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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA

SOUZA
Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas

PRÉ–PROJETO – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

SÃO PAULO
2021
EVELYN GROSCH DO AMARAL
JOÃO PEDRO CHIZZOLINI DE FREITAS
MARIA FERNANDA RUIZ GALLO
MILLENA ROSA CALAZANS

PRÉ–PROJETO – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Pré-projeto apresentado como Exigência para


compor a menção parcial da disciplina
Planejamento e Desenvolvimento do Trabalho
de Conclusão de Curso, sob orientação do
Professora e Mestra Elaine Aparecida Perline.

SÃO PAULO
2021
EVELYN GROSCH DO AMARAL
JOÃO PEDRO CHIZZOLINI DE FREITAS
MARIA FERNANDA RUIZ GALLO
MILLENA ROSA CALAZANS

PRÉ–PROJETO – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO,


apresentado em 10 de junho de dois mil e vinte e um.

Menção: ________

___________________________________
Professor e Mestra Elaine Aparecida Perline.

SÃO PAULO
2020
EPÍGRAFE.
“O caminho para o desenvolvimento social e econômico – seja de um país ou de uma
organização – passa necessariamente pela administração.”
Idalberto Chiavenato
LISTA DE SIGLAS

COVID Corona Virus Disease


PRONAMPE Programa Nacional de apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
FGI Fundo Garantidor para Investimentos
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
PDTCC Planejamento e Desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Cronograma do Primeiro


Semestre...........................................................................18
Tabela 2. Cronograma do Segundo
Semestre............................................................................18
SUMÁRIO

1. TEMA.....................................................................................................................................7
1.1.
Problema.............................................................................................................................7
1.2. Hipóteses............................................................................................................................7
1.3.
Justificativa.........................................................................................................................7
1.4. Objetivos............................................................................................................................8

2. METODOLOGIA.................................................................................................................9

3. CRONOGRAMA................................................................................................................18

REFERÊNCIAS......................................................................................................................19
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1. TEMA

O tema escolhido trata-se de Gestão Financeira: um estudo das medidas governamentais


direcionadas às organizações a partir das necessidades provocadas pela pandemia da COVID-
19.

1.1. Problema

O problema que guia esse trabalho de conclusão de curso é representado pela seguinte
pergunta: quais são os impactos das medidas governamentais no planejamento financeiro das
organizações durante a pandemia da COVID-19?

1.2. Hipóteses

A fim de responder à pergunta do problema, foram formuladas três hipóteses. A


primeira responde que um dos impactos, no planejamento financeiro, foi a redução dos custos
da manutenção dos colaboradores, por meio do financiamento da folha de pagamento.
Enquanto a segunda hipótese diz que a ampliação de carência para pagamentos de
empréstimos, efeito do Programa Nacional de apoio às Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte - PRONAMPE, e do crédito para os pequenos negócios com garantia por meio
do Fundo Garantidor de Operações, impacta na previsão e decisão de datas do planejamento
financeiro.
Por sua vez, a terceira hipótese supõe que a movimentação financeira de forma interna e
externa nas organizações foi um impacto causado pela flexibilização de crédito, incentivada
pelo governo federal a fim de estimular a economia, através da Medida Provisória 975, a qual
institui o Programa Emergencial de Acesso a Crédito, por meio do Fundo Garantidor para
Investimentos - FGI, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social - BNDES.

1.3. Justificativa

Estudar os impactos causados pelas medidas em combate ao coronavírus no


planejamento financeiro é fundamental para a compreensão das consequências econômicas
causadas pela gestão governamental. Isto é, ao compreender essa dinâmica, o planejamento
financeiro se torna mais preciso ao contemplar os efeitos de medidas governamentais de
8

quaisquer âmbitos. Através de fontes como sites oficiais do Ministério da Economia e artigos
científicos, publicados a partir de 2020, que abordam aspectos econômicos. O estudo é
composto por materiais e hipóteses que auxiliam na elaboração de um planejamento
financeiro eficaz e eficiente, o que é oportuno em momentos de crise, como a causada pela
pandemia da COVID-19.

1.4. Objetivos

Enquanto o objetivo é identificar as medidas governamentais relacionadas à COVID-19


e conhecer os impactos relevantes para as organizações, o objetivo geral é estudar as
estruturas do planejamento financeiro, suas dinâmicas na gestão das organizações e sua
relação a contenção de crises, tais como a causada pela pandemia da COVID-19.
Por sua vez, objetivo específico é observar como as organizações adequam o
planejamento financeiro às medidas governamentais quaisquer.

