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FURNAS – CENTRAIS ELÉTRICAS S.A.

ESPECIFICAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE


PROJETOS DE FUNDAÇÕES DE LINHAS DE
TRANSMISSÃO

EP-5029
Folha de
Atualização

TÍTULO: ESPECIFICAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE FUNDAÇÕES DE LINHAS


DE TRANSMISSÃO
EP-5029

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Observações:

Órgão Emissor Vistos Aprovação Data Revisão


o
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DEC.T DPAH.T / DGSB.T DEC.T 06 2003 0
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Título: ESPECIFICAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE FUNDAÇÕES DE LINHAS


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ÍNDICE

SEÇÃO I - INTRODUÇÃO .................................................................................................... ..... 3

SEÇÃO II - NORMAS APLICÁVEIS ..................................................................................... ..... 5

SEÇÃO III - SOLOS E ROCHAS – INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS

E CARACTERIZAÇÃO .................................................................................... ...... 7

SEÇÃO IV - TIPOS DE FUNDAÇÃO E SUA APLICAÇÃO USUAL .................................... ... 12

SEÇÃO V - CARGAS NAS FUNDAÇÕES ........................................................................... .... 18

SEÇÃO VI - METODOLOGIA DE CÁLCULO DAS FUNDAÇÕES ...................................... .... 23

SEÇÃO VII – PROJETOS COMPLEMENTARES ................................................................... .... 45

SEÇÃO VIII – DOCUMENTAÇÃO DO PROJETO .................................................................. .... 47

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Órgão: DPAH.T / DGSB.T Órgão: DPAH.T / DGSB.T Data: JUN/2003


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SEÇÃO I – INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVO

1.2 DISPOSIÇÕES GERAIS

1.3 DEFINIÇÕES

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SEÇÃO I - INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVO

Esta Especificação, doravante denominada EP, visa apresentar aspectos relevantes a serem
observados durante o projeto das fundações para estruturas de Linhas de Transmissão, bem como
dos referentes às Obras Complementares, necessárias para sua implantação e proteção.

1.2 DEFINIÇÕES

Furnas Centrais Elétricas S.A. – Contratante do projeto, doravante denominada FURNAS,


com sede na cidade do Rio de Janeiro, na rua Real Grandeza, 219 – Botafogo, Rio de Janeiro –
RJ.

CONTRATADO – responsável pela elaboração do projeto das Fundações.

FISCALIZAÇÃO – pessoal de FURNAS e/ou organização por ela indicada, devidamente


credenciada para fiscalizar e/ou inspecionar o projeto, verificando a conformidade com as Normas
e Especificações e decidindo os casos omissos.

LT – linha de transmissão aérea de energia elétrica.

EMPREENDIMENTO – linha de transmissão aérea de energia elétrica a ser projetada


conforme a presente Especificação.

1.3 DISPOSIÇÕES GERAIS

As metodologias, parâmetros e demais considerações não apresentadas na presente


Especificação, quando propostos pelo CONTRATADO, bem como casos especiais, somente serão
aplicáveis mediante consulta e conseqüente aprovação pela FISCALIZAÇÃO.

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SEÇÃO II - NORMAS APLICÁVEIS

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SEÇÃO II – DEFINIÇÕES E NORMAS APLICÁVEIS

A presente EP considera como aplicáveis as seguintes Normas, bem como Normas


complementares nelas referenciadas:

NORMA DESCRIÇÃO

NBR-5422 Projeto de linhas aéreas de transmissão de energia elétrica

NBR-5629 Execução de tirantes ancorados no terreno

NBR-6118 Projeto de estruturas de concreto

NBR-6122 Projeto e execução de fundações

NBR-6502 Rochas e solos terminologia

NBR-7190 Cálculo e execução das estruturas de madeira

NBR-7681 Calda de cimento para injeção

NBR-8044 Projeto geotécnico

NBR-8681 Ações e segurança nas estruturas

NBR-8800 Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios

NBR-9062 Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado

NBR-11682 Estabilidade de taludes

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SEÇÃO III - SOLOS E ROCHAS – INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-


GEOTÉCNICAS E CARACTERIZAÇÃO

3.1 INTRODUÇÃO

3.2 INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS

3.3 CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS E ROCHAS

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SEÇÃO III - SOLOS E ROCHAS – INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS E


CARACTERIZAÇÃO

3.1 INTRODUÇÃO

Para o Projeto das Fundações é imperativo envidar todos os esforços, orientados por
técnicas atualizadas e pela economia do EMPREENDIMENTO, para uma caracterização o mais
completa possível das propriedades de Engenharia dos diversos tipos de solos e rochas, e a
posição do N.A. subterrâneo, ocorrentes em cada local de estrutura de Linha de Transmissão,
baseados em investigações geológico-geotécnicas, segundo o roteiro descrito no subitem a seguir,
bem como nos levantamentos topográficos ao longo do traçado da Linha de Transmissão e nas
seções diagonais do terreno nos locais das torres.

O CONTRATADO deverá obrigatoriamente percorrer todo o traçado da linha de transmissão,


em conjunto com a FISCALIZAÇÃO, para o perfeito conhecimento das condicionantes geológico-
geotécnicas do EMPREENDIMENTO a ser executado, de modo a obter os subsídios necessários
à programação e acompanhamento das investigações.

3.2 INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS

Por se constituírem, as linhas de transmissão, obras de grande extensão, os solos do


maciço em que irão ficar situadas as fundações serão caracterizados por um processo iterativo de
sucessivas investigações geológico-geotécnicas, baseadas em informações disponíveis da região
de sua implantação, tais como: estudo preliminar bibliográfico, fotografias aéreas, mapas
geológicos e de solos, que buscarão identificar os diversos domínios geomorfológicos e, através
de execução de uma campanha racional de sondagens representativas e de amostragem,
propiciar o agrupamento dos diversos solos/rochas em tipos, com definição de sua gênese e de
seus parâmetros em nível de confiabilidade adequada para o desenvolvimento dos projetos das
fundações.

Após a definição e locação das estruturas no campo, as investigações serão realizadas em


todos estes locais, devendo constar, inicialmente, em terrenos elevados, de sondagens a trado
junto ao piquete central de locação da estrutura, e da determinação do peso específico natural do
solo do local. Com base nos resultados destas sondagens, serão selecionados alguns locais de
cada domínio geomorfológico onde serão executadas investigações mais detalhadas, em geral,
sondagens a percussão, e poços manuais para determinação dos pesos específicos naturais a
diversas profundidades, e, eventualmente, para coleta de amostras indeformadas para ensaios
especiais, visando à tipificação dos solos existentes, definidos por sua característica genética e
respectivos parâmetros de projeto, bem como a determinação de outros parâmetros que se
julguem necessários para a padronização dos projetos para cada tipo de estrutura a ser utilizada
na obra.

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Em regiões de baixadas, sujeitas a inundações e/ou com nível d’água superficial, serão
executadas sondagens a percussão em todos os locais de estruturas.

Poderão ser programadas sondagens rotativas e/ou mistas em casos específicos em que a
importância da estrutura (como no caso de travessias de grandes vãos sobre cursos d’água) e a
natureza do maciço de fundação exijam maior detalhamento das suas propriedades para o projeto
(como nos casos de fundações ancoradas). Este tipo de sondagem poderá também ser necessário
quando o maciço de fundação for em zona de talus, com matacões em profundidade.

Nos locais em que for constatada a existência de outros solos que, reconhecidos por
investigação geotécnica apropriada, não permitam a utilização dos “projetos-tipo”, serão
desenvolvidos projetos ditos “especiais”.

Em zonas industriais, deverá ser investigada a ocorrência de despejos de substâncias


potencialmente agressivas aos materiais constituintes das fundações.

3.3 CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS E ROCHAS

Será adotada a classificação dos maciços de fundação, para a elaboração dos respectivos
projetos, conforme tabelas “A”, para solos, e “B”, para rochas, a seguir.

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(1)
Tabela A – Limites para os parâmetros geotécnicos para solos
Ângulo de Adesão Ângulo de
Tipos de Consistência ou Peso Taxa admissível
Coesão atrito interno (3) concreto- arrancamento Descrição
solos compacidade (2) específico à compressão (4)
solo/rocha
2 3 2 2
SPT kN/m σ kN/m kN/m kN/m σ
Solos residuais jovens, passando, eventualmente, em profundidade, à
rocha completamente decomposta, tendo cobertura de solo
o o o coluvial/residual maduro, de no máximo 1m de espessura. Os solos
Solo tipo I 9 a 18 30 a 40 ≤ 32 16 a 18 200 a 400 ≤ 25 20 a 25
residuais jovens apresentam geralmente constituição silto-arenosa ou
areno-siltosa, às vezes micáceos, exibindo as feições remanescentes
da rocha matriz, e tendo cores variegadas.
Solos residuais maduros, não porosos e não colapsíveis , podendo
passar a solo residual jovem em profundidade, com cobertura de solo
coluvionar de no máximo 1,5m de espessura. Os solos residuais
o o o maduros se apresentam com constituição mais argilosa que os solos
Solo tipo II 6 a 12 25 a 30 ≤ 28 15 a 17 100 a 200 ≤ 20 17,5 a 22,5
residuais jovens, têm coloração mais uniforme, vermelha, amarela ou
rósea. Confundem-se com os solos coluvionares que geralmente em
sua transição para o substrato, apresentam uma camada de fragmentos
de quartzo.
Solos coluvionares ou aluvionares (transportados), não colapsíveis e
não porosos, em zona permanentemente acima do nível d’água
subterrâneo. São mais argilosos que os eventuais residuais maduros
o o o
Solo tipo III 6 a 12 25 a 30 ≤ 25 14 a 16 100 a 200 ≤ 20 15 a 20 sotopostos. Têm cor em geral marrom e/ou amarela. Os aluvionares ou
transportados têm as mesmas características que os coluvionares ,
diferenciando-se desses pela existência de um nível de seixos rolados
no contato com o substrato.
Solos que em geral exigem fundações especiais: solos porosos e
colapsíveis, em zona permanentemente acima do nível d’água
o o o
Solo tipo IV 3a6 ≤ 15 ≤ 20 12 a 14 ≤ 100 ≤ 10 10 a 15 subterrâneo; solos sedimentares com nível d’água alto ou sub-
superficial; solos de talus com matacões e nível d’água alto; solos
expansivos; solos residuais em zona cárstica (vazios em calcários), etc.
OBS.:
1. Para o projeto geotécnico de fundações em estacas utilizar as correlações de Decourt-Quaresma ou de Aoki-Veloso.
º
2. Para solos micáceos reduzir de 5 o ângulo de atrito interno sugerido.
3. A taxa admissível refere-se à profundidade do solo a 2,0m, devendo se reportar à NBR 6122 para aumento da pressão admissível com a profundidade para solos de natureza arenosa.
4. Valores para o dimensionamento ao arrancamento pelo método do tronco de cone invertido (Método do Cone). Para fundações diretas nos solos I e II, pode-se majorar em 5º.
5. Os valores aqui indicados devem ser considerados já minorados conforme a NBR 6122, item 5.1.6.3, e portanto prontos para serem empregados no projeto.

