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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA DE MATERIAIS
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATRITO ESTÁTICO

ANTONIO PAULO PEREIRA LIMA


ARLAN RODRIGO DA SILVA DOS SANTOS
WANDERSON BARROS SERRA
YAGO RICCARDO PAIXÃO PARISE

Marabá/PA
Março/2018

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ANTONIO PAULO PEREIRA LIMA
ARLAN RODRIGO DA SILVA DOS SANTOS
WANDERSON BARROS SERRA
YAGO RICCARDO PAIXÃO PARISE

DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATRITO ESTÁTICO

Relatório da prática experimental da Determinação do


Coeficiente de Atrito Estático, realizada em março de 2018, da
disciplina Física Geral I, turma 2017, ministrada pelo Prof. Dr.
José Elisandro de Andrade, na Universidade Federal do Sul e
Sudeste do Pará.

Marabá/PA
Março/2018
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ÍNDICE

1. Fundamentação teórica......................................................................................... 03

2. Objetivos................................................................................................................ 04

3. Materiais e métodos.............................................................................................. 05

4. Resultados e discussões....................................................................................... 06

5. Conclusão.............................................................................................................. 08

6. Bibliografia............................................................................................................. 09

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A força de contato que atua na superfície de um corpo e sempre se opõe à


tendência de escorregamento ou deslizamento deste corpo em relação à superfície
de um plano é chamada força de atrito.
O atrito é causado pelas irregularidades nas superfícies em contato mútuo
e depende dos tipos de materiais e de como eles são pressionados juntos. Mesmo as
superfícies que aparentam ser muito lisas têm irregularidades microscopias que
obstruem o movimento. Vale ressaltar também que o atrito não se restringe a sólidos
deslizando uns sobre os outros, pois ocorre em líquidos e gases, chamados
coletivamente de fluidos (porque fluem).
As forças de atrito são muito importantes na vida cotidiana; provocam
desgastes nas peças móveis das máquinas e são responsáveis pelo aumento da
energia interna das mesmas, porque as peças aquecem. Por outro lado, sem atrito
não haveria transmissão do movimento por correias, não poderíamos caminhar, nem
escrever e até mesmo uma corrente de ar poderia fazer com que os móveis se
movessem.
Para o cálculo da força de atrito (1) existem, além na força normal (N), dois
tipos de coeficientes de atrito: coeficiente de atrito dinâmico e estático (μ), esses
coeficientes dependem do material do material que compõe o corpo estudado.
|𝐹⃗ | = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗ |
𝐹𝑎𝑡.𝐸 = 𝜇𝐸 .|𝑁 (Equação 1)

Em que: |𝐹⃗ |: é a força aplicada em um objeto;


⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑎𝑡.𝐸 : é a força de atrito estática;
𝜇𝐸 : é o coeficiente de atrito;
⃗⃗ |: é a força normal que exerce sobre o corpo;
|𝑁
Para que tal coeficiente seja determinado, é necessário que haja um
equacionamento de um corpo P em um plano inclinado como mostra a figura 1.

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Figura 1: Esquema de força em um plano inclinado

Com a análise das forças presentes na figura 1, têm -se que:


|𝑃⃗⃗| = m.g (Equação 2)
⃗⃗ |
m.g .𝑐𝑜𝑠𝜃 = |𝑁 (Equação 3)
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
m.g.sen𝜃 = |𝐹 𝑎𝑡.𝐸 | (Equação 4)
como,
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
|𝐹 ⃗⃗
𝑎𝑡.𝐸 | = 𝜇𝐸 |𝑁 | (Equação 5)
temos,
m.g.sen𝜃 = 𝜇𝐸 .m.g.𝑐𝑜𝑠𝜃 (Equação 6)
dividindo a Equação 4 pela Equação 6, temos:
m.g.senθ
𝜇𝐸 =
m.g.cosθ

𝜇𝐸 = tg𝜃 (Equação 7)

2. OBJETIVOS

 Determinar o coeficiente de atrito estático de um plano inclinado;


 Mensurar ângulo mínimo necessário para o objeto começar a se mover;
 Comparar superfície lisa e rugosa;
 Determinar a média e o grau de incerteza dos dados.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1.1 Materiais utilizados

Para a realização desse experimento foram necessários: (Figura 2): Plano


Inclinado Completo Kersting II Cidepe; (Figura 3): Objeto de estudo (bloco de madeira)
com um lado liso e outro lado rugoso; (Figura 4): Calculadora cientifica (CASSIO fx-
82MS) no modo estatístico para obter resultados mais precisos.

Figura 2: Plano Inclinado Completo Kersting II Cidepe.

Figura 3: Objeto de estudo (bloco de madeira).

