São Paulo
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 2
1 – A REVELAÇÃO SALVADORA DE DEUS ATRAVÉS DO CULTO ................................................................................ 4
1.1 A revelação de Deus............................................................................................................................................ 4
1.2 A revelação de Deus no culto ............................................................................................................................. 6
1.2.1. A revelação salvadora de Deus no culto veterotestamentário ...................................................................... 7
1.2.2. A revelação salvadora de Deus no culto neotestamentário......................................................................... 11
2 – CONTRIBUIÇÕES DA REFORMA PROTESTANTE PARA A COMUNICAÇÃO DO EVANGELHO ATRAVÉS DA
LITURGIA ................................................................................................................................................................. 15
2.1 O Culto e a comunicação do Evangelho na História da Igreja .......................................................................... 15
2.1.1. Período da Igreja Apostólica ......................................................................................................................... 15
2.1.2. Período da Igreja Perseguida ........................................................................................................................ 16
2.1.3. Período da Igreja Imperial............................................................................................................................. 17
2.1.4. Período da Igreja Medieval........................................................................................................................... 19
2.1.5. Período da Igreja Reformada ........................................................................................................................ 21
2.2 A Palavra de Deus na perspectiva Reformada.................................................................................................. 22
2.3 A perspectiva Reformada sobre a liturgia ........................................................................................................ 23
3 – A COMUNICAÇÃO DO EVANGELHO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO.............................................................. 26
3.1 Os desafios da comunicação do Evangelho ...................................................................................................... 26
3.2 A proclamação do Evangelho na Liturgia da Palavra........................................................................................ 29
3.2.1. A primazia da Palavra.................................................................................................................................... 30
3.2.2. A Comunicação do Evangelho na Liturgia..................................................................................................... 31
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................ 34
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................................................... 35
2
INTRODUÇÃO
Desse modo, dificilmente existirá alguma cidade que não possua uma igreja.
Ela está presente com várias formas, tamanhos, slogans2 e identidades. Mas muitos
confundem placas, prédios e edifícios com o verdadeiro significado do que é ser
igreja.
1
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
2
Uma frase simples para identificar e conectar a empresa ou estabelecimento com os seus consumidores.
Neste caso, a igreja as pessoas.
3
Por isso, uma Igreja fiel a Deus não pode de forma alguma desviar de sua
mensagem central. O anúncio das Sagradas Escrituras para que todos tenham o
conhecimento da salvação em Jesus deve ser o pilar de todo ajuntamento cristão. O
reformador protestante João Calvino diz:
Como Deus é um ser que se revela, que possui atributos exclusivos e que
todas as coisas devem funcionar de acordo com sua perfeita vontade, certamente,
Ele mesmo definiria a forma de como deve ser adorado por seu povo. Esta forma
ensinada, além de exaltar suas qualidades, serve também para revelar de forma
didática seu amor, misericórdia, justiça e o meio correto para a redenção dos
pecadores.
deveriam acontecer de acordo com sua santa e perfeita vontade. Aqueles que
pecavam precisavam seguir todos os procedimentos das leis cerimoniais e sacrificar
um animal para expiar seus pecados. Porém, aqueles que desobedeciam e se
afastavam de seus mandamentos, se não se arrependessem e voltassem para sua
vontade, certamente sofreriam por desrespeitar sua glória. e santidade.
santidade e qual era a forma certa de se viver, através da Lei, dos cultos e dos ritual
da expiação de pecados, mostrando como a humanidade é pecadora e de como ela
necessita de misericórdia e salvação. Michael Goheen escreve o seguinte sobre o
assunto:
Este é o padrão na qual Deus estabeleceu para o seu povo que foi
estabelecido no tempo em que Moisés liderava, acompanhando toda a história de
Israel, passando pelo período dos juízes, dos reis, até os tempos em que Jesus veio
ao mundo e realizou o seu ministério. Sem dúvida, a existência de um povo
exclusivo de Deus e a forma como eles se relacionavam e o cultuavam, já
comunicava a verdadeira vida para tantos outros povos que eram dominados pelo
pecado e falsos deuses.
As últimas palavras de Jesus antes de subir aos céus nos revela o grande
plano de Deus para os seus seguidores quando Ele diz: “Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.”
(Mateus 28.19-20)4
Embora não seja possível encontrar no Novo Testamento uma ordem clara
4
GENEBRA 1999, pág. 1143 e 1144.
14
de como se deve funcionar o culto, o apóstolo Paulo deixa claro que tudo deve ser
deito com “decência e ordem” (1 Co 14.40), a fim de que os de fora sejam edificados
e compreendam a mensagem do evangelho. Para esta organização, WIERSBE
(2004) pontua os seguintes princípios de um culto:
Pode-se perceber que o culto realizado neste período era uma junção das
práticas de leitura dos textos sagrados nas sinagogas com o testemunho e ensino de
Jesus. Com esta estrutura, e a ação do Espírito Santo, pessoas se convertiam e se
inseriam na comunidade cristã. Dessa forma, os seguidores de Cristo aumentavam
consideravelmente.
Todo este novo sistema se solidifica de tal forma que estabelece uma
religião que se distanciou dos primórdios da fé cristã. A ênfase não estava mais na
mensagem das Escrituras mas no poder e na hierarquia. Estes fatores contribuíram
para iniciar um novo período na história da igreja.