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Tabela B – Limites para os parâmetros geotécnicos para rochas

Ângulo Taxa
Consistência Adesão Ângulo de
Tipos de de Peso admissível
ou Coesão concreto- arrancamento Descrição
rochas atrito específico à (1)
compacidade solo/rocha
interno compressão
RQD kN/m2 σ kN/m3 kN/m2 kN/m2 σ

Rocha sã ou pouco decomposta escavável apenas com


Rocha 1000 a ≤ 1/10 de Rck (2) o o explosivos, com poucas fraturas, podendo apresentar
75 a 100 - - 24 a 29 35 a 45
tipo I 3000 (≤ 400) oxidação superficial, sem ou com pouca decomposição da
rocha, com matriz sã.

Rocha medianamente decomposta, impenetrável à picareta


e escavável com rompedor, com resistência crescente com
a profundidade, apresentando cobertura de solo de no
máximo 1,5 m de espessura. Apresenta matriz rochosa
Rocha ≤ 1/10 de Rck (2)
25 a 75 - - 20 a 22 600 a 1200 30 o a 35o decomposta e descolorida, com presença das
tipo II (≤ 160)
descontinuidades e outras feições da rocha original.
Habitualmente aparece como impenetrável a percussão nas
sondagens de simples reconhecimento e pode ter
recuperação nula ou pequena nas sondagens rotativas.

OBS.:
1. Valores para o dimensionamento ao arrancamento pelo método do tronco de cone invertido (Método do Cone).
2. Rck = resistência característica da rocha ou do concreto, a menor das duas.
3. Os valores aqui indicados devem ser considerados já minorados conforme a NBR 6122, item 5.1.6.3, e portanto prontos para serem empregados no projeto.

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SEÇÃO IV - TIPOS DE FUNDAÇÃO E SUA APLICAÇÃO USUAL

4.1 INTRODUÇÃO

4.2 FUNDAÇÕES APLICÁVEIS A ESTRUTURAS AUTOPORTANTES

4.3 FUNDAÇÕES APLICÁVEIS A ESTRUTURAS ESTAIADAS

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SEÇÃO IV - TIPOS DE FUNDAÇÃO E SUA APLICAÇÃO USUAL

4.1 INTRODUÇÃO

Nesta seção são apresentados sucintamente os tipos de fundação de emprego corrente em


estruturas de suporte das Linhas de Transmissão. Informam-se também as condições em que
são habitualmente aplicados.

4.1.1 Classificação das Fundações pela Aplicação

Os tipos de fundações são subdivididos em dois grupos conforme suas aplicações:

- Fundações de uso corrente: são fundações cujos projetos, chamados "projetos-tipo", são de
aplicação generalizada de acordo com o tipo de solo e de torre;

- Fundações especiais: são fundações cujos projetos são de aplicações específicas para
determinados locais, estruturas e condições de terreno, explicitados nos títulos dos mesmos.

4.2 FUNDAÇÕES APLICÁVEIS A ESTRUTURAS AUTOPORTANTES

4.2.1 Fundações Superficiais

4.2.1.1 Sapatas de Concreto Armado

Esta fundação é constituída por uma placa de concreto armado, em geral quadrada,
encimada por pilar, também de concreto armado, que recebe o stub. O pilar da sapata costuma
ter a mesma inclinação do stub e do pé da torre. Pode, no entanto, ser vertical, quando em geral
resulta a necessidade de maiores dimensões para a fundação.

Estas fundações são aplicáveis:

- em locais em que o solo a profundidades não maiores que 2 a 3 metros apresenta condições
de receber a base de uma fundação direta, e tenha, preferencialmente, resistência crescente com
a profundidade;

- em princípio, em locais em que a posição do NA subterrâneo situa-se abaixo do leito de


fundação;

- em locais não sujeitos à erosão;

- em zonas sujeitas a eventuais alagamentos, situação em que o projeto deve necessariamente


levar em conta a variação do NA.

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Este tipo é mais adotado para as torres de suspensão, quando não aplicáveis fundações
em tubulão. Para as torres de ancoragem e as terminais, que exigem fundações mais onerosas,
sempre devem ser estudadas alternativas com tipos mais econômicos.
4.2.1.2 Bloco Ancorado em Rocha

Os blocos são prismas retos de dimensões em planta menores e de maior altura que as
sapatas. Estas fundações são utilizadas na ocorrência de rocha, não escavável manualmente, a
pequena profundidade (até cerca de 2,5 m). Como as sapatas, os blocos podem ter pilares de
concreto armado para receber os stubs. Em virtude dos valores reduzidos das dimensões deste
tipo de fundação, é importante a atenção para a reserva de espaço para a colocação do stub.

Nesta fundação, os esforços de arrancamento são transmitidos ao maciço de fundação por


chumbadores constituídos por barras de aço, especial ou não. Normalmente são utilizados
chumbadores em barras de aço CA 50 com diâmetros de 20 a 25 mm, em furos de 50 a 100mm.
Para solidarizar o chumbador à rocha utiliza-se uma calda de cimento Portland com fator A/C =
0,5 (NBR 7681 - Caldas de Injeção), ou caldas e argamassas industrializadas, aprovadas pela
FISCALIZAÇÃO. Eventualmente podem ser usadas barras de aço especial com diâmetros de até
32mm. As perfurações que alojam os chumbadores devem ser livres de irregularidades ou corpos
estranhos, sendo limpas com a aplicação de jato d’água. Quando houver infiltração de água do
maciço para dentro das perfurações, faz-se uma primeira injeção de calda para tratamento do
furo. Cerca de seis horas após esta injeção, reperfura-se para o chumbamento definitivo. Para a
regularização do leito de fundação deve ser usado concreto capaz de transmitir os esforços de
compressão, não sendo admitido empregar para tal fck < 18 MPa.

O projeto deve indicar a obrigatoriedade de ensaiar ao arrancamento pelo menos um


chumbador por torre, até no máximo 0,9* Fyk* As, onde Fyk é a tensão de escoamento do aço e As
a área da seção transversal da barra do chumbador.

4.2.1.3 Grelhas Metálicas

São fundações singulares, utilizadas sempre sob prévia autorização da FISCALIZAÇÃO.

Este tipo de fundação pode ser aplicado nas mesmas condições em que são empregadas
as sapatas de concreto armado, com a desvantagem de apresentar menor resistência à
agressividade do meio natural. Portanto, deverão ser tomadas medidas de proteção adicionais,
além da galvanização das peças metálicas, especialmente em locais de solos agressivos. Na
zona de transição, logo acima e abaixo da superfície do terreno, as condições são mais
favoráveis ao ataque do metal da grelha por corrosão. Tendo em conta estes fatos, recomenda-
se a previsão em projeto, de proteção eficaz para as partes metálicas situadas acima da
superfície do terreno até o parafuso de referência (início da perna da torre) bem como daquelas
situadas até cerca de 50 cm abaixo do contato solo-ar, ou mesmo, sob o critério da
FISCALIZAÇÃO, de toda a sua parte enterrada.

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Quando aplicadas em locais em que o NA subterrâneo pode eventualmente ficar situado


acima do nível do leito de fundação, estas fundações costumam ser embasadas, isto é, ter a
grelha da base envolvida por uma laje de concreto simples ou armado, dependendo do balanço
da peça de concreto além da grelha metálica. Neste caso o reaterro deve ser feito com mistura de
brita e areia até a mais alta posição do NA subterrâneo, e complementado com solo argiloso
compactado.

4.2.2 Fundações Profundas

4.2.2.1 Tubulões

O tubulão é uma fundação profunda de concreto armado, de forma cilíndrica, em geral


escavado a céu aberto e com base alargada, destinado a transmitir ao maciço de fundação, os
esforços da superestrutura.

Os tubulões, com base alargada, são utilizados em solos com resistência crescente com a
profundidade e, em geral, que tenham condições de escavação a céu aberto. A profundidade
varia dependendo do tipo de solo e dos esforços atuantes na fundação. Quando executado
manualmente o fuste deve ter diâmetro de 0,80m pelo menos, ou maior se necessário para
acomodar o stub. Para garantia da segurança ao arrancamento recomenda-se fazer sempre um
alargamento de base de no mínimo 30cm, isto é utilizar um diâmetro mínimo da base igual ao do
fuste mais 30 cm, e reforçar a armadura transversal no trecho superior do tubulão. Como indicado
na norma NBR 6122, o ângulo de inclinação da base alargada deverá ser maior ou igual a 60o,
com o trecho inicial reto de 20cm.

Eventualmente podem ser utilizados tubulões sem a base alargada, quando escavados em
rocha, em geral branda, sã ou pouco decomposta, ou quando em solos com profundidades de
10m ou maiores, escaváveis com equipamento mecânico. Nestes casos os parâmetros de projeto
serão, obrigatória e previamente, submetidos à aprovação da FISCALIZAÇÃO.

4.2.2.2 Fundações em Estacas

Sempre que o maciço de fundação só tenha competência para receber as cargas em


profundidade e/ou as condições do nível d’água subterrâneo impeçam o uso de outro tipo de
fundação, recorre-se ao uso de estacas.

As estacas como elementos isolados são descritas e especificadas em detalhe na EP 5012


de FURNAS.

A fundação em estacas é constituída em geral por um bloco de coroamento e um pilar de


concreto armado (vertical ou inclinado segundo o pé da torre) sobre um número variável de
estacas. O pilar deve receber o stub e, portanto, pode ter suas dimensões condicionadas pelas
daquela peça. Eventualmente os quatro pés das torres autoportantes com fundações em estacas
podem ter os blocos de coroamento ligados por vigas de concreto armado.

Quando o maciço em que as estacas ficarão apoiadas estiverem em profundidades que


impeçam o prosseguimento da execução das mesmas sem que se alcance a resistência ao
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arrancamento necessária, poderá se lançar mão ou de atirantamento do bloco de coroamento ou


de fundação em caixa estaqueada ou de estacas tipo raiz para seu embutimento no terreno
resistente. O sistema em caixa estaqueada utiliza, em geral, uma caixa de concreto armado cheia
de terra compactada e apoiada em estacas. A caixa provê o peso necessário para que sejam
evitados ou minimizados os esforços de tração nas estacas. A caixa deve ter tampa de concreto
com armação de tela metálica soldada, com superfície superior dotada de inclinação para fora,
com espessura mínima de 15 cm, e o seu fundo dotado de barbacãs com filtros, para evitar a
perda do solo com a flutuação do nível d'água subterrâneo.

Antes da escolha de estacas deve-se verificar, no campo, as condições de acesso do


equipamento de cravação (estacas pré-fabricadas ou metálicas) ou de execução da fundação
(estacas injetadas). Se o equipamento ficar sob linha energizada será preciso a verificação dos
espaços disponíveis e fazer uma opção entre tipos de estacas e o equipamento necessário para
sua instalação, estudando todos os detalhes de emendas e instalação.

4.3 FUNDAÇÕES APLICÁVEIS A ESTRUTURAS ESTAIADAS

4.3.1 Fundações para o Mastro

Os mastros das estruturas estaiadas podem ter fundações em sapatas e blocos de


concreto armado ou, excepcionalmente quando autorizado pela FISCALIZAÇÃO, em grelhas
metálicas. As sapatas e blocos podem ser de concreto pré-moldado ou concretados no local da
estrutura. O emprego destes tipos de fundação será feito nas mesmas circunstâncias em que tais
fundações são escolhidas para os pés de torres autoportantes, admitindo-se aqui, no entanto,
condições menos severas para os recalques sob as cargas de serviço, em razão do sistema
estrutural, e da conseqüente possibilidade de ajustes dos estais pelos serviços de manutenção.

Em solos fracos podem ser utilizadas as fundações em tubulões ou em estacas, com as


mesmas características previstas no subitem 4.2.2 relativamente às estruturas autoportantes.

