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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE

PRÓ – REITORIA DE GRADUAÇÃO


CURSO DE BIOMEDICINA

Atividade 2 Citologia Clínica


HPV - Papilomavírus Humano
Ana Carolina Pereira Lima 921106936
Andressa Rodrigues Andriani - 921104596
Carolina Lopes Gomes 421100767
Cecília Gomes Cordeiro - 921103883
Cíntia das Neves Vitor921200344
Elis Regina Pedoni Martins Cardoso 921106507
Emanoela Aparecida Cornélio 921113038
Gabriela Rodrigues Ferro 921108071
Isabela Rodrigues Bonaldo -921203980
Isabelle de Almeida Bratefiche Corrêa 921200041
Jennifer Stephanie Abreu Venancio 921203267
João Victor Porto de Almeida 921115263
Júlia dos Santos Ferreira 921102862
Milena Jeronimo dos Santos Abade 921116971
Regiane Vale Porto - 921100099
Samara da Silva Dias 921106979
Tainara Siqueira Cintra 921202762
Tawane Cristina dos Santo Silva 921200651

Atividade 2 Citologia Clínica


HPV - Papilomavírus Humano

Atividade 2 apresentado à disciplina


de Citologia Clínica 2º semestre de
2021 do Curso de Biomedicina da
Universidade Nove de Julho –
UNINOVE, sobre HPV – Papiloma
Vírus. Orientadores: Prof. Hagamenon
INTRODUÇÃO
Os HPV são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas. Existem mais de
150 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 podem infectar o trato genital.
Destes, 12 são de alto risco e podem provocar câncer (são oncogênicos) e
outros podem causar verrugas genitais.
O Papilomavírus Humano, mais conhecido pela sigla HPV consiste em um
vírus, causador de lesões na pele e mucosas das genitálias feminina e
masculina, podendo variar de grau, sendo de leves, moderadas e de grave
intensidade.
Este vírus, após o contágio, pode permanecer "adormecido" (sem causar
lesões); pode provocar o aparecimento de verrugas (mãos, pés, genitais ou
outras localizações) ou até induzir o desenvolvimento do câncer.
Há mais de (100) cem tipos de HPV já isolados. Alguns estão relacionados às
verrugas comuns da pele, outros às verrugas das regiões oral, anal e genital.
O principal meio de transmissão do HPV é através do contato sexual com
pessoas infectadas, inclusive o sexo oral. Entretanto, a possibilidade de
contaminação por meio de objetos como toalhas, roupas íntimas, vasos
sanitários ou banheiras não pode ser descartada.

"Segundo o ginecologista e obstetra Adalberto de Carvalho Valle Netto",


Condiloma "é uma lesão na esfera genital causada pelo Papilomavirus Humano
(HPV)".
Este vírus pode se manifestar através de lesões verrugosas, mas também
através de lesões mais sutis, somente diagnosticadas através de citologia,
colposcopia e biopsia, até formas latentes (não detectada por métodos
convencionais) Quando a lesão é uma verruga genital, chama-se de Condiloma
Acuminado, mais popularmente conhecido como "Crista de Galo".
Na citologia oncótica (exame preventivo, quando se colhe material para exame
microscópico), quando há suspeita de alterações relacionadas ao HPV, deve-se

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realizar a colposcopia com biopsia dirigida, única forma de se fazer diagnóstico
definitivo desta patologia, para então ser instituída a terapêutica adequada.
O HPV pode ser transmissível tanto sexualmente quanto através de
instrumental não adequadamente esterilizado. "Pode-se transmitir o HPV, por
exemplo, em um exame ginecológico de rotina. Daí a importância das pessoas
procurarem centros médicos confiáveis", destaca.
O HPV também pode manifestar-se em pacientes com baixa imunidade,
pessoas mais sujeitas a desenvolverem a doença, e também em gestantes,
pois a gravidez favorece o desenvolvimento das lesões, mas a contaminação
fetal durante a gravidez é pouco provável. Alguns especialistas defendem a
cesariana como forma de evitar a contaminação ao nascimento.

O HPV também pode manifestar-se em pacientes com baixa imunidade,


pessoas mais sujeitas a desenvolverem a doença, e também em gestantes,
pois a gravidez favorece o desenvolvimento das lesões, mas a contaminação
fetal durante a gravidez é pouco provável. Alguns especialistas defendem a
cesariana como forma de evitar a contaminação ao nascimento.

Figura: Infecção que causa verrugas em diversas partes do corpo, dependendo do tipo
do vírus.

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1. Agente Etiológico
Papilomavirus Humano (HPV) - DNA vírus. O vírus do papiloma humano (HPV)
é uma doença sexualmente transmissível comum ou condilomas acuminados
são apenas uma das manifestações da infecção pelo vírus do grupo HPV e
estão relacionadas com os tipos 6,11 e 42, entre outros. Alguns tipos (2, 4, 29 e
57) causam lesões nas mãos e pés (verrugas comuns). Existem mais de 100
tipos diferentes de HPV, e homens e mulheres podem contrair a infecção por
HPV. A maioria das pessoas não apresenta nenhum sintoma ao ser infectado e
é capaz de se livrar da infecção por conta própria. No entanto, eles ainda
podem ser reinfectados com o mesmo tipo de HPV ou com um tipo diferente de
HPV e, em algumas pessoas, a infecção por HPV persiste.
O espectro das infecções pelos HPV é muito mais amplo do que se conhecia
até poucos anos atrás e inclui também infecções subclínicas (diagnosticadas
por meio de peniscopia, colpocitologia, colposcopia e biópsia) e infecções
latentes (só podem ser diagnosticadas por meio de testes para detecção do
vírus). Alguns trabalhos médicos referem-se à possibilidade de que 10-20% da
população feminina sexualmente ativa possa estar infectada pelos HPV. A
principal importância epidemiológica destas infecções deriva do fato que do
início da década de 80 para cá, foram publicados muitos trabalhos
relacionando-as ao câncer genital, principalmente feminino. 
Os tipos de HPV são classificados como de alto ou baixo risco com base no
fato de sua persistência levar ao câncer. - Pacientes com sistema imunológico
suprimido correm maior risco de complicações relacionadas ao HPV. Eles são
mais propensos a contrair vários tipos de HPV e ter infecções mais persistentes
que podem levar a lesões pré-cancerosas ou câncer, que são difíceis de tratar
e frequentemente recorrem.
O HPV está associado a lesões genitais pré- malignas e malignas. Sorotipos de
alto risco, como causam carcinoma do colo do útero. O HPV também está
associado ao desenvolvimento de carcinoma da vulva, vagina e pênis.

