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Anjos Caídos
R&F EDITORA
GOIÂNIA
2010
Agradecimentos ...................................................................................... 7
Dedicatória ............................................................................................. 9
Anjos caídos .......................................................................................... 11
Capítulo 01
Marina ............................................................................................. 15
Capítulo 02
Mistério ............................................................................................ 32
Capítulo 03
Julian ................................................................................................ 51
Capítulo 04
Segredos .......................................................................................... 70
Capítulo 05
Henrique .......................................................................................... 86
Capítulo 06
Girassóis ......................................................................................... 111
Capítulo 07
A festa ............................................................................................ 126
Capítulo 08
Beatriz ............................................................................................ 137
Capítulo 09
Thart .............................................................................................. 159
Capítulo 10
Sarah ............................................................................................. 185
Capítulo 11
Phillippe .......................................................................................... 211
2 - Anjos Caídos
Capítulo 12
Conhecendo um vampiro ................................................................ 252
Capítulo 13
Lembranças do passado ................................................................. 281
Capítulo 14
Conspiração .................................................................................... 311
Capítulo 15
A descoberta .................................................................................. 319
Capítulo 16
O rapto .......................................................................................... 365
Capítulo 17
Próximo do fim ............................................................................... 377
Capítulo 18
A batalha ........................................................................................ 415
Epílogo ............................................................................................... 438
Em meu sonhos,
O caminho de casa é longo.
Você me abraça, me beija,
Não deixa que eu me perca.
Leva-me de volta para o meu lar.
Meus sonhos,
Minha alma,
Minha liberdade.”
6 - Anjos Caídos
Mônica Lopes de Mendonça - 7
CAPÍTULO 01
MARINA
8 - Anjos Caídos
— Nem mais um minuto. Levanta dorminhoca! – Falou Beatriz, puxando
as cobertas da amiga.
— Droga de vida! – Marina resmungou esfregando os olhos.
Beatriz sorriu enquanto dobrava as roupas de cama, depois entrou no
pequeno banheiro que havia no quarto e foi tomar um banho.
Marina preparou a roupa que iria usar para trabalhar, arrumou a cama e
entrou no banheiro depois que Beatriz saiu enrolada na toalha.
— Droga! Dia da água fria de novo! – Marina gritou no banheiro.
— É bom para dar energia e despertar. – Beatriz falou enquanto colocava
a calça preta e a camisa caramelo.
Marina saiu do banheiro.
— Que jeito maravilhoso de começar um dia! Um belo banho gelado! –
Marina protestou enxugando os cabelos molhados.
— Ouvi dizer que faz bem para a pele. – Caçoou Bia terminando de
passar o batom vermelho.
— Acho bom parar com as piadinhas! Temos que arranjar dinheiro e sair
dessa espelunca. – Marina falou, de péssimo humor.
— O que aconteceu durante essa noite? Mais um pesadelo? Está com um
humor terrível. – Bia perguntou enquanto jogava o travesseiro no rosto de Nina.
— Desculpe, acho que estou irritada mesmo. – Falou agarrando o
travesseiro jogando-o na cama.
— Sem problema. Enquanto está de mau humor eu estou de alto astral e
nada nem ninguém vai estragar o belo dia que nasceu. Nem você – Apontou
para a amiga debochada.
— Hum, que romântico! Está apaixonada de novo? – Nina sorriu
maliciosa.
— Sem comentários. Sou uma incompreendida.
Marina calçou os sapatos pretos de salto baixo.
— Tive aquele sonho de novo. – Ela comentou receosa.
— Também vive lendo esses livros malucos sobre seres de outro
mundo, anjos e tudo mais. Acho que você tem problemas, deveria procurar
um psicólogo urgente.
— Não tem nada a ver com os meus anjinhos. – Falou olhando para a
estante com muitas estatuetas de anjos de diversos tamanhos, havia estatuetas de
anjos espalhadas por todo o quarto. – Sangue, ruas desertas, gritos, uma coisa
horrível. Parecia que o mundo estava acabando – Falou fazendo careta ao se lembrar.
