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EP-5029
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EP-5029 I 1/49
ÍNDICE
EP-5029 I 2/49
SEÇÃO I – INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVO
1.3 DEFINIÇÕES
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SEÇÃO I - INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVO
Esta Especificação, doravante denominada EP, visa apresentar aspectos relevantes a serem
observados durante o projeto das fundações para estruturas de Linhas de Transmissão, bem como
dos referentes às Obras Complementares, necessárias para sua implantação e proteção.
1.2 DEFINIÇÕES
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EP-5029 I 5/49
NORMA DESCRIÇÃO
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3.1 INTRODUÇÃO
EP-5029 I 7/49
3.1 INTRODUÇÃO
Para o Projeto das Fundações é imperativo envidar todos os esforços, orientados por
técnicas atualizadas e pela economia do EMPREENDIMENTO, para uma caracterização o mais
completa possível das propriedades de Engenharia dos diversos tipos de solos e rochas, e a
posição do N.A. subterrâneo, ocorrentes em cada local de estrutura de Linha de Transmissão,
baseados em investigações geológico-geotécnicas, segundo o roteiro descrito no subitem a seguir,
bem como nos levantamentos topográficos ao longo do traçado da Linha de Transmissão e nas
seções diagonais do terreno nos locais das torres.
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Em regiões de baixadas, sujeitas a inundações e/ou com nível d’água superficial, serão
executadas sondagens a percussão em todos os locais de estruturas.
Poderão ser programadas sondagens rotativas e/ou mistas em casos específicos em que a
importância da estrutura (como no caso de travessias de grandes vãos sobre cursos d’água) e a
natureza do maciço de fundação exijam maior detalhamento das suas propriedades para o projeto
(como nos casos de fundações ancoradas). Este tipo de sondagem poderá também ser necessário
quando o maciço de fundação for em zona de talus, com matacões em profundidade.
Nos locais em que for constatada a existência de outros solos que, reconhecidos por
investigação geotécnica apropriada, não permitam a utilização dos “projetos-tipo”, serão
desenvolvidos projetos ditos “especiais”.
Será adotada a classificação dos maciços de fundação, para a elaboração dos respectivos
projetos, conforme tabelas “A”, para solos, e “B”, para rochas, a seguir.
(1)
Tabela A – Limites para os parâmetros geotécnicos para solos
Ângulo de Adesão Ângulo de
Tipos de Consistência ou Peso Taxa admissível
Coesão atrito interno (3) concreto- arrancamento Descrição
solos compacidade (2) específico à compressão (4)
solo/rocha
2 3 2 2
SPT kN/m σ kN/m kN/m kN/m σ
Solos residuais jovens, passando, eventualmente, em profundidade, à
rocha completamente decomposta, tendo cobertura de solo
o o o coluvial/residual maduro, de no máximo 1m de espessura. Os solos
Solo tipo I 9 a 18 30 a 40 ≤ 32 16 a 18 200 a 400 ≤ 25 20 a 25
residuais jovens apresentam geralmente constituição silto-arenosa ou
areno-siltosa, às vezes micáceos, exibindo as feições remanescentes
da rocha matriz, e tendo cores variegadas.
Solos residuais maduros, não porosos e não colapsíveis , podendo
passar a solo residual jovem em profundidade, com cobertura de solo
coluvionar de no máximo 1,5m de espessura. Os solos residuais
o o o maduros se apresentam com constituição mais argilosa que os solos
Solo tipo II 6 a 12 25 a 30 ≤ 28 15 a 17 100 a 200 ≤ 20 17,5 a 22,5
residuais jovens, têm coloração mais uniforme, vermelha, amarela ou
rósea. Confundem-se com os solos coluvionares que geralmente em
sua transição para o substrato, apresentam uma camada de fragmentos
de quartzo.
Solos coluvionares ou aluvionares (transportados), não colapsíveis e
não porosos, em zona permanentemente acima do nível d’água
subterrâneo. São mais argilosos que os eventuais residuais maduros
o o o
Solo tipo III 6 a 12 25 a 30 ≤ 25 14 a 16 100 a 200 ≤ 20 15 a 20 sotopostos. Têm cor em geral marrom e/ou amarela. Os aluvionares ou
transportados têm as mesmas características que os coluvionares ,
diferenciando-se desses pela existência de um nível de seixos rolados
no contato com o substrato.
Solos que em geral exigem fundações especiais: solos porosos e
colapsíveis, em zona permanentemente acima do nível d’água
o o o
Solo tipo IV 3a6 ≤ 15 ≤ 20 12 a 14 ≤ 100 ≤ 10 10 a 15 subterrâneo; solos sedimentares com nível d’água alto ou sub-
superficial; solos de talus com matacões e nível d’água alto; solos
expansivos; solos residuais em zona cárstica (vazios em calcários), etc.
OBS.:
1. Para o projeto geotécnico de fundações em estacas utilizar as correlações de Decourt-Quaresma ou de Aoki-Veloso.
º
2. Para solos micáceos reduzir de 5 o ângulo de atrito interno sugerido.
3. A taxa admissível refere-se à profundidade do solo a 2,0m, devendo se reportar à NBR 6122 para aumento da pressão admissível com a profundidade para solos de natureza arenosa.
4. Valores para o dimensionamento ao arrancamento pelo método do tronco de cone invertido (Método do Cone). Para fundações diretas nos solos I e II, pode-se majorar em 5º.
5. Os valores aqui indicados devem ser considerados já minorados conforme a NBR 6122, item 5.1.6.3, e portanto prontos para serem empregados no projeto.
