A terminologia “Currículo” possui várias interpretações, a mais comum é a que associamos o currículo a um
documento com informações referentes às experiências profissionais de uma pessoa, onde podemos
entender sua trajetória de formação escolar, acadêmica, e suas experiências profissionais. Para este
escolar, que de uma maneira sintética pode ser entendido como os valores e os conhecimentos necessários
para o processo formativo de um indivíduo.
Há uma forma equivocada de se entender o currículo escolar como grade de disciplinas, ou como matérias a
serem ensinadas. Quando pensamos em currículo escolar é fundamental que possamos entendê-lo como
percurso de formação. Algumas questões que devem ser levantadas quando se pensa em montar um
currículo escolar são:
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A partir das respostas dadas as questões acima elencadas, inicia-se então o processo de construção desta
trajetória, deste percurso, com os conhecimentos necessários para se alcançar tal intento.
O currículo escolar é então a trajetória de formação que um sujeito irá percorrer ao longo de sua vida, e no
caso da educação brasileira, se pensarmos em uma pessoa que entra aos quatro(4) anos na educação infantil
e irá até o ensino superior, se isto acontecer de maneira linear, serão no mínimo 18 anos de trajetória,
quase duas décadas.
Pode-se afirmar que os primeiros vinte anos da vida de uma pessoa ela passa na escola. Desta maneira a
escola na sociedade moderna foi-se tornando o espaço social primordial para a formação da sociedade.
Com a chegada dos jesuítas no Brasil em 1549 iniciou o processo de educação escolar em nosso país, com a
fundação das primeiras casas de bê-á-bá, que tinham como objetivo catequizar as crianças indígenas
brasileiras. A partir do final do século XVI e início do século XVII os jesuítas começaram a se dedicar ao
ensino secundário e a educação dos filhos dos colonos, com esta mudança de foco, os jesuítas passaram a se
dedicar a educação escolar dos filhos dos colonizadores, preparando-os para as universidades na Europa, a
partir deste momento foi implementando o primeiro programa curricular no Brasil, o Ratio Studiorum, que
era o plano de organização de estudos da Companhia de Jesus. Este documento era constituído por 467
pontos que determinavam as ações pedagógicas dos padres jesuítas em seus colégios.
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Após a expulsão dos jesuítas pelo primeiro ministro português, Marques de Pombal, iniciaram as reformas
pombalinas da instrução pública, que propunha uma educação escolar afastada das questões religiosas,
tornando-se cada vez mais científicas. Esta proposta de Pombal não foi colocada em ação, pois não existiam
professores formados e preparados para o magistério de uma educação laica e científica. Mesmo com a
expulsão dos jesuítas, não houve um rompimento com a Igreja Católica, que permaneceu como a instituição
particular de ensino com maior número de escolar no Brasil até meados do século XX.
Moreira (1990) nos informa que a partir do século XX:
As origens do pensamento curricular podem ser localizadas nos anos vinte e trinta,
quando importantes transformações econômicas, sociais, culturais, políticas e ideológicas
Moreira em seu livro “Currículos e Programas no Brasil” de 1990, nos conta que as primeiras propostas
curriculares foram promovidas pelo famoso movimento encabeçado por Fernando de Azevedo, Anísio
Teixeira e Lourenço Filho, que ficou conhecido como Movimento dos Pioneiros da Escola Nova. Estes
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intelectuais da educação promovem reformas curriculares em vários Estados do Brasil, em especial nas
alguns estados brasileiros, não se havia difundido, no Brasil, uma proposta sistemática de
abordagem de questões curriculares. Existia, no entanto, tradições curriculares
MOREIRA, 1990, P. 83
Para os Pioneiros o que ajudaria a construir uma nova sociedade seria investir na educação do humanista
científico-tecnológico. E para isso seria necessário pensar as relações do homem com a sociedade, o
processo da educação e sua estrutura, construindo uma escola para a democracia social. Alguns princípios
considerados pelos Pioneiros da Educação Nova como condições sociais essenciais para uma educação
tomavam conta do debate político. No Estado de São Paulo este debate possuía várias frentes com variados
projetos de escola, o regime republicano tinha uma proposta educacional, ou seja, a idéia de implementar
um sistema escolar que educasse toda a sociedade “mas escalonando o seu alcance conforme se tratasse do
trabalhador imigrante ou das camadas dominantes” (HILSDORF, 2005, p.71). Outras forças também
reivindicaram uma educação escolar que estivesse adequada às necessidades da sociedade, estas forças
vieram dos movimentos operários que contestavam a proposta de educação elitizada dos republicanos
paulistas. Estas forças foram representadas pelos movimentos Socialistas que com suas iniciativas
objetivam realizar uma educação que politizasse o trabalhador. Os Libertários, um grupo composto por
imigrantes portugueses, espanhóis e italianos, constituiu uma formulação pedagógica e didática, que não
consideravam a educação a partir da realidade brasileira e sim das diretrizes do anarquismo internacional.
Diferentes dos Socialistas a proposta educativa dos Libertários não lutavam por um ensino público e
gratuito oferecido pelo Estado, mas por construir suas próprias escolas e fazer com que seus alunos
pudessem freqüentá-la.
Com tantos embates e projetos educacionais diferentes e as mudanças do Brasil ao longo do século XX,
como o processo de industrialização, e as demandas por mão de obra especializada, foi cada vez mais se
tornando necessário repensar o papel da escola e sua função na formação das novas classes sociais no
professores e a definição dos conhecimentos escolares, a partir daí começa-se a introdução da disciplina de
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função do currículo é muito ampla, e que esta associada a objetivos de formação. Que deverá estar
articulado com os anseios de uma sociedade mais justa e igualitária, projetando relações sociais mais
humanas, igualitárias e sustentáveis, e a escola é um dos principais espaços para esta proposta formativa.
TEXTO DE APROFUNDAMENTO!!!
Os estudos sobre currículos são extremamente complexos, para se aprofundarem leia o artigo:O
CAMPO DO CURRÍCULO NO BRASIL: CONSTRUÇÃO NO CONTEXTO DA ANPED, do autor Antônio
http://www.scielo.br/pdf/cp/n117/15553.pdf
ATIVIDADE
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escolares?
A. Era a construtivista;
REFERÊNCIA
CURY, Carlos R. Jamil. Um olhar sobre o manifesto dos pioneiros da educação nova de 1932. In: XAVIER,
Maria do Carmo et all (orgs.) Manifesto dos pioneiros da educação: um legado educacional em debate. Rio
de Janeiro: FGV; Belo Horizonte: FUMEC, 1988.
HILSDORF, Maria Lúcia Spedo. História da educação brasileira: leituras. São Paulo: Thomson Editora, 2005.
MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa. Currículos e programas no Brasil. Campinas, S.P.: Papirus, 1990. –
(Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico)
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