Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
us ClcnrurE W E ~ € B E S
O PEACUBSO EHQBESEOlBl [I]
-
R~vIIIP He0111 -
OlD6lIlD L l p o l O ' 114S7186
PI1qD 1SOSOO - -
P e u l í l l O P O0 C.S. 1.'107643
Olllnd1~111OIUII: 1,500500
r:sCntt - -
IIOOCCH SOO0 ~XI~PLORES
iis OrrnrPnjn&O
GRUPO DE PESSOAL (ORTt(ftR0
riam ser em moeda brosileira ou *lroco>, equivalendo dondo-se o ruptura familiar e o mudonço de domicílio.
o cerco de 50% em réis poriugueses ou ~tories.1. Troio- Vê-se obrigado o arronior cosa, opoiodo openos nos
vo-se ogoro do coso comercial de mais um emigrante 100 libros ( 4 5 0 $ 0 0 0 rs.] que, opesor de tudo, o so-
do Porio ali esiabelecido. ligado ò familio Serpa Pin- gro lhe fociliiou, como odiontamenio do heronço que
to, que, como normo habiiuol, dava preterêncio no o mulher virio o receber, exigindo-lhe documento es-
emprego aos poriugueses chegados de lrexo. criio paro esse efeito. Clemente procuro emprego, len-
tondo capitalizar o sober-fozer odquirido como coixei-
ro no Rio de Joneiro. pondo para o eleiio um anúncio
no iornol *como indivíduo sobedor de escripturoçào
Mas em 1863, ou seja. openas quatro anos depois por partidos dobrodos.. Conseguiu um lugar que o
da suo chegoda a o Rio, aceito o desofio do sogro remunerovo em cerco de 2 5 0 $ 0 0 0 rs. onuolmente.
que retornovo o Portugal e ocomponho-o, crente no Pouco depois o poi onunciovo-lhe que orranjoro um
promessa de ojudo linonceiro poro c9 se estabelecer. sócio capitalisto João Jooquim de Poes, do Vila do
Então, opesor de openos estor ligeiramente cobrosi- Feiro mos residente no Porto, que se propunha odion-
lei rodo^, cumpre os rituais dos *brasileiros. de retorno lar três contos poro o constituiçòo do sociedode. o
do Porto oiiocentista: vivendo com o sogro no ruo do quol funcionorio com ainleresses divididos oo meio e
Torrinho, *d'olli io iodos os dios com elle oté ó Proço urno retirodo, p o r mim. poro minhos despesos, d e
Novo, d e chopéu do Chili, feito Brozileiro, mos sem 30$000 réis*. N a reolidode, João Poes odiontou um
viniem, entreter converso com os que de Ia vinham,. conio em dinheiro e umo leito de dois contos, oceite
Umo vez no Porto, o pai, preocupado, irotou d e por outro comercionle, mos que foi sucessivamente re-
opressor-lhe o estabelecimento comercial, orroniondo- formado, pois Clemente eviiou sacá-la para não lhe
.lhe sócio. N o olturo de soliciior os 3 contos de réis criar constrangimentos finonceiros, usondo-o openas
promeiidos anteriormente pelo sogro, este. tolvez por como gorontió. A entrado de capital de Clemente era
se sentir ultrapossodo. negowse o cumprir o promessa, i n ~ i ~ n i t i c o n t etendo
, correspondido apenos a o saldo
d o balanceie [cerca de 1 1 6 $ 0 0 0 réis, correspon- seis meses. o poriir de 2 de Outubro de 1874, o que
denie a alguns móveis), vindo depois a crescer com o se prolongava até 2 de Janeiro de 1878. A verba do
copita~izaçãoproveniente da sua quota nos lucros. trespasse de apenas uma dos quotas dá-nos uma ideia
Note-se que muiias empresas da época funcionavam do volume de negócios realizado e do nível elevado de
deste modo: havia um sócio capiialisio que fornecia o capitalização alcançado pelo firma Poes & Menéres"'.
capital paro giro e um sócio irabalhador. este sem Negócios que procurou desenvolver sobretudo para a
capital ou com uma parcela insignificanie. que depois exportação. .por iodo a porte onde o permiiio o nove-
poderia ir dilatando à medida dos lucros repartidos. E goçõo, que nessa época era bem limito do^. mos prin.