Ângulo Taxa
Consistência Adesão Ângulo de
Tipos de de Peso admissível
ou Coesão concreto- arrancamento Descrição
rochas atrito específico à (1)
compacidade solo/rocha
interno compressão
RQD kN/m2 σ kN/m3 kN/m2 kN/m2 σ
OBS.:
1. Valores para o dimensionamento ao arrancamento pelo método do tronco de cone invertido (Método do Cone).
2. Rck = resistência característica da rocha ou do concreto, a menor das duas.
3. Os valores aqui indicados devem ser considerados já minorados conforme a NBR 6122, item 5.1.6.3, e portanto prontos para serem empregados no projeto.
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4.1 INTRODUÇÃO
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4.1 INTRODUÇÃO
- Fundações de uso corrente: são fundações cujos projetos, chamados "projetos-tipo", são de
aplicação generalizada de acordo com o tipo de solo e de torre;
- Fundações especiais: são fundações cujos projetos são de aplicações específicas para
determinados locais, estruturas e condições de terreno, explicitados nos títulos dos mesmos.
Esta fundação é constituída por uma placa de concreto armado, em geral quadrada,
encimada por pilar, também de concreto armado, que recebe o stub. O pilar da sapata costuma
ter a mesma inclinação do stub e do pé da torre. Pode, no entanto, ser vertical, quando em geral
resulta a necessidade de maiores dimensões para a fundação.
- em locais em que o solo a profundidades não maiores que 2 a 3 metros apresenta condições
de receber a base de uma fundação direta, e tenha, preferencialmente, resistência crescente com
a profundidade;
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Este tipo é mais adotado para as torres de suspensão, quando não aplicáveis fundações
em tubulão. Para as torres de ancoragem e as terminais, que exigem fundações mais onerosas,
sempre devem ser estudadas alternativas com tipos mais econômicos.
4.2.1.2 Bloco Ancorado em Rocha
Os blocos são prismas retos de dimensões em planta menores e de maior altura que as
sapatas. Estas fundações são utilizadas na ocorrência de rocha, não escavável manualmente, a
pequena profundidade (até cerca de 2,5 m). Como as sapatas, os blocos podem ter pilares de
concreto armado para receber os stubs. Em virtude dos valores reduzidos das dimensões deste
tipo de fundação, é importante a atenção para a reserva de espaço para a colocação do stub.
Este tipo de fundação pode ser aplicado nas mesmas condições em que são empregadas
as sapatas de concreto armado, com a desvantagem de apresentar menor resistência à
agressividade do meio natural. Portanto, deverão ser tomadas medidas de proteção adicionais,
além da galvanização das peças metálicas, especialmente em locais de solos agressivos. Na
zona de transição, logo acima e abaixo da superfície do terreno, as condições são mais
favoráveis ao ataque do metal da grelha por corrosão. Tendo em conta estes fatos, recomenda-
se a previsão em projeto, de proteção eficaz para as partes metálicas situadas acima da
superfície do terreno até o parafuso de referência (início da perna da torre) bem como daquelas
situadas até cerca de 50 cm abaixo do contato solo-ar, ou mesmo, sob o critério da
FISCALIZAÇÃO, de toda a sua parte enterrada.
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4.2.2.1 Tubulões
Os tubulões, com base alargada, são utilizados em solos com resistência crescente com a
profundidade e, em geral, que tenham condições de escavação a céu aberto. A profundidade
varia dependendo do tipo de solo e dos esforços atuantes na fundação. Quando executado
manualmente o fuste deve ter diâmetro de 0,80m pelo menos, ou maior se necessário para
acomodar o stub. Para garantia da segurança ao arrancamento recomenda-se fazer sempre um
alargamento de base de no mínimo 30cm, isto é utilizar um diâmetro mínimo da base igual ao do
fuste mais 30 cm, e reforçar a armadura transversal no trecho superior do tubulão. Como indicado
na norma NBR 6122, o ângulo de inclinação da base alargada deverá ser maior ou igual a 60o,
com o trecho inicial reto de 20cm.
Eventualmente podem ser utilizados tubulões sem a base alargada, quando escavados em
rocha, em geral branda, sã ou pouco decomposta, ou quando em solos com profundidades de
10m ou maiores, escaváveis com equipamento mecânico. Nestes casos os parâmetros de projeto
serão, obrigatória e previamente, submetidos à aprovação da FISCALIZAÇÃO.
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Os estais são peças alongadas constituídas por cabos de aço associados a barras que se
ligam a peças enterradas. As peças enterradas suportam os esforços de tração nos cabos,
provenientes da outra extremidade, ligada ao mastro central da estrutura.
As fundações para os estais podem ser placas de concreto armado pré-moldadas, com
forma poligonal ou circular (excepcionalmente em grelhas metálicas, após a aprovação da
FISCALIZAÇÃO).
Uma outra forma de ancoragem dos cabos dos estais, empregada nos solos que permitem
a escavação de poços a céu aberto, é a que utiliza tubulões curtos. Esta tem sido preferida em
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Outras soluções poderão ser utilizadas para ancoragem dos estais como, por exemplo,
tirantes, chumbadores ou estacas metálicas helicoidais.
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5.1 INTRODUÇÃO
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5.1 INTRODUÇÃO
Destas cargas são compostos os carregamentos segundo as várias hipóteses sob as quais
a estrutura é analisada, de acordo com normativa própria.
