura formada por um conjunto
lógico e ordenado de dados e metadados (dados sobre
dados), fornecendo uma descrição das características dos dados e de
relacionamentos. Um sistema de gerenciamento de banco de dados
(SGBD) é composto de uma coleção de programas que permite a definição, construção e
manipulação do banco de dados. A seguir,
exploramos mais detalhadamente alguns pontos.

TERMOS COMUNS EM BANCO DE DADOS:


Os bancos de dados têm um conjunto de termos técnicos (ALVES, 2014), do qual
abordaremos os principais aqui:

● Campo (ou atributo): menor unidade de armazenamento de valores existente em uma


tabela de um banco de dados; pode conter apenas um
tipo de dado. Cada campo em uma tabela recebe um nome de identificação e seus
atributos (a especificação do tipo de dado que será
armazenado e o tamanho para armazenamento).

● Registro (ou linha) também chamado de tuplas ou n-uplas: conjunto de campos de


uma tabela que forma a unidade básica tanto para o
armazenamento quanto para a recuperação de dados, identificando um único item de
informação em uma tabela do banco de dados. Todos os
registros de uma tabela de dados são do mesmo tipo, mas os campos que o constituem
podem ser de diferentes tipos e tamanhos. Assim, a
definição do formato dos registros é realizada durante o processo de estruturação
das tabelas do banco de dados.

● Tabela de dados: conjunto ordenado de registros; cada tabela estrutura-se de modo


a conter somente um tipo de informação. Assim, cada
uma, dentro de um banco de dados, deve ser identificada por um único nome.

● Índices: em um banco de dados, os índices permitem que os registros possam ser


encontrados com mais rapidez. Um índice pode ser
simples, quando constituído por apenas um campo, ou composto, quando constituído
por vários campos da tabela.

● Chave primária: atributo de uma tabela que permite identificar de maneira única
os registros, determinando sua ordem física. O uso de uma
chave primária evita a duplicidade de registros, além de melhorar a velocidade da
pesquisa. Assim como os índices, uma chave primária pode
ser simples ou composta. Para escolher a chave primária, devemos considerar dois
critérios:

a) Se a chave for simples, devemos escolher um campo cujo tamanho não seja grande;
se a chave for composta, devemos considerar o menor
número possível de campos.

b) O valor armazenado não pode ser modificado. Dessa forma, os campos que formam as
chaves primárias têm seu preenchimento obrigatório.

● Chaves candidatas: campos pertencentes à tabela de dados que podem ser utilizadas
como chaves primárias.

● Chaves estrangeiras: chaves que permitem relacionar registros de uma tabela com
os de outra tabela de dados por meio da sua chave
primária.

● Domínio: seus objetivos são definir os tipos de dados e especificar os valores


que podem ser aceitos pelos campos nas tabelas de dados.

TIPOS DE BANCO DE DADOS:


