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O EFEITO DO TEOR DE CARBONO NA

DUREZA E NA RESISTÊNCIA A FADIGA POR


CONTATO DE ROLAMENTOS NOS AÇOS
FERROVIÁRIOS ALTAMENTE CARREGADOS
POR

ANA CLAUDIA DE FARIAS


Masaharu Ueda
Nippon Steel Corporation

Kenji Matsuda
Instituto de Tecnologia de
Kyushu
EFEITO DO TEOR DE CARBONO NA DUREZA EM TRILHOS
FERROVIÁRIOS

Nas ferrovias, o transporte de


mercadorias, recursos e
pessoas são cada vez mais
comuns, sendo necessário um
transporte mais eficiente e
sem prejuízos as empresas e
população.

Todavia, a carga da roda dos


vagões estão aumentando
significativamente, tornando o
ambiente operacional mais
severo e deteriorado.

Fonte: Companhia do Metropolitano de São Paulo


EFEITO DO TEOR DE CARBONO NA DUREZA EM TRILHOS
FERROVIÁRIOS

A pressão de contato e a tração tangencial do


rolamento entre a interação roda-trilho é
exercido na superfície de contato.

✓ Deformação plástica devido ação


tangencial
✓ Iniciação de fissuras
✓ Fragmentação por propagação de
trincas
✓ Quebra do trilho
Fig. 1. Exemplo de um trilho danificado em uma ferrovia de
transporte pesado: (a) Vista de uma bitola com defeitos de fadiga
de contato de rolamento desenvolvidos, (b) Seção transversal
microestrutura de fissuração por fadiga de contato de rolamento.
EFEITO DO TEOR DE CARBONO NA DUREZA EM TRILHOS
FERROVIÁRIOS
As atitudes utilizadas para que haja uma prevenção no que diz respeito a fragmentação e quebra
de trilho é o Controle de Manutenção, que realiza vistorias e retificação preventiva da regiões
danificadas, garantindo assim a segurança operacional.

Fonte: Companhia do Metropolitano de São Paulo


EFEITO DO TEOR DE CARBONO NA DUREZA EM TRILHOS
FERROVIÁRIOS
Para se evitar o aumento de custos com troca de trilhos, se faz necessário inibir a fadiga
pelo contato.
Diversos estudos vem sendo realizados ao longo dos anos, no sentido de evitar tal
fadiga, desde modelos de avaliação de fadigas multiaxiais a caracterização dos defeitos
e análise da microestrutura do trilho e de sua vida util.
Dentre as alternativas temos:
Lubrificação: busca reduzir a ação das forças tangenciais na região de contato
roda-trilho
Composição: busca melhorias nas características microestruturais com o aumento da
dureza por refinamento lamelar e aumento do teor de carbono do aço perlítico, sem
que haja danos significativos na região de contato, dando uma maior vida útil ao trilho.
Procedimento Experimental

Foram utilizados trilhos de aço perlítico contendo


níveis de carbono com teores de 0,8 e 1,0% em
massa, nos quais foram adicionados Si, Mn, e ligas
de Cr.

As amostras de rilho e roda foram produzidas por


meio de vácuo, derretendo ferro e ligas de ferro.

Os lingotes de aço foram produzidos após controle


de composição química e forjado com diâmetros de
220-240 mm e reaquecidos a 1250 C.

Fig 2: Imagem e ilustração esquemática da máquina de teste para avaliar


a resistência à fadiga por contato de rolamento.
Procedimento Experimental

Foram preparados três tipos de amostras com diferentes graus de


dureza.

Os perfis seccionais dos trilhos e das rodas foram dimensionados até


um 1/4 da escala usada no transporte pesado de ferrovias.

As amostras foram colocadas em contato roda-trilho no e colocadas no


maquinário do teste.
A roda agia sob a força de um motor, enquanto o trilho girava
livremente, acionado pela roda.