— Deixe seus pesadelos para depois, estou pronta, é melhor irmos
ou vamos chegar atrasadas. – Bia terminou de arrumar seus cabelos negros
cortados curtos.
10 - Anjos Caídos
— Será que ele existe? Li em um livro que existem pessoas que se encontram
com outras enquanto dormem, será que é verdade? O que você acha Bia?
— Acho que você tem que parar de viver nesse mundo de sonhos e viver
a realidade. Pare de ficar lendo esses livros de romances sobrenaturais. Homens
se casam com mulheres, anjos não tem sexo e vivem nas nuvens, diabos no
inferno, se é que existem, cada coisa tem o seu devido lugar, não pense em
contrariar as leis da natureza, é pequena demais, somos dois grãos de areia.
Vou arrumar um namorado pra você, um encontro às escuras.
— Minha vida é tão sem graça. É o motivo pelo qual prefiro os livros,
assim tenho tudo: amor, aventura, ação. E quanto ao encontro, nem pensar, da
última vez sabe muito bem que acabou mal.
— Algo interessante não significa algo irreal. Se gastasse seu tempo livre
vivendo mais a vida e não trancada entre livros acharia a bem mais interessante.
— Então me diga o que há de interessante nessa vida real, medíocre?
Um rapaz passou por elas e sorriu para Bia que retribuiu o sorriso.
— Homens! Homens! Homens! Essa é uma das coisas boas da vida.
— Prefiro os anjos, os super-heróis. Na verdade espero apenas pela
pessoa certa, aquela que irá completar minha alma, uma pessoa especial que
tirará meu coração dessa solidão eterna.
— Anjos não existem e se existirem você jamais poderá tocá-los Nina.
Quanto aos super-heróis não passam de lendas. E como vai achar a pessoa
certa se não se arriscar a amar a errada?
— Assim não podem me machucar. Quanto a existirem já li uma vez que
os anjos podem se tornar pessoas como nós, basta que Deus os autorize e que
realmente queiram.
— Não vou gastar meu tempo discutindo com você mais uma vez. Sempre
que você tem esses sonhos é a mesma história. São sonhos Nina, e sonhos não são
verdades. São reflexos daquilo que está no seu subconsciente e que você armazenou
de interessante durante o dia. O cérebro fica funcionando enquanto você dorme,
então tem esses sonhos malucos. Seu cérebro conta histórias para você dormir.
— Sim, doutora Beatriz. – Nina falou contrariada.
— Sabe do que precisa?
— Não devia perguntar, mas vou perguntar: Do que estou precisando?
— De um namorado. Um homem de carne e osso. Há quanto tempo não
namora? Há quanto tempo não sente um homem tocá-la?
— Para ficar igual a você? Sofrendo por amor? Prefiro ficar com meus
sonhos. Os homens só servem para nos iludir e depois nos abandonar. Sem
chance. Já tive minha parcela de sofrimento por amar a pessoa errada. Não
quero mais.
12 - Anjos Caídos
Nina entrou no quarto e ligou o rádio, eram sete horas, tinha que se
arrumar rapidamente para ir ao seu outro emprego. Colocou a bolsa sobre a
cama e começou a trocar de roupa, tirar a roupa séria e colocar outra para
trabalhar na Disco, não usavam uniforme, mas deveria vestir-se de forma jovem
e diferente.
Olhou para a Bíblia sobre a mesa de cabeceira, estava aberta, tinha certeza
de que não a havia aberto naquela manhã e não havia como ela ter aberto
sozinha, alguém entrara em seu quarto, a janela estava fechada, mesmo que
para ela, não significasse muita coisa. Aproximou-se e leu o que estava escrito,
era o apocalipse capítulo doze. Arrepiou-se, leu em voz alta, parecia que o mal
estava por toda parte, aquilo seria um aviso de que algo ruim estava para
acontecer? Balançou a cabeça afastando tais pensamentos, estava envolvida
demais em ilusões, precisava se preparar para trabalhar, ou iria se atrasar.