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2. Epidemiologia
O risco geral estimado para a exposição à infecção pelo HPV é de 15% a 25%
a cada nova parceria sexual. A maioria das pessoas sexualmente ativas deve
ser infectada em algum momento de sua vida. Mulheres no início da atividade
sexual e que se mantiveram com uma única parceria apresentaram risco de
contrair HPV de 28,5% ao final do primeiro ano e de 50% ao final do terceiro
ano. Geralmente, as infecções são assintomáticas. Aproximadamente 1% a 2%
da população infectada desenvolverá verrugas anogenitais e cerca de 2% a 5%
das mulheres cursarão com alterações na colpocitologia oncótica. A
prevalência da infecção é maior em mulheres com menos de 30 anos de idade,
sendo que a grande maioria das infecções por HPV em mulheres (sobretudo
nas adolescentes) tem resolução espontânea em um período aproximado de
até 24 meses. A proporção de aquisição de uma nova infecção por HPV em
mulheres diminui com a idade; já entre os homens, a proporção de adquirir
nova infeção não se altera, permanecendo alta durante toda a vida. Entretanto,
uma vez adquirida a infecção por HPV, sua duração média parece ser similar
entre homens e mulheres. Estudo realizado em 26 capitais brasileiras e no
Distrito Federal, que incluiu 6.387 mulheres com idade média de 21,6 anos,
identificou prevalência de HPV de 53,6%. Os tipos de HPV que infectam o trato
anogenital podem ser de baixo ou alto risco oncogênico. Os tipos que
pertencem ao grupo de baixo risco (6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72 e 81)
ocorrem, frequentemente, em lesões benignas e lesões intraepiteliais
escamosas de baixo grau. Os tipos de HPV do grupo de alto risco (16, 18, 31,
33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73 e 82) ou oncogênicos estão
frequentemente associados a lesões intraepiteliais escamosas de alto grau e
aos carcinomas. É importante salientar que cerca de 85% das lesões de baixo
grau contêm HPV do grupo oncogênico Embora o grupo de alto risco seja mais
prevalente (em torno de 80%), apenas 20% desses persistem, podendo causar
lesões de alto grau com potencial de progressão para o câncer cervical.

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Os percentuais podem variar de acordo com a idade, região geográfica
pesquisada, característica da população e metodologia. Além disso, existe um
grupo de pessoas que apresenta, simultaneamente, infecção por HPV de
ambos os grupos, de baixo e de alto risco (cerca de 30% dos infectados), As
pessoas vivendo com HIV referem maior frequência de infecções múltiplas,
verrugas anogenitais, lesões intraepiteliais e neoplasias anogenitais
decorrentes da infecção por HPV. Estes dados foram confirmados no Brasil, em
estudo de Miranda et al., sendo encontrada prevalência de 28,4% de HPV de
alto risco, além de associação com anormalidades citológicas, idade menor de
35 anos e uso de drogas ilícitas.

3. Ciclo de Vida do Agente Etiológico


Papilomavirus Humano (HPV) - DNA vírus.  HPV é o nome de um grupo de
vírus que incluem mais de 100 tipos. As verrugas genitais ou condilomas
acuminados são apenas uma das manifestações da infecção pelo vírus do
grupo HPV e estão relacionadas com os tipos 6,11 e 42, entre outros. Alguns
tipos (2, 4, 29 e 57) causam lesões nas mãos e pés (verrugas comuns).  O
espectro das infecções pelos HPV é muito mais amplo do que se conhecia até
poucos anos atrás e inclui também infecções subclínicas (diagnosticadas por
meio de peniscopia, colpocitologia, colposcopia e biópsia) e infecções latentes
(só podem ser diagnosticadas por meio de testes para detecção do vírus).
Alguns trabalhos médicos referem-se à possibilidade de que 10-20% da
população feminina sexualmente ativa possa estar infectada pelos HPV. A
principal importância epidemiológica destas infecções deriva do fato que do
início da década de 80 para cá, foram publicados muitos trabalhos
relacionando-as ao câncer genital, principalmente feminino.

O HPV infecta as camadas basais do epitélio através de pequenas abrasões,


as quais apresentam receptor específico para o vírus. Este penetra na célula e
em seguida migra para o núcleo, onde poderá permanecer na forma epissomal

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ou integrar-se ao DNA da mesma. Após seu estabelecimento, o vírus inicia sua
replicação, chegando ao número aproximado de 50 a 100 epissomos por
célula, sendo que quando a célula basal se divide, distribui os epissomos do
HPV entre as células-filhas também. Já no que se refere aos vírus HPV de alto
risco oncogênico, seu genoma tende a se integrar ao genoma da célula
hospedeira, através da abertura das suas fitas de DNA circular e algumas
deleções que permitem esta integração. Com isso, o vírus impede a parada do
ciclo celular, levando à proliferação indiscriminada das células do epitélio,
dando origem a uma linhagem de células anormais. O vírus replica o genoma
epissomal em baixos números nas células basais, com multiplicação viral ativa
e expressão de genes estruturais (L1 e L2) apenas no epitélio diferenciado, o
que ajuda o HPV a escapar da resposta imunológica. Ele estimula a
multiplicação das células, até mesmo nas camadas diferenciadas superiores do
epitélio. Portanto, ele leva à hiperplasia, resultando em lesões mucosas
brancas hiperplásticas ou verrugas exofíticas ou endofíticas na pele.