é por esta ailura, provavelmenle mesmo por ocasião da cipalmente paro o Brosil. Foi por isso que em 1872
conslituição da firma. que Clemente possa a integrar no convenceu o sócio o deixá-lo ir a este pois. com seis
seu nome próprio o apelido Menéres. em busca de molas de amostras de produtos portugueses. pora
uma ideniidade próprio: por soar melhor e com mois alargar o campo de vendo a pariir do Rio de Janeiro.
raridade ou pora afastar o ligação que o ~Guimarães~ deixando em ierro o mulher doente e quotro filhos.
inevitovelmente arrasiario com o brasileiro da rua da Durante seis meses afirma ter corrido as costas do Bro-
Torrinha, seu iio e sogro, com quem se molquistara? si1 e das Repúblicas do Proio. lendo emborcado em
Nos almanaques da época vamos. assim, encontrar a 14 vapores, regressando <cheio de ideios novas, de
firmo Poes & Menéres na rua do Ferrario 42, na qual novos negócios. preocupondo-me o moniogem de
aparecem simulioneamenie como negocianles e como uma lábrico de conservas, o que dei principio,. Poste.
fobricontes de rolhas com depósiios de cortiço pora riormente visiiou o Exposiçáo Universal de Viena, com
exportaçáo. Desses tempos heroicos da iniciação. o obiectivo de se oferecer o várias firmas como agen-
guardava boas recordações, face ao ~exiroordinório ie para o Brosil. No passagem por Hamburgo foi pro-
movimento o que dovo causo esse pequeno copilol. curar o agente com quem já se correspondia habituol-
N o [im do primeiro ano, o capiiol primitivo quase que mente, e conseguiu. entre outros. um corregomenio de
dobrou=. azeite paro o Rússia destinado o lubrificação poro
N ã o se chegou o aexaror escrito ou escriiura d'esso máquinas. Mos passa ainda por Berlim. Holando. BéI-
sociedade., mas a 10 de Abril de 1874. foz-se escri- gico e principalmente Londres, onde estabelece con-
iuro de cessão e trespasse do quota de João Poes a tacios vários. em especial os correiores de vinha do
Clemente Menéres, este jó na qualidade de sócio e Porio. com a ajuda da coso local Pinto Leiie & Sobri-
único gerente da sociedade que começo o girar sob o nhos. de quem Clemente era agente no Porto.
nome de C. Menéres e C.! A firmo Paes & Menéres A C. Menéres & C . ? traduzia a natural coniinuidode
era, desie modo dissolvida, mos o trespasse era ova- destes negócios, tendo a sociedade anterior sido ape.
liado em 28 contos de réis. Poro esse efeito foram nas dissolvido dado a retirada natural [por idade
apresentados oito leiros de 3 5 0 0 $ 0 0 0 réis que se- ovançadal do sócio mois velho e copiiolisio. Iniegro.
riam sacadas uma a uma e [sensivelmenie) de seis em vam agora a firmo Joaquim Silvono Filho e Álvaro Cor-
neiro Geraldes, este com origem numa tradicional
fomilia de comercionies do Porio com grande ligação
ao Brosil. De resto os negócios com a ex-colónio, que
constituíam o grande suporte das exportoçóes, esta-
vam sempre sob mira: logo o 24 de Abril de 1874. o
firmo possa procuração ao sócio Álvaro C. Geraldes
como seu represeniante no Rio de Janeiro. o qual poro
Ió se deve ter deslocado. e. na suo folto. a caso Nor-
berto Coelho & C." esiobelecida no Rio'".