Aqui é oportuno ter em conta que as estruturas das torres têm composição modular, a fim
de melhor se ajustarem aos locais de sua implantação. Resulta disto que o seu projeto deve
considerar necessariamente, além das diversas hipóteses de carregamento, as muitas hipóteses
de composição da torre, com diferentes alturas associadas a diversas situações dos pés, que
podem estar nivelados ou com diferentes desníveis.
As memórias de cálculo das estruturas fornecem as reações em seus apoios, a partir das
quais são obtidas as cargas nas fundações. Os recursos de cálculo das estruturas das torres
permitem sejam resumidos os valores extremos das reações de apoio, que são apresentados na
memória de cálculo, em geral com a indicação das hipóteses de carregamento e composição
física da torre que lhe deram origem. Para o dimensionamento das fundações devem ser
considerados os seguintes valores extremos das reações:
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Embora seja comum que as reações horizontais máximas ocorram de modo concomitante
com as máximas verticais, é preciso ter em conta não ser esta uma regra universal.
Para os projetos-tipo das fundações serão considerados os valores extremos das reações
de apoio correspondentes a cada tipo de torre, capazes de cobrir as diferentes hipóteses de
carregamento e de composição física da torre. Para um projeto especial, em geral com local de
implantação e composição física da estrutura bem definidos, a fundação deverá ser
dimensionada para as cargas correspondentes à situação específica da torre, conforme elas se
manifestem nas árvores de carga, na ação do vento diretamente sobre a torre, além,
naturalmente, do seu próprio peso.
Nos casos de projetos especiais, em que as cargas devam ser ajustadas às condições
reais de carregamento da superestrutura, cabe ao projetista da fundação, partindo das árvores de
carga específicas do caso e das informações a ele fornecidas a respeito da composição das
torres, pesos de seus módulos e valores das cargas de vento neles atuantes, analisar as várias
hipóteses de carregamento, reduzindo-as aos stubs e verificando entre elas as que são críticas
para o projeto das fundações.
A Norma NBR 8681- Ações e segurança nas estruturas define estados ditos limites, nos
quais as estruturas devem ser verificadas: os estados limites de utilização, também chamados
estados limites de serviço (ELS), considerados como sendo condições de utilização prejudiciais
ao funcionamento da estrutura ou à sua durabilidade, mas com elevada probabilidade de
ocorrência ao longo da sua vida útil, e os estados limites últimos (ELU), em que a estrutura
estaria na iminência de um colapso, cuja probabilidade de ocorrência ao longo da sua vida útil
deve ser necessariamente muito baixa.
No caso das estruturas de fundação de que trata a presente EP, consideram-se como
verificações nos ELS, por exemplo: as que tratam dos deslocamentos da fundação a fim de
mantê-los abaixo dos limites aceitáveis pela superestrutura; as que consideram as tensões no
solo a fim de limitá-las aos valores admissíveis compatíveis com as hipóteses de cálculo dos
deslocamentos; as que tratam das limitações de tensão nas armaduras ou do seu detalhamento
com o propósito de manter as fissuras no concreto dentro de padrão aceitável segundo a NBR
6118.
Por outro lado, são verificações nos ELU, por exemplo: a que avalia a segurança contra
arrancamento da fundação; a que confronta a compressão máxima na fundação com a
capacidade de suporte do solo, levados em conta o tipo de fundação, sua forma, suas dimensões
e profundidade, além evidentemente dos parâmetros geotécnicos do solo; em certos casos, a que
avalia a segurança contra tombamento da fundação. Também no ELU são feitas as verificações
que tratam da estabilidade interna do elemento de fundação, tendo como objetos às seções de
concreto e as suas armaduras.
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Pode acontecer que as memórias de cálculo se refiram não às reações das fundações mas
às cargas nas fundações. Esta possibilidade recomenda cuidado contra equívocos quanto ao
sentido das cargas nas fundações.
É importante ter em conta que as estruturas dos suportes são geralmente dimensionadas
no ELU, com procedimentos de cálculo em que os carregamentos são compostos com ações já
ponderadas para o estado limite último da estrutura do suporte. Portanto os valores que se
encontram na memória de cálculo – os das árvores de carga, das cargas de vento e das cargas
ou reações nas fundações – são os correspondentes ao ELU da estrutura do suporte. As árvores
de carga costumam especificar os fatores de ponderação do peso próprio da estrutura bem como
as ações de vento, com incidência direta sobre a estrutura, a serem incluídos nos carregamentos
a elas correspondentes. Excepcionalmente, as árvores de carga podem apresentar fatores de
ponderação a serem aplicados nos valores das cargas que as compõem. Como regra básica, fica
estabelecida que as cargas que passam dos suportes às suas fundações devem ser as
correspondentes ao ELU da estrutura do suporte.
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a) Para torre de suspensão: 50% das cargas dela provenientes, correspondentes ao ELU da
torre, antes da aplicação da majoração adicional de que trata o subitem 5.4;
b) Para torre de ancoragem média (deflexão até 30o): 70% das cargas citadas acima;
c) Para torre de ancoragem pesada (deflexão acima de 30o) ou terminal: 80% das mesmas
cargas.
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6.1 INTRODUÇÃO
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6.1 INTRODUÇÃO
Nesta seção apresentam-se os procedimentos de cálculo que deverão ser adotados para
os diversos tipos de fundações.
A escolha do tipo de fundação será sempre função das condições do subsolo e das
condições de acesso ao local da estrutura. O Contratado deverá ter em conta tais fatores ao
selecionar o tipo que, segundo seu próprio juízo, considere o mais apropriado para cada local de
fundação. Sua escolha deverá ser submetida à aprovação da FISCALIZAÇÃO.