O ciclo de vida do HPV é diretamente relacionado ao programa de

diferenciação celular da célula hospedeira. O vírus infecta as células basais do

epitélio que apresentam potencial de diferenciação. As funções vegetativas

virais, síntese do DNA e proteínas do capsídeo, bem como a montagem dos

novos vírus, ocorrem exclusivamente nos queratinócitos diferenciados. As

verrugas são as manifestações clínicas mais comuns e características da infecção

pelo HPV. São tumores induzidos por vírus pleomórficos, que acometem

diversas localizações, principalmente a pele de extremidades, mucosa, pele

genital e mucosa oral e laríngea. Todos os tipos de HPV tem importância para a

etiologia do câncer cervical em humanos e estão contidos no gênero do

alfapapilomavírus, em que se destacam os HPV entre 16 e 18 anos, responsáveis

por cerca de 70% de todos os tumores dessa localização anatômica no mundo.

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“Algum tipo de vírus tem um potencial oncogênico de desenvolver câncer maior
do que os outros (HPV tipo 16, 18, 45 e 56).”

Transmissão
A transmissão se dá predominantemente por via sexual, mas existe a
possibilidade de transmissão vertical (mãe/feto), através da saliva, de
autoinfecção e de infecção por perfuração ou corte com objetos contaminados
pelo HPV. Em 90% dos casos, o HPV é transmitido pela atividade sexual, que
inclui: Contato sexual íntimo (vaginal anal e oral).

A transmissão através do contato genital sem penetração (sem relação sexual)


não é comum, mas pode ocorrer. Além disso, a transmissão de tipos de HPV é
possível por contato oral-genital e ao tocar os genitais com as mãos. A
transmissão do vírus da mãe para o bebê durante o parto é rara, mas pode
ocorrer. Quando isso acontece, pode causar verrugas no trato respiratório
(traqueia e brônquios) e nos pulmões do bebê, o que se denomina
papilomatose respiratória. Eventualmente uma criança pode ser infectada pela
mãe doente, durante o parto. Pode ocorrer também, embora mais raramente,
contaminação por outras vias que não a sexual: em banheiros, saunas,
instrumental ginecológico, uso comum de roupas íntimas, toalhas, desde que
haja secreção com o vírus vivo em contato com a pele ou mucosa não integra.

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Período de Incubação

Semanas a anos. (Como não é conhecido o tempo que o vírus pode


permanecer no estado latente e quais os fatores que desencadeiam o
aparecimento das lesões, não são possíveis estabelecer o intervalor mínimo
entre a contaminação e o desenvolvimento das lesões, que pode ser de
algumas semanas até anos ou décadas).

É importante ressaltar que o seu uso, apesar de prevenir a maioria das DSTs,
não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois, frequentemente as lesões
estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha. Na presença de
infecção na vulva, na região pubiana, perineal e perianal ou na bolsa escrotal, o
HPV poderá ser transmitido apesar do uso do preservativo. A camisinha
feminina, que cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se
utilizada desde o início da relação sexual.

 Evitar ter muitos parceiros ou parceiras sexuais.


 Realizar a higiene pessoal
 Vacinar-se contra o HPV.

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4. Sinais e sintomas
A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em
alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais
(visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a
olho nu).

A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do


HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões. A maioria das
infecções em mulheres (sobretudo em adolescentes) tem resolução
espontânea, pelo próprio organismo, em um período aproximado de até 24
meses.

As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem, aproximadamente,


entre dois e oito meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum
sinal da infecção. As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes
e em pessoas com imunidade baixa.

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 Lesões clínicas – apresentam-se como verrugas na região genital e no
ânus (denominadas tecnicamente condilomas acuminados e popularmente
conhecidas como "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista"). Podem ser
únicas ou múltiplas, de tamanho variável, achatadas ou papulosas (elevadas e
sólidas). Em geral, são assintomáticas, mas pode haver coceira no local. Essas
verrugas, normalmente, são causadas por tipos de HPV não cancerígenos.
 Lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu) – podem ser encontradas nos
mesmos locais das lesões clínicas e não apresentam sinais/sintomas. As
lesões subclínicas podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e de alto
risco para o desenvolvimento de câncer.

Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis
(geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. Menos
frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como
conjuntivas e mucosas nasais, oral e laríngea.

Mais raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto podem


desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe (Papilomatose
Respiratória Recorrente).

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O vírus do papiloma humano (HPV) é uma doença sexualmente transmissível
comum. Existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, e homens e mulheres
podem contrair a infecção por HPV. • A maioria das pessoas não apresenta
nenhum sintoma ao ser infectado e é capaz de se livrar da infecção por conta
própria. No entanto, eles ainda podem ser reinfectados com o mesmo tipo de
HPV ou com um tipo diferente de HPV.
A maioria das pessoas não exibem sinais e sintomas da infecção por
papilomavírus humano (HPV), mas em algumas pessoas pode causar
problemas de saúde graves, mas alguns sim.

Quando os sintomas de HPV estão


presentes podem ser relatados:
 Verrugas de vários tamanhos
na vulva, grandes ou pequenos
lábios, parede vaginal, colo do útero
ou ânus;
 Ardência no local das
verrugas;
 Coceira nas partes íntimas;
 Verrugas nos lábios,
bochechas, língua, céu da boca ou
garganta;
 Formação de placas por
pequenas verrugas unidas.
 Lesões pré-cancerosas e
câncer.

Caso exista a suspeita de HPV é recomendado procurar um ginecologista, para


que as verrugas sejam avaliadas e possam ser retiradas, pois quando esta
condição não é tratada pode favorecer o aparecimento de câncer de boca e de
colo do útero.

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5. Diagnóstico
O diagnóstico do HPV pode ser conseguido por meio de exame urológico
(pênis); ginecológico (vulva) e dermatológico (pele), e Exame de Prevenção
(Papanicolau).

