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HORMÔNIOS ESTEROIDES

-Esteroide que atua como uma molécula sinalizadora

O colesterol é o precursor de todas as classes de hormônios esteroides: glicocorticoides (p. ex.,


o cortisol), mineralocorticoides (p. ex., a aldosterona) e hormônios sexuais - andrógenos,
estrógenos e progestágenos (Nota: glicocorticoides e mineralocorticoides são coletivamente
chamados de corticosteroides.)

A síntese e a secreção dos andrógenos, cortisol e aldosterona ocorre no córtex da suprarrenal;


dos estrogênios e progestogênios, nos ovários e na placenta; e da testosterona, nos testículos.

Devido à sua hidrofobicidade, eles devem ser complexados com uma proteína
plasmática(albumina transportador inespecífico, da aldosterona. Existem,no entanto,
proteínas plasmáticas específicas para transportar esteroides, as quais ligam os esteroides
mais fortemente que a albumina, como, por exemplo, a transcortina (globulina ligadora de
corticosteroides), responsável pelo transporte do cortisol.)

Síntese

Envolve o encurtamento da cadeia hidrocarbonada do colesterol e a hidroxilação do núcleo


esteroide.
O colesterol dessas reações pode ter sido originado na síntese endógena, nas lipoproteínas ou
ter sido liberado dos ésteres de colesterol armazenados no citosol das células dos tecidos
esteroidogênicos. Um importante ponto de controle é o movimento do colesterol para a
membrana mitocondrial externa. O movimento subsequente dessa molécula é da membrana
mitocondrial externa para a interna. Esse processo é mediado pela proteína esteroidogênica
aguda reguladora (StAR).

A etapa inicial e reação limitante da velocidade converte colesterol em pregnenolona, que tem
21 carbonos. A reação é catalisada pela enzima de clivagem de cadeia lateral do
colesterol,P450scc,desmolase., uma oxidase de função mista tipo citocromo P450 (CYP) da
membrana mitocondrial interna.NADPH e O2 são necessários para a reação.

A pregnenolona é o precursor de todos os hormônios esteroides.

É oxidada e depois isomerizada em progesterona, que é ainda modificada a outros hormônios


esteroides por reações de hidroxilação catalisadas pela proteína CYP no REL e mitocôndrias.

Várias doenças genéticas são causadas por deficiências em etapas específicas da biossíntese de
hormônios esteroides.

Esses distúrbios são conhecidos como hiperplasias adrenais congênitas (CAH, do inglês
congenital adrenal hiperplasias), porque resultam em glândulas adrenais aumentadas. Resulta
em deficiência na síntese de hormônios formados após a etapa afetada e excesso dos
hormônios ou metabólitos formados anteriormente na rota.

O COLESTEROL PRECISA SER CONVERTIDO EM PREGNENOLONA PELA ENZIMA COLESTEROL


DESMOLASE E ESSE EVENTO OCORRE NO INTERIOR DA MITOCÔNDRIA. LOGO DEPOIS ESSE
PRODUTO É TRANSPORTADO PARA O RETICULO ENDOPLASMÁTICO LISO (REL)

Hormônios esteroides do córtex da suprarrenal

Os hormônios esteroides são sintetizados e secretados em resposta a sinais hormonais.

1. Cortisol. Sua produção na camada média (zona fasciculada) do córtex da suprarrenal é


controlada pelo hipotálamo, junto ao qual está localizada a hipófise.

Em situações de estresse grave (p. ex., uma infecção), o hormônio liberador da corticotropina
(CRH), produzido pelo hipotálamo, viaja por meio da rede de capilares e no lobo anterior da
hipófise, induz a produção e secreção do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH).

Se liga a um receptor acoplado à proteína G na membrana plasmática, resultando em


produção de AMPc e ativação da proteína-cinase A . A PKA fosforila e ativa tanto a esterase
que converte ésteres de colesterol em colesterol livre quanto a proteína StAR.

O ACTH estimula o córtex da suprarrenal a sintetizar e secretar glicocorticoides, como o


cortisol, o hormônio do estresse. O cortisol induz o organismo a responder ao estresse via
efeitos sobre o metabolismo intermediário (p. ex., pelo aumento da gliconeogênese) e sobre a
resposta inflamatória e imunitária (que é diminuída). Níveis elevados de cortisol inibem a
liberação de CRH e ACTH.
2. Aldosterona. Sua produção na camada externa (zona glomerulosa) do córtex da suprarrenal
é induzida pela diminuição da razão Na+/K+ no plasma e pelo hormônio angiotensina II(Ang-
II). A angiotensina II(um octapeptídeo) é produzida a partir da angiotensina I ([Ang-I] um
decapeptídeo) pela enzima conversora de angiotensina (ECA), uma enzima encontrada
predominantemente nos pulmões.

A aldosterona atua principalmente nos túbulos renais, onde estimula a captação de Na+ e e
água e a excreção de K+ .Um efeito da aldosterona é o aumento da pressão sanguínea.
Inibidores competitivos da ECA são usados no tratamento da hipertensão dependente de
renina.

3. Androgênios. A produção dos androgênios, principalmente desidroepiandrosterona e


androstenediona, é feita tanto pela camada interna (zona reticular) quanto pela camada média
do córtex da suprarrenal. Embora os próprios androgênios da suprarrenal sejam pouco
potentes, eles são convertidos em potentes hormônios esteroides pela 17β-hidroxiesteroide
desidrogenase, que produz testosterona (principalmente nos testículos), e pela aromatase
(CYP19), que leva à produção de estrogênios nos ovários (principalmente) das mulheres pré-
menopáusicas. Inibidores da aromatase são usados no tratamento do câncer de mama
responsivo a estrogênio.
Hormônios esteroides gonadais

Os testículos e os ovários (gônadas) sintetizam os hormônios necessários para a diferenciação


sexual e a reprodução. Um único fator liberador hipotalâmico, o hormônio liberador de
gonadotropinas, estimula a hipófise anterior a liberar as glicoproteínas hormônio luteinizante
(LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH). Atuam via receptores específicos na superfície
celular, causando aumento de AMPc. O LH estimula os testículos a produzirem testosterona e
os ovários a produzirem estrogênios e progesterona. O FSH regula o crescimento dos folículos
ovarianos e estimula a espermatogênese nos testículos.

Mecanismo

Os hormônios esteroides difundem através da membrana plasmática de suas células-alvo e


ligam-se a um receptor específico citosólico ou nuclear. O complexo receptor-ligante se
acumula no núcleo, sofre dimerização e se liga a sequências reguladoras específicas no DNA
(elementos de resposta a hormônios [ERH]), em associação com proteínas coativadoras. Assim,
ocorre a ativação do promotor, aumentando a transcrição dos genes-alvo. O complexo
hormônio-receptor pode também inibir a transcrição, associando-se a correpressores.

Metabolismo adicional

No fígado, os hormônios esteroides são geralmente convertidos em metabólitos inativos,


destinados à excreção. As reações incluem a redução de ligações insaturadas e a introdução de
grupos hidroxila adicionais. Esses metabólitos conjugados são relativamente solúveis em água
e não necessitam de proteínas transportadoras. Eles são eliminados nas fezes e na urina.

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