LIBÂNEO, José Carlos. Didática e democratização do ensino. In: Didática.
Editora: CORTEZ. São Paulo, 2006.
MYLENA SAMIRES SILVA MARTINS 1
José Carlos Libâneo, nasceu em Angatuba, em 1945. Iniciou seus estudos no
Seminário Diocesano de Sorocaba – SP. Graduou-se em Filosofia na PUC – 1966, Mestre em educação escolar brasileira – 1984 e Doutor em Educação. As produções do autor são de extrema relevância para a sociedade e academia, desde 1997 Libâneo é professor da Universidade Católica de Goiás, se dedica a estudar sobre a didática e prática do ensino no Brasil. O objetivo deste texto é relacionar as principais ideias do autor, com aspectos abordados nas discussões promovidas em sala de aula. Entende-se que a prática pedagógica, contribui para a concretização da democratização do ensino, pois a escola pública tem a função de incluir os sujeitos na participação ativa da vida social. Produzir conhecimento, a sociabilidade, bem como, a gestão democrática, são atributos expressos na Constituição Federal. Ademais, os diversos indicadores políticos, econômicos e sociais, precisam ser levados em consideração, para a melhor compreensão do modelo estrutural, sistêmico e suas implicações na aplicação da Educação como um direito universal. De acordo com Libâneo (2006, p. 33), há dois componentes relevantes que precisam ser atingidos para o desenvolvimento do trabalho do professor: a) Instrução; b) ensino. O primeiro diz respeito a sistematização do conhecimento, por conseguinte, o ensino corresponde a necessidade de realizar e assimilar determinados assuntos. Quando o conhecimento passa a ser sistematicamente organizado, ocorre ações indispensáveis para o desenvolvimento das capacidade intelectual e cognitiva do estudante. Outro ponto destacado pelo teórico versa sobre a relação intrínseca da educação, cidadania e política, como garantia dos direitos democráticos. “A escolarização é um dos requisitos fundamentais para o processo de democratização da sociedade” (LIBÂNEO, 2006, p. 34). Para isso, torna-se necessário a atuação em
1 Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Sociais – UEPA CAMPUS XI.
duas frentes; pedagógica e política. É através da educação de qualidade, da escola unitária que a classe trabalhadora consegue ascender socialmente. Adentrar as universidades públicas e ocupar o mercado de trabalho, com dignidade e humanidade. Em consonância com pensador:
Há pois um trabalho pedagógico-didático a se efetivar dentro da escola que
se expressa no planejamento do ensino, na formulação dos objetivos, na seleção dos conteúdos, no aprimoramento de métodos de ensino, na organização escolar, na avaliação. Ligar a escolarização às lutas pela democratização da sociedade implica, pois, que a escola cumpra a tarefa que lhe é própria: promover o ensino (LIBÂNEO, 2006, p. 38).
Neste sentido, a democratização do ensino possibilita acesso ao conhecimento
sistematizado, aos métodos e técnicas que desenvolvem a criticidade dos estudantes. O plano político pedagógico norteia as ações que serão efetivadas pelos docentes em âmbito escolar. Não menos importante, a gestão democrática dar-se-á a partir das mudanças da administração pública brasileira e da redemocratização do Brasil em 1988. No qual percebe-se maior inserção dos estudantes nos fóruns deliberativos e na organização da escola, a promoção de ensino é, também, a garantia da participação de discentes no que tange a elaboração de política educacional. Dessa forma, é dever de todo corpo escolar – coordenações, docentes, discentes e técnicos – atuar de acordo com o estatuto interno, fundamentado pela BNCC, LDB e secretarias de educação, para o melhor aproveitamento do ensino- aprendizagem e adequação da prática pedagógica a origem do estudante. Sobretudo, dominar métodos eficazes capaz de romper o ciclo permanente de evasão escolar e, obviamente, tratar as problemáticas estruturais como problema de ordem coletiva. A individualização destas adversidades sob a vida dos sujeitos sobrepõe o princípio da meritocracia e o início da necropolítica do Estado brasileiro. Portanto, a escola se mostra como um meio insubstituível para a construção da cidadania, de sociabilidades, aprendizados e orientações da vida em sociedade. Uma vez que, a escola é um espaço de reprodução, um reflexo micro social, econômico e político, depende da responsabilidade dos agentes sociais para a constante desconstrução do convencimento ideológico e da alienação. Promover a democratização do ensino é dever do estado, porém, vigiar constantemente estes direitos é dever de todos os indivíduos brasileiros.