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2. METODOLOGIA

O método, na ciência, não se reduz a uma apresentação dos passos de uma pesquisa.
Não é, portanto, apenas a descrição dos procedimentos, dos caminhos traçados pelo
pesquisador para a obtenção de determinados resultados. Quando se fala em método, busca-se
explicitar quais são os motivos pelos quais o pesquisador escolheu determinados caminhos e
não outros. São estes motivos que determinam a escolha de certa forma de fazer ciência
(RUDIO, 2021).
Nesse contexto, o método científico é um conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos utilizados para atingir o conhecimento. Para que seja considerado conhecimento
científico, é necessária a identificação dos passos para a sua verificação, ou seja, determinar o
método que possibilitou chegar ao conhecimento. Segundo o autor, houve épocas em que
muitos entendiam que o método poderia ser generalizado para todos os trabalhos científicos.
Os cientistas atuais, no entanto, consideram que existe uma diversidade de métodos, que são
determinados pelo tipo de objeto a pesquisar e pelas proposições a descobrir (GIL, 2019).
O método científico é fundamental para validar as pesquisas e seus resultados serem
aceitos. Dessa forma, a pesquisa, para ser científica, requer um procedimento formal
realizado.
A pesquisa precisa ser feita de um modo sistematizado, utilizando para isto método próprio e
técnicas específicas. Como parte fundamental da pesquisa, a metodologia visa responder ao
problema formulado e atingir os objetivos do estudo de forma eficaz, com o mínimo possível
de interferência da subjetividade do pesquisador referindo-se às regras da ciência para
disciplinar os trabalhos, bem como para oferecer diretrizes sobre os procedimentos a serem
adotados (RUDIO, 2021). Lakatos e Marconi também apresentam sua definição a respeito de
método:
Método e métodos situam-se em níveis claramente distintos, no que se refere
à sua inspiração filosófica, ao seu grau de abstração, à sua finalidade mais ou
menos explicativa, à sua ação nas etapas mais ou menos concretas da
investigação e ao momento em que se situam. Com uma contribuição às
tentativas de fazer distinção entre os termos, diríamos que o método se
caracteriza por uma abordagem mais ampla, em nível de abstração mais
elevado, dos fenômenos da natureza e da sociedade (LAKATOS e
MARCONI, 2017, p.106).

Entretanto, para Richardson: “o método científico é a forma encontrada pela sociedade


para legitimar um conhecimento adquirido empiricamente” (RICHARDSON, 2017, p. 25).
Quando um conhecimento é obtido pelo método científico, qualquer pesquisador que repita a
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investigação, nas mesmas circunstâncias, poderá obter um resultado semelhante. Nesse


sentido, ao fazer um trabalho científico, o pesquisador aprende a colocar suas ideias em
ordem, no intuito de organizar os dados obtidos (ECO, 2020).
Tendo como objetivo de um trabalho científico atender a um determinado propósito
previamente definido, o uso de um método específico torna-se essencial para garantir o
alcance do que foi planejado. Sendo assim, a diversidade de métodos torna-se uma vantagem.
Dessa forma, quando, por técnicas ou processos diferentes, chega-se à mesma conclusão, há
maior razão para aceitá-la. Por esse motivo, não devem ser impostos ou cultivados métodos
tidos por privilegiados. Para a escolha do método, o autor, ao pesquisar diferentes abordagens,
conclui não haver um padrão desenvolvido e pronto que forneça, por si só, todas as respostas
à pergunta problema (GIL, 2019).
Ao comparar método a um caminho, a metodologia pode ser considerada o modo de
caminhar. Metodologia subentende o modo de proceder em seus menores detalhes, a
operacionalização do método segundo normas padronizadas. É resultado da experiência e
exige habilidade em sua execução (GIL, 2019).
Um mesmo método pode comportar mais de uma metodologia. Com relação às escolhas
metodológicas, podem ser utilizadas as seguintes categorias: classificação quanto ao objetivo
da pesquisa, classificação quanto à natureza da pesquisa, e classificação quanto à escolha do
objeto de estudo. No que se refere às metodologias de pesquisa, os estudos podem utilizar as
categorias a seguir: classificação quanto à metodologia de coleta de dados, qualitativa e
classificação quanto à metodologia de análise de dados, quantitativa (SEVERINO, 2018).
A metodologia deve apresentar como se pretende realizar a investigação. O fundamental
deve descrever a classificação quanto aos objetivos da pesquisa, a natureza da pesquisa, a
escolha do objeto de estudo, a técnica de coleta e a técnica de análise de dados (GIL, 2019).
Segundo Severino:
Quaisquer que sejam as distinções que se possam fazer para caracterizar as
várias formas de trabalhos científicos, é preciso afirmar preliminarmente que
todos eles têm em comum a necessária procedência de um trabalho de
pesquisa e de reflexão que seja pessoal, autônomo, criativo e rigoroso
(SEVERINO, 2018, p.163).