4.3.2 Fundações para os Estais

Os estais são peças alongadas constituídas por cabos de aço associados a barras que se
ligam a peças enterradas. As peças enterradas suportam os esforços de tração nos cabos,
provenientes da outra extremidade, ligada ao mastro central da estrutura.

As fundações para os estais podem ser placas de concreto armado pré-moldadas, com
forma poligonal ou circular (excepcionalmente em grelhas metálicas, após a aprovação da
FISCALIZAÇÃO).

Uma outra forma de ancoragem dos cabos dos estais, empregada nos solos que permitem
a escavação de poços a céu aberto, é a que utiliza tubulões curtos. Esta tem sido preferida em
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virtude de exigir menor volume de escavação, e que é feita aproveitando as vantagens da


escavação e concretagem em poço de seção circular.

Outras soluções poderão ser utilizadas para ancoragem dos estais como, por exemplo,
tirantes, chumbadores ou estacas metálicas helicoidais.

A utilização de estacas helicoidais está sujeita a aprovação da FISCALIZAÇÃO.

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SEÇÃO V - CARGAS NAS FUNDAÇÕES

5.1 INTRODUÇÃO

5.2 ESTADOS LIMITES – ELS E ELU

5.3 OBTENÇÃO DAS CARGAS NA FUNDAÇÃO

5.4 CARGAS PARA O ELU DA FUNDAÇÃO

5.5 CARGAS PARA AS VERIFICAÇÕES DA FUNDAÇÃO EM ELS

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SEÇÃO V - CARGAS NAS FUNDAÇÕES

5.1 INTRODUÇÃO

Em geral as estruturas de suporte das linhas de transmissão são dimensionadas para


suportar as seguintes cargas:

a) As provenientes dos cabos, normalmente grupadas em árvores de cargas correspondentes


às várias hipóteses de carregamento da estrutura da torre;

b) O peso próprio da estrutura;

c) A carga de vento incidente diretamente sobre a torre.

Destas cargas são compostos os carregamentos segundo as várias hipóteses sob as quais
a estrutura é analisada, de acordo com normativa própria.

Aqui é oportuno ter em conta que as estruturas das torres têm composição modular, a fim
de melhor se ajustarem aos locais de sua implantação. Resulta disto que o seu projeto deve
considerar necessariamente, além das diversas hipóteses de carregamento, as muitas hipóteses
de composição da torre, com diferentes alturas associadas a diversas situações dos pés, que
podem estar nivelados ou com diferentes desníveis.

Há um princípio importante a ser considerado no projeto das fundações destas estruturas: a


segurança global da fundação deve ser maior que a da própria estrutura, razão pela qual as
cargas nas fundações resultantes do cálculo da estrutura são afetadas de uma majoração
adicional, através de fatores que são apresentados mais adiante (subitem 5.4). O princípio aqui
referido tem a sua lógica baseada no fato de que a recuperação de uma linha, interrompida
eventualmente por colapso estrutural de uma torre, é muito mais fácil e rápida mediante a
montagem de uma nova torre, desde que a fundação não tenha sido danificada.

As memórias de cálculo das estruturas fornecem as reações em seus apoios, a partir das
quais são obtidas as cargas nas fundações. Os recursos de cálculo das estruturas das torres
permitem sejam resumidos os valores extremos das reações de apoio, que são apresentados na
memória de cálculo, em geral com a indicação das hipóteses de carregamento e composição
física da torre que lhe deram origem. Para o dimensionamento das fundações devem ser
considerados os seguintes valores extremos das reações:

a) Máxima reação vertical de compressão;

b) Máxima reação vertical de tração;

c) Máxima reação horizontal com compressão vertical;

d) Máxima reação horizontal com tração vertical.

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Embora seja comum que as reações horizontais máximas ocorram de modo concomitante
com as máximas verticais, é preciso ter em conta não ser esta uma regra universal.

Para os projetos-tipo das fundações serão considerados os valores extremos das reações
de apoio correspondentes a cada tipo de torre, capazes de cobrir as diferentes hipóteses de
carregamento e de composição física da torre. Para um projeto especial, em geral com local de
implantação e composição física da estrutura bem definidos, a fundação deverá ser
dimensionada para as cargas correspondentes à situação específica da torre, conforme elas se
manifestem nas árvores de carga, na ação do vento diretamente sobre a torre, além,
naturalmente, do seu próprio peso.

Nos casos de projetos especiais, em que as cargas devam ser ajustadas às condições
reais de carregamento da superestrutura, cabe ao projetista da fundação, partindo das árvores de
carga específicas do caso e das informações a ele fornecidas a respeito da composição das
torres, pesos de seus módulos e valores das cargas de vento neles atuantes, analisar as várias
hipóteses de carregamento, reduzindo-as aos stubs e verificando entre elas as que são críticas
para o projeto das fundações.

5.2 ESTADOS LIMITES – ELS e ELU

A Norma NBR 8681- Ações e segurança nas estruturas define estados ditos limites, nos
quais as estruturas devem ser verificadas: os estados limites de utilização, também chamados
estados limites de serviço (ELS), considerados como sendo condições de utilização prejudiciais
ao funcionamento da estrutura ou à sua durabilidade, mas com elevada probabilidade de
ocorrência ao longo da sua vida útil, e os estados limites últimos (ELU), em que a estrutura
estaria na iminência de um colapso, cuja probabilidade de ocorrência ao longo da sua vida útil
deve ser necessariamente muito baixa.

No caso das estruturas de fundação de que trata a presente EP, consideram-se como
verificações nos ELS, por exemplo: as que tratam dos deslocamentos da fundação a fim de
mantê-los abaixo dos limites aceitáveis pela superestrutura; as que consideram as tensões no
solo a fim de limitá-las aos valores admissíveis compatíveis com as hipóteses de cálculo dos
deslocamentos; as que tratam das limitações de tensão nas armaduras ou do seu detalhamento
com o propósito de manter as fissuras no concreto dentro de padrão aceitável segundo a NBR
6118.

Por outro lado, são verificações nos ELU, por exemplo: a que avalia a segurança contra
arrancamento da fundação; a que confronta a compressão máxima na fundação com a
capacidade de suporte do solo, levados em conta o tipo de fundação, sua forma, suas dimensões
e profundidade, além evidentemente dos parâmetros geotécnicos do solo; em certos casos, a que
avalia a segurança contra tombamento da fundação. Também no ELU são feitas as verificações
que tratam da estabilidade interna do elemento de fundação, tendo como objetos às seções de
concreto e as suas armaduras.

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5.3 OBTENÇÃO DAS CARGAS NA FUNDAÇÃO

Para a obtenção das cargas na fundação são disponíveis, em geral, os seguintes


documentos:

a) Memória de cálculo da torre;

b) Desenho do stub com tabela de locação;

c) Desenho da silhueta da torre.

Na memória de cálculo encontram-se as reações das fundações nos pés da torre,


correspondentes às várias hipóteses de carregamento e de composição consideradas na análise
estrutural da torre. As memórias de cálculo costumam apresentar também resumos de tais
reações, em que são selecionadas as com valores críticos para as análises pertinentes às
fundações, entre as quais são incluídas necessariamente as de valores extremos de tração e as
de compressão.

Pode acontecer que as memórias de cálculo se refiram não às reações das fundações mas
às cargas nas fundações. Esta possibilidade recomenda cuidado contra equívocos quanto ao
sentido das cargas nas fundações.

Os desenhos do stub e da silhueta da torre apresentam importantes informações para o


projeto das fundações: composição e dimensões do stub; ângulos de inclinação das faces e dos
montantes da torre; formas e dimensões dos módulos de composição da torre, etc. Muitos destes
elementos são essenciais ao cálculo das cargas nas fundações quando estas devem
corresponder às condições específicas de carregamento e composição de uma torre em local que
exija fundação especial.

É importante ter em conta que as estruturas dos suportes são geralmente dimensionadas
no ELU, com procedimentos de cálculo em que os carregamentos são compostos com ações já
ponderadas para o estado limite último da estrutura do suporte. Portanto os valores que se
encontram na memória de cálculo – os das árvores de carga, das cargas de vento e das cargas
ou reações nas fundações – são os correspondentes ao ELU da estrutura do suporte. As árvores
de carga costumam especificar os fatores de ponderação do peso próprio da estrutura bem como
as ações de vento, com incidência direta sobre a estrutura, a serem incluídos nos carregamentos
a elas correspondentes. Excepcionalmente, as árvores de carga podem apresentar fatores de
ponderação a serem aplicados nos valores das cargas que as compõem. Como regra básica, fica
estabelecida que as cargas que passam dos suportes às suas fundações devem ser as
correspondentes ao ELU da estrutura do suporte.

5.4 CARGAS PARA O ELU DA FUNDAÇÃO

As cargas na fundação incluem as procedentes da superestrutura, o peso da fundação e,


eventualmente, o peso de solo sobrejacente.

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Os pesos da fundação e do solo sobrejacente recebem os seguintes fatores ao


participarem da composição de carregamentos para verificações no ELU da fundação:

a) 1,1 – se contribuem desfavoravelmente para a estabilidade;

b) 0,9 – se contribuem favoravelmente para a estabilidade.

Pelas razões expostas no subitem 5.1, as cargas procedentes da superestrutura, com os


seus valores correspondentes ao ELU da superestrutura, recebem os seguintes fatores adicionais
ao comporem os carregamentos para as verificações no ELU da fundação:

a) 1,1 – para fundação de suporte de suspensão;

b) 1,2 – para fundação de suporte terminal ou de ancoragem.

5.5 CARGAS PARA AS VERIFICAÇÕES DAS FUNDAÇÕES EM ELS

A FISCALIZAÇÃO poderá especificar as verificações dos estados limites de utilização bem


como as condições de carregamento em que devam ser feitas. Não havendo indicação específica
das condições de carregamento, poderão ser adotados os seguintes valores para as cargas nas
fundações:

a) Para torre de suspensão: 50% das cargas dela provenientes, correspondentes ao ELU da
torre, antes da aplicação da majoração adicional de que trata o subitem 5.4;

b) Para torre de ancoragem média (deflexão até 30o): 70% das cargas citadas acima;

c) Para torre de ancoragem pesada (deflexão acima de 30o) ou terminal: 80% das mesmas
cargas.

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SEÇÃO VI - METODOLOGIA DE CÁLCULO DAS FUNDAÇÕES

6.1 INTRODUÇÃO

6.2 CONDIÇÕES PARA O DIMENSIONAMENTO

6.3 FUNDAÇÕES APLICÁVEIS A ESTRUTURAS AUTOPORTANTES

6.4 FUNDAÇÕES PARA ESTRUTURAS ESTAIADAS

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SEÇÃO VI - METODOLOGIA DE CÁLCULO DAS FUNDAÇÕES

6.1 INTRODUÇÃO

Nesta seção apresentam-se os procedimentos de cálculo que deverão ser adotados para
os diversos tipos de fundações.

O CONTRATADO poderá apresentar para análise e aprovação da FISCALIZAÇÃO, outros


métodos/procedimentos para o dimensionamento que não os indicados neste documento, que
também sejam consensualmente aceitos no meio técnico, com respaldo científico e tecnológico,
adotando obrigatoriamente os parâmetros definidos nas Tabelas "A" e "B" (Seção III), a menos
que sejam efetuados ensaios significativos que demonstrem diferenças relevantes nas
características dos solos/rochas constituintes ao longo do traçado do Empreendimento.