Deverão ser obedecidos o disposto nesta Seção, tendo em conta as propriedades dos
materiais, bem como os parâmetros geotécnicos correspondentes à tipificação dos solos,
apresentados na Seção III (Tabelas "A" e "B"), além das normas técnicas pertinentes ao
dimensionamento.
Parâmetros não abrangidos pela tipificação do solo e pelas características dos materiais
serão avaliados segundo correlações inequívocas com outros parâmetros já conhecidos, ou
serão objetos de avaliação experimental por métodos apropriados. Os mesmos deverão ser
aprovados pela FISCALIZAÇÃO para seu uso no projeto.
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A menos que de outra forma seja indicado pela FISCALIZAÇÃO, o projeto deverá
especificar concreto de resistência à compressão (Fck) de 20 MPa (200 kgf/cm2), sendo que o
aço a ser utilizado deverá ser o tipo CA-50.
6.3.1.1.1 Dimensionamento
A resistência ao arrancamento terá seu valor último avaliado com o procedimento de Biarez
e Barraud (CIGRE,1968), devendo-se considerar os trabalhos nacionais(1,2) em que este método
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foi analisado e testado com provas de carga e onde são propostos adendos na metodologia
original.
Alternativamente, poderá ser usado o “método do cone”, segundo o qual é incluído o solo
contido no interior de uma “cesta” que tem por base a face superior da sapata, se esta tem faces
laterais verticais, ou a base da sapata, se as faces laterais da sapata têm inclinação com a
vertical não inferior a 1 na horizontal para 2 na vertical. As superfícies laterais da cesta são
planos inclinados, em correspondência com os lados da sua base, e superfícies cônicas, em
correspondência com os vértices da sua base, todos inclinados para fora. A inclinação das faces
laterais da cesta com a vertical é chamada ângulo de arrancamento. Seus valores são avaliados
de acordo com o tipo de solo do maciço de fundação e com a forma e dimensões do elemento de
fundação. É necessário ter em conta, quanto ao solo superficial, seja computado exclusivamente
o solo de permanência garantida pelas condições naturais ou por obras complementares
destinadas a garantir tal permanência. As Tabelas "A" e "B" apresentadas na Seção III, incluem
valores limites para o ângulo de arrancamento.
Ao computar os pesos, que se opõem ao arrancamento, conforme o item 5.4 desta EP, é
necessário considerar, se for o caso, o nível d’água em seu extremo superior. Eventuais partes
submersas, da fundação ou do solo, terão os pesos computados com seus valores aparentes
submersos.
b) Tensões na base
______________________________________________________________________________
(1) Barata, F.E., et alii- “Fundações submetidas a esforços de arrancamento em solos residuais- análise e
aplicações de resultados de provas de carga”. 6a Conf. Pan-americana de Mecânica dos Solos e
Fundações, Lima, 1979.
(2) Danziger, F. B. et alii- “Alguns critérios para dimensionamento de fundações submetidas a esforços de
tração" - V Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica.Recife,1979.
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A capacidade de carga da sapata deve ser avaliada através de método apropriado, com
respaldo na Mecânica dos Solos (Terzaghi, Meyerof, Brinch Hansen), sempre a partir dos valores
garantidos dos seus parâmetros geotécnicos. Os valores garantidos dos parâmetros geotécnicos
são valores de projeto obtidos a partir dos seus valores característicos, com os coeficientes de
minoração indicados na NBR 6122, item 5.6.1.3.
É possível acontecer que a base da sapata tenha suas dimensões impostas por outras
condições de verificação, disto resultando valores reconhecidamente baixos para as tensões
compressivas no solo. Se este for o caso, torna-se dispensável uma comprovação mais
elaborada da resistência do solo na base da sapata. Os valores das Tabelas "A" e "B",
apresentadas na Seção III, para as taxas admissíveis à compressão são uma referência para o
reconhecimento das tensões ocorrentes na base da sapata, se de valores baixos ou não.
A laje da sapata deve ter espessura que torne dispensável o recurso a armaduras de
cisalhamento ou de punção, de acordo com a NBR 6118.
Se a laje não tiver espessura suficiente para ancorar as barras da armadura do pilarete,
esta situação pode ser resolvida com o uso de um pedestal em prisma reto, centrado na
interseção do eixo do pilarete com a face superior da laje. A altura do pedestal, medida acima da
laje, deve ser pelo menos o dobro da folga entre a base do pilarete e o contorno do pedestal,
entendida aqui como base do pilarete a interseção deste com a face superior da laje.
O pilarete deve ter altura suficiente para permitir a montagem do stub com a sua
extremidade inferior acima da face superior da laje.
Sempre que possível as sapatas devem ser posicionadas em planta de modo que cada
uma delas tenha uma direção principal alinhada com a projeção horizontal do respectivo stub ou
montante. O mesmo se aplica aos pilaretes que, deste modo, se livram da indesejável dupla
inclinação.
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As armaduras de flexão das abas da sapata são dimensionadas tendo por seções críticas
as correspondentes às interseções de sua face superior com as faces laterais do pilarete, se não
houver pedestal. Se houver pedestal, as seções críticas se deslocam para as que correspondem
às interseções de suas faces laterais com a face superior da laje da sapata, não podendo o valor
de tal deslocamento ultrapassar a metade da altura do pedestal, medida acima da face superior
da sapata.