As pesquisas cientificas podem ser classificadas enquanto a natureza; a pesquisa


qualitativa é entendida, por alguns autores, como uma expressão genérica. Isso significa que
ela compreende atividades ou investigação que podem ser denominadas específicas. O uso
dessa abordagem propicia o aprofundamento da investigação das questões relacionadas ao
fenômeno em estudo e das suas relações, mediante a máxima valorização do contato direto
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com a situação estudada, buscando-se o que era comum, mas permanecendo, entretanto,
aberta para perceber a individualidade e os significados múltiplos (GIL, 2019).
A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o
pesquisador como principal instrumento. Esse tipo de pesquisa supõe o contato direto e
prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação investigada geralmente, por meio do
trabalho intensivo de campos; os dados coletados são predominantemente descritivos (GIL,
2019).
O material obtido nessas pesquisas é rico em descrições de pessoas, situações,
acontecimentos, fotografias, desenhos, documentos etc. Todos os dados da realidade são
importantes. A preocupação com o processo é muito maior que com o produto. O interesse do
pesquisador ao estudar um determinado problema é verificar como ele se manifesta nas
atividades, nos procedimentos e nas interações cotidianas. O significado que as pessoas dão às
coisas e à sua vida é foco de atenção especial pelo pesquisador. Nesses estudos há sempre
uma tentativa de capturar a perspectiva dos participantes, isto é, examinam-se como os
informantes encaram as questões que estão sendo focalizadas (GIL, 2019).
Segundo Malhotra, a pesquisa qualitativa pode ser usada para explicar os resultados
obtidos pela pesquisa quantitativa: “A pesquisa qualitativa proporciona uma melhor visão e
compreensão do contexto do problema, enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar
os dados e aplica alguma forma da análise estatística” (MALHOTRA, 2019, p. 39).
Além da classificação quanto a natureza, existe a classificação quanto aos objetivos da
pesquisa. Segundo Malhotra, as pesquisas podem ser classificadas, em termos amplos, como
exploratórias ou conclusivas. As pesquisas conclusivas apresentam, ainda, a subdivisão em
descritivas ou causais (MALHOTRA, 2019). Para Lakatos e Marconi existem, basicamente,
três tipos de pesquisa cujos objetivos são diferentes: pesquisa exploratória, descritiva e
experimental (LAKATOS e MARCONI, 2017).
Apesar de os autores usarem nomes diferentes para os três tipos básicos de pesquisa,
estas retratam os mesmos objetivos. Dessa forma, um dos tipos é a exploratória, o outro é a
descritiva e um terceiro é a explicativa, a qual pode ser denominada de causal, ou
experimental (GIL, 2019).
A pesquisa exploratória tem como objetivo principal desenvolver, esclarecer e
modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou
hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Estes tipos de pesquisas são os que
apresentam menor rigidez no planejamento, pois são planejadas com o objetivo de
proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato (GIL, 2019).
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Ainda, a pesquisa exploratória é usada em casos nos quais é necessário definir o


