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Cadeira: Conclusão do Curso

Discente: Bessie Elias Mabota

TEMA: PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO PELO HIV EM MULHERES GESTANTES NO


BAIRRO NKOBE.

1. PROBLEMATIZAÇÃO
O HIV/SIDA tornou-se numa epidemia mundial desde o seu surgimento em meados de 1981,
nos EUA, embora tenha suas especificidades históricas e sociais que variam, de acordo com
os contextos, países e continentes, onde os índices de infecção, o comportamento
epidemiológico e os impactos nos indivíduos são, também, diferenciados.

De acordo com o último relatório global da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a
prevalência do HIV e SIDA no mundo, o índice de seroprevalência calculada para 2018 era de
que cerca de 1,7 milhões de pessoas em todo o mundo, mostrando uma redução de 16% em
relação a 2010.

Moçambique é citado neste relatório pelo sucesso em acções com base na comunidade, que
podem resultar na garantia de direitos à saúde em um país de baixa renda com uma das
maiores epidemias de HIV do mundo e vários desafios de saúde pública. Os recentes ciclones
e o efeito no sistema de saúde são apontados no relatório, que cita outros agravantes como
pobreza extrema, acesso desigual, escassez e fraca presença de provedores de serviços de
saúde.

Em Moçambique há actualmente mais de um milhão e quinhentos mil pessoas infectadas pelo


HIV (ONUSIDA, 2015), estimando-se em 110.000 o número de crianças de 0-14 anos
vivendo com o HIV (UNAIDS, 2016). Em termos epidemiológicos, a infecção do HIV em
Moçambique é generalizada, mas considerada estável desde 2015, com uma prevalência de
13.2% em adultos de 15-49 anos de idade.

A região sul de Moçambique é a mais severamente afectada pelo HIV, destacando-se a


província de Gaza, com uma taxa de prevalência de 24,4%. A prevalência do HIV é mais
elevada nas mulheres do que nos homens (13% e 9,2% respectivamente), tanto na área urbana
como na rural (IMASIDA, 2015).
Estima-se que cerca de 15% de mulheres grávidas entre os 15 e 49 anos de idade estão
infectadas pelo vírus HIV-SIDA. A epidemia tem um carácter heterogéneo em termos
geográficos e socioeconómicos. A principal via de transmissão continua a ser sexual em cerca
de 90% dos casos em adultos.

O crescimento da infecção entre mulheres, especialmente em idade reprodutiva, com a


possibilidade real de aumentar a transmissão vertical e assim a propagação do vírus entre as
crianças, torna as grávidas um grupo a ser estudado. Pelo que questiona-se: Qual a
prevalência da infecção pelo HIV em mulheres gestantes no bairro Nkobe no período de
2015-2020.

2. HIPÓTESES
H1. Quanto ao conhecimento prévio da seropositividade para o HIV, a maior porcentagem
das mulheres grávidas toma conhecimento durante o pré-natal.

H2. O número de mulheres grávidas que já conheciam sua condição sorológica antes da
consulta pré-natal natal é maior do que as que conheceram durante o pré-natal.

H3. A maior ascendência quantitativa de grávidas que só sabem que são portadoras do vírus
HIV no momento do parto através do teste rápido.

3. OBJECTIVOS

3.1. Objectivos geral


Analisar a prevalência da infecção pelo HIV em mulheres gestantes no bairro Nkobe.

3.2. Objectivos específicos


 Correlacionar a prevalênciado HIV/SIDA com as características demográficas e
geográficas selecionadas;
 Verificar faixas etárias prevalentes;
 Desenvolver estimativas e projecções de prevalência do HIV/SIDA na população em
geral;
 Monitorar as tendências da prevalência e da incidência do HIV/SIDA através do
tempo e entre subpopulações de mulheres grávidas que atendam a CPN.
4. JUSTIFICAÇÃO E PERTINÊNCIA DO ESTUDO
O interesse por esse tema surge durante o estágio académico na Associação Kindlimuka
(Despertar, em Português), na qual pude constactar que a maioria das mulheres só descobria o
seu estado sorológico positivo na consulta pré-natal. Este fenómeno demonstra o descaso que
boa parte das mulheres tem com relação a sua saúde sexual e ao aumento de casos de
mulheres infectadas pelo HIV em Moçambique.

Conhecer a distribuição das gestantes HIV infectadas na comunidade é necessário para


estimar o risco de Transmissão Vertical e orientar as medidas preventivas. A inclusão do
espaço geográfico no estudo permite, adicionalmente, visualizar a distribuição espacial desses
casos e assim aprofundar a análise entre ambiente e desenvolvimento de infecções.

A julgar pelas especificidades que a epidemia do HIV/SIDA apresenta entre os diferentes


segmentos populacionais, faz-se necessário a inclusão de estratégias de enfrentamento
adequadas ao contexto situacional, no qual se insere essa população. Para tanto, torna-se
imprescindível conhecer as características epidemiológicas das gestantes com HIV com vistas
a auxiliar na construção de acções que efetivamente proporcionem melhoria da qualidade da
atenção para essas mulheres.

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