A C. Menéres & C.%urgiu durante vários anos nos 01-
monaques como qfóbrico de rolhas pora exportoção,
trabalho braçal e o vapora. no cais da Alfãndega 17,
RIMAS D E (ORII~A ou sela. na parie ortentol do edtfícto do ex-convento
de Monchique. eniõo orremoiodo em hosto público O que se passou em primeiro lugor com o busco do
[os ouiros orremoiantes forom Henry Burnoy e Williom coriiço?
Howke, fendo este insiolodo Ió uma fundiçõol. Depois dos viogens oo estrangeiro, Clemenie Menéres
procura o conhecimenio do interior. N o viqor dos seus
trinta onos e acompanhodo de um amigo conhecedor
de coriiços, porte ( 1 4.05.1874) no diligência do ex-
Nos finais de Abril de 1874. o firmo C . Menéres esta- -mo10 posio do Porto poro Boieiros e dali oié Foz
vo organizodo. Um dos três sócios assegurovo o expe- Cõo. Dirigiram-se oo Vole de Sinodo onde existiom
diente no sede, o outro deslocou-se poro o Brasil, no- muitos sobreiros, mos que eram uiilizodos como lenlio
meadamente poro conirolor e ampliar os exporioções. pelo populoçáo. doi resultando donos irremediáveis
E Clemenie Menéres procurorio potencior os gonhos o paro o oproveiiomenio do cortiço. O componheiro
monionie. ossegurando o obosiecimenio de motério- oponia-lhe eniõo Romeu, lugar onde tinha encontrodo
-primo (cortiça) a preços e quoniidodes mois conve. coriiça virgem hovio dois onos. Poro Ió se dirigem, e,
nienies. Ampliar e diversificar era o eiopo seguinte, oo aproximar-se, Clemente vê que o terra esiovo dizi-
incluindo-se nesta diversificoçõo o preporoçõo de ou- mado: desio vez fora posio de fogo (dado o hóbiio
iras unidodes fobris que permiiissern abrir o leque dos de queimodos paro eliminar a obundõncio de lobos
exporioções, norneodomenie o insioloçào de umo que atacavam com frequêncio os povoodos e. sobre-
moagem e do fóbrico de conservas olimeniicias. tudo, os gados nas posiogens), depois de olguns onos
N o próprio dia do resolução do Tribunal 19 de Março cujo passivo e activo lhe eram airihuidos, ou seia, da-
de 18761. a firmo C. Menéres reorganiza-se. Clemen- va sequêncio ao mesmo romo de comércio e à dino-
te Menéres era ogoro o Único sócio que restovo e vai mizoção do fábrica .Luso-Brosileiro~.A gerência era
ossocior.se a Raúl Cirne, um rapaz emoncipado, me- assumida em pleno pelos dois sócios Santos e Cirne,
nor de 21 anos, .vivendo do seu irobolho~e Aniónio embora suieitos a um coniunio de condições. O capi-
Tomás dos Sontos, já casodo e negocianle. Ficavo tal, agoro aciualizado pelo balanço de finol de 1877,
estatuido que o objectivo do sociedade era exacto- 36 contos de réis, assim distribuído:
atingia já os
menie a continuação do anterior, entrando Clemente Clemente Menéres - 10048$427;
como comondiiório e com o copitol de 16 conios de Constontino Poes - 10048$425;
réis, representodo pelo holonço, Raúl Cirne com 8 Raúl Cirne - 10048$428;
contos e A. T. Santos com openos um conto de réis. A A. Tomás Santos - 5854$720.