Para os momentos fletores negativos (tração na face superior), considerar para o seu
cálculo:
a) Uma carga uniformemente distribuída sobre a placa, igual ao peso próprio da laje mais o
peso do solo sobrejacente;
b) Se a carga acima e o peso do pilarete apresentarem resultante com valor superior ao valor
último da componente vertical da carga de tração no stub, então reduzir o seu valor a fim de
ajustá-lo ao cumprimento da condição de equilíbrio estático segundo a direção vertical. Esta
carga, com o seu valor ajustado, será a carga para o cálculo das solicitações nas abas da sapata.
c) Se, ao contrário, a carga acima e o peso do pilarete apresentarem resultante com valor
inferior ao valor último da componente vertical da carga de tração no stub, então acrescentar uma
carga linear vertical ao longo do contorno da sapata, ajustando o seu valor ao cumprimento da
condição de equilíbrio estático segundo a direção vertical. Neste caso, a carga distribuída sobre a
sapata e a carga linear ao longo do seu contorno serão as cargas para o cálculo das solicitações
nas abas das sapatas.
d) Como alternativa ao procedimento acima (a, b e c): uma carga superficial uniforme com
valor ajustado ao cumprimento da condição de equilíbrio estático segundo a direção vertical,
considerada em conjunto com o peso do pilarete e a componente vertical da máxima força de
tração no stub, computados no estado limite último.
Nos cálculos acima, se a fundação estiver sujeita a inundação, as partes submersas terão
seus pesos computados com os seus valores aparentes submersos. As cargas aqui em jogo são
do estado limite último, portanto devem estar com os seus valores multiplicados pelos fatores
citados no subitem 5.4 desta EP. Neste caso o reaterro deve ser feito com mistura de brita e areia
até o extremo superior do NA subterrâneo, e complementado com solo argiloso compactado.
Para as armaduras de flexão são exigidas, pelo menos, as quantidades mínimas prescritas
pela NBR 6118 para as peças fletidas. Nos casos de sapatas em que seja inequívoca a
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existência de uma direção principal de flexão, as quantidades mínimas prescritas pela norma,
quando aplicadas à direção secundária, poderão ser reduzidas a 67% dos seus valores, desde
que a taxa geométrica de armadura, já reduzida, se mantenha com valor não inferior a 0,1%. Não
se aplica tal redução em sapatas quadradas.
A laje da sapata deve ser verificada ao cisalhamento e à punção para as cargas máximas
de compressão e de tração, a fim de comprovar a não necessidade de armaduras para combater
estes efeitos.
Se houver pedestal, sua armadura deve ser do tipo gaiola para bloco, considerado o
volume que vai do topo do pedestal até a face inferior da sapata. A resistência última dos ramos
verticais da armadura em gaiola não pode ser ultrapassada pelo valor último da solicitação de
arrancamento abatido de 90% do peso do pilarete.
Os pilaretes devem ser armados para duas situações extremas: flexo-tração com máxima
tração e flexo-compressão com máxima compressão, cada uma delas acompanhadas das
máximas forças transversais com elas compatíveis.
São aplicáveis aos pilaretes os requisitos de armadura mínima de pilares segundo a NBR
6118 (0,4% de Ac).
Com as cargas dos estados limites de utilização, de acordo com o subitem 5.5 desta EP, as
armaduras devem apresentar condição satisfatória quanto à fissuração, verificada segundo a
NBR 6118.
Os blocos também são dotados de pilaretes, os quais são projetados de modo idêntico aos
das sapatas de concreto armado. Entre a extremidade inferior do stub e a base do bloco deve ser
deixada uma distância vertical não inferior a 25 cm.
As dimensões do bloco devem ter em conta:
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- a necessidade de acomodar em seu interior, sem conflitos, todas as barras de ligação com o
pilarete e todos os chumbadores;
O bloco deve ter altura suficiente para ancorar com razoável folga as barras do pilarete e os
chumbadores. Os comprimentos de ancoragem devem ter pelo menos os valores da NBR 6118,
ajustados às forças máximas nas barras, com seus valores do estado limite último.
A resistência ao arrancamento tem seu valor último avaliado com base no peso da
fundação e da rocha que, supostamente, acompanharia o movimento ascensional da fundação se
ela fosse solicitada até o arrancamento.
As Tabelas "A" e "B", apresentadas na Seção III, incluem valores limites para o ângulo de
arrancamento.
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O volume da cesta acima descrita pode ser calculada pela fórmula abaixo, onde D
representa a profundidade (medida na vertical) dos chumbadores, a e b (b não inferior a a) são os
lados do arranjo em planta dos chumbadores e α, o ângulo de arrancamento.
π a 2 (3b − a)
V = a × b × D + (a + b) × D × tanα + × D × tan α −
2 3 2
12 12 × tanα
Td + H Td − 0,9 × Pfund ≤ As × f yd
Td é o valor último da máxima força vertical de tração no topo da fundação; HTd é o da força
horizontal que lhe é compatível; Pfund é o peso da fundação, e As é a área total dos chumbadores.
c) Tensões na base
A solicitação extrema de compressão na base do bloco, com seu valor do estado limite
último, ou seja, com a majoração de que trata o subitem 5.4 desta EP, deve estar coberta pelo
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valor garantido da resistência última da rocha do leito de fundação, bem como do concreto do
bloco. Tal resistência deve ser avaliada com base em valor garantido da resistência à
compressão da rocha. Seu valor pode ser aceito sem comprovação através de ensaio, desde que
não ultrapasse o dobro do valor aceito para a sua taxa admissível à compressão.
As ancoragens dos chumbadores devem ser verificadas admitindo que o valor último da
força de tração em cada um deles seja 1,1*Ach*fyk, onde Ach é a área de um chumbador e fyk é a
tensão de escoamento do aço.