Fez uma maquiagem leve, colocou uma blusa dourada e uma saia preta,
uma bota de couro preta, pegou a bolsa e saiu apressada, passou pela sala, Bia
e Thiago conversavam animadamente.
— Boa-noite para vocês.
— Bom trabalho.
Ela saiu caminhando com passos tranquilos, ainda tinha tempo, a Disco
ficava a uma quadra de distância, a rua estava movimentada. Adorava caminhar
durante a noite, respirar o cheiro característico que só a noite possuía, aproveitava
para pensar em sua vida, caminhar era sua higiene mental, abria mais espaço
para seus pensamentos.
Parou em frente ao prédio grande de dois andares, com um grande letreiro
escrito DISCO CLUBE.
Quatro seguranças vestidos de calça preta e camisa preta, justa no corpo,
escrito em amarelo no peito, segurança, já estavam a postos na entrada.
— Boa-noite Nina.
— Boa-noite rapazes. Espero que o movimento de hoje seja bom, já é
quarta-feira. – Ela falou sorridente.
— Hoje começa a esquentar. – O mais baixo comentou.
Ela entrou. A Disco era uma lanchonete em um andar e no outro uma
danceteria, na lanchonete havia uma loja de cd´s onde se podia entrar em cabines
e ouvir os que quisesse. Subindo as escadas havia uma porta prateada, era só
puxar e já estava na danceteria. A decoração era toda em preto e prata com
muitos espelhos, tanto na lanchonete quanto na danceteria. As duas gostavam
muito de trabalhar ali, como a Bia costumava dizer “prazer e trabalho juntos”.
O gerente da casa veio falar com Nina, que guardava sua bolsa no armário
de funcionários, na sala dos fundos da lanchonete.
14 - Anjos Caídos
— Qual o problema Marina, sei que é capaz. É um cargo de muita
responsabilidade e muita dor de cabeça também, mas tenho certeza de que se
sairá muito bem, como já vem saindo. Tenho observado muito seu trabalho.
— Obrigada pela oportunidade Paulo. Prometo fazer tudo o melhor
possível.
— Agora que já aceitou vamos falar no salário.
Acertaram o novo salário, iria ganhar mais e ainda teria comissão
sobre os cd´s vendidos na loja. Perderia as gorjetas, mas a comissão daria
um resultado maior.
Paulo chamou todos os funcionários e avisou sobre a promoção de Nina,
que foi parabenizada por eles. Ela foi à loja de cd´s que ficava apenas com uma
divisória de vidro separando-a da lanchonete com duas portas. Havia quatro
vendedores na loja.
— Achei ótimo você virar supervisora. – Marcos comentou enquanto
terminava de preparar o caixa.
— Marcos, eu ainda estou assustada.
— Você vai tirar de letra e nós vamos te ajudar no que pudermos não
é pessoal?
Todos concordaram com ele. Eram dois rapazes e duas moças.
A Disco foi aberta e os clientes começaram a entrar, a danceteria abria as
dez, nesse horário Nina subiria para verificar como estavam as coisas por lá.
A noite passou serena e como eles já haviam previsto o movimento
começava a crescer. Dez e meia Nina subiu até a danceteria.
— Está tudo em ordem Nina. – Zeca, o barman falou enchendo alguns
copos.
Ela encostou no balcão do bar e ficou vendo aquelas pessoas dançando.
Ficou cerca de duas horas na danceteria, depois voltou à loja de cd´s,
que precisava mais de sua atenção.
Às quatro horas da manhã a Disco fechou as suas portas. Nina foi até o
armário de funcionários e pegou sua bolsa.
— Quer uma carona? – Ouviu a voz de Paulo atrás dela. Assustando-a.
— Não, obrigada. Moro aqui perto.
— Tudo bem, se mudar de ideia ainda vou ficar um tempo no escritório.
Ela balançou a cabeça, Paulo foi para o escritório e Nina saiu.
A rua ainda tinha um pequeno movimento, mas Nina não se intimidava
com as ruas quase desertas, até achava divertida aquela neblina, aquele vento
gelado batendo em seu rosto. A cidade era perigosa, mas naquela parte era
mais segura.
