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DISCIPLINA DE TCC I
Prof.ª ANDRÉA HEIDRICH
FRANCINE MARQUES
PELOTAS
JULHO, 2017
I. Contextualizando escolhas
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II. Relacionando referencial teórico com o campo
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Municipal de Assistência Social, Universidade Católica de Pelotas e Universidade
Federal de Pelotas) e não governamentais (Cáritas, Sindicato dos Pescadores).
Para que consigamos analisar a atuação do assistente social como uma
proposta emancipatória junto a grupos, torna-se pertinente relaciona-lo com o conceito
de autoanálise e autogestão, defendendo a autonomia da população em definir
políticas que oportunizem a gestão dos projetos sociais desenvolvidos na
comunidade.
A produção da desigualdade social, manifestada na questão social é
reconhecida como produto da sociedade pautada nas relações de força:
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Para além dos problemas sociais, as manifestações da questão social se
tornam objeto de atuação do Serviço Social, nesse sentido a presente pesquisa
considera que a que as relações capitalistas determinam as multifaces das condições
de vida da população em vulnerabilidade social e econômica.
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A assistente social da unidade realiza atendimentos individuais, visitas
domiciliares e coordena diversos grupos, alguns permanentes, como é caso dos
grupos de hipertensos e saúde mental, onde são realizadas oficinas de artesanato e
rodas de conversa sobre assuntos diversos, e outros temporários, como é o caso do
grupo de tabagistas, que cicla a cada dois com 15 usuários que recebem orientações
e medicação para parar de fumar e o do bolsa família que acontece duas vezes ao
ano.
“A confiança e o vínculo estabelecidos entre os que prestam
serviços de saúde e as pessoas que precisam do cuidado
são fundamentais para a garantia da qualidade e do sucesso
desse encontro entre seres humanos, que não se reduz à
técnica nem a carência.” (PAIM, p. 15).
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por exemplo. Consultas, exames, vacinas, radiografias e outros procedimentos são
disponibilizados aos usuários nas UBSs.
A atenção básica também envolve outras iniciativas, como: as Equipes de
Consultórios de Rua, que atendem pessoas em situação de rua; o Programa Melhor
em Casa, de atendimento domiciliar; o Programa Brasil Sorridente, de saúde bucal; o
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que busca alternativas para
melhorar as condições de saúde de suas comunidades etc.
A Política Nacional de Atenção Básica - PNAB é resultado da experiência
acumulada de vários atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a
consolidação do Sistema Único de Saúde – SUS. No Brasil, a atenção básica é
desenvolvida para operar com alto grau de descentralização e próxima das
comunidades. As UBSs instaladas no local onde as pessoas vivem desempenham um
papel central na garantia à população de acesso à saúde.
Cabe ressaltar que o Brasil é único país do mundo com mais de 100 milhões
de habitantes que conta com um sistema de saúde público, universal, integral e
gratuito. Em 2012 a nova PNAB mudou o desenho do financiamento federal para a
atenção básica, diferenciando o valor per capita por município, beneficiando o
município mais pobre, menor, com maior percentual de população pobre e
extremamente pobre e com as menores densidades demográficas. A mudança de
modelo proposta pela política da Estratégia Saúde da Família, criou um componente
de qualidade que avalia e premia equipes e municípios, garantindo aumento do
repasse de recursos em função da contratualização de compromissos e do alcance
de resultados, a partir da referência de padrões de acesso e qualidade pactuados de
maneira tripartite. Nesse sentido cabe à toda a equipe e também ao Assistente Social
a realização da parte burocrática, com preenchimento dos relatórios de atendimentos,
que é o que garante novos investimento para o município e a distribuição de recursos
frente a demanda de atendimentos apontadas na documentação.
A PNAB atualizou conceitos na política de saúde e introduziu elementos ligados
ao papel desejado para a Atenção Básica na ordenação das Redes de Atenção.
Avançou no reconhecimento de um leque maior de modelagens de equipes para as
diferentes populações e realidades sociais. Para além das equipes de Saúde da
Família, houve a inclusão de equipes de Atenção Básica para a população de rua,
ampliação do número de municípios que podem ter Núcleos de Apoio à Saúde da
Família e a criação UBS Fluviais e eSF para as Populações Ribeirinhas.
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Contudo, essa realidade de avanço na criação e ampliação de políticas públicas
voltadas para o atendimento em Atenção Básica de Saúde, bem como todos os
investimento realizados na área da saúde encontram-se nesse momento ameaçados
pela proposta da emenda constitucional 55/241, que institui um novo regime fiscal,
limitando as despesas primárias do governo com o congelamento do investimentos
públicos por 20 anos. Considerando que, entre a crise econômica que o país enfrenta,
que desencadeou o aumento do desemprego da população e a migração desse
contingente de trabalhadores dos sistemas privados de saúde para o público, e o
aumento vegetativo da população brasileira, cerca de 2 milhões de pessoas por ano,
é de fácil compreensão que se essa medida entrar em vigor o sistema atual de saúde
entrará em colapso em alguns anos, por falta de investimento público.
Os avanços conquistados pela profissão no exercício profissional na área da
saúde podem serem considerados insuficientes, pois o poder público requisita ao
assistente social, entre outras demandas, a seleção socioeconômica dos usuários,
atuação psicossocial por meio de aconselhamento e ação fiscalizatória dos usuários.
O Código de Ética da profissão apresenta ferramentas imprescindíveis para o trabalho
dos assistentes sociais na saúde em todas as suas dimensões: na prestação de
serviços diretos à população, no planejamento, na assessoria, na gestão e na
mobilização e participação social.
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A atuação do Assistente Social na atenção básica de saúde possibilita contato
com demandas diversas, da área da saúde e da assistência também. Em particular a
UBS da Colônia Z3 trata-se de um campo rico para o assistente social no que diz
respeito ao contato direto com a população, por se tratar da zona rural, a comunidade
acessa seguidamente os serviços da unidade, muito por falta de acesso a outros
serviços da cidade, facilitando para acompanhar desenrolar dos atendimentos e atuar
de forma mais pontual nas demandas trazidas pela população. Contudo, também por
se tratar de uma localidade na zona rural, a dificuldade de acesso inviabiliza muitas
vezes o acesso da população aos demais serviços da rede, enfraquecendo o
atendimento multidisciplinar preconizado pelo SUS.
A realidade social da zona rural deveria ser considerada pelo poder público
como critério para implementação de serviços socioassitenciais na comunidade, para
que com essa aproximação da população a mesma conseguisse acessar os serviços
que são teoricamente um direito, mas que na prática são negados para as populações
não tem acesso.
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profissional precisa ter consciência desse compromisso e ter claro o porquê dessa
ação; ela deve ser pensada a partir do processo institucional. Acredita-se que o
trabalho com grupos realizado em uma determinada instituição permite nortear o
processo de trabalho para estes que estão inseridos. Sozinho fica muito mais difícil
enfrentar uma situação. É uma forma de enfrentar a individualização e
compartimentalização, que são características do capitalismo.
O trabalho com grupos sempre esteve presente na atuação do assistente
social, hoje é uma estratégia de intervenção que vem sendo utilizada e repensada
frente às demandas da população.
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V. Cartografia
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uma simples coleta de dados, o cartógrafo de envolve com a vida ali presente,
inexistindo portanto a neutralidade. Envolver-se em uma pesquisa, ou prática
profissional, de referencial cartográfico é ir a campo sem receitas de bolo, sem
verdades prontas e pontes intransponíveis, é trilhar o caminho em busca de pistas.
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5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Hall, 2010.
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