Considerando alguns critérios, podemos classificar um banco de dados por número de
usuários suportados simultaneamente, localização física,
modelo de dados adotado, grau de estruturação dos seus dados, entre outros. A
partir da classificação por número de usuários, temos um banco
de dados monousuário, quando apenas um usuário tem suporte por vez, ou um banco de
dados multiusuário, quando vários usuários têm suporte
ao mesmo tempo (ROB; CORONEL, 2011).
Em relação à classificação por localização, consideramos o local onde o SGBD e o
próprio banco de dados estão armazenados (ALVES, 2014).
Quando um SGBD e o banco de dados estão localizados em um único local (também
conhecido como servidor de banco de dados), temos um
banco de dados centralizado. Quando o SGBD e o banco de dados estão distribuídos em
diferentes locais e todos interligados em rede, temos
um banco de dados distribuído.
Quanto à classificação pelo modelo de dados adotado, isto é, no qual se baseia o
SGBD, temos o seguinte: um modelo de dados é uma
representação simples e normalmente gráfica de estruturas de dados mais complexas,
facilitando a compreensão (ALVES, 2014). Na sequência,
vamos aprender quais tipos de modelo existem.
No modelo de dados hierárquico, encontramos uma organização estrutural semelhante a
uma árvore, formada por tipos de registros e seus
relacionamentos. O registro é uma coleção de valores que representam informações a
despeito de uma entidade de um relacionamento. Esses
relacionamentos são do tipo pai-filho, sendo os registros que antecedem outros na
hierarquia são denominados pai, já os registros que os
sucedem são chamados filhos.
A princípio, o modelo de dados em rede é parecido com o modelo de dados
hierárquico, com a diferença de que o em rede permite que um
registro possa ter vários relacionamentos, pois elimina a hierarquia e dá acesso
direto a determinado registro (nó da rede). Este modelo possui
duas estruturas básicas: os registros, que contêm dados relacionados e agrupados em
tipos de registros que armazenam os mesmos tipos de
informações; e os conjuntos, que são a forma de representação dos relacionamentos
entre os diversos tipos de registros.
O modelo de dados relacional foi criado por Edgar Frank Codd em 1968 na IBM. Quando
do desenvolvimento deste modelo, Codd utilizou a
teoria de conjuntos e a álgebra relacional, baseando-se na organização dos dados
em tabelas (ou relações), formadas por linhas e colunas,
permitindo a realização de operações entre essas tabelas.
Anos mais tarde, década de 1980, surge o modelo de dados orientado a objetos. Este
modelo define um banco de dados por meio de objetos
com suas propriedades e operações, atendendo à necessidade de armazenamento e
processamento dos tipos de dados mais complexos,
como os dados de sistemas de geoprocessamento e sistemas CAD/CAE/CAM, imagens de
satélites etc.
No tocante ao grau de estruturação dos dados, temos o seguinte: os dados podem ser
classificados em não estruturados, semiestruturados e
estruturados (ROB; CORONEL, 2011). Os dados não estruturados são os que estão em
estado original, no formato em que foram coletados,
dificultando o processamento para a produção de informações. Os dados
semiestruturados são aqueles que foram parcialmente processados.
Os dados estruturados são provenientes do resultado da obtenção de dados não
estruturados e de sua formatação, facilitando tanto seu
armazenamento quanto seu processamento na geração de informações.

ARQUITETURAS DE BANCO DE DADOS:


No decorrer do tempo, além dos vários modelos de banco de dados, também surgiram
várias propostas de arquitetura com o intuito de auxiliar
os projetos de sistemas de computador em camadas, conforme sua função ou
prioridade. Nesse contexto, surgem alguns tipos de arquiteturas,
analisadas a seguir.
A arquitetura centralizada concentrava nos mainframes o processamento de funções do
sistema, aplicações, programas de interface, entre
outros programas e funcionalidades do SGBD. Os sistemas eram acessados pelos
usuários via terminais de computadores que apenas exibiam
os resultados, sem processamento local, pois tudo era realizado nos mainframes,
que, após processar o dado solicitado, enviava ao terminal as
informações a serem exibidas e os controles.
Com o surgimento dos computadores pessoais (PC), a gradativa queda nos preços do
hardware e a popularização de novas tecnologias de
comunicação de dados, os usuários foram substituindo paulatinamente os terminais de
computadores (sem processamento local) por
computadores pessoais (com processamento local).
Tais mudanças resultaram no aparecimento da arquitetura cliente-servidor de duas
camadas, a qual possibilitou passar parte do processamento
para o lado cliente (máquinas dos usuários), ou seja, programas de interface e
aplicação passaram a realizar seus processamentos localmente,
mas sempre que precisam acessar o banco de dados, estabelecem uma conexão com o
programa servidor que viabiliza o acesso aos dados
via SGBD.
À medida que a internet apareceu e a World Wide Web se expandiu, novas necessidades
vieram à tona, culminando no surgimento da
arquitetura cliente-servidor de três camadas. Neste tipo de arquitetura, existe uma
camada intermediária entre a máquina, o cliente e o servidor
de banco de dados, chamada de servidor de aplicação (ou servidor Web), cujo
objetivo é armazenar as regras de negócios, utilizadas para ter
acesso aos dados no servidor de banco de dados.
Na arquitetura distribuída, temos bancos de dados distribuídos através de uma rede
de computadores, mas que estão logicamente
inter-relacionados. O sistema de gerenciamento de banco de dados distribuído
(SGBDD) tem o papel de gerenciar os bancos de dados
distribuídos, bem como o de tornar a distribuição e as transações transparentes
para o usuário.
Existem dois tipos de banco de dados distribuídos: os homogêneos, compostos por um
único tipo de banco de dados; e os heterogêneos,
compostos por mais de um tipo de banco de dados.