A resistência última da ancoragem do chumbador, suposto como de aço CA-50, pode ser
calculada pela fórmula
R1u = p*Fch*Lg*tbu ,
Se o chumbador for de outro tipo de aço, não de CA-50, o cálculo acima deve ser feito com
os parâmetros de resistência e de conformação superficial que lhe sejam apropriados, com a
mesma metodologia da NBR 6118.
Deve ser cumprida a condição de a resistência última R1u cobrir o valor último da máxima
força de tração nos chumbadores. Esta condição em geral é atendida com grande folga.
A resistência última da ancoragem do chumbador na rocha pode ser calculada pela fórmula
R2u = p*Ff*Lg*t2u ,
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Deve ser cumprida a condição de a resistência última R2u cobrir o valor último da máxima
força de tração nos chumbadores.
A armadura do bloco deve ser do tipo gaiola, com barras tipo estribo fechado. Especial
atenção deve ser dada aos mecanismos de transferência dos esforços das barras da armadura
do pilarete para os chumbadores, os quais devem ser analisados segundo modelos biela-tirante.
Estribos horizontais, múltiplos se necessário, devem ser detalhados para travar horizontalmente
as bielas que se ancoram nas barras dos chumbadores.
As grelhas metálicas são um tipo especial de fundação, com algumas vantagens do ponto
de vista construtivo, mas com a grave desvantagem de serem perecíveis se lhes faltarem os
continuados cuidados de manutenção por elas exigidos. Portanto são consideradas de uso
restrito por FURNAS, que somente as aprova para condições muito especiais em que possam ser
aliviadas as exigências de manutenção, sem deixar de ter em conta a logística de tal
manutenção.
Cabe ao projetista das fundações, uma vez estabelecidos os tipos de grelha de acordo com
a tipificação dos solos, fazer as verificações do cumprimento de exigências para a sua aplicação
como elemento de fundação.
A relação área líquida/área bruta na base das grelhas deve ser não superior a 40%. O
espaçamento entre as cantoneiras da base das grelhas deverá ser no máximo 125 mm para as
empregadas em solos do tipo I e 75mm para as destinadas à aplicação nos outros tipos de solo
(3)
.
Quando aplicadas em locais em que o NA subterrâneo possa eventualmente ficar situado acima
do nível do leito de fundação, estas fundações costumam ser embasadas, isto é, ter a grelha da
base envolvida por uma laje de concreto simples ou armado, dependendo do balanço da laje
além dos bordos da grelha metálica. Neste caso o reaterro deve ser feito com mistura de brita e
areia até o extremo superior do NA subterrâneo, sendo completado por solo argiloso compactado.
______________________________________________________________________________
(3) Fernandes, D. et alii “Considerações sobre o estudo dos solos e escolha dos tipos de fundações para
as torres das linhas de 800 kV de Itaipu”. IV Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia
Elétrica. Rio de Janeiro, 1977.
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A resistência ao arrancamento terá seu valor último avaliado com o procedimento de Biarez
e Barraud (CIGRE,1968), devendo-se considerar os trabalhos nacionais(4,5) em que este método
foi analisado e testado com provas de carga e onde são propostos adendos na metodologia
original.
Alternativamente, poderá ser usado o “método do cone”, segundo o qual é incluído o solo
contido no interior de uma “cesta” que tem por base a face superior da sapata, se esta tem faces
laterais verticais, ou a base da sapata, se as faces laterais da grelha têm inclinação com a vertical
não inferior a 1 na horizontal para 2 na vertical. As superfícies laterais da cesta são planos
inclinados, em correspondência com os lados da sua base, e superfícies cônicas, em
correspondência com os vértices da sua base, todos inclinados para fora. A inclinação das faces
laterais da cesta com a vertical é chamada ângulo de arrancamento. Seus valores são avaliados
de acordo com o tipo de solo do maciço de fundação e com a forma e dimensões do elemento de
fundação. É necessário ter em conta, quanto ao solo superficial, seja computado exclusivamente
o solo de permanência garantida pelas condições naturais ou por obras complementares
destinadas a garantir tal permanência. As Tabelas "A" e "B", apresentadas na Seção III, incluem
valores limites para o ângulo de arrancamento.
b) Tensões na base
As tensões na base da grelha são calculadas com a sua área bruta, ou seja, com a área total
abrangida pelo seu contorno.
______________________________________________________________________________
(4) Barata, F.E., et alii- “Fundações submetidas a esforços de arrancamento em solos residuais- análise
e aplicações de resultados de provas de carga”. 6a Conf. Pan-americana de Mecânica dos Solos e
Fundações, Lima, 1979.
(5) Danziger, F. B. et alii- “Alguns critérios para dimensionamento de fundações submetidas a esforços de
tração” - V Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica.Recife,1979.
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compressão, a sapata virtual acima referida tenha pelo menos 50% da área total da base da
sapata real.
A resistência última do solo na base da grelha deve ser avaliada através de método
apropriado, com respaldo na Mecânica dos Solos (Terzaghi ou Meyerof ou Brinch Hansen),
sempre a partir dos valores garantidos dos seus parâmetros geotécnicos. Os valores garantidos
dos parâmetros geotécnicos são valores de projeto obtidos a partir dos seus valores
característicos, com os coeficientes de minoração indicados na NBR 6122, item 5.6.1.3.