problema com maior precisão. O seu objetivo é prover critérios e compreensão. Tem as
seguintes características: informações definidas ao acaso e o processo de pesquisa flexível e
não-estruturado. A amostra é pequena e não-representativa e a análise dos dados é qualitativa.
As constatações são experimentais e o resultado, geralmente, seguido por outras pesquisas
exploratórias ou conclusivas (MALHOTRA, 2019).
Os métodos utilizados pela pesquisa exploratória são amplos e versáteis. Os métodos
empregados compreendem: levantamentos em fontes secundárias, levantamentos de
experiências, estudos de casos selecionados e observação informal (MATTAR, 2021).
Por sua vez, as pesquisas descritivas têm como finalidade principal a descrição das
características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações
entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de
suas características mais significativas aparece na utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados. Esse tipo de pesquisa, busca descrever um fenômeno ou situação em detalhe,
especialmente o que está ocorrendo, permitindo abranger, com exatidão, as características de
um indivíduo, uma situação, ou um grupo, bem como desvendar a relação entre os eventos
(GIL, 2019). Além disso, a pesquisa descritiva expõe as características de determinada
população ou fenômeno, estabelece correlações entre variáveis e define sua natureza.
(VERGARA, 2016).
Para Vergara, a pesquisa descritiva: "não tem o compromisso de explicar os fenômenos
que descreve, embora sirva de base para tal explicação" e cita como exemplo a pesquisa de
opinião (VERGARA, 2016, p.18).
Normalmente, a pesquisa descritiva usa dados dos levantamentos e caracteriza-se por
hipóteses especulativas que não especificam relações de causalidade, a elaboração das
questões de pesquisa exige um profundo conhecimento do problema a ser pesquisado
(AAKER, et. al., 2018).
Mattar complementa sobre a pesquisa descritiva: “o pesquisador precisa saber
exatamente o que pretende com a pesquisa, ou seja, quem (ou o que) deseja medir, quando e
onde o fará, como o fará e por que deverá fazê-lo” (MATTAR, 2021, p. 23).
Além das pesquisas, outros recursos se fazem necessários, tais como entrevistas. A
entrevista é uma das principais técnicas de coletas de dados e pode ser definida como
conversa seguindo um método para se obter informações sobre determinado assunto As
entrevistas demandam a presença do pesquisador e devem ser gravadas sempre que possível
para que se possa fazer uma análise mais detalhada posteriormente. Um problema com este
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instrumento é que muitas vezes os entrevistados divagam gerando a coleta de dados que não
são importantes para o estudo proposto. (ESTRELA, 2018).
Esta técnica de coleta de dados é bastante adequada para a obtenção de informações
acerca do que as pessoas sabem, creem, esperam e desejam, assim como suas razões para cada
resposta, contudo, a técnica apresenta algumas vantagens sua utilização, tais como maiores
abrangências, eficiência na obtenção dos dados, classificação e quantificação. Além disso, se
comparada com os questionários, a entrevista não restringe aspectos culturais do entrevistado,
possui maior número de respostas, oferece maior flexibilidade e possibilita que o
entrevistador capte outros tipos de comunicação não verbal, entretanto, não se pode
desconsiderar suas desvantagens na fase de coleta dos dados, como a falta de motivação e de
compreensão do entrevistado, a apresentação de respostas falsas, a incapacidade ou, mesmo, a
inabilidade de responder às perguntas, a influência do entrevistador no entrevistado, a
influência das opiniões pessoais do entrevistador, além do custo com treinamento de pessoal
para aplicação das entrevistas (GIL, 2019).
A opção pela entrevista em profundidade, justificada pela necessidade de se obter uma
visão aprofundada do entrevistado, que permite ao pesquisador a liberdade de utilização e de
inclusão de novas questões caso seja identificada esta necessidade. A adoção da entrevista em
profundidade possui como vantagens: análises pessoais mais aprofundadas em comparação a
grupos de foco; respostas atribuídas de forma direta e específica; troca de informações de
forma livre, devido à redução de pressão social; e maior flexibilidade na condução da
entrevista (MALHOTRA, 2019).
Após a realização da entrevista em profundidade, uma vez que em uma pesquisa
qualitativa, não há a necessidade de utilização do processo de amostragem probabilística, nem
mesmo um grande número de entrevistados, Desta forma, a amostra selecionada é do tipo não
probabilístico e foi definida por acessibilidade, não utilizando, portanto, nenhum
procedimento estatístico específico embora o pesquisador tenha tido o cuidado de verificar se
a amostra selecionada era representativa em relação ao universo de empresas com atuação na
área estudada (MALHOTRA, 2019).
Assim como as entrevistas, questionários são recursos frequentemente utilizados.
Lakatos e Marconi definem o questionário como: “instrumento de coleta de dados constituído
por uma série de perguntas, que devem ser respondidas” (LAKATOS e MARCONI, p. 100,
2017).
Dentre as vantagens do questionário, destacam-se as seguintes: permite alcançar um
maior número de pessoas; é mais econômico; a padronização das questões possibilita uma
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interpretação mais uniforme dos respondentes, o que facilita a compilação e comparação das
respostas escolhidas, além de assegurar o anonimato ao interrogado. Contudo, o questionário
também possui alguns inconvenientes, dentre os quais podem ser citados: o anonimato não
assegura a sinceridade das respostas obtidas; envolve aspectos como qualidade dos
interrogados, sua competência, franqueza e boa vontade; os interrogados podem interpretar as
perguntas da sua maneira; alguns temas podem deixar as pessoas incomodadas; há uma
imposição das respostas que são predeterminadas, além de poder ocorrer um baixo retorno de
respostas (MALHOTRA, 2021).
Um questionário semiestruturado mescla perguntas abertas, fechadas e de múltipla
escolha, portanto, deve obedecer a algumas regras básicas onde a principal é que possua uma
lógica interna na representação exata dos objetivos e na estrutura de aplicação, tabulação e
interpretação, para elaborar as perguntas de um questionário é indispensável levar em conta
que o informante não poderá contar com explicações adicionais do pesquisador. Alguns
cuidados são fundamentais na elaboração de questionários: deve conter instruções acerca do
seu preenchimento, não devem ser incluídas questões que não dizem respeito ao estudo, as
perguntas devem ser claras, sucintas, permitir apenas uma interpretação e não devem induzir
respostas. (ESTRELA, 2018).
O questionário semiestruturado é elaborado a partir de um roteiro de questões abertas,
com a possibilidade de inclusão de perguntas adicionais na medida em que novos
pensamentos e necessidades de entendimento de determinado tema fossem identificados
durante a realização das entrevistas, ou seja, a flexibilidade observada na aplicação de
questionários semiestruturados permite ao pesquisador partir de perguntas centrais ao tema e
adicionar novas questões a serem desvendadas conforme o interesse e a possibilidade de
agregar valor aos resultados da pesquisa (MALHOTRA, 2019).
A utilização do questionário semiestruturado é mais apropriada nas seguintes situações:
é preciso entender as bases utilizadas pelo entrevistado para formar suas visões e opiniões a
respeito de uma determinada situação; um objetivo da entrevista é desenvolver um
entendimento das circunstâncias em que está inserido o respondente, a fim de que o
pesquisador possa influenciá-las, de forma independente ou colaborativa; a lógica de uma
situação não está bem definida; o assunto a ser discutido é confidencial ou comercialmente
sensível; e outra forma de abordagem ao entrevistado pode torná-lo mais relutante em discutir
o assunto (ANDRADE, 2016).
A partir do momento em que os dados foram coletados, parte-se para a análise de
conteúdo. De acordo com Bardin, a análise de conteúdo é:
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Um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando a obter, por


procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/ recepção destas
mensagens
(BARDIN, 2016, p. 30).
O âmbito da análise do conteúdo surgiu de discussões sobre suas diferentes funções. A
conhecida como função heurística objetiva a análise do conteúdo e enriquecendo a tentativa
exploratória e a seguinte, como função de “administração da prova”, que verificava se os
achados da análise eram verdadeiros ou não (BARDIN, 2016).
O ponto de partida da análise de conteúdo é a mensagem, seja ela verbal, escrita ou
oralizada, gestual, figurativa, documental ou diretamente provocada. As mensagens
expressam as representações sociais, elaboradas mentalmente, a partir da dinâmica que se
estabelece entre o sujeito e o objeto do conhecimento. Na análise de conteúdo, é reconhecido
o papel ativo do sujeito na produção do conhecimento. (MENDES, 2018).
As diferenças na técnica de análise do conteúdo nas abordagens qualitativa e
quantitativa são enfatizadas por Bardin. Nas pesquisas qualitativas, o referencial era a
presença ou a ausência de características de um dado fragmento, ao passo que nos estudos
quantitativos, o referencial era a frequência (dados estatísticos) com que apareciam
determinadas características do conteúdo. Posteriormente, o critério de objetividade tornou-se
menos rígido, o que possibilitou usos combinatórios entre estatística e análises clínicas
(BARDIN, 2016).
A pesquisa qualitativa trata-se de descrição, de interpretação, de uma busca pela
compreensão de situações, de fatos, de fenômenos, de documentos. Nesse ponto de
procedimentos, a análise de conteúdo se constitui como pressuposto teórico de análise.
Considera-se as situações, os fenômenos, como textos e estes passam a ser analisados.
No exame de um texto, os pressupostos da análise de conteúdo servem de suporte para captar
seu sentido simbólico (LEITE, 2017).
Nesse sentido, a análise do conteúdo deixou de ser apenas descritiva e passou a usar a
inferência, por meio de análises. Estas inferências procuram esclarecer as causas da
mensagem ou as consequências que a ela pode provocar (BARDIN, 2016).
Na sequência, Bardin define descrição analítica apresentando as prováveis aplicações da
análise de conteúdo como um método de categorias que permite a classificação dos
componentes do significado da mensagem em espécie de gavetas. Segundo a autora, uma
análise de conteúdo não deixa de ser uma análise de significados, ao contrário, ocupa-se de
uma descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo extraído das comunicações e
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sua respectiva interpretação (BARDIN, 2016).


