O processo de evolução linguístico e educacional para os surdos obteve
grande influência de ouvintes durante a Idade Média por desconsiderarem os desenvolvimentos científicos e compreenderem fenômenos naturais como poder divino devido à domínio da Igreja Católica naquele período, desprezando a realidade e existência de indivíduos capazes de comunicarem-se em arranjos ainda em desenvolvimento. Entretanto, o emprego de professores particulares por famílias abastadas fomentou pesquisas, mesmo que reduzidas, na aprendizagem de surdos, o que resultou nos trabalhos de Gerolamo Cardano introduzindo a ideia dos sinais e escrita no ensino; e Pedro Ponce de Leon com o oral e o gestual (anunciando o início do aprendizado bilíngue). Apenas no século XVII há a publicação do primeiro livro que continha um alfabeto manual, por Juan Pablo Bonet. Devido ao êxito desse método sobre os demais, outros estudiosos como Juan Bulwer e Jorge Dalgarno defendem a funcionalidade do recurso, que aplica as expressões gestuais primeiramente, para depois inserir alfabeto e gramática. Esse avanço contribuiu para a abertura de escolas para surdos na Europa com diferentes metodologias que tentavam melhor compreender a utilizar a linguagem, como Abbe Roch Sicard, Thomas Braidwood e Carlos Michel de L´Epee, seus Sinais Metódicos, dicionários e o livro A Teoria dos Signos. Nesse ponto, Samuel Heinicke chega a outro extremo, o da oralidade, contestando vigorosamente a língua de sinais e implantando o oralismo como superior e específico para o ensino de surdos com seu Método Alemão, que preferiu manter em segredo. Esses conflitos decorrentes do crescimento da educação aos surdos difundiu escolas para a América do Norte por Thomas Hopkins Gallaudet e Laurent Clerc, assim como Alexandre Graham Bell, no século XIX. Entretanto, a partir do I Congresso Internacional sobre a Instrução de Surdos, estreita-se a ideia do ensino meramente oralista, e no II Congresso, influenciado por indivíduos ouvintes, esse tipo de instrução foi aplicada, excluindo a gestual. Para que essa implementação funcionasse, seria necessária a aplicação de recursos, como aparelhos protéticos, salas e materiais específicos, indispensabilidades que não apresentaram-se e frustraram a aplicação linguística. Além disso, estudos linguísticos comprovaram o aproveitamento da língua de sinais com William Stokoe, Klima e Bellugi, assim como outras grandes existências como Hellen Keller, que foi capaz de alcançar um bacharelado com a pluralidade de experiências de ensino gestual.
No Brasil, a aplicação do ensino para surdos conceitua a linguagem oral como
primordial, e discorre sobre todos os recursos convencionais para a prática da linguagem, aplicando também o gestual, ou seja, utiliza a Comunicação Total para atingir o aluno. Apesar dos estudos sobre a Língua de Sinais chegarem apenas em 1980 e o idioma oficializado em 2002, é notável a desintegração entre a sociedade; a discriminação não ocorre apenas com os surdos, pois a língua indígena como um todo também é pouco falada e difundida, sendo que, as ocorrências de uso da Língua de Sinais Ka'apor Brasileira está classificada como criticamente em perigo de extinção, mesmo sendo transmitida na aldeia para inclusão de todos os moradores.
A essência da aprendizagem está em como atingir objetivos fazendo com que
o discente aprenda em toda a amplitude da língua, estando apto a relacionar- se em diversos âmbitos da sociedade, e para isso, o docente precisa aprender a lidar com diferentes técnicas, independente se são gestuais ou orais, elas precisam alcançar o aluno. Essa discussão tem potencial de triunfo se for levado em consideração o indivíduo surdo e o escopo de fazê-lo comunicar-se de forma eficiente para ele.
REFERÊNCIAS
FRAZÃO, Dilva. Hellen Keller. Ebiografia. 05 jun 2020. Disponível em:
<https://www.ebiografia.com/helen_keller/>. Acesso em: 25 nov 2020.
LÍNGUA DE SINAIS KAAPOR BRASILEIRA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia