EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO 5° VARA CRIMINAL DE
SANTOS – SP
Autos de Comunicação de Prisão em flagrante n° ______.
Otávio e Henrique, já qualificados nos autos em epigrafe, e
atualmente recolhidos no _______, vêm, por seu defensor que este subscreve, perante Vossa Excelência, querer RELAXAMENTO DE PRSÃO EM FLAGRANTE, com fundamento no artigo 5°, inciso LXV, da Constituição Federal e artigo 302 do Código de Processo Penal, consoante as seguintes asserções de fato e de direito adiante deduzidas:
Dos Fatos:
Os requerentes figuram como investigados no inquérito
policial n° ____, por, em tese, terem cometido o delito de furto do veículo Mercedes Bens, modelo C 180, no dia 15 de fevereiro de 2013, no Shopping Praiamar, em Santos.
Conforme apurado, a vítima deixou seu veículo estacionado
no local dos fatos, retornando posteriormente, percebendo que seu veículo não se encontrava onde havia deixado. Acionados os seguranças, constatou-se através das imagens de câmera de segurança que o carro saiu do Shopping por volta das 22h05min com dois indivíduos dentro do veículo.
Ocorre que, no dia seguinte (16 de fevereiro 2013), por volta
das 15h00min, os seguranças do mesmo Shopping, avistaram dois indivíduos em atitude suspeita e com as mesmas características dos indivíduos filmados no dia anterior, que estariam no interior do veículo furtado. Ato continuo, detiveram os suspeitos e acionaram a polícia militar, que os encaminhou para o 3° Distrito Policial de Santos, tendo sido encontrado em revista pessoal, com o requerente Otávio, um instrumento possivelmente utilizado para subtrair o veículo.
Do Direito:
A prisão dos requerentes se deu de maneira contrária a
legislação processual penal, que preceitua:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade,
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
No caso em testilha, os averiguados foram presos no dia
seguinte após os fatos, sem terem sido perseguidos, cometendo algum delito, ou após cometê-lo, ou encontrado com objetos que façam presumir que foram autores do furto, pois não foram encontrados com o veículo furtado. Portanto, evidente a ilegalidade da prisão em flagrante ratificada pela autoridade policial.
Desta forma, os requerentes merecem ter sua prisão
relaxada, sendo postos em liberdade.
Do Pedido:
Diante exposto, requerem o relaxamento da prisão em
flagrante, com base no artigo 5°, inciso LXV, da Constituição Federal.
Requerem, ainda, a expedição dos ALVARÁS DE SOLTURA
em favor dos requerentes, encaminhando-os imediatamente à autoridade policial.