Para que outros métodos/procedimentos sejam aprovados pela FISCALIZAÇÃO, o


CONTRATADO deverá realizar cálculos comparativos entre os métodos/procedimentos propostos
e os indicados neste documento, de modo a possibilitar a aprovação final da FISCALIZAÇÃO.
Ressalta-se que o CONTRATADO não poderá em hipótese alguma alegar atrasos no
desenvolvimento do projeto, em face de uma demora na aprovação da FISCALIZAÇÃO, aos
métodos/procedimentos, eventualmente propostos, devendo, em caso de dúvidas quanto a esta
aprovação, detalhar o projeto segundo o presente documento.

A escolha do tipo de fundação será sempre função das condições do subsolo e das
condições de acesso ao local da estrutura. O Contratado deverá ter em conta tais fatores ao
selecionar o tipo que, segundo seu próprio juízo, considere o mais apropriado para cada local de
fundação. Sua escolha deverá ser submetida à aprovação da FISCALIZAÇÃO.

6.2 CONDIÇÕES PARA O DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento dos elementos de fundação deve ser feito em planta e em


profundidade de assentamento, de modo a serem cumpridas as condições de estabilidade da
fundação, sejam elas estáticas ou cinemáticas, pelas exigências de natureza geotécnica, que
tratam das limitações das pressões na base (compressão), da segurança contra arrancamento
(tração), esforço horizontal e tombamento.

Deverão ser obedecidos o disposto nesta Seção, tendo em conta as propriedades dos
materiais, bem como os parâmetros geotécnicos correspondentes à tipificação dos solos,
apresentados na Seção III (Tabelas "A" e "B"), além das normas técnicas pertinentes ao
dimensionamento.

Parâmetros não abrangidos pela tipificação do solo e pelas características dos materiais
serão avaliados segundo correlações inequívocas com outros parâmetros já conhecidos, ou
serão objetos de avaliação experimental por métodos apropriados. Os mesmos deverão ser
aprovados pela FISCALIZAÇÃO para seu uso no projeto.

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Para o dimensionamento das fundações em concreto deve-se levar em conta a


necessidade de espaço para a montagem do stub, em cujo elemento principal de ancoragem são
fixadas aletas, que se tornam, na construção, obstáculos para o lançamento do concreto, a fim de
se evitar conflitos com a sua armadura.

As fundações deverão ter um afloramento de, no mínimo, 30 cm acima do nível do terreno.


O afloramento máximo será determinado em função da máxima inclinação de terreno do traçado
da linha de transmissão.

A menos que de outra forma seja indicado pela FISCALIZAÇÃO, o projeto deverá
especificar concreto de resistência à compressão (Fck) de 20 MPa (200 kgf/cm2), sendo que o
aço a ser utilizado deverá ser o tipo CA-50.

6.3 FUNDAÇÕES APLICÁVEIS A ESTRUTURAS AUTOPORTANTES

6.3.1 Fundações Superficiais

As fundações são classificadas como superficiais quando a profundidade de assentamento


é inferior ao dobro da sua menor dimensão em planta. Nas fundações superficiais as cargas
compressivas, associadas ou não a momentos de tombamento, são transmitidas ao terreno
predominantemente pelas pressões distribuídas sob sua base. Nesta EP são considerados os
seguintes tipos de fundações superficiais: sapatas de concreto armado, blocos de concreto
armado ancorados em rocha e grelhas metálicas.

6.3.1.1 Sapatas de Concreto Armado

6.3.1.1.1 Dimensionamento

As sapatas de concreto armado são dimensionadas em planta e em profundidade de


assentamento pelas exigências de natureza geotécnica, de modo a serem cumpridas as
condições de estabilidade que tratam das limitações das pressões na base e da segurança contra
arrancamento. A espessura da sapata é determinada de modo a serem cumpridas as condições
de sua estabilidade interna e atendidas as conveniências decorrentes de sua função como
elemento de transferência de cargas entre o pilarete e o solo.

São aplicáveis às sapatas de concreto armado as verificações de cumprimento das


seguintes condições:

a) Segurança contra arrancamento

A solicitação de arrancamento é a correspondente à máxima reação vertical de tração, com


a majoração de valor tratada no subitem 5.4.

A resistência ao arrancamento terá seu valor último avaliado com o procedimento de Biarez
e Barraud (CIGRE,1968), devendo-se considerar os trabalhos nacionais(1,2) em que este método

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foi analisado e testado com provas de carga e onde são propostos adendos na metodologia
original.

Alternativamente, poderá ser usado o “método do cone”, segundo o qual é incluído o solo
contido no interior de uma “cesta” que tem por base a face superior da sapata, se esta tem faces
laterais verticais, ou a base da sapata, se as faces laterais da sapata têm inclinação com a
vertical não inferior a 1 na horizontal para 2 na vertical. As superfícies laterais da cesta são
planos inclinados, em correspondência com os lados da sua base, e superfícies cônicas, em
correspondência com os vértices da sua base, todos inclinados para fora. A inclinação das faces
laterais da cesta com a vertical é chamada ângulo de arrancamento. Seus valores são avaliados
de acordo com o tipo de solo do maciço de fundação e com a forma e dimensões do elemento de
fundação. É necessário ter em conta, quanto ao solo superficial, seja computado exclusivamente
o solo de permanência garantida pelas condições naturais ou por obras complementares
destinadas a garantir tal permanência. As Tabelas "A" e "B" apresentadas na Seção III, incluem
valores limites para o ângulo de arrancamento.

Ao computar os pesos, que se opõem ao arrancamento, conforme o item 5.4 desta EP, é
necessário considerar, se for o caso, o nível d’água em seu extremo superior. Eventuais partes
submersas, da fundação ou do solo, terão os pesos computados com seus valores aparentes
submersos.

É considerada cumprida a exigência de segurança ao arrancamento quando a resistência


última ao arrancamento, atingir valor não inferior ao da máxima solicitação de arrancamento.

b) Tensões na base

As cargas de verificação incluem as provenientes da torre, o peso da fundação e o peso de solo


sobrejacente. As solicitações de verificação, em estado limite último, são as que resultam da
redução das cargas ao centro da base da sapata, depois de majoradas segundo o subitem 5.4
desta EP. Para o cálculo da capacidade de carga do solo de fundação é considerada uma sapata
virtual com as dimensões em planta estabelecidas conforme o item 6.3.1.3 da NBR 6123. Para
isso devem ser consideradas as solicitações no ELU. As dimensões em planta da sapata devem
ser tais que, verificadas com as cargas de máxima compressão, a sapata virtual acima referida
tenha pelo menos 50% da área total da base da sapata real.

______________________________________________________________________________
(1) Barata, F.E., et alii- “Fundações submetidas a esforços de arrancamento em solos residuais- análise e
aplicações de resultados de provas de carga”. 6a Conf. Pan-americana de Mecânica dos Solos e
Fundações, Lima, 1979.
(2) Danziger, F. B. et alii- “Alguns critérios para dimensionamento de fundações submetidas a esforços de
tração" - V Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica.Recife,1979.

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A capacidade de carga da sapata deve ser avaliada através de método apropriado, com
respaldo na Mecânica dos Solos (Terzaghi, Meyerof, Brinch Hansen), sempre a partir dos valores
garantidos dos seus parâmetros geotécnicos. Os valores garantidos dos parâmetros geotécnicos
são valores de projeto obtidos a partir dos seus valores característicos, com os coeficientes de
minoração indicados na NBR 6122, item 5.6.1.3.

É possível acontecer que a base da sapata tenha suas dimensões impostas por outras
condições de verificação, disto resultando valores reconhecidamente baixos para as tensões
compressivas no solo. Se este for o caso, torna-se dispensável uma comprovação mais
elaborada da resistência do solo na base da sapata. Os valores das Tabelas "A" e "B",
apresentadas na Seção III, para as taxas admissíveis à compressão são uma referência para o
reconhecimento das tensões ocorrentes na base da sapata, se de valores baixos ou não.

6.3.1.1.2 Disposições construtivas

A laje da sapata deve ter espessura que torne dispensável o recurso a armaduras de
cisalhamento ou de punção, de acordo com a NBR 6118.

Se a laje não tiver espessura suficiente para ancorar as barras da armadura do pilarete,
esta situação pode ser resolvida com o uso de um pedestal em prisma reto, centrado na
interseção do eixo do pilarete com a face superior da laje. A altura do pedestal, medida acima da
laje, deve ser pelo menos o dobro da folga entre a base do pilarete e o contorno do pedestal,
entendida aqui como base do pilarete a interseção deste com a face superior da laje.

O pilarete deve ter altura suficiente para permitir a montagem do stub com a sua
extremidade inferior acima da face superior da laje.

Sempre que possível as sapatas devem ser posicionadas em planta de modo que cada
uma delas tenha uma direção principal alinhada com a projeção horizontal do respectivo stub ou
montante. O mesmo se aplica aos pilaretes que, deste modo, se livram da indesejável dupla
inclinação.

Para o dimensionamento dos pilaretes é importantíssimo ter em conta a necessidade de


espaço para a montagem do stub, em cujo elemento principal de ancoragem são fixadas aletas,
que se tornam, na construção, obstáculos para o lançamento do concreto. Portanto, é
indispensável considerar que a seção do pilar, que deve alojar as suas armaduras, em geral
robustas, e o stub com as suas aletas, é também caminho de passagem para o concreto na fase
construtiva. A experiência tem ensinado que tentativas de economizar concreto nos pilaretes
levam, em geral, a graves decepções. Deve ser prevista uma folga de pelo menos 5cm entre
qualquer parte do stub e as faces internas das barras da armadura longitudinal do pilarete. Em
quaisquer circunstâncias, exige-se que os pilaretes tenham seção com dimensões não inferiores
a 40cmx40cm.

6.3.1.1.3 Dimensionamento das armaduras

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As armaduras de flexão das abas da sapata são dimensionadas tendo por seções críticas
as correspondentes às interseções de sua face superior com as faces laterais do pilarete, se não
houver pedestal. Se houver pedestal, as seções críticas se deslocam para as que correspondem
às interseções de suas faces laterais com a face superior da laje da sapata, não podendo o valor
de tal deslocamento ultrapassar a metade da altura do pedestal, medida acima da face superior
da sapata.

Para os momentos fletores positivos (tração na face inferior da sapata) é considerada a


reação máxima do solo devida exclusivamente aos esforços que chegam à laje da sapata através
do pilarete, inclusive o peso próprio deste.

Para os momentos fletores negativos (tração na face superior), considerar para o seu
cálculo:

a) Uma carga uniformemente distribuída sobre a placa, igual ao peso próprio da laje mais o
peso do solo sobrejacente;

b) Se a carga acima e o peso do pilarete apresentarem resultante com valor superior ao valor
último da componente vertical da carga de tração no stub, então reduzir o seu valor a fim de
ajustá-lo ao cumprimento da condição de equilíbrio estático segundo a direção vertical. Esta
carga, com o seu valor ajustado, será a carga para o cálculo das solicitações nas abas da sapata.

c) Se, ao contrário, a carga acima e o peso do pilarete apresentarem resultante com valor
inferior ao valor último da componente vertical da carga de tração no stub, então acrescentar uma
carga linear vertical ao longo do contorno da sapata, ajustando o seu valor ao cumprimento da
condição de equilíbrio estático segundo a direção vertical. Neste caso, a carga distribuída sobre a
sapata e a carga linear ao longo do seu contorno serão as cargas para o cálculo das solicitações
nas abas das sapatas.

d) Como alternativa ao procedimento acima (a, b e c): uma carga superficial uniforme com
valor ajustado ao cumprimento da condição de equilíbrio estático segundo a direção vertical,
considerada em conjunto com o peso do pilarete e a componente vertical da máxima força de
tração no stub, computados no estado limite último.