6.3.2.1 Tubulões
Os tubulões são fundações profundas de concreto armado, de forma cilíndrica, em geral
escavado a céu aberto e com base alargada, destinado a transmitir ao maciço de fundação os
esforços da superestrutura. São utilizados em solos de resistência crescente com a profundidade
e, em geral, que tenham condições de escavação a céu aberto.
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6.3.2.1.1 Dimensionamento
A resistência ao arrancamento terá seu valor último avaliado com o procedimento de Biarez
e Barraud (CIGRE,1968), devendo-se considerar os trabalhos nacionais(6,7) em que este método
foi analisado e testado com provas de carga e onde são propostos adendos na metodologia
original.
Alternativamente, poderá ser usado o “método do cone”, segundo o qual é incluído o solo contido
no interior de uma “cesta” que tem por base o círculo superior do trecho cilíndrico do pé do
tubulão. As superfícies laterais da cesta são planos inclinados para fora. A inclinação da face
lateral da cesta com a vertical é chamada ângulo de arrancamento. Seus valores são avaliados
de acordo com o tipo de solo do maciço de fundação.
______________________________________________________________________________
(6) Barata, F.E., et alii- “Fundações submetidas a esforços de arrancamento em solos residuais- análise e
aplicações de resultados de provas de carga”. 6a Conf. Pan-americana de Mecânica dos Solos e
Fundações, Lima, 1979.
(7) Danziger, F. B. et alii- “Alguns critérios para dimensionamento de fundações submetidas a esforços de
tração" - V Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica.Recife,1979.
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Para tubulões sem base alargada escavados em rocha, devido a aspectos de construção,
o arrancamento deverá ser verificado pela resistência de adesão fuste x rocha e pelo método do
cone, adotando-se os parâmetros das Tabelas "A" e "B", Seção III.
b) Tensões na base
- O peso do tubulão.
Os valores das cargas acima devem estar majorados de acordo com o subitem 5.4 desta
EP.
- Uma que se manifesta na superfície da parte enterrada do fuste e que é devida à aderência
concreto-solo, cujo efeito é computado a partir de uma distância de uma vez e meia o diâmetro do
fuste acima da parte superior do alargamento da base. As tabelas "A" e "B", apresentadas na
Seção III, contém valores limites da adesão concreto-solo.
Outra se manifesta no leito de fundação e deve ser avaliada através de método apropriado, com
respaldo na Mecânica dos Solos (Terzaghi, Meyerof ou Brinch Hansen), sempre a partir dos
valores garantidos dos parâmetros geotécnicos do material do leito de fundação.
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Para estas verificações devem ser utilizadas as cargas com os seus valores apropriados,
de acordo com o subitem 5.5 desta EP.
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Os valores destes parâmetros são em geral obtidos por correlação com o NSPT. Podem
portanto ser incluídos entre os que são objeto da tipificação dos solos para os projetos das
fundações.
Da correlação com o NSPT pode resultar para a rigidez lateral do solo um modelo do tipo kh
= k0 + nh * y , que também pode ser utilizado em um processo de análise.
A participação do solo, com o seu efeito confinante, como elemento de estabilização lateral
do tubulão recomenda cuidado com dois aspectos:
- A parte superficial do solo precisa ter garantida a sua permanência, quer pelas condições
naturais do local, quer por condições artificiais que resultem de alguma obra complementar;
Para estas verificações devem ser utilizadas as cargas extremas de tombamento com os
seus valores majorados de acordo com o subitem 5.4 desta EP. As solicitações delas resultantes
devem ser examinadas em confronto com as que a elas se opõem pela mobilização da
resistência garantida do solo, ou seja, a avaliada com base em valores garantidos dos
parâmetros geotécnicos do solo.
Verificado o cumprimento das condições de segurança contra a ruptura do solo, cabe ainda
a dupla verificação das armaduras do tubulão: a flexo-tração e a flexo-compressão, cada uma
delas mediante o cálculo das solicitações extremas de flexão a elas correspondentes.
São aplicáveis às verificações nos ELU métodos de análise da estabilidade lateral que
postulam limites garantidos para a resistência lateral do solo. Tais limites dependem da natureza
do solo, dos seus parâmetros geotécnicos e das dimensões do tubulão. Os processos de Broms
e de Brinch Hansen são desenvolvidos segundo esta metodologia.
Procedimentos de análise que postulam não a resistência garantida do solo, mas uma
resposta elástica aos deslocamentos laterais do tubulão, como o de Wiggins, podem ser
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utilizados para as verificações dos ELU, desde que aplicados com os valores últimos das cargas
de tombamento e dimensionados os tubulões sob as condições que limitam a aplicação de tais
procedimentos.
As barras longitudinais devem ter suas extremidades superiores sem ganchos ou dobras, a
fim de evitar conflitos com o stub e facilitar a sua montagem. Em compensação, junto à face do
topo do tubulão deve haver uma armadura em malha, com barras de 10mm, arranjadas em planta
sem conflito com o stub, dobradas em formato de “U” invertido, com trechos centrais de
comprimentos variáveis e os ramos verticais, de ancoragem no fuste, com comprimento não
inferior a 50cm.
O bloco de coroamento pode ser parcial ou totalmente enterrado, mas convém que fique
com a sua base acima do NA. Quando construído em locais alagados torna-se conveniente
desenterrá-lo totalmente.
A altura total do bloco de coroamento e seu pilarete são uma conseqüência do tamanho do
stub. Por outro lado, existem imperativos ou conveniências de ordem construtiva, tais como a
possibilidade de construção acima do NA e a redução da escavação. Estas circunstâncias
resultam na necessidade ou conveniência de elevação dos pés da torre, portanto devem ser
levadas em conta na coordenação do projeto para um ajuste na composição da torre ou no perfil
da linha.