Figura 4: Calculadora cientifica


(CASSIO fx-82MS)

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3.2. Procedimento Experimental

Inicialmente, pegou-se o plano inclinado completo Kersting II da marca


Cidepe Ref. EQ001 e colocou-o sobre o balcão. Em seguida pegou-se o objeto a ser
estudado e coloco-o sobre o plano elevando a uma angulação 𝜃 que fizesse com que
o objeto começasse a descer. Este processo foi repetido 10 vezes para as duas faces
do objeto, sendo uma de superfície lisa e outra rugosa. Os ângulos foram anotados
para cada teste realizado, para assim ser calculada a média aritmética e desvio padrão
a serem utilizados como dados para determinar o coeficiente de atrito com a Eq. 7.
Os dados experimentais podem ser vistos nas tabelas 1 e 2.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com os dados obtidos no procedimento experimental, pôde-se construir as


tabelas 1 e 2 que nos dá o número de ângulos de inclinação para cada teste com a
superfície lisa e superfície rugosa.
Superfície Lisa Superfície Rugosa
Testes Ângulo (𝜃) Testes Ângulo (𝜃)
1 24° 1 40°
2 29° 2 42°
3 25° 3 42°
4 26° 4 42°
5 24° 5 40°
6 26° 6 42°
7 26° 7 39°
8 25° 8 40°
9 23° 9 41°
10 26° 10 42°
Tabela 1: Testes realizados Tabela 2: Testes realizados na
na superfície lisa superfície rugosa

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Com os resultados das tabelas 1 e 2, foi calculado a média aritmética e o
desvio padrão populacional em cada superfície.
Média aritmética:
∑𝑛
𝑖=1 𝜃𝑖
𝜃̅ = (Equação 8)
𝑛
Desvio padrão:
(Equação 9)

Cálculo das incertezas:


𝑠
𝑠𝐴 = (Equação 10)
√𝑛

𝑠𝐵 = 0,5 (Equação 11)

𝑠𝐶 = √𝑠𝐴 ² + 𝑠𝐵 ² (Equação 12)

Os resultados podem ser vistos abaixo:


̅
𝜃(𝐿𝑖𝑠𝑎) = 25,4° ̅
𝜃(𝑅𝑢𝑔𝑜𝑠𝑎) = 41°
𝑠(𝐿𝑖𝑠𝑎) = 1,646545205 𝑠(𝑅𝑢𝑔𝑜𝑠𝑎) = 1,154700538
𝑠𝐴 (𝐿𝑖𝑠𝑎) = 0,520683311 𝑠𝐴 (𝑅𝑢𝑔𝑜𝑠𝑎) = 0,365148371
𝑠𝐵 (𝐿𝑖𝑠𝑎) = 0,5 𝑠𝐵 (𝑅𝑢𝑔𝑜𝑠𝑎) = 0,5
𝑠𝐶 (𝐿𝑖𝑠𝑎) = 0,72188026 𝑠𝐶 (𝑅𝑢𝑔𝑜𝑠𝑎) = 0,619139187

Superfície 𝜃̅ ± 𝑠𝜃̅
Lisa (25,4 ± 0,7)°
Rugosa (41 ± 0,6)°
Tabela 3: Número médio de ângulos de inclinação e os seus desvios padrões
dos 10 testes para cada superfície

A partir dos dados obtidos, podemos calcular o coeficiente de atrito para


ambas as superfícies utilizando a equação 7:
𝜇(𝐿𝑖𝑠𝑜) = tan(25,4) 𝜇(𝑅𝑢𝑔𝑜𝑠𝑜) = tan(41)
𝜇(𝐿𝑖𝑠𝑜) = 0,47 𝜇(𝑅𝑢𝑔𝑜𝑠𝑜) = 0,87

7
O coeficiente de atrito depende exclusivamente da matéria da superfície de
contato e do ângulo de inclinação. Pode-se observar na demonstração com a qual
chegou-se à equação 7, as massas e a gravidade são anuladas e assim não
interferem no coeficiente de atrito.
Os resultados são bastante precisos, pois possuem uma pequena
incerteza, mostrando assim a eficácia do experimento realizado. Porém, não foi
possível comparar com resultados existentes na literatura e discorrer sobre a exatidão
do experimento.

5. CONCLUSÃO

Com os resultados do experimento foi possível observar uma variação de


coeficientes de atrito estático para o mesmo sistema (bloco de madeira – plano
inclinado), essa variação ocorreu pelo fato do corpo de prova possuir duas superfícies
uma lisa e a outa rugosa, sendo que na superfície lisa obteve-se 𝜇(𝐿𝑖𝑠𝑜) = 0,47 e na
rugosa 𝜇(𝑅𝑢𝑔𝑜𝑠𝑜) = 0,87.
O ângulo encontrado é aproximado, visto que a obtenção das medidas
ocorreu quando o objeto começou a deslizar. Em consequência dessa aproximação
de ângulo o valor do coeficiente de atrito também deverá ser um valor aproximado, já
que o seu valor depende do ângulo de inclinação do plano, e ao fato de este ângulo
ter variado bastante no experimento para ambas superfícies.
Apesar da visível diferença no resultado pode-se concluir que não é
necessário saber a massa do objeto para determinar o coeficiente de atrito, bastando
apenas saber o ângulo de iminência do movimento.

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6. BIBLIOGRAFIA

HEWITT, P. G. Física conceitual. 12 ed. Porto alegre: Bookman, 2015.


HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. 10 ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2016.
HELENE, Otaviano Augusto Marcondes, VANIN, Vito Roberto. Tratamento
Estatístico de Dados em Física Experimental. Edgard Blücher, 2ª edição, 1991.

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