Cargas: 200 kN --- 17,7 kN (radial) e 11,8 kN (axial)


Ângulo de ataque: 0,5
Tensão de contato inicial: 2000 Mpa
Numero de ciclos: 550x103
Fig. 3. Dimensões da seção transversal de corpos de
prova de teste de fadiga por contato de rolamento:
(a) Amostra do trilho, (b) Amostra da roda.
Comparação da superfície de contato rolante

Fig. 4. Relação entre a dureza inicial


e o número de lascas com
comprimentos de 2 mm ou mais na
direção de laminação formada no
contato de laminação superfície das
amostras de trilhos após o teste.
Comparação do aspecto transversal do boleto

Fig 5: Aspectos transversais típicos da


região de contato do boleto, nas
amostras de trilho após o teste:

(a) 0,8% em massa C 350 HV,


(b) 0,8% em massa C 375 HV,
(c) 0,8% em massa C 400 HV,
(d) 1,0% em massa C 350 HV,
(e) 1,0% em massa C 380 HV,
(f) 1,0% em massa C 415 HV.
Comparação do aspecto transversal do boleto

Fig. 6: Relação entre a dureza inicial e a fissura Fig. 7: Relação entre a dureza inicial e a quantidade
máxima profundidade abaixo da região superior do de desgaste da amostra de trilho espécimes após o
boleto nas amostras de trilho após o teste. teste.
Comparação do aspecto transversal do boleto

Fig. 8: Aspectos transversais típicos abaixo da


região de contato do boleto nas amostras de
trilho após o teste:

(a) 0,8 massa% C 400 HV após 320 x 103 ciclos,


(b) 0,8 massa% C 400 HV após 420 x 103 ciclos,
(c) 0,8 massa% C 400 HV após 550 x 103 ciclos,
(d) 1,0 massa % C 415 HV após 320 x 103 ciclos,
(e) 1,0 massa% C 415 HV após 420 x 103 ciclos,
(f) 1,0 massa% C 415 HV após 550 x 103 ciclos.
Comparação do aspecto transversal do boleto

Fig. 9: Relação entre o número de ciclos de contato de rolamento e o comprimento do fluxo de plástico
formado abaixo da região de contato do boleto na amostra do trilho após o teste.
Efeito do teor de carbono na propagação da trinca

Fig. 10: Relação entre o


número de ciclos de contato
rotativo e profundidade
máxima da fissura abaixo da
região de contato do boleto
do trilho após o teste
Efeito do teor de carbono na propagação da trinca

Fig. 11: Relação entre o número de ciclos de contato de rolamento e ângulo de inclinação de trinca
abaixo da região de contato do boleto nas amostras de trilho após o teste.
EFEITO DO TEOR DE CARBONO EM TRILHOS FERROVIÁRIOS
Conclusão

A resistência da região de rolamento dos trilhos foi


avaliada através da realização de testes em que o
contato de rolamento entre o trilho e a roda foi
reproduzido usando aço perlítico com conteúdo de
carbono variável e valores de dureza.
EFEITO DO TEOR DE CARBONO NA DUREZA EM TRILHOS FERROVIÁRIOS
Conclusão
1. O número de lascas na superfície de contato de rolamento e a profundidade das trincas
geradas abaixo da superfície de contato rolante diminuir com o aumento do teor de carbono
do aço perlítico, mesmo quando a dureza inicial é quase o mesmo nível.

2. O aumento do teor de carbono do aço perlítico aumenta o dureza abaixo da superfície de


contato de rolamento, resultando no supressão do desenvolvimento de fluxo de plástico.

3. O ângulo de inclinação da fissura está correlacionado com o desenvolvimento de fluxo de


plástico. Ou seja, o aço perlítico com alto teor de carbono tem um grande ângulo de
inclinação de trinca a partir da superfície de contato de rolamento do que aquele com baixo
teor de carbono.

4. Conforme a diminuição do ângulo de inclinação da trinca a partir da laminação superfície de


contato pode aumentar a concentração de tensão na ponta do as rachaduras devido à
penetração de água nas rachaduras, aço perlítico com alto teor de carbono tem uma
tendência maior de suprimir trincas propagação comparada com a de baixo teor de carbono.
Como um resultado, a resistência a fadiga da região de contato roda-trilho é melhorada.
Agradeço a atenção de todos

Contato:

ana.farias@ufabc.edu.br

acfarias@metrosp.com.br

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