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A forma e dimensões em planta do bloco são conseqüências do arranjo das estacas. Deste
arranjo também muito depende o rendimento das estacas. Portanto, recomenda-se algumas
regras para a obtenção de um bom arranjo do estaqueamento:
- O arranjo deve ser simples, simétrico em relação ao plano vertical que contém as quinas do
stub e do montante da torre, pois a direção destas quinas define a direção principal do
carregamento que chega ao grupo de estacas através do stub;
- Um arranjo de estacas paralelas entre si, com inclinação próxima à do stub, com centro no
prolongamento do montante da torre, tem muitas vantagens: é geometricamente simples, de fácil
análise estática, de fácil execução e, comparado com outros tipos de arranjo, otimiza o
rendimento das estacas;
A espessura do bloco deve ser suficiente para garantir boas condições de ancoragem das
barras da armadura do pilarete e das cabeleiras das estacas. Além disso, é preciso ter em conta
que os processos de análise de grupos de estacas via de regra postulam grande rigidez para o
bloco de coroamento.
O contorno do bloco deve ter uma folga de pelo menos 20cm em relação aos contornos das
estacas externas, considerada a marcação das mesmas no plano da base do bloco. Para estaca
inclinada, com a parte superior voltada para o interior do bloco, a folga pode ser reduzida de até
5cm; se a parte superior estiver voltada para o exterior do bloco, então a folga deve receber um
acréscimo não inferior à projeção horizontal do trecho ancorado no bloco, aí incluída a cabeleira
de armaduras da estaca.
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estaca e os que resultam da sua interação com o solo, estes avaliados através de processos
apropriados, como o de Decourt-Quaresma ou o de Aoki-Veloso.
Estacas delgadas que atravessem camadas de argila mole ou muito mole devem ser objeto
de uma verificação quanto ao risco de flambagem. Tais situações já devem ter sido levadas em
conta na escolha da estaca, com opção por estacas de maior rigidez à flexão.
O total de armadura em cada face e em cada direção deve ter pelo menos as quantidades
mínimas prescritas pela NBR 6118 para as peças fletidas.
As fundações citadas no subitem 4.3.1 serão projetadas com os critérios já expostos nesta
EP.
O dimensionamento geotécnico poderá ser feito pelo procedimento proposto por Meyerof,
G.G. em “Uplift resistence of inclined anchors and piles” no 8o ICSMF, Moscou, 1973.
Alternativamente poderá ser empregada a metodologia proposta por Rowe & Davis nos
dois artigos publicados no n. 32, vol. 1, da revista Geothecnique, 1982.
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Este tipo de fundação para a ancoragem de estais tem se revelado o mais econômico em
regiões de solos fracos com NA profundo.
Os blocos devem ter armadura tipo gaiola, com fretagem do trecho de ancoragem do estai.
6.4.2.3 Tirantes
O dimensionamento geotécnico e estrutural deve ser feito conforme a NBR 5629 Execução de
tirantes ancorados no terreno.
______________________________________________________________________________
(8) NAVFAC- Foundations & Earth Structures. Design Manual 7.02- Sept. 1986.
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Estas estacas são de utilização patenteada, portanto deverão ser dimensionadas conforme
as instruções do fabricante. Como referência bibliográfica deve ser consultada a obra citada no
subitem seguinte.
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Deverão ser previstos projetos complementares detalhados, caso a caso, a fim de atender
toda e qualquer adequação do terreno no entorno das torres das Linhas de Transmissão, tais
como obras de contenção, cortes e aterros, implantação de drenagem e demais serviços que
venham a se tornar necessários em função das condições topográficas.
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a) Documentos de referência:
b) Documentos de projeto:
Os desenhos de execução das fundações devem ser apresentados para comentários e/ou
liberação da FISCALIZAÇÃO, junto com a respectiva memória de cálculo.
- O objetivo da memória;
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- As propriedades dos materiais estruturais: concreto, aço e, se for o caso, estacas, etc;
- Exigências normativas: cobrimento mínimo das barras das armaduras; diâmetros internos
mínimos nos cantos de estribos, nos ganchos e dobras de barras de armadura;
- Para tubulões ou estacas concretadas no local: indicação de opções para emendas de barras
se necessárias;
- Em caso de estacas inclinadas: nota chamando a atenção para o fato de a locação em planta
das estacas se referir ao plano da base do respectivo bloco;
- Cuidados quanto a juntas de concretagem: limpeza, uso de materiais especiais para colagem
de concreto fresco em superfícies já endurecidas;
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- Características dos solos de fundação para os quais as fundações são projetadas, com
descrição genética, peso específico natural e demais parâmetros relevantes para a sua
identificação.
8.3.1 Detalhamento
- Em caso de fundações de concreto armado: prever uma inclinação inicial “i” de, no mínimo,
1% no topo das mesmas a fim de permitir o escoamento de águas pluviais (conforme já
informado na figura 1 no subitem 4.4.1.1);
- Em caso de estaca metálica: detalhe da ancoragem no bloco de coroamento, que deve ser
constituída pela penetração no bloco de um trecho de comprimento aproximado de 40cm ao qual
sejam soldadas barras tipo bengala, com quantidade ajustada às disponibilidades de espaço para
as soldas, com bitolas e comprimentos que garantam a ancoragem da estaca no bloco. As barras
de ancoragem e o trecho da estaca imerso no bloco devem ser envolvidos por uma armadura
helicoidal de fretagem.