 Diagnóstico laboratorial

O diagnóstico da infecção pelo HPV é clínico, baseado na


visualização das verrugas a olho nu.
Os métodos de diagnóstico laboratorial foram desenvolvidos,
principalmente, para a infecção anogenital. Testes que não são
específicos para o HPV podem revelar a presença de alterações
celulares que podem ser indicativas de infecção por esse vírus. Por
outro lado, a infecção pelo HPV pode ocorrer sem alteração
citopatológica, sendo, dessa forma, importante a combinação de testes
específicos e inespecíficos.
O emprego de testes que evidenciam alterações citopatológicas e
histopatológicas é de grande importância, não só na triagem, como
também no acompanhamento de pacientes com infecção comprovada
pelo HPV.
Entre os testes inespecíficos importantes para o diagnóstico de
infecção pelo HPV pode-se citar colposcopia, citopatologia e
histopatologia, e, entre os específicos, microscopia eletrônica,
imunocitoquímica e testes para detecção do ácido nucleico viral.

 Colposcopia

A colposcopia é empregada, principalmente, na detecção de lesões


subclínicas. Nesse exame, são empregadas substâncias que tornem
essas lesões visíveis. O ácido acético a 5% aplicado nas regiões
suspeitas durante 3 a 5 min leva ao aparecimento de lesões aceto-
brancas, enquanto a aplicação de uma solução aquosa de azul de
toluidina a 1%, durante um minuto, seguida da descoloração com ácido

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acético a 2%, resulta no aparecimento de áreas coradas em azul.

 Citopatologia

O exame citopatológico identifica tanto alterações celulares


benignas, como aquelas de maior gravidade.
No diagnóstico citológico de esfregaço cervicovaginal de mulheres
infectadas com HPV são observadas alterações como presença de
coilócitos (Figura), disceratose e anomalias nucleares. Os coilócitos,
descritos pela primeira vez por Papanicolau (médico grego considerado
o pai da citopatologia por ter criado o método que leva o seu nome), são
células encontradas na camada superficial ou intermediária do epitélio,
aumentadas ou não de volume, contendo um halo perinuclear claro e de
tamanho variável, com um ou mais núcleos hipercromáticos.

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Papanicolau criou uma nomenclatura
que procurava expressar se as
células observadas eram normais ou
não, atribuindo-lhes uma
classificação, em que a classe I
indicava ausência de células atípicas
ou anormais; II citologia atípica, mas
sem evidência de malignidade; III,
citologia sugestiva
mas não conclusiva, de malignidade;
IV, citologia fortemente sugestiva de
malignidade; e V, citologia conclusiva
de malignidade.

No sistema de Bethesda as
anormalidades citológicas são
classificadas como lesões
intraepiteliais escamosas de baixo
grau (LSIL), correspondendo às
anormalidades citológicas brandas, e
lesões intraepiteliais escamosas de
alto grau (HSIL), incluindo as
anormalidades mais graves.

Figura - Condiloma acuminado no pênis (A), na vagina (B) e na região perianal (C).

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 Histopatologia

Os critérios histopatológicos permitem o diagnóstico de infecções por HPV, mas


não identificam o tipo viral envolvido. No caso do condiloma, o exame
histopatológico confirma o diagnóstico, determinando o grau de gravidade das
lesões.

A proliferação anormal da camada basal do epitélio define as displasias ou


neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC). Essas lesões são precursoras
potenciais de câncer, sendo graduadas de acordo com a extensão da
proliferação de células basais. A proliferação em até 1/3 do epitélio é
considerada displasia branda ou NIC-1; até 2/3, displasia moderada ou NIC-2;
e proliferação em todo o epitélio, displasia grave ou carcinoma in situ ou NIC-3.
A ruptura da membrana basal pelas células epiteliais caracteriza o carcinoma
de células escamosas invasivo.

Figura Epitélio demonstrando


coilocitose exuberante coloração:

 Microscopia eletrônica

Apesar de revelar a presença de


partículas virais intranucleares, a
microscopia eletrônica de
transmissão é pouco usada no
diagnóstico das lesões pelo HPV.

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 Imunocitoquímica

O teste é baseado na procura de antígenos em esfregaços celulares


empregando anticorpos dirigidos para proteínas comuns aos HPV, conjugados
com peroxidase ou substância fluorescente. A sensibilidade do teste é limitada,
variando de acordo com o tipo de lesão.

Testes para detecção do ácido nucleico viral

Além de detectar a infecção, esses testes são mais sensíveis para


determinar o tipo de HPV envolvido, dependendo do método empregado.
Podem ser empregadas as técnicas de DOT ou SLOT Blotting, Southern
Blotting, hibridização in situ clássica ou sobre filtro e reação em cadeia da
polimerase (PCR), com sondas marcadas com radioisótopos ou biotiniladas.

A técnica de DOT ou SLOT Blotting pode ser usada tanto para a detecção do


DNA quanto do RNA viral. Por essa técnica, várias alíquotas da amostra podem
ser examinadas e tipadas, empregando sondas tipo-específicas diferentes.
O Southern Blotting consiste em uma técnica de hibridização em fase
sólida. Essa técnica consome mais tempo, mas devido a sua sensibilidade e
especificidade, foi durante muito tempo a técnica de diagnóstico de referência,
por permitir diferenciar o DNA integrado, do epissomal, assim como detectar
deleção no DNA, infecção dupla, e a identificação de novos tipos de HPV.
A hibridização in situ sobre filtro consiste na captura de células em
suspensão por meio de filtração seguida de desnaturação e detecção do ácido
nucleico. Nessa técnica, são empregadas sondas radioativas para aumentar a
sensibilidade.
A hibridização in situ clássica também tem sido bastante empregada para a
detecção de vírus em tecidos congelados ou parafinados e esfregaços fixados
em lâmina. Apesar da sensibilidade não ser alta, essa técnica permite

determinar o tipo de HPV, além de revelar a localização do genoma viral em

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uma determinada camada da epiderme ou do tumor.

Figura: Displasia epitelial grave por técnica de hibridização in


situ demonstrando sinais nucleares da presença do HPV-16/18 (aumento
400×). Seta: indicação de DNA viral. (Cortesia Dr. João Paulo Sucena Alencar)

“Considerada a técnica mais sensível, a PCR permite a detecção de


pequeno número de cópias do ácido nucleico gnômico, além da tipagem
empregando primers específicos para cada tipo de HPV.”