ABSTRAÇÃO DE DADOS: MODELOS CONCEITUAL, LÓGICO E FÍSICO:


Um modelo de banco de dados pode ser definido como um detalhamento, utilizando-se
de descrições textuais, de gráficos ou diagramas, dos
tipos de informações que devem ser armazenadas no banco de dados que se deseja
projetar. Isso permite a construção de um modelo de
dados estruturado e consistente com níveis de abstração distintos, auxiliando o
entendimento dos usuários e dos diversos profissionais
envolvidos no projeto.
Os níveis de abstração podem ser o modelo conceitual, o modelo lógico e o modelo
físico.
O modelo conceitual descreve os dados e suas relações, que deverão ser armazenados
no banco de dados, independentemente do SGBD.
A abordagem Entidade-Relacionamento é uma das técnicas utilizadas na construção de
um modelo de dados conceitual, fazendo uso do
diagrama Entidade-Relacionamento, para representar as entidades (objetos do mundo
real), seus atributos (características ou propriedades) e
os relacionamentos (interações) entre entidades.
O modelo lógico possui um maior detalhamento da estrutura das tabelas (nome e
definição das colunas) e seus respectivos relacionamentos,
que compõem o banco de dados. Dessa forma, passa-se a ter uma dependência do tipo
de SGBD a ser utilizado na implementação, que vai
depender de a abordagem ser relacional, hierárquica, de rede, orientada a objetos,
entre outras. Nesse ponto, ainda não há referência a
características particulares de cada atributo.
O modelo físico possui todo o detalhamento da estrutura física para a implementação
do banco de dados por meio de um SGBD. A definição da
estrutura do banco de dados é realizada por meio de uma linguagem declarativa, como
a DDL (Linguagem de Definição de Dados) presente no
SQL.

PROJETO DE BANCO DE DADOS:


O processo de desenvolvimento de um banco de dados envolve um conjunto de fases:
levantamento e análise das necessidades, projeto
conceitual, projeto lógico e projeto físico.
Partindo-se de uma parcela da realidade (minimundo), a qual se deseja informatizar,
devemos realizar (ALVES, 2014):
a) Levantamento e análise das necessidades: por meio da utilização de diversas
técnicas (entrevistas, reuniões, questionários etc.) somada à
participação de cliente e usuários, procura-se entender, documentar e especificar
um conjunto de requisitos de dados e também de todos os
requisitos funcionais, que são as operações que a aplicação deve executar sobre os
dados.
b) Projeto conceitual: com base nos requisitos especificados na fase anterior,
cria-se um modelo conceitual que contém uma descrição dos
tipos de entidades, relacionamento e restrições. Esse tipo de modelo deve ter um
alto nível de abstração, como o Modelo
Entidade-Relacionamento (MER), cujo esquema conceitual é denominado de Diagrama
Entidade-Relacionamento (DER).
c) Projeto lógico: com base no projeto conceitual, nesta etapa é preciso descrever
mais detalhadamente as estruturas que são armazenadas,
qual abordagem de banco de dados é a mais adequada (relacional, hierárquica, de
rede...) e definir em qual SGBD se faz sua implementação.
d) Projeto físico: esta é a etapa em que se define toda a estrutura de
armazenamento interno, bem como o método de acesso aos arquivos do
banco de dados; além disso, nesta etapa são projetados os programas que
posteriormente manipularão esses dados.

MODELO ENTIDADE-RELACIONAMENTO:
A modelagem conceitual tem por objetivo atingir uma descrição de alto nível,
independentemente da sua implementação em computador, dos
dados que serão armazenados no banco de dados. Em 1976, Peter Chen propôs uma forma
gráfica e resumida de modelagem conceitual,
denominada Modelo Entidade- Relacionamento, que, por meio de um conjunto de
diagramas entidade-relacionamento (DER), descreve os
dados e seus inter-relacionamentos.
Os conceitos principais da abordagem entidade-relacionamento são entidade,
relacionamento, atributo, generalização/especialização,
entidade associativa e notação gráfica utilizada para representar os elementos.

ENTIDADE:
Uma entidade representa um conjunto de objetos pertencentes à realidade a ser
modelada, cujas características ou propriedades desejamos
registrar, podendo ter uma existência física ou abstrata.

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