nova firma ossumio o passivo e octivo do anlerior. E. Mos o incorporação dos lucros seguintes devio conti-
noto curiosa, Clernenie Menéres comprometio-se a nuar a verificar-se até se otingir o cifra de 50 contos
vender a sociedade a cortiço dos seus sobreiros de de réis, valor que possorio a representor o copitol fuiu-
Mirondelo e Mocedo, com abatimento de 5% dos ro do sociedode Sontos, Cirne & C.". Em coso de
preços correntes naquela região, e as rolhos e cortiças vantagem poderio, porém, elevar-se o 60 contos de
lá tabricadas por sua conto seriom cedidas ò Socie réis só poro o caso principal do edifício do ex-conven-
dade paro revendo, com o comissão de 20%. Finol- to de Monchique, criando-se oindo um fundo oié 20
menie os lucros seriom distribuídos do seguinte formo: contos de réis poro a fábrico de conservas da ruo do
metade poro Clemenie e 1 /4 a favor de codo um dos Restauração. Ou seio, oponiava-se pora a gradual
outros sócios'"'. autonomia dos dois esiobelecimentos, na ceriezo de
A firmo C . Menéres & CQoniinuou o seu movimento. que a duração do sociedade esiava prevista oté
E certo que o fábrica de cortiço praticamenie passou 1883, dota em que tudo poderio ser revisto. E por
depois o depósiio poro o mesmo efeiio, quando Cle- acordo de 30 de Junho desse ano a clóusulo relativo
mente Menéres instalou o fábrico em Mirondelo e en- a cortiço de Clemente Menéres foi mesmo eliminado
viava a produçõo paro o Porio. Mos entretonio já fun- do contrato social, na sociedode o fá-
cionova a fábrico 1usoBrosileiro. de conservas olimen- brica de conservas.
tícias. como segunda unidade da C. Menéres & C.'. E a altura de chamar o otençõo pora o popel pioneiro
Em anúncio de Junho de 1878 anunciava o suo ociivi- que a fábrico .luso-Brasileira. representou no Norte
dade e a crioçao de uma rede de depositários dos dentro do romo das conservas, introduzindo os técni-
suas doias com peixes, carnes, frutos, legumes, doces, cos froncesos de conservaçõo. Precursora no explosão
etc.. pelos preços do coiálogo~.aconselhando que do sector conserveiro. deve o mérito da suo criaçõo e
era [conveniente pora fazer uso das carnes e peixes, organizaçòo a Clemente Menéres, cujo proiogonismo
mergullioí a laia em água um pouco quenie. pelo di- perdeu visibilidade sob o sigla posterior de Sontos,
m i n u i ~espaço de 15 minutos~'"'. Cirne & C.? Clemente Menéres afirmava ser o ~ p r i -
A 1 de Fevereiro de I879 o firmo sofrio nova reorga- meiro que se montava no norte do poís, e tontos foram
nização, coniinuando embora o odopior a noiureza as dificuldades que quose iizerom desonimor-me; se
de sociedode em comandito. Entro um novo sócio elo seguiu por diante, /ai devido ò minha grande insis-
comondiiário. Constoniino Joaquim Poes. filho de Joõo lência~.
Poes, o primeiro sócio que se dispusera o aiudor ini- O Inquérito Indusirial de 188 1 diz-nos que, por esta
cialmente Clemente Menéres: esie já cedera aquele aliura. 10 o fábrico linho uma sucursal em Espinho p ~ -
parte do sua quota e ogora ficava esse aspecto ofi- ro a preparação de sardinha em azeite. A fábrica do
ciolizodo. A firmo possa a adoptor o razão Sontos, rua do Restouração apresentava algumas debilidodes,
Cirne & C." - sucessores de Poes & Menéres. chon- desde logo por estar instalada numa caso de habita-
rondo desio forma o bom nome que nesta praça sem- ção alugado [inicialmente o João Poes, depois a seu
pre liverom aqueles seus ontecessores~.A firma assu- filho e sócio comanditário Constoniino Paesl. Funcicr
mia-se como o continuodoro do C. Menéres & C." novom duos cozinhas e havia uma oficina de Euniloria
esforços pessoais. A verdade é que, nos primeiros tem-
pos. o sonhoda ligação de produção de fruto de M i -
sião da colheita da fruto. Em 1 8 8 0 a produção orça- ronde10 a fábrica de conservas não teve êxito: das 2 0
va o valor d e 70 contos de réis, desiocondo-se as mil cereieiras mandadas plan~arpoucos vingaram. A