A Igreja começou a ter um destaque cada vez maior e fazer parte de todas
estas transformações. O teólogo Franklin Ferreira diz que “Durante o período agitado
que remonta à queda do Império Romano [...], as questões teológicas mais
importantes passaram a receber cada vez menos atenção da parte dos líderes da
igreja” (FERREIRA 2013, p. 237). Hurlblut diz o seguinte sobre o poder da Igreja
neste período.
podem ser enganadas e serem desviadas da verdadeira fé. Aulén diz o seguinte
sobre a Revelação de Jesus através da Palavra:
Embora muitos não tenham uma ideia clara a respeito da forma do culto e
da revelação de Deus, provavelmente já tiveram algum tipo de contato com a
cosmovisão cristã, seja na televisão ou através de algum parente e conhecido, até
podem ter visitado ou frequentado alguma igreja. Porém existe um grande
possibilidade desta pessoa não ter recebido a totalidade da mensagem da Palavra
de Deus, existindo assim um certo entendimento incompleto.
Com estas reflexões, o culto público é a melhor forma das pessoas terem o
contato com a Palavra de Deus de forma completa e relevante, apresentando o
plano da salvação em Jesus de forma adequada e compreensível para a
comunidade local. A confissão de Fé de Westminster apresenta um caminho
adequado para a forma de culto.
Tudo o que é dito, falado e cantado no culto público deve ser feito para a
glória de Deus, a fim de expressar o amor divino para com a humanidade através de
Cristo Jesus. A Igreja Presbiteriana Independente do Brasil possui um manual de
Culto e Liturgia, estruturando de forma bíblica o formato dos encontros públicos das
igrejas da denominação. Dessa forma, este manual diz o seguinte sobre a
importância do culto público:
comunidade da própria Igreja, da Fé que anima a Igreja, que lhe dá vida e que ela é
chamada a testemunhar no mundo” (BRAATEN 1987 p. 240). Quando as Sagradas
Escrituras são proclamadas, principalmente de forma pública, ela deve ser feita
através do zelo e temor a mensagem Deus.
Todos estes elementos fazem parte do culto público devem servir, de uma
maneira bem didática, para a proclamação da salvação em Jesus. A Palavra de
Deus lida e dita revela o salvador, a oração mostra a acessibilidade a Deus ao se
confessar os pecados e agradecer a salvação em Cristo, por fim, os sacramentos
são os símbolos que testificam os discípulos no pacto da graça e na união da igreja,
que é o corpo de Jesus. O Teólogo Braaten diz o seguinte sobre a liturgia e
sacramentos:
Ainda que toda a estrutura e ação litúrgica esteja apontada para Cristo
Jesus, a Palavra anunciada ainda é o melhor meio de explicar a revelação salvífica.
31
Por meio da palavra Deus criou todas as coisas e por ela tudo será
consumado na segunda vinda de Cristo. Este é o maior meio de comunicação
utilizado por Deus para apresentar o seu plano de Redenção.
Figura 1
Experimentando o Lembrando a Ações Litúrgicas
Evangelho história
Deus é Santo Criação Adoração
O ser humano é Queda Confissão
pecador
Jesus é o salvador Redenção Declaração de paz
Oração de ação de
graças
Louvor
Sermão
Jesus envia Consumação Comunhão
Compromisso e envio
Benção final
Fonte: COSPER 2019, p. 121 adaptado
CONCLUSÃO
A primeira parte foi dedicada para mostrar biblicamente que Deus revela
seus atributos de santidade, justiça e misericórdia por meio do culto público,
ensinando todos os elementos do plano de salvação para a humanidade pecadora
desde Adão e Eva até aos membros da igreja Primitiva. É importante destacar que
os elementos que comunicavam a expiação de pecados no Antigo Testamento
apontavam para aquilo que Cristo Jesus faria no período neotestamentário.
Após esta etapa, foi descrito um breve histórico da igreja e a forma do culto,
apresentando os desvios da mensagem do Evangelho no decorrer do tempo até o
período da Reforma Protestante, que resgatou a importância do anúncio da Palavra
de Deus e a verdadeira comunicação do Evangelho, que é a salvação em Jesus
mediante a fé ao ouvir claramente esta mensagem. Lutero e Calvino se destacam
por este retorno a essência bíblica do culto.
Esta é a missão de Deus dada por Cristo Jesus aos seus discípulos e
testificado pelo Espírito Santo que deve ser claramente comunicada através do culto
e da Liturgia da Palavra.
35
BIBLIOGRAFIA
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2021.
FERGUSON, Sinclair B. Novo Dicionário de teologia. São Paulo, SP. Hagnos, 2009.
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Paulo,Sp. Vida Nova, 2013.
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HURLBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã. 14ª Ed. São Paulo, SP. Editora
Betânia, 2002.
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LIMA, L. Antonio de. Razão da esperança - Teologia para hoje. São Paulo, Sp.
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NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. 14ª Ed. São Paulo: Cultura
Cristã, 2013.
RYRIE, Charles C. Teologia básica ao alcance de todos. São Paulo,: Mundo Cristão,
2004.
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