Nos cálculos acima, se a fundação estiver sujeita a inundação, as partes submersas terão
seus pesos computados com os seus valores aparentes submersos. As cargas aqui em jogo são
do estado limite último, portanto devem estar com os seus valores multiplicados pelos fatores
citados no subitem 5.4 desta EP. Neste caso o reaterro deve ser feito com mistura de brita e areia
até o extremo superior do NA subterrâneo, e complementado com solo argiloso compactado.

Para as armaduras de flexão são exigidas, pelo menos, as quantidades mínimas prescritas
pela NBR 6118 para as peças fletidas. Nos casos de sapatas em que seja inequívoca a

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existência de uma direção principal de flexão, as quantidades mínimas prescritas pela norma,
quando aplicadas à direção secundária, poderão ser reduzidas a 67% dos seus valores, desde
que a taxa geométrica de armadura, já reduzida, se mantenha com valor não inferior a 0,1%. Não
se aplica tal redução em sapatas quadradas.

A laje da sapata deve ser verificada ao cisalhamento e à punção para as cargas máximas
de compressão e de tração, a fim de comprovar a não necessidade de armaduras para combater
estes efeitos.

Se houver pedestal, sua armadura deve ser do tipo gaiola para bloco, considerado o
volume que vai do topo do pedestal até a face inferior da sapata. A resistência última dos ramos
verticais da armadura em gaiola não pode ser ultrapassada pelo valor último da solicitação de
arrancamento abatido de 90% do peso do pilarete.

Os pilaretes devem ser armados para duas situações extremas: flexo-tração com máxima
tração e flexo-compressão com máxima compressão, cada uma delas acompanhadas das
máximas forças transversais com elas compatíveis.

Na situação usual de pilarete inclinado segundo a direção do montante da torre, as


solicitações máximas no pilarete costumam ser de pequena excentricidade. Se acontecer, neste
caso, uma flexo-tração com a resultante dentro do núcleo central da seção de aço da armadura,
então a flexo-tração deverá ser calculada considerando exclusivamente a seção de aço, podendo
este cálculo ser feito em regime elástico, desde que a tensão máxima de tração no aço não
ultrapasse fyd.

Considerada a necessidade de alguma fretagem no pilarete, ao longo do trecho de


ancoragem do stub, exige-se que os estribos do pilar sejam de bitola não inferior a 6.3mm, com
espaçamento não superior a 10cm em toda a extensão do stub mais a metade do lado da seção
do pilarete.

São aplicáveis aos pilaretes os requisitos de armadura mínima de pilares segundo a NBR
6118 (0,4% de Ac).

Com as cargas dos estados limites de utilização, de acordo com o subitem 5.5 desta EP, as
armaduras devem apresentar condição satisfatória quanto à fissuração, verificada segundo a
NBR 6118.

6.3.1.2 Bloco de Concreto Armado Ancorado em Rocha

8.3.1.2.1 Dimensionamento e disposições construtivas

Os blocos também são dotados de pilaretes, os quais são projetados de modo idêntico aos
das sapatas de concreto armado. Entre a extremidade inferior do stub e a base do bloco deve ser
deixada uma distância vertical não inferior a 25 cm.
As dimensões do bloco devem ter em conta:

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DE TRANSMISSÃO

- a necessidade de ancoragem das barras da armadura do pilarete e das barras de


chumbamento na rocha subjacente. Esta necessidade é atendida mediante a escolha da altura
do bloco;

- a necessidade de acomodar em seu interior, sem conflitos, todas as barras de ligação com o
pilarete e todos os chumbadores;

- na situação de esforços extremos de flexo-compressão, as tensões máximas de compressão


no leito de fundação.

As fôrmas do bloco e do pilarete devem ter um arranjo simétrico em relação ao plano


vertical que contém a quina do stub e do montante da torre. Assim também deve ser o arranjo
dos chumbadores.

Os chumbadores devem ser, sempre que possível, inclinados segundo a direção do


montante da torre. O seu arranjo em planta deve ser feito segundo os lados de um quadrado ou
retângulo com centro alinhado com o montante da torre. Os vértices do arranjo devem ser
ocupados por chumbadores.

O bloco deve ter altura suficiente para ancorar com razoável folga as barras do pilarete e os
chumbadores. Os comprimentos de ancoragem devem ter pelo menos os valores da NBR 6118,
ajustados às forças máximas nas barras, com seus valores do estado limite último.

São aplicáveis aos blocos de concreto armado ancorados em rocha as verificações de


cumprimento das seguintes condições:

a) Segurança contra arrancamento

A solicitação de arrancamento é a correspondente à máxima reação vertical de tração, com


a majoração de valor tratada no subitem 5.4.

A resistência ao arrancamento tem seu valor último avaliado com base no peso da
fundação e da rocha que, supostamente, acompanharia o movimento ascensional da fundação se
ela fosse solicitada até o arrancamento.

Para avaliação do volume da rocha comprometida com a resistência ao arrancamento é admitido


o uso do “método do cone”, segundo o qual é incluída a rocha contida no interior de uma “cesta”
que tem por base a linha de contorno das extremidades inferiores dos chumbadores. As
superfícies laterais da cesta são planos inclinados, em correspondência com os lados da sua
base, e superfícies cônicas, em correspondência com os vértices da sua base. O fundo da cesta,
como descrita, apresenta uma concavidade, de superfície piramidal se a base da cesta for um
polígono regular. A inclinação das faces laterais da cesta com a vertical é chamada ângulo de
arrancamento. Seus valores são avaliados de acordo com o tipo de rocha do maciço de
fundação.

As Tabelas "A" e "B", apresentadas na Seção III, incluem valores limites para o ângulo de
arrancamento.

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DE TRANSMISSÃO

O volume da cesta acima descrita pode ser calculada pela fórmula abaixo, onde D
representa a profundidade (medida na vertical) dos chumbadores, a e b (b não inferior a a) são os
lados do arranjo em planta dos chumbadores e α, o ângulo de arrancamento.

π a 2 (3b − a)
V = a × b × D + (a + b) × D × tanα + × D × tan α −
2 3 2

12 12 × tanα

A aplicação da fórmula acima só é válida se os chumbadores, alinhados em um mesmo


lado do arranjo em planta, tiverem espaçamento não superior a 50cm. Se tal espaçamento
ultrapassar 50cm, o volume da cesta de rocha poderá ser calculado aproximadamente, a favor da
segurança, desde que os valores de a e b sejam corrigidos por fator 50/e (não superior a 1), onde
e representa o espaçamento entre os chumbadores expresso em centímetro.

Em nenhuma hipótese o comprimento efetivo dos chumbadores, em rocha sã ou pouco


decomposta e pouco fraturada, poderá ser inferior a 3m. O comprimento efetivo dos
chumbadores será medido sempre a partir de pelo menos 60 cm abaixo do topo da rocha
competente.

Ao computar os pesos que se opõem ao arrancamento é necessário considerar, se for o


caso, o nível d’água em seu extremo superior. Eventuais partes submersas, da fundação ou da
rocha, terão seus pesos computados com seus valores aparentes submersos.

É considerada cumprida a exigência de segurança ao arrancamento quando a resistência


última ao arrancamento, avaliada pelo “método do cone”, com pesos minorados segundo o
subitem 5.4 desta EP, atingir valor não inferior ao da máxima solicitação de arrancamento.

b) Segurança contra deslizamento

Se os chumbadores forem implantados na vertical, não com inclinação segundo a direção


do montante da torre, então deve ser cumprida a seguinte condição:

Td + H Td − 0,9 × Pfund ≤ As × f yd

Td é o valor último da máxima força vertical de tração no topo da fundação; HTd é o da força
horizontal que lhe é compatível; Pfund é o peso da fundação, e As é a área total dos chumbadores.

c) Tensões na base

A solicitação extrema de compressão na base do bloco, com seu valor do estado limite
último, ou seja, com a majoração de que trata o subitem 5.4 desta EP, deve estar coberta pelo
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valor garantido da resistência última da rocha do leito de fundação, bem como do concreto do
bloco. Tal resistência deve ser avaliada com base em valor garantido da resistência à
compressão da rocha. Seu valor pode ser aceito sem comprovação através de ensaio, desde que
não ultrapasse o dobro do valor aceito para a sua taxa admissível à compressão.

d) Ancoragem do chumbador na calda ou argamassa

Os chumbadores devem ser dimensionados para os esforços extremos de flexo-tração,


mediante a assimilação da base do bloco com os chumbadores a uma seção de concreto armado
cujo cálculo seja feito no estádio II, com n=15, tensão no aço limitada a fyd e tensão de contato
com o leito de rocha limitada a frd. O símbolo frd representa o valor garantido da resistência à
compressão da rocha do leito de fundação, que não deve ultrapassar o dobro de sua tensão
admissível. Se a resultante das solicitações na base do bloco ficar situada dentro do núcleo
central da seção de aço, todos os chumbadores serão tracionados e as suas forças poderão ser
calculadas como as de um grupo de estacas sem rigidez à flexão, devendo suas tensões ficar
limitadas por fyd.

As ancoragens dos chumbadores devem ser verificadas admitindo que o valor último da
força de tração em cada um deles seja 1,1*Ach*fyk, onde Ach é a área de um chumbador e fyk é a
tensão de escoamento do aço.

A resistência última da ancoragem do chumbador, suposto como de aço CA-50, pode ser
calculada pela fórmula
R1u = p*Fch*Lg*tbu ,

onde Fch é o diâmetro do chumbador, Lg é o comprimento efetivo da ancoragem do chumbador na


calda ou argamassa de ancoragem, considerado o disposto no subitem 6.3.1.2.1-a, e tbu é
calculável, segundo a NBR 6118, por
tbu = 4,2 * (fcd )2/3

Se o chumbador for de outro tipo de aço, não de CA-50, o cálculo acima deve ser feito com
os parâmetros de resistência e de conformação superficial que lhe sejam apropriados, com a
mesma metodologia da NBR 6118.

Deve ser cumprida a condição de a resistência última R1u cobrir o valor último da máxima
força de tração nos chumbadores. Esta condição em geral é atendida com grande folga.

e) Ancoragem do chumbador na rocha

A resistência última da ancoragem do chumbador na rocha pode ser calculada pela fórmula

R2u = p*Ff*Lg*t2u ,

onde Ff é o diâmetro do furo, Lg é o comprimento efetivo da ancoragem do chumbador na rocha,


considerado o disposto no subitem 6.3.1.2.1-a, e t2u = 0,1*Rck , sendo Rck o valor característico da
resistência à compressão simples da rocha ou do aglutinante (calda ou argamassa), o menor
deles.

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DE TRANSMISSÃO

Deve ser cumprida a condição de a resistência última R2u cobrir o valor último da máxima
força de tração nos chumbadores.

6.3.1.2.2 Dimensionamento das armaduras do bloco

A armadura do bloco deve ser do tipo gaiola, com barras tipo estribo fechado. Especial
atenção deve ser dada aos mecanismos de transferência dos esforços das barras da armadura
do pilarete para os chumbadores, os quais devem ser analisados segundo modelos biela-tirante.
Estribos horizontais, múltiplos se necessário, devem ser detalhados para travar horizontalmente
as bielas que se ancoram nas barras dos chumbadores.