Bardin conclui reflexões acerca da análise do conteúdo e a linguística, por conterem um
objeto comum, a linguagem. Embora suas diferenças sejam acentuadas, a linguística
preocupa-se com o estudo da língua e seu funcionamento, ao passo que a análise do conteúdo
procura conhecer aquilo que está por trás do significado das palavras; e da análise do
conteúdo e análise documental, pois, segundo ela algumas técnicas e procedimentos da
análise de conteúdo, fazem menção à análise documental como forma de condensação das
informações, para consulta e armazenamento (BARDIN, 2016).
A análise do conteúdo em entrevista é muito complexa e, em alguns casos,
determinados programas de computadores não podem tratá-las. Existem critérios de
organização de uma análise: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos
resultados, o qual compreende a codificação e a inferência (BARDIN, 2016).
Na fase inicial, durante a pré-análise, o material é organizado, compondo o corpus da
pesquisa. Escolhem-se os documentos, formulam-se hipóteses e elaboram-se indicadores que
norteiem a interpretação final, porém é fundamental observar algumas regras: primeiramente,
a exaustividade, sugere-se esgotar todo o assunto sem omissão de nenhuma parte; a
representatividade, preocupa-se com amostras que representem o universo, a homogeneidade,
nesse caso os dados devem referir-se ao mesmo tema, serem coletados por meio de técnicas
iguais e indivíduos semelhantes, a pertinência que é necessária que os documentos sejam
adaptados aos objetivos da pesquisa; por fim, a exclusividade, um elemento não deve ser
classificado em mais de uma categoria (BARDIN, 2016).
Outro elemento a ser considerado é que a análise de conteúdo requer relevância teórica
nas descobertas. Uma informação apenas descritiva sem relação a outros tributos ou às
características do emissor tem valor considerado inferior, um dado sobre o conteúdo de uma
mensagem deve, necessariamente, estar relacionado a outro dado. A ligação entre esse tipo de
relação deve ser representada por alguma teoria. Dessa forma, a análise de conteúdo implica
comparações textuais, as quais podem ser multivariadas, porém, obrigatoriamente,
direcionadas a partir da sensibilidade, intencionalidade e competência teórica (FRANCO,
2018).
O contato inicial com os documentos, a chamada leitura flutuante é a fase em que são
elaboradas as hipóteses e os objetivos da pesquisa. Bardin explica que as hipóteses são
explicações antecipadas do fenômeno observado, em outras palavras, afirmações iniciais que
podem ser comprovadas ou refutadas ao final do estudo. Após a realização da leitura
flutuante, a autora recomenda a escolha de um índice organizado em indicadores. Ao final, no
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momento da exploração do material, codificam-se os dados, processo pelo qual os dados são
transformados sistematicamente e agregados em unidades. O processo de codificação dos
dados restringe-se a escolha de unidades de registro, ou seja, é o recorte que se dará na
pesquisa. (BARDIN, 2016).
Uma unidade de registro significa uma unidade a se codificar, podendo esta ser um
tema, uma palavra ou uma frase. No processo de enumeração de regras, ou seja, de seleção de
regras de contagem, a presença de elementos ou unidades de registros (palavras, temas ou
outras unidades) pode ser significativa ou, ao contrário, a ausência de determinados elementos
pode bloquear ou traduzir a vontade escondida, Outros fatores cruciais nesse processo são a
frequência em que aparece a unidade de registro; a intensidade medida através dos tempos dos
verbos, advérbios e adjetivos; a direção favorável, neutra ou desfavorável e demais critérios
associados (positivo ou negativo); a ordem estabelecida nos registros, ou seja, se o sujeito A
aparece antes do B e, por fim, a concorrência, caracterizada pela presença simultânea de duas
ou mais unidades de registro numa unidade de contexto (BARDIN, 2016).
A análise dos dados segue um processo indutivo. Os pesquisadores não se preocupam
em buscar evidências que comprovem as hipóteses definidas antes do início dos estudos. As
abstrações se formam ou se consolidam, basicamente, a partir da inspeção dos dados em
processo de baixo para cima. Assim, a pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados
descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o
processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes
(BARDIN, 2016).
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3. CRONOGRAMA