16 - Anjos Caídos
— Ele é o máximo, estou apaixonada! Ele é tudo o que sonhei. Ele é
romântico, carinhoso, gentil. Uma dessas pessoas raras hoje em dia.
— Fico feliz que esteja apaixonada pela décima vez esse mês.
— Engraçadinha.
— Ele vai à lanchonete hoje, quero que você o conheça.
— Será uma honra. Nosso final de semana ainda está de pé?
— Claro que está.
O dia passou rápido com o movimento na empresa, Nina ficara envolvida
com um relatório o dia inteiro em frente ao computador, à noite foram para a
Disco trabalhar, mesmo estando exausta com uma dor de cabeça insuportável.
O movimento estava muito bom, Nina estava ficando maluca com aquela
quantidade enorme de clientes. Eram quase meia-noite e ainda não havia
conseguido ir até a danceteria para ver como estavam as coisas, nem mesmo ir
até a lanchonete pegar um analgésico para a dor na cabeça.
Quando finalmente conseguiu subir, estava tudo tranquilo, as pessoas
dançando como sempre, animadas.
— Zeca, por favor, preciso de um copo com água.
— Claro Nina, só um minuto. Irei providenciar.
O rapaz entregou o copo com água gelada. Ela parou em frente ao balcão
do bar e ficou observando o movimento, tomou o comprimido que pegara na
lanchonete antes de subir e bebeu a água. Notou um cara estranho dançando
com uma loira estonteante, ele estava todo vestido de preto e quando olhou
para Nina, ela teve um frio na espinha, pareceu ver os olhos dele brilharem uma
cor avermelhada, ele sorriu, passando a língua nos lábios com um olhar maligno.
Ela piscou e voltou a olhar, ele não estava mais lá.
Devo estar ficando maluca, devo estar trabalhando demais! Pensou.
— Zeca eu vou descer, se precisarem de alguma coisa, mande me chamar.
— Pode ir Nina, cuido de tudo por aqui.
Quando passava pela lanchonete, Bia se aproximou.
— Onde estava? Venha, quero que conheça o Jorge.
Nina acompanhou a amiga até a mesa em que um rapaz estava sozinho
tomando uma cerveja.
Bia os apresentou, Nina falou rapidamente com ele e se desculpou por ter
que ir trabalhar, estava movimentado o lugar. Voltou em seguida para a loja de cd´s.
Quatro horas a Disco fechou.
Os funcionários se encontravam na lanchonete, depois de fechada, para
fazerem um lanche rápido.
— Vocês viram o jornal hoje? Estão achando que há um alienígena na cidade.
— Qual é Vera, alienígena?
18 - Anjos Caídos
É tudo coisa da minha imaginação! Pensou apressando o passo.
Resolveu cortar caminho pelo beco que dava na rua superior à sua, entrou
com passos rápidos, aquele era o lugar mais perigoso do seu trajeto.
— Aonde a gatinha vai com tanta pressa?
Ouviu uma voz atrás dela. Não quis se virar e continuou andando rápido,
tentando alcançar o final do beco. Mas de repente dois rapazes entraram no
beco na direção contrária rindo alto e falando besteiras tentando assustá-la.
— Se querem dinheiro, estão perdendo tempo porque tenho apenas
alguns centavos na bolsa.
— Dinheiro ou diversão? Quem vai saber! – A voz atrás dela falou. Era
uma voz tenebrosa e Nina ficou com medo.
Os outros se aproximavam, ela não tinha como correr, como sair daquele
lugar, àquela hora da madrugada não havia ninguém por perto. Teria que se
virar sozinha. Arrependeu-se por não ter aceitado a carona de Bia. Uma mão
pesada em cada ombro a fez girar sobre os calcanhares, ficando frente a frente
com o dono daquela voz.
— Deixem-me em paz. – Falou nervosa olhando para aquele homem,
alto, forte com olhar ameaçador e dentes grandes afiados, ela o reconheceu,
era o cara estranho da danceteria.
— Se você for uma menina boazinha, não vai doer nada.