6.3.1.3 Grelhas Metálicas

As grelhas metálicas são um tipo especial de fundação, com algumas vantagens do ponto
de vista construtivo, mas com a grave desvantagem de serem perecíveis se lhes faltarem os
continuados cuidados de manutenção por elas exigidos. Portanto são consideradas de uso
restrito por FURNAS, que somente as aprova para condições muito especiais em que possam ser
aliviadas as exigências de manutenção, sem deixar de ter em conta a logística de tal
manutenção.

Cabe ao projetista das fundações, uma vez estabelecidos os tipos de grelha de acordo com
a tipificação dos solos, fazer as verificações do cumprimento de exigências para a sua aplicação
como elemento de fundação.

A relação área líquida/área bruta na base das grelhas deve ser não superior a 40%. O
espaçamento entre as cantoneiras da base das grelhas deverá ser no máximo 125 mm para as
empregadas em solos do tipo I e 75mm para as destinadas à aplicação nos outros tipos de solo
(3)
.

Quando aplicadas em locais em que o NA subterrâneo possa eventualmente ficar situado acima
do nível do leito de fundação, estas fundações costumam ser embasadas, isto é, ter a grelha da
base envolvida por uma laje de concreto simples ou armado, dependendo do balanço da laje
além dos bordos da grelha metálica. Neste caso o reaterro deve ser feito com mistura de brita e
areia até o extremo superior do NA subterrâneo, sendo completado por solo argiloso compactado.

______________________________________________________________________________
(3) Fernandes, D. et alii “Considerações sobre o estudo dos solos e escolha dos tipos de fundações para
as torres das linhas de 800 kV de Itaipu”. IV Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia
Elétrica. Rio de Janeiro, 1977.

São aplicáveis às grelhas metálicas as verificações de cumprimento das seguintes


condições:
a) Segurança contra arrancamento

A solicitação de arrancamento é a correspondente à máxima reação vertical de tração, com


a majoração de valor tratada no subitem 5.4.
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DE TRANSMISSÃO

A resistência ao arrancamento terá seu valor último avaliado com o procedimento de Biarez
e Barraud (CIGRE,1968), devendo-se considerar os trabalhos nacionais(4,5) em que este método
foi analisado e testado com provas de carga e onde são propostos adendos na metodologia
original.

Alternativamente, poderá ser usado o “método do cone”, segundo o qual é incluído o solo
contido no interior de uma “cesta” que tem por base a face superior da sapata, se esta tem faces
laterais verticais, ou a base da sapata, se as faces laterais da grelha têm inclinação com a vertical
não inferior a 1 na horizontal para 2 na vertical. As superfícies laterais da cesta são planos
inclinados, em correspondência com os lados da sua base, e superfícies cônicas, em
correspondência com os vértices da sua base, todos inclinados para fora. A inclinação das faces
laterais da cesta com a vertical é chamada ângulo de arrancamento. Seus valores são avaliados
de acordo com o tipo de solo do maciço de fundação e com a forma e dimensões do elemento de
fundação. É necessário ter em conta, quanto ao solo superficial, seja computado exclusivamente
o solo de permanência garantida pelas condições naturais ou por obras complementares
destinadas a garantir tal permanência. As Tabelas "A" e "B", apresentadas na Seção III, incluem
valores limites para o ângulo de arrancamento.

É considerada cumprida a exigência de segurança ao arrancamento quando a resistência


última ao arrancamento, com valores minorados segundo o subitem 5.4 desta EP, atingir valor
não inferior ao da máxima solicitação de arrancamento.

Se a grelha for embasada, a verificação da segurança contra o arrancamento será feita de


modo similar ao de uma sapata de concreto armado.

b) Tensões na base

As tensões na base da grelha são calculadas com a sua área bruta, ou seja, com a área total
abrangida pelo seu contorno.

______________________________________________________________________________
(4) Barata, F.E., et alii- “Fundações submetidas a esforços de arrancamento em solos residuais- análise
e aplicações de resultados de provas de carga”. 6a Conf. Pan-americana de Mecânica dos Solos e
Fundações, Lima, 1979.
(5) Danziger, F. B. et alii- “Alguns critérios para dimensionamento de fundações submetidas a esforços de
tração” - V Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica.Recife,1979.

As cargas de verificação incluem as provenientes da torre e o peso de solo sobrejacente,


sendo desprezado o peso próprio da grelha. As solicitações de verificação, em estado limite
último, são as que resultam da redução das cargas ao centro da base da grelha, depois de
majoradas segundo o subitem 5.4 desta EP. Para o cálculo da capacidade de carga do solo de
fundação é considerada uma sapata virtual com as dimensões em planta estabelecidas conforme
o item 6.3.1.3 da NBR 6123. Para isso devem ser consideradas as solicitações no ELU. As
dimensões em planta da grelha devem ser tais que, verificadas com as cargas de máxima

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compressão, a sapata virtual acima referida tenha pelo menos 50% da área total da base da
sapata real.

A resistência última do solo na base da grelha deve ser avaliada através de método
apropriado, com respaldo na Mecânica dos Solos (Terzaghi ou Meyerof ou Brinch Hansen),
sempre a partir dos valores garantidos dos seus parâmetros geotécnicos. Os valores garantidos
dos parâmetros geotécnicos são valores de projeto obtidos a partir dos seus valores
característicos, com os coeficientes de minoração indicados na NBR 6122, item 5.6.1.3.

Se as tensões compressivas na base da grelha, calculadas com cargas do estado limite


último, tiverem valores reconhecidamente baixos, torna-se dispensável uma comprovação mais
elaborada da resistência do solo. Os valores da tabela 8, apresentada em anexo, para as taxas
admissíveis à compressão são uma referência para o reconhecimento das tensões ocorrentes na
base da grelha, se de valores baixos ou não.

6.3.1.3.1 Dimensionamento das armaduras para grelhas embasadas

A principal função do embasamento da grelha é o de proteção da sua base contra agentes


corrosivos quando a mesma pode ser alcançada ou mesmo coberta pelo NA subterrâneo. Se esta
é exclusivamente a razão para a seu uso, então o embasamento de concreto apenas deve
envolver completamente todos os componentes metálicos da base, com cobrimento de 5 a 10cm.
Neste caso não há necessidade de uma armadura adicional no embasamento, uma vez que a
própria grelha já exerce um papel de armadura.

Há situações em que há conveniência ou necessidade de ampliar a utilidade do


embasamento, fazendo com que a área de apoio no solo seja aumentada a fim de reduzir as
tensões compressivas. Resulta então uma extensão em planta além do contorno da base
metálica, sujeita a esforços de flexão, que precisa ser convenientemente armada. As abas
adicionais têm por seção crítica a correspondente à linha de contorno dos pés dos montantes da
base. Os carregamentos para os cálculos dos efeitos de flexão são os mesmos adotados para as
lajes de concreto armado.

As armaduras necessárias às abas são estendidas a todo o embasamento. O embasamento de


concreto deve ter espessura suficiente para garantir cobrimento de pelo menos 5cm a todos os
elementos metálicos, inclusive das armaduras de flexão, aplicadas nas duas faces, cada uma
delas em duas camadas cruzadas. As abas devem ser verificadas ao cisalhamento, devendo ter
espessura que lhes dispense armadura de cisalhamento de acordo com a NBR 6118. As
armaduras de flexão devem ser pelo menos as correspondentes aos mínimos da NBR 6118 para
peças fletidas.

6.3.2 Fundações Profundas

6.3.2.1 Tubulões
Os tubulões são fundações profundas de concreto armado, de forma cilíndrica, em geral
escavado a céu aberto e com base alargada, destinado a transmitir ao maciço de fundação os
esforços da superestrutura. São utilizados em solos de resistência crescente com a profundidade
e, em geral, que tenham condições de escavação a céu aberto.

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6.3.2.1.1 Dimensionamento

As profundidades variam, dependendo do tipo de solo e dos esforços atuantes na


fundação. Quando executado manualmente o fuste deve ter diâmetro de pelo menos 0,80m.
Qualquer que seja o processo de escavação, manual ou mecânico, o fuste deve ter diâmetro que
permita a montagem do stub, com as suas aletas, no interior da armadura do tubulão, sem
conflito com as suas barras. Para melhorar a segurança ao arrancamento deve ser feito um
alargamento de base de pelo menos 0,30m, ou seja, o diâmetro da base deve superar o do fuste
em pelo menos 0,30m. O alargamento da base tem a parte superior na forma de um tronco de
cone e a inferior cilíndrica, esta última com altura não inferior a 0,20m. A altura total do
alargamento deve ser pelo menos a diferença entre os dois diâmetros, o da base e o do fuste.

São aplicáveis aos tubulões as verificações de cumprimento das seguintes condições:

a) Segurança contra arrancamento

A solicitação de arrancamento é a correspondente à máxima reação vertical de tração, com


a majoração de valor tratada no subitem 5.4.

A resistência ao arrancamento terá seu valor último avaliado com o procedimento de Biarez
e Barraud (CIGRE,1968), devendo-se considerar os trabalhos nacionais(6,7) em que este método
foi analisado e testado com provas de carga e onde são propostos adendos na metodologia
original.

Alternativamente, poderá ser usado o “método do cone”, segundo o qual é incluído o solo contido
no interior de uma “cesta” que tem por base o círculo superior do trecho cilíndrico do pé do
tubulão. As superfícies laterais da cesta são planos inclinados para fora. A inclinação da face
lateral da cesta com a vertical é chamada ângulo de arrancamento. Seus valores são avaliados
de acordo com o tipo de solo do maciço de fundação.

______________________________________________________________________________
(6) Barata, F.E., et alii- “Fundações submetidas a esforços de arrancamento em solos residuais- análise e
aplicações de resultados de provas de carga”. 6a Conf. Pan-americana de Mecânica dos Solos e
Fundações, Lima, 1979.
(7) Danziger, F. B. et alii- “Alguns critérios para dimensionamento de fundações submetidas a esforços de
tração" - V Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica.Recife,1979.

É necessário ter em conta, quanto ao solo superficial, seja computado exclusivamente o


solo de permanência garantida pelas condições naturais ou por obras complementares
destinadas a garantir tal permanência. As Tabela "A" e "B", apresentadas na Seção III, incluem
valores limites para o ângulo de arrancamento.
Ao computar os pesos, que se opõem ao arrancamento, observar o item 5.4 desta EP.

É considerada cumprida a exigência de segurança ao arrancamento quando a resistência


última ao arrancamento, atingir valor não inferior ao da máxima solicitação de arrancamento.

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DE TRANSMISSÃO

Para tubulões sem base alargada escavados em rocha, devido a aspectos de construção,
o arrancamento deverá ser verificado pela resistência de adesão fuste x rocha e pelo método do
cone, adotando-se os parâmetros das Tabelas "A" e "B", Seção III.

Quando forem empregados tubulões sem base alargada, em solos homogêneos e


profundos será apenas considerada a adesão solo x fuste com ângulo de arrancamento nulo, não
se admitindo, em princípio, a utilização de revestimento perdido. Os valores limites de adesão são
os indicados na Tabela A da Seção III.

b) Tensões na base

O objetivo desta verificação é a de comprovar a segurança contra a ruptura do leito de


fundação, mediante demonstração de que o valor último da máxima solicitação de compressão
fica coberto pelo valor último da resistência da fundação, esta avaliada com base nos valores
garantidos dos parâmetros geotécnicos do material do leito de fundação.