6. Prevenção

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O HPV não tem cura. Podem-se tratar apenas os sintomas, quando estes se
apresentam visíveis (as verrugas). As formas de tratamento para o
Papilomavírus humano variam e consistem, basicamente, no extermínio das
lesões.
Camisinha usada adequadamente, do início ao fim da relação, pode
proporcionar alguma proteção. Exame ginecológico anual para rastreio de
doenças pré-invasivas do colo do útero.  Avaliação do (a) parceiro (a).
Abstinência sexual durante o tratamento.
A prevenção do HPV se faz através da união de diversos fatores, como: O não
compartilhamento de objetos de uso íntimo com outras pessoas; Uso do
preservativo em todas as relações sexuais.
Exame de prevenção do câncer do colo, conhecido como "Papanicolau" ou
preventivo, regularmente. Escolha criteriosa do seu parceiro sexual.
Um fator de imprescindível importância a ser esclarecido, não só aos pacientes
em ginecologia, como em todas as áreas é aconselhamento quanto à
automedicação. Jamais se deve utilizar esse método, pois as consequências
desse ato desmedido podem ser catastróficas, agravando mais ainda o quadro
do usuário, e, em casos extremos, levando inclusive à morte.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), órgão do MS,
autorizou a comercialização, no Brasil, de duas vacinas contra HPV. A vacina
Gardasil®, desenvolvida pelo laboratório Merck Sharp & Dohme, contém
proteína L1 purificada dos HPV-6 e HPV-11, responsáveis por 90% das
verrugas genitais, e dos tipos 16 e 18, responsáveis por 70% dos cânceres de
colo de útero, destina-se à prevenção da displasia cervical de elevado grau de
colo de útero ou da vulva, carcinoma de cérvice uterina e verrugas genitais
provocados por esses vírus. A vacina Cervarix®, desenvolvida pelo laboratório
farmacêutico GlaxoSmithKline, contém as proteínas L1 purificadas dos HPV-16
e HPV-18.
São recomendadas três doses da vacina em um período de 6 meses:
Gardasil® – 0, 2 e 6 meses, e Cervarix® – 0, 1 e 6 meses. Até o momento, os
laboratórios consideram a proteção pelas vacinas válida por um período de 5

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anos.

A ANVISA aprovou o uso da vacina em mulheres (2006) e homens (2011) de 9


a 26 anos, pelo reconhecimento em relação ao avanço trazido pelas vacinas
que previnam as infecções causadas pelos principais tipos de HPV. A vacina
quadrivalente foi incorporada ao calendário nacional de imunização do Sistema
Único de Saúde (SUS) em 2014, para meninas de 11 a 13 anos de idade,
inicialmente em três doses (intervalo de 0, 6 meses e 5 anos). Atualmente,
meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos podem tomar a vacina
gratuitamente no SUS, sendo aplicadas duas doses da vacina, com intervalo
de seis meses entre as doses. Para os que vivem com HIV e pessoas
transplantadas, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal
é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é
necessário apresentar prescrição médica.

Outros grupos etários podem dispor das vacinas em serviços privados, se


indicado por seus médicos. De acordo com o registro na ANVISA, a vacina
quadrivalente é aprovada para mulheres entre 9 a 45 anos e homens entre 9 e
26 anos, e a vacina bivalente para mulheres entre 10 e 25 anos. No momento,
as clínicas não estão autorizadas a aplicar as vacinas em faixas etárias
diferentes das estabelecidas pela ANVISA.

Ambas as vacinas possuem maior indicação para meninas e meninos que


ainda não iniciaram a vida sexual, uma vez que apresentam maior eficácia na
proteção de indivíduos não expostos aos tipos virais presentes nas vacinas.

A vacina HPV é destinada exclusivamente à utilização preventiva e não tem


efeito demonstrado ainda nas infecções preexistentes ou na doença clínica
estabelecida. Portanto, a vacina não tem uso terapêutico no tratamento do
câncer de cérvice uterina, de lesões displásicas cervicais, vulvares e vaginais
de alto grau ou de verrugas genitais.

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Apesar dos resultados promissores, as vacinas não previnem todas as
infecções causadas pelos HPV, nem eliminam a necessidade de as mulheres
realizarem o exame preventivo Papanicolau anualmente.

Não existem métodos de controle específicos para as infecções causadas


pelos diferentes tipos de HPV, sendo recomendado o uso de preservativos
durante a relação sexual e, para os pacientes com epidermodisplasia
verruciforme e imunodeficientes ou imunocomprometidos apresentando lesões
cutâneas, recomenda-se a exposição mínima à luz solar.

7. Tratamento

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O tratamento visa à remoção das lesões (verrugas, condilomas). Os
tratamentos disponíveis são locais (cáusticos, quimioterápicos, cauterização
etc). As recidivas (retorno da doença) podem ocorrer e  são frequentes, mesmo
com o tratamento adequado. Eventualmente, as lesões desaparecem
espontaneamente. Não existe ainda um medicamento que erradique o vírus,
mas a cura da infecção pode ocorrer por ação dos mecanismos de defesa do
organismo. Há também estudos no sentido do desenvolvimento de vacinas
contra o HPV.

Figura: Condiloma acuminado na vagina antes


(A) e após (B) tratamento com ácido
tricloroacético a 90%. Cortesia de Dra. Helena
Lucia Barroso dos Reis.