O desenvolvimento de um cronograma é de fundamental importância para que a


execução do planejamento do trabalho de conclusão de curso ocorra de forma adequada. Os
cronogramas referentes ao primeiro e segundo semestres foram estabelecidos de acordo com
as tabelas abaixo:
Tabela 1: Cronograma do Primeiro Semestre.

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

1ª Apresentação Desenvolvimento
- - - -
semana das áreas do cronograma

2ª Apresentação Desenvolvimento Desenvolvimento Apresentação do


- -
semana das áreas do problema da justificativa PDTCC

Formação dos Desenvolvimento


3ª Desenvolvimento Desenvolvimento
- - grupos e do título do 1º
semana do problema dos objetivos
escolha da área capítulo
Apresentaçã
o da
4ª Escolha do Desenvolvimento Desenvolvimento Estruturação do
- disciplina
semana tema das hipóteses da metodologia 1º capítulo
e do
conteúdo

5ª Escolha do Desenvolvimento Estruturação do


- - -
semana tema das hipóteses 1º capítulo

Fonte: Elaborado pelos autores.


Tabela 2: Cronograma do Segundo Semestre.

Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Apresentação
1ª Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento
das referências - -
semana do 1º capítulo do 2º capítulo dos slides e ensaio
utilizadas
19

Apresentação Entrega e Considerações


2ª Desenvolvimento Desenvolvimento
das referências correção do finais e -
semana do 1º capítulo dos slides e ensaio
utilizadas capítulo 2 referências

Desenvolvimento Considerações
3ª Entrega do 1º Desenvolvimento
- da metodologia no finais e -
semana capítulo dos slides e ensaio
3º capítulo referencias
Entrega das
Desenvolvimento Desenvolvimento
4ª considerações Apresentação do
- de título, estrutura da metodologia no -
semana finais e TCC
e do 2º capítulo 3º capítulo
referências

5ª Desenvolvimento Desenvolvimento Entrega da


- Devolução -
semana do 1º capítulo do 2º capítulo metodologia

Fonte: Elaborado pelos autores.

REFERÊNCIAS

AAKER, David. et. al. Marketing Research. 13. ed. Wiley, 2018.
ANDRADE, Laís Vilaverde. Metodologia de pesquisa. Selo Tips, 2016. Disponível em: <
https://silo.tips/download/4-metodologia-de-pesquisa>. Acesso em: 4 de maio de 2021.
COMO lidar com a folha de pagamentos na crise do coronavírus. Sebrae, 2020. Disponível
em: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-lidar-com-a-folha-
depagamentos
-na-crise-do-coronavirus,df03f19dc7141710VgnVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em:
24 de mar. de 2021.
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 1. ed. São Paulo: Edições 70, 2016.
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 27. ed. São Paulo: Perspectiva, 2020.
ESTRELA, Carlos. Metodologia Científica: Ciência, Ensino, Pesquisa. 3. ed. São Paulo:
Artes Médicas, 2018.
FRANCO, Maria Laura Puglisi Barbosa. Análise de Conteúdo. 5. ed. Campinas: Autores
Associados, 2018.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2019.
LEITE, Rosana Franzen. A perspectiva da análise de conteúdo na pesquisa qualitativa:
algumas considerações. Editora SEPQ - Revista Pesquisa Qualitativa, 2017. Disponível
em: <https://editora.sepq.org.br/rpq/article/view/129>. Acesso em: 03 de jun. de 2021.
MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 7.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2019.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa:
Planejamento e Execução de Pesquisas, Amostragens e Técnicas de Pesquisas, Elaboração,
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Análise e Interpretação de Dados. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2017.


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