Para obter a máxima solicitação de compressão na base do tubulão são computados:

- A máxima carga vertical compressiva proveniente da torre através do stub;

- O peso do tubulão.

Os valores das cargas acima devem estar majorados de acordo com o subitem 5.4 desta
EP.

A resistência última da fundação compreende duas partes:

- Uma que se manifesta na superfície da parte enterrada do fuste e que é devida à aderência
concreto-solo, cujo efeito é computado a partir de uma distância de uma vez e meia o diâmetro do
fuste acima da parte superior do alargamento da base. As tabelas "A" e "B", apresentadas na
Seção III, contém valores limites da adesão concreto-solo.

Outra se manifesta no leito de fundação e deve ser avaliada através de método apropriado, com
respaldo na Mecânica dos Solos (Terzaghi, Meyerof ou Brinch Hansen), sempre a partir dos
valores garantidos dos parâmetros geotécnicos do material do leito de fundação.

Um procedimento para a estimativa de pressão admissível na base de tubulões é dado por


(ABMS,1988):

p adm = 20 × N SPT + σ '


, (padm não superior a 400kPa),
onde σ' é a pressão efetiva de terras na cota de apoio do tubulão;
NSPT é o valor médio da resistência à penetração a partir da cota de apoio até duas vezes o
diâmetro da base, abaixo da mesma.

c) Estabilidade lateral em condições de serviço

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DE TRANSMISSÃO

Os tubulões dependem do solo confinante para a sua estabilidade lateral. Existem


situações extraordinárias de tubulões curtos apoiados ou escavados em rocha, com condições
precárias de confinamento lateral, cuja estabilidade lateral é alcançada às custas de um grande
alargamento da base ou de chumbamento à rocha do leito de fundação. Nestes casos singulares,
ainda que chamados “tubulões curtos”, são analisados quanto à estabilidade lateral como se
fossem blocos.

Consideram-se aqui as condições de estabilidade próprias dos estados limites de utilização


ou estados limites de serviço, abreviadamente ELS. Algumas delas:

- Limitação de deslocamentos: inclinação do tubulão ou deslocamento lateral do stub;

- Limitação das tensões laterais no solo;

- Limitação de tensões nas armaduras para controle da fissuração.

Para estas verificações devem ser utilizadas as cargas com os seus valores apropriados,
de acordo com o subitem 5.5 desta EP.

São aplicáveis às verificações nos ELS, não exclusivamente, os métodos de análise da


estabilidade lateral que postulam comportamento elástico para o solo. Tal postulação simplifica a
avaliação das deformações e, conseqüentemente, dos deslocamentos. No entanto, é importante
ter em conta que o comportamento elástico em solos só é razoavelmente aceitável quando os
níveis de solicitação estão baixos, muito aquém daqueles que se aproximam dos limites da sua
resistência. Portanto estes métodos, os elásticos, são de uso limitado. Um critério para limitação
do seu emprego, normalmente usado, é o da limitação das tensões laterais. Segundo tal
limitação, as tensões laterais, variáveis com a profundidade, calculadas com as cargas nos ELS,
devem se manter inferiores ao saldo entre empuxo passivo e empuxo ativo ao longo da
profundidade do tubulão.

A maioria dos modelos de comportamento elástico do solo, empregados nos processos de


análise da estabilidade lateral de tubulões, tem em comum a opção simplificadora de Winkler e
conceitos desenvolvidos por Terzaghi. Têm por objeto o modo como varia a rigidez lateral do solo
ao longo da profundidade, manifestada na relação entre a carga linear [FL-1] que representa a
reação lateral do solo e o deslocamento lateral do tubulão [L] . Tal relação, que é a rigidez lateral
do solo [FL-2] , também é conhecida como coeficiente de reação horizontal, normalmente
denotada por kh .

Alguns processos de análise postulam kh = nh * y , ou seja, uma rigidez lateral crescente


linearmente com a profundidade. Solos não coesivos ou fracamente coesivos e argilas
normalmente adensadas ajustam-se a este modelo. O processo de Wiggins é um dos que
postulam este modelo. Outros processos da mesma família incluem o efeito da rigidez do solo na
base do tubulão, a qual é desprezada no de Wiggins.

Outros processos postulam kh = constante , modelo apropriado a solos constituídos por


argilas pré-adensadas.

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DE TRANSMISSÃO

Os valores destes parâmetros são em geral obtidos por correlação com o NSPT. Podem
portanto ser incluídos entre os que são objeto da tipificação dos solos para os projetos das
fundações.

Da correlação com o NSPT pode resultar para a rigidez lateral do solo um modelo do tipo kh
= k0 + nh * y , que também pode ser utilizado em um processo de análise.

A participação do solo, com o seu efeito confinante, como elemento de estabilização lateral
do tubulão recomenda cuidado com dois aspectos:

- A parte superficial do solo precisa ter garantida a sua permanência, quer pelas condições
naturais do local, quer por condições artificiais que resultem de alguma obra complementar;

- Quando a superfície do terreno for inclinada, a resistência lateral do maciço de confinamento


será reduzida na parte mais baixa, tanto mais quanto maior for a inclinação. Para levar em conta
este efeito, deve ser considerado um afloramento de cálculo maior que o afloramento real, obtido
mediante a hipótese de um nivelamento do terreno circunjacente na cota que corresponda ao
ponto mais baixo situado no interior de um círculo concêntrico de raio igual a 3 vezes o diâmetro
do fuste.

d) Estabilidade lateral em estado limite último

Consideram-se aqui as condições de estabilidade próprias dos estados limites últimos,


abreviadamente ELU, em que o tubulão ou o solo confinante estão já na iminência de colapso.
Devem ser verificadas:

- A segurança contra ruptura lateral do solo;

- A segurança contra ruptura interna do tubulão.

Para estas verificações devem ser utilizadas as cargas extremas de tombamento com os
seus valores majorados de acordo com o subitem 5.4 desta EP. As solicitações delas resultantes
devem ser examinadas em confronto com as que a elas se opõem pela mobilização da
resistência garantida do solo, ou seja, a avaliada com base em valores garantidos dos
parâmetros geotécnicos do solo.

Verificado o cumprimento das condições de segurança contra a ruptura do solo, cabe ainda
a dupla verificação das armaduras do tubulão: a flexo-tração e a flexo-compressão, cada uma
delas mediante o cálculo das solicitações extremas de flexão a elas correspondentes.

São aplicáveis às verificações nos ELU métodos de análise da estabilidade lateral que
postulam limites garantidos para a resistência lateral do solo. Tais limites dependem da natureza
do solo, dos seus parâmetros geotécnicos e das dimensões do tubulão. Os processos de Broms
e de Brinch Hansen são desenvolvidos segundo esta metodologia.

Procedimentos de análise que postulam não a resistência garantida do solo, mas uma
resposta elástica aos deslocamentos laterais do tubulão, como o de Wiggins, podem ser

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DE TRANSMISSÃO

utilizados para as verificações dos ELU, desde que aplicados com os valores últimos das cargas
de tombamento e dimensionados os tubulões sob as condições que limitam a aplicação de tais
procedimentos.

e) Ancoragem do stub no topo do tubulão

A transferência de esforços entre o stub e as barras da armadura longitudinal do tubulão


deve ser objeto de análise segundo modelo biela-tirante. Os estribos desta região devem ter
espaçamento não superior a 10cm e ser dimensionados para travar horizontalmente as bielas
ancoradas nas barras longitudinais do tubulão. A faixa a ser coberta com tais estribos tem
largura igual à profundidade de ancoragem do stub acrescida da distância da extremidade inferior
da sua quina aos estribos.

As barras longitudinais devem ter suas extremidades superiores sem ganchos ou dobras, a
fim de evitar conflitos com o stub e facilitar a sua montagem. Em compensação, junto à face do
topo do tubulão deve haver uma armadura em malha, com barras de 10mm, arranjadas em planta
sem conflito com o stub, dobradas em formato de “U” invertido, com trechos centrais de
comprimentos variáveis e os ramos verticais, de ancoragem no fuste, com comprimento não
inferior a 50cm.

6.3.2.2 Blocos de Coroamento de Estacas

As condições que levam ao uso de estacas e as circunstâncias que contam na escolha do


seu tipo são objeto do subitem 4.2.2.2 desta EP. Neste subitem se consideram os critérios para o
dimensionamento do bloco de coroamento e do seu pilarete de conexão com o stub.

Para o pilarete aplicam-se os critérios já expostos nos subitens 6.3.1.1.2 e 6.3.1.1.3,


acrescentando-se a possibilidade de o stub penetrar parcialmente no bloco de coroamento,
desde que sua extremidade inferior fique pelo menos 25cm acima da face inferior do bloco.

6.3.2.2.1 Dimensionamento do bloco de coroamento

O bloco de coroamento pode ser parcial ou totalmente enterrado, mas convém que fique
com a sua base acima do NA. Quando construído em locais alagados torna-se conveniente
desenterrá-lo totalmente.
A altura total do bloco de coroamento e seu pilarete são uma conseqüência do tamanho do
stub. Por outro lado, existem imperativos ou conveniências de ordem construtiva, tais como a
possibilidade de construção acima do NA e a redução da escavação. Estas circunstâncias
resultam na necessidade ou conveniência de elevação dos pés da torre, portanto devem ser
levadas em conta na coordenação do projeto para um ajuste na composição da torre ou no perfil
da linha.

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A forma e dimensões em planta do bloco são conseqüências do arranjo das estacas. Deste
arranjo também muito depende o rendimento das estacas. Portanto, recomenda-se algumas
regras para a obtenção de um bom arranjo do estaqueamento:

- O arranjo deve ser simples, simétrico em relação ao plano vertical que contém as quinas do
stub e do montante da torre, pois a direção destas quinas define a direção principal do
carregamento que chega ao grupo de estacas através do stub;

- As cargas no stub, em conseqüência do exposto acima, devem ser reduzidas às direções


principais do arranjo das estacas, por meio de uma rotação em planta das coordenadas VLT, de
tal modo que uma delas resulte na direção da projeção horizontal do montante;

- Um arranjo de estacas paralelas entre si, com inclinação próxima à do stub, com centro no
prolongamento do montante da torre, tem muitas vantagens: é geometricamente simples, de fácil
análise estática, de fácil execução e, comparado com outros tipos de arranjo, otimiza o
rendimento das estacas;

- O arranjo em planta deve atender com folga as exigências e conveniências construtivas


quanto ao afastamento entre eixos de estacas vizinhas.

A espessura do bloco deve ser suficiente para garantir boas condições de ancoragem das
barras da armadura do pilarete e das cabeleiras das estacas. Além disso, é preciso ter em conta
que os processos de análise de grupos de estacas via de regra postulam grande rigidez para o
bloco de coroamento.

O contorno do bloco deve ter uma folga de pelo menos 20cm em relação aos contornos das
estacas externas, considerada a marcação das mesmas no plano da base do bloco. Para estaca
inclinada, com a parte superior voltada para o interior do bloco, a folga pode ser reduzida de até
5cm; se a parte superior estiver voltada para o exterior do bloco, então a folga deve receber um
acréscimo não inferior à projeção horizontal do trecho ancorado no bloco, aí incluída a cabeleira
de armaduras da estaca.

6.3.2.2.2 Verificação das estacas


O grupo de estacas deve ser analisado estaticamente para os carregamentos críticos da
fundação, entre os quais devem ser incluídos necessariamente os que correspondem aos valores
extremos de compressão e de tração, juntando-se a eles os efeitos dos pesos do bloco e do
pilarete. Se os processos de análise não levarem em conta os efeitos de flexão nas estacas,
estes devem ser objeto de uma verificação complementar a fim de comprovar estarem eles
limitados a valores compatíveis com a resistência das estacas a tais efeitos. As estacas deverão
também ser verificadas para os efeitos adicionais de cargas impostas eventualmente às
fundações pelas condições do terreno (atrito negativo, sobrecargas laterais, fundações em
taludes, etc.).

Os valores últimos das solicitações extremas de compressão e de tração nas estacas


devem estar cobertos pelos valores garantidos das suas resistências, considerados os da própria

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estaca e os que resultam da sua interação com o solo, estes avaliados através de processos
apropriados, como o de Decourt-Quaresma ou o de Aoki-Veloso.

Estacas delgadas que atravessem camadas de argila mole ou muito mole devem ser objeto
de uma verificação quanto ao risco de flambagem. Tais situações já devem ter sido levadas em
conta na escolha da estaca, com opção por estacas de maior rigidez à flexão.

Se as estacas necessitarem de emendas, estas devem ser objeto de atenção especial


quanto à verificação das suas resistências às solicitações de compressão e de tração. Por se
tratar de estacas com possibilidade de serem fortemente tracionadas, aplicam-se a elas as
exigências e limitações da NBR 6118 referentes a tirantes.

6.3.2.2.3 Dimensionamento das armaduras do bloco

Os esforços internos no bloco resultam principalmente da transferência de cargas do


pilarete para as estacas. Tais esforços devem ser avaliados com base em modelos biela-tirante,
com as cargas máximas nas estacas. As armaduras para resistir aos esforços de tração devem
ser arranjadas no bloco de modo semelhante às de uma sapata, com uma maior concentração
das armaduras em faixas que contenham as estacas. O arranjo em planta das armaduras
superiores deve evitar conflitos com o stub e suas aletas.

O total de armadura em cada face e em cada direção deve ter pelo menos as quantidades
mínimas prescritas pela NBR 6118 para as peças fletidas.

6.4 FUNDAÇÕES PARA ESTRUTURAS ESTAIADAS

6.4.1 Fundações para o Mastro

As fundações citadas no subitem 4.3.1 serão projetadas com os critérios já expostos nesta
EP.

6.4.2 Fundações para os Estais

6.4.2.1 Placas Circulares ou Poligonais de Concreto Armado

O dimensionamento geotécnico poderá ser feito pelo procedimento proposto por Meyerof,
G.G. em “Uplift resistence of inclined anchors and piles” no 8o ICSMF, Moscou, 1973.

Alternativamente poderá ser empregada a metodologia proposta por Rowe & Davis nos
dois artigos publicados no n. 32, vol. 1, da revista Geothecnique, 1982.

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A forma da placa é escolhida em função das conveniências de ordem construtiva, as


dimensões em função das exigências de estabilidade de natureza geotécnica. A partir daí, o
cálculo das solicitações internas, o dimensionamento da espessura da placa, o dimensionamento
e detalhamento das armaduras, devem ser feitos com os critérios expostos para as sapatas de
concreto armado.

6.4.2.2 Blocos Prismáticos ou Tronco Cônicos Enterrados

Este tipo de fundação para a ancoragem de estais tem se revelado o mais econômico em
regiões de solos fracos com NA profundo.

O dimensionamento geotécnico poderá ser feito como indicado no “Design Manual“ do


NAVFAC(8): para a componente vertical da força no estai contrapõe-se o peso do bloco somado
ao peso do solo sobrejacente; para a componente horizontal o esforço resistente resulta da
diferença entre o empuxo passivo e o ativo sobre as faces laterais do bloco mais a componente
de atrito e coesão na base do bloco.

A verificação da estabilidade consiste em confrontar o valor último da força de tração no


estai com o valor garantido da resistência da ancoragem. No presente caso, com a resistência
avaliada segundo o procedimento acima, os valores das componentes vertical e horizontal da
força no estai devem estar, cada um deles, cobertos pelos respectivos valores da resistência.

Os blocos devem ter armadura tipo gaiola, com fretagem do trecho de ancoragem do estai.

6.4.2.3 Tirantes

O dimensionamento geotécnico e estrutural deve ser feito conforme a NBR 5629 Execução de
tirantes ancorados no terreno.

______________________________________________________________________________
(8) NAVFAC- Foundations & Earth Structures. Design Manual 7.02- Sept. 1986.

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6.4.2.4 Estacas Helicoidais Inclinadas

Estas estacas são de utilização patenteada, portanto deverão ser dimensionadas conforme
as instruções do fabricante. Como referência bibliográfica deve ser consultada a obra citada no
subitem seguinte.

A utilização de estacas helicoidais inclinadas estão sujeitas à prévia aprovação da


FISCALIZAÇÃO.

6.4.2.5 Outros tipos de estacas especiais

Observar a EP 5012 Serviços de estaqueamento. Sobre a capacidade de carga de estacas


tracionadas e inclinadas devem ser seguidas as recomendações dos capítulos 3 e 7 de “Pile
Foundation Analysis and Design” de Poulos, H. G., e Davis, E. H. (1980).

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SEÇÃO VII - PROJETOS COMPLEMENTARES

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SEÇÃO VII – PROJETOS COMPLEMENTARES

Deverão ser previstos projetos complementares detalhados, caso a caso, a fim de atender
toda e qualquer adequação do terreno no entorno das torres das Linhas de Transmissão, tais
como obras de contenção, cortes e aterros, implantação de drenagem e demais serviços que
venham a se tornar necessários em função das condições topográficas.

Estão incluídos, também, nos projetos complementares, os projetos de detalhes típicos de


aplicação dos projetos de fundação em função da inclinação do terreno local. Como as fundações
serão definidas para inclinações do terreno de até 50%, deverão ser elaborados desenhos que
indiquem a compensação em profundidade ou segundo outros aspectos em função de
inclinações superiores à máxima admitida por projeto.

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SEÇÃO VIII - DOCUMENTAÇÃO DO PROJETO

8.1 DOCUMENTOS BÁSICOS

8.2 MEMÓRIAS DE CÁLCULO DAS FUNDAÇÕES

8.3 DESENHOS DE EXECUÇÃO DAS FUNDAÇÕES

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SEÇÃO VIII – DOCUMENTAÇÃO DO PROJETO

8.1 DOCUMENTOS BÁSICOS

A documentação dos projetos de fundações para estruturas de uma linha de transmissão é


composta basicamente de:

a) Documentos de referência:

- Memórias de cálculo do fabricante das torres;


- Desenhos dos stubs com as respectivas tabelas de locação;
- Desenhos das silhuetas das torres;
- Desenhos das seções diagonais dos locais de implantação das torres;
- Perfil-planta da LT;
- Relatórios de reconhecimento geológico-geotécnico;
- Relatórios de tipificação dos solos ao longo da linha;
- Boletins de sondagens geotécnicas.

b) Documentos de projeto:

- Memórias de cálculo das fundações;


- Desenhos de execução das fundações;
- Relação dos documentos de projeto.

Os documentos de projeto devem ser apresentados segundo padrões indicados pela


FISCALIZAÇÃO, todos numerados de acordo com sistema de numeração que faz parte de tais
padrões.

Os desenhos de execução das fundações devem ser apresentados para comentários e/ou
liberação da FISCALIZAÇÃO, junto com a respectiva memória de cálculo.

8.2 MEMÓRIAS DE CÁLCULO DAS FUNDAÇÕES

Devem expor de modo claro e sucinto:

- O objetivo da memória;

- Dados da torre e do stub a serem usados no projeto da fundação, indicando inclusive os


desenhos de referência;

- Quadro resumo das hipóteses de carregamento, com as componentes de redução a um ponto


notável do stub, por exemplo, o centro de gravidade da seção reta do stub no nível do parafuso
de referência;

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- As propriedades dos materiais estruturais: concreto, aço e, se for o caso, estacas, etc;

- Os parâmetros geotécnicos do solo;

- Cálculos auxiliares e principais relacionados com as análises, dimensionamentos e


verificações;

- Cálculos relacionados com a locação das fundações;

- Demais informações e argumentos de justificativa da solução escolhida para o projeto.

8.3 DESENHOS DE EXECUÇÃO DAS FUNDAÇÕES

Devem conter os desenhos das fôrmas, das armaduras e da locação e quadros de


quantitativos dos materiais e serviços. No caso de “projetos-tipo” a locação deve ser representada
de modo esquemático, com parâmetros referidos na tabela de locação do fabricante dos stubs, a
qual deve ser copiada do desenho do stub para o de execução da fundação.

Os desenhos de execução devem apresentar um bloco de notas em que sejam contidas


todas as informações relevantes para o esclarecimento da execução, tais como:

- Unidades correspondentes às cotas dos desenhos;

- Propriedades dos materiais: fck do concreto e tipo de aço;

- Exigências normativas: cobrimento mínimo das barras das armaduras; diâmetros internos
mínimos nos cantos de estribos, nos ganchos e dobras de barras de armadura;

- Para tubulões ou estacas concretadas no local: indicação de opções para emendas de barras
se necessárias;

- Em caso de estacas: profundidades mínimas a atingir segundo previsão de cálculo;


resistências últimas requeridas, à tração e a compressão; e referência a EP-5012;

- Em caso de estacas inclinadas: nota chamando a atenção para o fato de a locação em planta
das estacas se referir ao plano da base do respectivo bloco;

- Cuidados quanto a juntas de concretagem: limpeza, uso de materiais especiais para colagem
de concreto fresco em superfícies já endurecidas;

- Recomendação de ensaiar ao arrancamento pelo menos um chumbador por torre, até no


máximo = ( 0,9 * fyk * As ), onde “fyk” é a tensão de escoamento do aço e, “As”, a área da seção
transversal da barra do chumbador;

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- Características dos solos de fundação para os quais as fundações são projetadas, com
descrição genética, peso específico natural e demais parâmetros relevantes para a sua
identificação.

8.3.1 Detalhamento

Alguns detalhes importantes devem ser apresentados nos desenhos:

- Em caso de “projeto-tipo”: indicações relativas à sua aplicação, com referência clara a


limitações do seu uso. Tais limitações, normalmente indicadas como nota, devem ser apoiadas
em figuras esquemáticas, de modo a se tornarem inequívocas;

- Em caso de fundações de concreto armado: prever uma inclinação inicial “i” de, no mínimo,
1% no topo das mesmas a fim de permitir o escoamento de águas pluviais (conforme já
informado na figura 1 no subitem 4.4.1.1);

- Em caso de estacas de concreto armado: detalhe da ancoragem no bloco de coroamento,


normalmente constituída pela própria armadura da estaca, com os seus estribos funcionando
como fretagem, com comprimento suficiente para garantir a ancoragem segundo a NBR 6118;

- Em caso de estaca metálica: detalhe da ancoragem no bloco de coroamento, que deve ser
constituída pela penetração no bloco de um trecho de comprimento aproximado de 40cm ao qual
sejam soldadas barras tipo bengala, com quantidade ajustada às disponibilidades de espaço para
as soldas, com bitolas e comprimentos que garantam a ancoragem da estaca no bloco. As barras
de ancoragem e o trecho da estaca imerso no bloco devem ser envolvidos por uma armadura
helicoidal de fretagem.

Em caso de estacas metálicas ou pré-moldadas: detalhes das emendas, cuja resistência


deve ser necessariamente objeto de verificação.

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