Segundo Norma Suely de Oliveira Santos o


tratamento consiste na remoção das verrugas
pelo emprego de agentes físicos ou químicos.
Entre os métodos físicos, podem ser citados:
remoção por crioterapia, eletrocauterização,
excisão com alça diatérmica (filamento
metálico submetido à corrente elétrica em
baixos níveis) e laser. Entre os métodos
químicos, podem ser empregadas substâncias
como o ácido tricloroacético, a podofilina e o
imiquimode. O ácido tricloroacético (concentração de 50 a 90%) é aplicado em
pequena quantidade, somente nas lesões, até que as mesmas adquiram
aspecto branco e seco. Há indicação nos casos de verrugas externas nos
homens e mulheres, em especial quando não ocorre ceratinização da lesão, e
em lesões de mucosa vaginal ou cervical. Por não haver efeitos adversos para
o feto, pode ser usado com segurança na paciente grávida até o término da
gravidez. Não se deve aplicar sobre extensa área da região anal ou do meato

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uretral, em uma única aplicação, para evitar estenose. O sucesso terapêutico
pode chegar a 80% e a taxa de recorrência vai de 30 a 60% com o uso tópico
do ácido.

A podofilina, um agente citotóxico constituído por uma mistura de resinas


extraídas da planta Podophyllun peltatum, apresenta ação cáustica,
ceratolítica, escarótica e antimitótica. A apresentação na forma de creme foi
descontinuada pelo fabricante e não está mais disponível no SUS. Pode ser
encontrada na concentração de 10 a 25% em veículo alcoólico ou tintura de
benjoim. Pela promoção de ação lesiva na pele, sua administração não deve
ser feita pelo próprio paciente. A pele saudável deve ser protegida com
vaselina ou pasta de óxido de zinco antes de podofilina ser aplicada sobre as
lesões da pele, devendo-se lavar a região com água e sabão 4 a 6 horas
depois da aplicação. A aplicação deve ser realizada 1 a 2 vezes/semana. Não
deve ser usada em gestantes pelo risco de abortamento, parto prematuro e
morte fetal. Pode causar efeitos neurotóxicos e nefrotóxicos em dosagens
excessivas. O uso de podofilina tem sido cada vez mais restrito devido aos
efeitos colaterais sistêmicos e ao baixo sucesso terapêutico. O imiquimode
(Aldara®) é um agonista do receptor do tipo Toll (TLR, Toll-Like receptor)
liberado pela ANVISA para uso tópico no tratamento de verrugas externas,
genitais e anais causados pelos HPV. Está disponível na forma de creme, na
concentração de 50 Mg/g, para ser aplicado sobre as lesões 3 vezes/semana
até que a verruga desapareça, ou por um período máximo de 16 semanas.
Entre os quimioterápicos, o antineoplásico citostático 5-fluoruracila a 5% tem
sido empregado no tratamento tópico. Substâncias imunomoduladoras têm sido
empregadas para o tratamento de lesões virais, dentre elas as causadas pelo
HPV. Entre essas substâncias pode ser citado o imiquimode, empregado,
principalmente, no tratamento de condiloma anal. Seu mecanismo de ação não
está bem claro, mas por ter a capacidade de induzir a produção endógena de
interferon-α e outras citocinas, como IL-12 e TNF-α, apresenta atividade
antiviral e antitumoral. Sua autoaplicação é realizada sob a forma de creme a

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5% diretamente sobre as lesões da pele, da vulva ou do pênis. O índice de
remissão total das lesões é de cerca de 50% em pacientes imunocompetentes
e 25% nos pacientes imunodeprimidos. O emprego do interferon-α também tem
sido recomendado para o tratamento sistêmico, intralesional e tópico, embora o
tratamento por via sistêmica apresente muitos efeitos colaterais. Para o
tratamento das verrugas cutâneas, existe um fitoterápico à base de extrato
alcoólico da planta Thuya occidentalis que pode ser usado topicamente. Nas
infecções genitais, podem ser empregados óvulos preparados com o extrato. A
regressão das lesões não tratadas também ocorre e está associada,
principalmente, à resposta imunológica celular do hospedeiro. Em casos de
carcinoma cervical, recomenda-se a remoção cirúrgica acompanhada de
quimioterapia e/ou radioterapia.

Desde o lançamento da vacina em 2006, mais de 270 milhões de doses foram


aplicadas em mais de 80 países no mundo. Com esse esforço os Estados
Unidos, por exemplo, conseguiram reduzir pela metade o número de infecções
pelos tipos de HPV contra os quais a vacinação protege.

8. Vacinação
Conforme a Cartilha Profissional de Saúde a primeira vacina contra o VPH foi
introduzida no mercado em 2006. À data de 2017, fazia parte dos planos de
vacinação de 71 países, pelo menos para o sexo feminino. As vacinas fazem
parte da Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde,
os medicamentos mais seguros e eficazes imprescindíveis num sistema de
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saúde.[8] Em 2014, o custo a retalho de uma dose em países em vias de
desenvolvimento era de 47 dólares. Nos Estados Unidos, o custo é superior a
200 dólares. Em países em vias de desenvolvimento a vacinação pode
apresentar uma boa relação custo-benefício.
A Austrália foi o país que implantou a vacina HPV quadrivalente em 2007. As
vacinas contra o HPV são aprovadas em mais de 130 países e fazem parte de
mais de 60 programas nacionais de imunizações. Mais de 200 milhões de
doses foram distribuídas em todo o mundo.
O objetivo da vacinação contra HPV no Brasil é prevenir o câncer do colo de
útero, refletindo na redução da incidência e da mortalidade por esta
enfermidade. Desfechos como prevenção de outros tipos de câncer induzidos
pelo HPV e verrugas genitais são considerados desfechos secundários.
Baseados na Cartilha Profissional de Saúde segue algumas perguntas, nas
quais respondem muitas perguntas que temos curiosidade:

No Brasil existem dois tipos de vacina HPV. Qual a


diferença entre elas?