Nina viu os olhos dele mudarem de cor, ficaram vermelhos, começou a
gritar apavorada, não acreditava no que estava acontecendo, seria apenas mais
um dos seus pesadelos, não era real, repetia em sua mente. Seu corpo foi
ficando sem forças, era como se estivesse sob o efeito de alguma droga. Os
outros a seguraram, enxergava com dificuldade, apenas vultos esbranquiçados.
— Soltem-me, por favor, não tenho nada que possam querer. – Sua voz
era de terror e consumia o resto de forças que tinha no corpo.
— Não?! – O homem estranho soltou uma gargalhada. E segurou no
pescoço dela fazendo a veia saltar, passou o dedo lentamente sobre a veia
jugular. – Será mesmo que não tem nada que eu queira? – Falou irônico e
calmamente, tinha um sotaque estranho que Nina tonta não podia descobrir de
onde era, a mão fria dele em seu pescoço a fez ficar sem ar.
Meu Deus mande alguém, mande alguém. Ficava repetindo em seu
pensamento em completo desespero e torpor.
— Soltem-na agora. – Ouviu uma voz distante, já não conseguia ver as
coisas direito, parecia estar bêbada, drogada, foi jogada contra a parede caindo
sentada no chão. Tentava ver o que estava acontecendo, quem estava ali para
salvá-la, mas era difícil, apenas ouvia o som de vozes que ecoavam na sua
cabeça, como se estivessem bem distantes e via vultos irreconhecíveis. Balançou
20 - Anjos Caídos
— Eu gosto de não ser identificado. – Falou caminhando ao seu lado.
Nina sentia uma coisa boa ao lado dele, uma energia inexplicável.
— Eu sou Marina, meus amigos me chamam de Nina, você salvou minha
vida. Ficarei grata por todo o sempre. – Pararam em frente à pensão. – Chegamos,
eu moro aqui.
Ele era misterioso, era estranho. Mas Nina estava encantada com aquele
homem. Parecia que já o conhecia.
— Vamos nos ver novamente? – Ela perguntou pegando a chave na bolsa.
— Talvez.
Nina se virou para abrir a porta, quando se voltou não havia ninguém, a
rua estava deserta, apenas uma folha de papel amassado deslizava empurrada
por uma brisa da madrugada. Seu coração disparou. Ficou alguns minutos ali
tentando entender o que estava acontecendo, mas achou melhor entrar, aquele
bairro estava começando a ficar perigoso, não queria encontrar aqueles homens
horríveis novamente.
Subiu as escadas com cuidado e trancou a porta do quarto. Estava assustada,
o que teria acontecido? Quem era aquele homem? Se é que era um homem.
Nina conhecia bem a história sobre o arcanjo Miguel. Ele seria um anjo?
Ou seria um vampiro? Ou nem uma coisa nem outra? O que ele seria então?
Não podia ser um simples homem, e mesmo sem enxergar direito conseguiu ver
que ele parecia voar. Não conseguia pensar em outra coisa, ficou parada
pensando em tudo que acontecera naquela noite, ninguém acreditaria. Ninguém!
Se ela própria que vivenciara, ainda não conseguia acreditar.
Ouviu um barulho na porta, Bia entrou animada. Tirando-a de seus
pensamentos.
— Ainda está acordada? – Perguntou animada com os sapatos de salto
alto na mão.
— Estou. – Respondeu ansiosa com a voz engasgada.
— Está branca e assustada como se tivesse visto fantasma! – Bia falou
olhando atentamente para a amiga.
— Antes fosse fantasma, eu estaria com menos medo.
— O que aconteceu? – Bia jogou a bolsa na cama e aproximou-se de
Nina segurando a mão fria da amiga.
— Não imagina o que aconteceu. – Falou ainda incrédula.
— Conte-me, se não, como vou saber? – Perguntou ansiosa com o seu
jeito irônico de costume.
Nina contou a história toda com detalhes.
— Está brincando! – Bia falou incrédula. – Está vendo no que dá você
ficar lendo esses livros? Já está até confundindo vida real com sonhos. Nina
essas coisas não existem.
22 - Anjos Caídos
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