Até o momento foram desenvolvidas e registradas duas vacinas HPV. A vacina


Quadrivalente recombinante, que confere proteção contra HPV tipos 6, 11, 16
e 18, e a vacina Bivalente que confere proteção contra HPV tipos 16 e 18. A

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vacina Quadrivalente está aprovada no Brasil para prevenção de lesões
genitais pré-cancerosas do colo do útero, de vulva e de vagina em mulheres, e
anal em ambos os sexos, relacionadas aos HPV 16 e 18, e verrugas genitais
em mulheres e homens, relacionadas aos HPV 6 e 11. A vacina Bivalente está
aprovada para prevenção de lesões genitais pré-cancerosas do colo do útero
em mulheres, relacionadas aos HPV 16 e 18. Conforme registro na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), essas vacinas têm indicações para
faixas etárias distintas. A vacina Quadrivalente tem indicação para mulheres e
homens entre 9 e 26 anos de idade, e a vacina Bivalente tem indicação para
mulheres a partir de 9 anos, sem restrição de idade. O prazo de validade do
produto Quadrivalente é de três anos, enquanto o prazo de validade da
Bivalente é de quatro anos.

Como a vacina HPV funciona?

Estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A


proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos
produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da
infecção e a sua persistência durante um longo período.

A vacina HPV pode causar infecção pelo vírus? Como


ela é feita?

Não a vacina não pode causar infecção pelo Vírus. No desenvolvimento da


vacina Quadrivalente conseguiu-se identificar a parte principal do DNA do
HPV que o codifica para a fabricação do capsídeo viral (parte que envolve o
genoma do vírus). Depois, usando-se um fungo (Sacaromices cerevisiae),
obteve-se apenas a “capa” do vírus, que em testes preliminares mostrou induzir

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fortemente a produção de anticorpos quando administrada em humanos. Essa
“capa” viral, sem qualquer genoma em seu interior, é chamada de partícula
semelhante a vírus (em inglês, vírus like particle – VLP). O passo seguinte foi
estabelecer a melhor quantidade de VLP e testá-la em humanos, na prevenção
de lesões induzidas por HPV. Para que não haja dúvidas sobre o poder não
infeccioso das VLP, imagine-se o seguinte: um mamão inteiro, com um monte
de sementes (material genético) no seu interior, ao cair em um terreno fértil
originará um (ou mais) mamoeiro. Mas, se todas as sementes forem retiradas
do interior do mamão, mesmo que plantado em um bom terreno, jamais
nascerá um pé de mamão. No caso das VLP, elas imitam o HPV, fazendo com
que o organismo identifique tal estrutura como um invasor e produza contra ele
um mecanismo de proteção.

A vacina será oferecida no SUS?

Sim. A vacina HPV será ofertada para adolescentes entre 9 e 13 anos de idade,
nas unidades básicas de saúde e também em escolas públicas e privadas, de
forma articulada com as unidades de saúde de cada região. No entanto, a
implantação será gradativa. Em 2014, a população-alvo da vacinação contra
HPV será composta por adolescentes do sexo feminino, na faixa etária de 11 a
13 anos. Em 2015, serão vacinadas as adolescentes na faixa etária de 9 a 11
anos e, a partir de 2016, serão vacinadas as meninas de 9 anos de idade. No
caso da população indígena, a população-alvo da vacinação é composta por
meninas na faixa etária de 9 a 13 anos, no ano da introdução da vacina (2014)
e de 9 anos de idade do segundo ano (2015) em diante.

Qual vacina HPV será oferecida no SUS?


O Ministério da Saúde adquiriu a vacina Quadrivalente papilomavírus humano
(recombinante) composta pelos tipos HPV 6, 11, 16 e 18. A produção nacional
da vacina HPV será resultado da parceria para transferência de tecnologia
entre o laboratório público Instituto Butantã e o laboratório privado Merck

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Sharp Dohme (MSD), detentor da tecnologia. Estudos demonstram que a
eficácia da vacina para as lesões intraepiteliais cervicais de alto grau
associadas ao HPV 16 é de 96%, e para as lesões associadas ao HPV 18 em
meninas sem contato prévio com HPV é de 90%. É importante esclarecer que
na rede pública só estará disponível a vacina Quadrivalente.

Qual é o público-alvo de vacinação contra o HPV


definido pelo Ministério da Saúde?
O público-alvo da vacinação serão as adolescentes das seguintes idades:
Ano Faixa etária Público-alvo Meta de vacinação
(80% do público-alvo)

2014 11 a 13 anos 5,2 milhões 4,2 milhões

2015 9 a 11 anos 5,2 milhões 4,2 milhões

2016 9 anos 1,6 milhão 1,3 milhão

Tabela:
A meta é vacinar pelo menos 80% do grupo-alvo, conforme a população-alvo
definida para cada ano. O impacto da vacinação em termos de saúde coletiva
se dá pelo alcance de 80% de cobertura vacinal. Ao se atingir altas coberturas
vacinais poderão ocorrer uma “imunidade coletiva ou de rebanho”, ou seja, há
a possibilidade de redução da transmissão mesmo entre as pessoas não
vacinadas.

Por que o Ministério da Saúde estabeleceu a faixa


etária de 9 a 13 anos para a vacinação?

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A faixa etária de Vacinação nas meninas entre 9 e 13 anos não expostas aos
tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, a vacina é altamente eficaz, induzindo a produção
de anticorpos em quantidade dez vezes maior do que a encontrada em
infecção naturalmente adquirida em um prazo de dois anos. A época mais
favorável para a vacinação é nesta faixa etária, de preferência antes do início
da atividade sexual, ou seja, antes da exposição ao vírus. Estudos também
verificaram que nesta faixa etária a vacina Quadrivalente induz melhor
resposta quando comparada em adultos jovens, e que meninas vacinadas sem
contato prévio com HPV têm maiores chances de proteção contra lesões que
podem provocar o câncer uterino.

 O esquema completo de vacinação é composto de três doses. O


esquema normal da vacina (0, 2 e 6 meses) é 1ª dose, 2ª dose após dois
meses e 3ª dose após seis meses. No entanto, o Ministério da Saúde adotará o
esquema estendido (0 6 e 60 meses): 1ª dose, 2ª dose seis meses depois, e 3ª
dose após cinco anos da 1ª dose.

 O Ministério da Saúde adotou o esquema vacinal estendido, composto


por três doses (0, 6 e 60 meses), a partir da recomendação do Grupo Técnico
Assessor de Imunizações da Organização Pan-Americana de Saúde
(TAG/OPAS), após aprovação pelo Comitê Técnico Assessor de Imunizações
do PNI.
 O esquema estendido já foi adotado por países como Canadá (Quebec e
British Columbia), México, Colômbia e Suíça.
 O maior intervalo entre a segunda dose e a terceira pode resultar em
resposta imunológica mais robusta entre as adolescentes.
 É administrada por via intramuscular – injeção de apenas 0,5 ml em
cada dose

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 Os efeitos na redução da incidência do câncer do colo de útero e da
mortalidade pela doença serão observados em longo prazo, em torno de dez a
quinze anos após o início da vacinação. No caso das verrugas genitais, que
possuem período de incubação curto, é possível verificar o efeito em menor
tempo. Na Austrália, país que implantou a vacina HPV quadrivalente em 2007,
após quatro anos foi observado redução significativa das verrugas genitais,
com seu quase desaparecimento em mulheres menores de 21 anos.

9. Casos Clínicos
Primeiro Caso:
Amélia, sexo feminino, solteira, 24 anos, graduada em Direito pela FDUSP,
natural de Limeira - SP, reside no bairro Moema em São Paulo - SP há mais de
10 anos, formada a 1 ano.
Amélia deu entrada no pronto socorro às 13h00, apresentando como queixa
verrugas na vagina mais especificamente nos grandes lábios, além de prurido
na região genital, dor localizada e queimação.
Nega comorbidades e alergias a medicamentos.
As suspeitas diagnósticas são tricomoníase e candidíase em decorrência
sintomas semelhantes. Após a solicitação de alguns exames, foi identificada
infecção cervico-vaginal confirmada com exame de citologia oncótica pela
presença de coilócitos na coleta, junto de lesões na vulva e colo do útero,
confirmadas através de colposcopia.
O tratamento foi realizado com medicamentos tópicos e laser. Para profilaxia foi
recomendado o uso de preservativo e acompanhamento médico regular.
Diagnóstico: Papillomavirus Humano (HPV).

Segundo Caso:
Ana C F Almeida, sexo feminino, 26 anos, solteira, ensino fundamental
completo, 26 anos, Natural de Aquidauana – Mato Grosso do Sul – MS.
Relatou que a 72 dias encontra , na aárea dos grandes lábios, camada

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verrugosas pequenas e alterações, sem nenhuma secreção ou sintomas
atrelados
Relatou que o caso da paciente com diagnóstico de infecção cérvico vaginal
por Papilomavírus Humano (HPV). Realizado através de citologia oncótica pela
presença evidente de coilócitos, critério patognomônico para HPV-18, 
comprovado posteriormente por Captura Híbrida à presença de HPV de alto
potencial oncogênico. Realizou-se também a colposcopia, onde se
observaram lesões no colo do útero e vulva característica do mesmo agente.
Contudo, em histopatológico demonstrou alterações displásicas, sem,
entretanto, caracterizar presença de qualquer agente específico.

10. Conclusão
Concluímos com o estudo do HPV, fazendo este trabalho que o tratamento das
verrugas genitais pode ser frustrante porque frequentemente exige muitas
consultas e a recidiva é bastante comum. O HPV é recuperado nas margens
aparentemente sadias dos condilomas ressecados cirurgicamente, sendo
talvez responsável por algumas recidivas das lesões. A recidiva resulta da falha
na erradicação total das células epiteliais que contêm HPV ou de reinfecção a
partir de parceiros sexuais infectados. O ideal é a prevenção usando sempre
corretamente camisinhas em todas as relações sexuais, não compartilhar
agulhas nem seringas e manter uma boa higiene sempre.
As vacinas fazem parte da Lista de Medicamentos Essenciais da Organização
Mundial de Saúde, os medicamentos mais seguros e eficazes imprescindíveis

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32
já fazem parte do sistema de saúde brasileiro, então basta seguir direitinho o
calendário de vacinação.

“Com essa geração de meninas protegidas, o risco de lesões precursoras do


câncer do colo do útero será muito reduzido, assim como o número de
mulheres com preventivos alterados e a necessidade de exames diagnósticos
e tratamento”.

Explica o responsável pelo setor de doenças do colo do útero do Instituto


Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes
Figueira, Fábio Russomano. (FIOCRUZ). A recomendação do Ministério da
Saúde para a vacinação contra HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos
de 11 a 14 anos podem tomar a vacina gratuitamente no SUS. Com a intenção
de diminuir o contágio por esse vírus. Idade em que se acredita que a maioria
das meninas ainda não iniciou a atividade sexual e, portanto, ainda não teve
contato com o HPV. Este é um avanço em Saúde Pública, completamente
impensado há poucos anos atrás.

11. Bibliografia

 REFERÊNCIAS: Livro: Virologia Humana, Quarta Edição, Oliveira S. N.


S. D., Villela R. M. T., Dutra W. M., & N C. J. (2021).
Virologia Humana. [Minha Biblioteca]. Retirado de
https://integrada.minhabiblioteca.com.br

 MORAES, Sandra do Lago; FERREIRA, Antônio Walter Virologia


Stephen N J Korsman. Livro Virologia 1 ED KORSMAN, Stephen .j

 Fonte:clinicalkeyClinicaltrials.gov
 http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/58-hpv

 ARTIGOS DE SAÚDE (https://www.boasaude.com.br/artigos-de-

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saude/2810/-1/condiloma-principais-aspectos-e-tratamento.html

 Drª Sheila Sedicias-Ginecologista- Artigo em tuasaúde


Link utilizado para a pesquisa: • https://www.clinicalkey.com
Autores
Norma suely de Oliveira Santos
Maria Teresa Vilela Romanos
Márcia Dutra wigg
José Nelson dos Santos Silva couceiro

 Cartilha profissionais de saude_MS_HPV-2.indd - Ministério da Saúde –


Secretária d Vigilância em Saúde- Departamento de Vigilância de
Doenças Transmissíveis- Coordenação Geral do Programa Nacional de
Imunização- Guia Pratico sobre HPV- Guia de perguntas e respostas
para profissional de Saúde- Brasília Fevereiro de 2010.

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